De tanto levar flechada do teu olhar meu peito parece tábua de tiro ao alvo.
Já se foram os tempos em que meu coração não me pertencia e distribuía aos grandes goles cada um dos instantes em que a paixão me dedicava fazendo feliz quem se colocava em meu caminho. Diz o poeta que mudam-se as estações e o clima acompanha. Clima de amor é papo do passado. Clima de paixão só quando voltar o inverno. Clima de quentura, no próximo verão. Estou fechado para balanço e com a tomada desligada.
Uma ou outra vez na minha vida soube encarar com devassidão os erros cometidos porém a burrice me mostrou que a persistência no equívoco segrega os bons dos ótimos. Nunca nasci para perder, soldado.
Minha missão é bem clara, meus momentos são bem óbvios, meus objetivos são todos cumpridos, tenho muito pouco para esclarecer e um tanto bem grande para realizar. Cada segundo que morre é um segundo a menos. Minhas histórias vão clamando por letras bem escritas e palavras que se encaixem no que pretendo desenvolver. O futuro é pequeno pra tudo que quero.
Falei sobre todas as coisas existentes, e ainda há o que não conheço. Talvez seja essa uma boa desculpa para mostrar ao mundo a razão que me obrigou a deixar de escrever. Sabes vós, que machucam, as verdades. Se não sabes, eu vos digo.
Deixo de lado todas as intenções que deveria realizar, deixo para lá todas as vontades que me acometeram, meus desejos internos e individuais, meus medos e palavras mal interpretadas.
Quando nascer o Sol pela manhã de amanhã, estarei convicto de que nada mudou, que os dias vão se esvaindo somente com a intenção de dar lugar a outros dias com afazeres diferentes.
Nada muda se nós não mudarmos.
Portanto, o traçado será de uma maneira mais intensa dessa vez. Não terei sequer tempo para olhar para trás, marcharei por cima do inimigo, passarei sem dó por qualquer obstáculo, madrugarei se for preciso com a intenção básica de poder dormir mais cansado.
Quis meio mundo, porém nem a metade comporta a capacidade do meu alento. Demonstrei amor de formas erradas e a verdade não pôde ser absorvida. Almejei algumas dúzias de coisas e consegui a maior parte delas, é verdade, mas me falta ainda um algo sem nome, sem tamanho, sem forma...
Meu sono me perturba de uma maneira tão absurda na noite de hoje que sinto um pavor imenso em ter que acordar pela manhã.
Esperam-me casos de extrema diligência no que se segue, as semanas já não mais voarão, os dias não mais serão despercebidos, cada momento me dará motivos para escrever livros, cada memória será absorvida, cada mente que me entender ganhará um doce. Não haverá mais cáries perto de mim...
Avisem ao império que seu presidente está de malas prontas.
A carruagem vermelha me espera no portão, um tapete cor de luto cobre o chão batido de terra da última reforma que essa rua verá.
A viagem será só de ida, soldado...
P.V. 23:44 09/05/11
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