quarta-feira, 28 de julho de 2010

Não sonho mais

Foi um sonho medonho desses que, às vezes, a gente sonha e baba na fronha e se urino todo e já não tem paz...
Estava lá o autor das simples palavras preparado para deitar-se em seu leito de sono profundo, louco para que os olhos se fechassem num fim que terminaria na manhã seguinte depois do árduo dia de trabalho, sufocante, intenso, quase extenuante, uma vez que é visto agora num serviço público de âmbito federal muito querido pela maioria da população, tudo o que a sociedade sempre sonhou em ter, porém não conhece o ossos duríssimos do ofício, ainda mais num local destinado à Ortopedia, o que torna ainda mais rígidos os tais ossos...
Dormi fácil.
Pomarolla, no auge de todo esse poder que cai de suas mãos, nessa dependência enorme de tudo que lhe circunda, com todas essas novidades que vão pingando de cantos em cantos do destino, com as surpresas que cada esquina lhe reserva, com essa mania feia de se colocar na terceira pessoa e gritar ao mundo como se não o conhecesse tão bem quanto um reflexo de espelho num quarto iluminado qualquer, quem sabe com bombons em cima da cama, adormeceu num sono perfeito e lindo, a boca aberta, rios de baba rasgando-lhe os lados dos carnudos e vermelhos lábios, a sede do travesseiro saciada... e vai sonhando...
Foi uma coisa medonha.
Ia correndo como quem corre no meio do mundo inteiro, foi uma pressa como não poderia haver em parte nenhuma do planeta, foi coisa medonha e estranha, nenhum compromisso justificaria tanta pressa e queria um trem, um trem de candango que era um bando, mas era um bando de orangotango que queria pegar o meu bem.
Durique
e toda sua intensa loucura de estar caminhando, solene, no seu tão bobo passo de menina pós adolescente. Senti fome...
E no mais, no momento em que o sonho me mostra a contradição, como fosse estar ao seu lado, como fosse matar minha saudade, resolvi matar minha fome e me juntei aos macacos, aos orangotangos, aos humilhados, morto-vivos, aos flagelados malditos que me davam motivos mil para te esfolar, só por querer te esfolar, só pra justificar a graça que me fez acordar rindo e a certeza do que não existe.

Quanto mais Durique corria, mais Durique ficava, mais Durique atolava, mais Durique se sujava, Durique fedia, empesteava o ar...
Não há, então, compaixão no meu coração, não há nada além da fome e da sede de lhe esfolar e o mundo a nossa volta e tudo aquilo que ia acabando e o fim da ribanceira, e não havia mais para onde correr, não havia saída, não havia parada, não havia Sol, nem Lua, nem olhos que pudessem enxergar de modo diferente. Ao pé da ribanceira, acabou-se a liça e escarrei-te inteira, a tua carniça e tinha justiça nesse escarrar pois havia raiva nas intenções.
Sempre tão valente, sempre tão forte, chorou de joelhos, pediu piedade, olha que maldade, me deu vontade de gargalhar.
Mas o gargalhar foi mais forte que o escarrar, os orangotangos famintos com suas garras prontas para dilacerar a presa, o ódio crescendo em volta de tudo aquilo, a realidade da vida se mostrando aos nossos estranhos olhos, o intento de se querer e a vontade certa de se ter em tão pouco tempo... e atacaram.
Enchi-me de algo ainda sem nome, deixei de lado o que estava sentindo, coloquei forças além das minhas e não pude deixar que fizessem o que queriam fazer com a mulher da minha vida. Ataquei aqueles macacos dos infernos, capetas comedores de banana malditos, pus meu corpo de aço na frente de Durique e golpeei um a cada vez, dividindo um soco para cada cara peluda que tentava passar por mim e eles voavam, caiam por trás de mim no intenso desfiladeiro que crescia às nossas costas. Queriam mais, não desistiam, babavam de fome, queriam a carne da minha princesa, tive mais força, avancei para cima das dezenas de esfomeados e fui cruel o suficiente para pôr fim a todos eles, com o sangue de seus corpos sujando minhas mãos doloridas...
E no fim, restavam somente eu, e Durique, em prantos, desesperada de medo, correndo para os meus braços, tremendo e soluçando como de costume...
Algo borbulhou dentro de mim, o medo de antes tomou conta do meu corpo, vi pouco ou quase nada, a cegueira quase me fez enxergar além, e a fome voltou. Era ela ali nos meus braços, só minha, só pra mim. Não havia choro nem piedade que me fizesse voltar atrás dessa vez.
Te rasguei a carcaça, virei as tripas, desci a ripa, comi os ovos e o meu povo pôs-se a cantar...
Foi um sonho medonho desses que, às vezes, a gente sonha e baba na fronha e se urina todo e já não tem paz. Pois eu sonhei contigo e caí da cama, ai amor não briga, ai não me castiga, ai diz que me ama e eu não sonho mais...
P.V. 09:48 28/07/10

terça-feira, 27 de julho de 2010

Surpresa

Diz, então, você por aí enquanto eu vou sorrindo meu sorriso bobo por aqui, enquanto eu lembro do nada que já vivi em relação a tudo isso, do amor que me surpreende ainda mais quando menos se espera, quando tudo parece igual e prestes a mudar, quando a vida me mostra o que não quero ver e a porta de um quarto se abre pra que eu enxergue, deveras, o que, de fato, existe. Que uma mulher perfeita me ama, e que sou eu, o que mais se esforça por tentar chegar a um mínimo de toda sua perfeição...
Entristeço-me ligeiramente ao lembrar que não consigo.
Mas logo me arrebata a felicidade do momento, logo me lembro das palavras e os doces jogados sobre a dureza em que se deitam nossos corpos nas noites mais inspiradoras da estação, no leito em que o amor se propaga e enche de labaredas o quarto, como fosse o último fogo de paixão existente no mundo e tivesse o poder maior guardado dentro de si para queimar até o fim.
Mas me sento.
Delicio meu prazer devagar com todas as letras, com todas as palavras coloridas e o labor de intensidade que deve ter tomado a mente de minha princesa no instante em que me dedicava suas frases bem feitas, a dúvida sobre a cor que usaria, o papel bem cortado, o tamanho de cada coisa, o medo do que eu pudesse achar, os olhos brilhando ao saber que os meus também brilhariam, como de fato vão brilhando tanto, tanto, tanto agora que até me dói de saber que eles podem brilhar ainda mais que os dela...
A Lua, no alto do céu, pendurada como uma bailarina no infinito do universo cercada de longe por algumas nuvens teimosas, tentava me dizer alguma coisa enquanto eu voltava, solene, para casa. Tentava, em vão, pois sua beleza me tirava qualquer consciência de querer entender qualquer sentimento que tentasse atirar sobre mim. A Lua tentava me dizer que Durique me ama, e eu não lhe dava ouvidos...
Parei de frente para mim mesmo.
Posso levantar vôo a qualquer momento se me faltar a concentração pois nada parecido com o que sinto agora já foi sentido por mim em tempos outros da vida que venho levando, não há alegria que se compare a de saber que é amado por quem se ama, não há vontades outras que possam ser maiores do que a vontade plena de se querer aquela tão desejada mulher que desde sempre fora desejada...
Prefiro me calar do que dizer tantas e tantas coisas que borbulham dentro de mim, as letras caem dos meus dedos sem vontade de parar, não vejo intenções nem significados, não entendo mais o que digo nem me faço com questão de que entendam, estou feliz, mais feliz do que esperava estar e isso me satisfaz de uma forma tão grande que gritos altos nas ruas não seriam capazes, explanações maiores não dariam conta, chuvas de gotas duras e abençoadas não abençoariam, nada poderia ser maior e mais importante do que o sentimento que eu sinto dentro de mim e esse amor é todo, todo, todo da mulher que está ao meu lado quando mais preciso.
Eu amo, amo, amo, não preciso esconder agora como nunca precisei esconder de ninguém. Quero amar pra sempre, de agora em diante, sem pudores, sem medos, sem receios e sem freios.
Vou fazer de tudo, muito mais do que já fiz, muito mais do que eu poderia fazer, muito mais do que tudo que existe de sentimento nesse mundo pra que nasçam sorrisos no seu rosto e eles se reflitam no meu, minha princesa.
Eu te amo. E isso é a coisa mais importante da minha vida.

Obrigado...
P.V. 20:56 27/07/10

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Atribulações noturnas

Não teria a coragem de fazer mal a alguém. Na verdade, todo o mal que é feito é resultado de uma grande equação onde o intuito primeiro é fazer o bem. As consequências dolorosas deveriam ser debitadas na conta do destino que arma pegadinhas no caminho que traçamos para chegar em qualquer lugar que seja, qualquer objetivo que queiramos atingir, qualquer bobeira dessas que a vida nos diz que precisamos ter para sermos, sei lá, mais felizes...
Fato concreto, bem mais que cimento e areia, é que as coisas estão numa imensa montanha-russa onde esse maldito sobe e desce, onde todas essas tensões diárias vão comendo aos poucos minha intenção limpa e pura, as indecisões cretinas do futuro, essa demora imensa para com as coisas que tenho vontade de realizar, todo o desdém e a falta de verdade que o mundo apresenta para a sociedade e o tal do erro que ainda não foi confirmado.
Disse, numa dessas conferências eternas comigo mesmo, monólogos tão chatos que por vezes dera-me sono, que o mundo cabia na palma da minha mão, que nada além da vontade minha poderia ser verdade, que nada nessa loucura que chamamos de vida poderia me fazer mudar o rumo do que ia acontecendo, o rumo da história que decidi escrever, nada nem ninguém...
Hoje eu vejo que estava realmente certo.
Certas vezes na vida damos muito valor a coisas que podem não nos trazer toda a felicidade que precisamos. Não sou de escrever dos momentos ruins que o destino me oferece, na verdade, nunca escrevi coisa alguma que pudesse eternizar a tristeza ou um possível sofrimento. Mas hoje, a noite se faz diferente.
Se não caem lágrimas dos meus olhos, notam-se então teimosas lágrimas...
Fico pensando em que parte do caminho eu errei, se eu que estou errado, se vejo o erro do lado de lá, se as coisas vão continuar assim pra sempre... e grita absurdos... absurdos escandalosos em meus ouvidos... estou cansado.
Sou um idiota fraco sem coragem de dizer as coisas que podem me trazer uma dor imensa, porém passageira. O mundo é mundo desde que mundo foi chamado, e nada mudou. A tendência é justamente essa... nada há de mudar. A vida que levamos agora será a mesma daqui a 20, 30 anos... Serão dores agudas dentro do meu coração, serão noites sem dormir pensando nas possibilidades, serão palavras que somem, e gritos, e outros gritos, absurdos escandalosos em meus ouvidos que me deixam ainda mais cansado do que já estou.
Explicações que são cuspidas de uma forma tão banal como se o problema fosse aquele que tentava me passar... Calei-me e ceguei-me para uma coisa da qual não tenha certeza se faria o mesmo por mim. Minhas promessas sempre se cumprem... por menores que sejam.
É impressionante como o tempo é estranho e faz as coisas permanecerem iguais, quem sabe até piores. Não gosto de comparações, não quero mais os medos antigos, não me oponho quando o errado vem a tona, encaro de frente com os punhos cerrados...
P.V. ?? ??

Bebendo café

Tenho muito pouco de tudo que sobrou e esse pouco não me satisfaz. As palavras soltas que vêm viajando em minha direção, os amores são todos tão estranhos, as letras que se contam nos dedos, o que eu também não saberia mais uma vez, tudo isso é muito pra mim e não mereceria pingos de cada intenção.
Sinto-me mal comigo mesmo e não procuro as razões pelo motivo óbvio que diz o ditado sobre conseqüências de quem se põe na busca do que necessita. Quero nada disso não. Quero nada disso não.
Poderia me conter com minha xícara de café cheia, ou aquele mesmo copo jogado no chão com vinho pela metade que eu chutei sem querer num dia desses em que ia passando desavisado, poderia me conter com algumas palavras, uns sorrisos mal dados, cartas mal escritas e frentes e versos rabiscados, poderia me conter e até me contentar com medos e promessas de sucesso, com invocações de sentimento e com gritos no meio da rua, com passeios estranhos num fim de semana que não deixariam quaisquer histórias registradas pra que meus filhos, curiosos, pudessem se interessar, poderia caminhar durante a madrugada em vez de correr como tanto amo, poderia voltar pra casa descalço e a pé chorando as dores e rindo as alegrias em vez de pagar os ordenados a um homem simpático qualquer dentro de um automóvel amarelo, poderia me conter com tudo que tenho, poderia andar no meu carro vermelho pensando em voar num avião preto, poderia viver o resto da vida dessa forma, mas o mundo me mostra outras opções.
Pensando não se vive, e aprendo muito de nada com meus erros.
Talvez se tivesse agido diferente num tempo distante, isso não estaria me machucando agora, talvez se não tivesse nascido gente, se fosse mais ignorante, se não soubesse o que sei, se fosse menos quando tudo se exaltou e a Lua me dera conselhos errados, talvez eu devesse ouvir mais as estrelas que lhe acompanham...
Algumas noites me dominam de forma tão cruel que sinto meus pés saírem do chão pra me levar sem pressa a tudo que se mexe, a tudo que balança sem vontade de parar, ao som que não baixa por conta da lei que é a felicidade do povo, aos locais mais intensos dos quais sempre fui apaixonado, ao amor desnudo, ao que não se rende, ao que não chora, ao que não vê, ao que os olhos não tentam encarar simplesmente pelo fato único da falta de educação ensinada nos lares.
Mas meus pés ouvem a voz da razão.
Arrumei a sala mas ainda não fiz minha mala.
São vestidos estampados que vivem jogados num dos cantos dessa minha casa que me põe frente ao papel branco, que me fazem arrotar essas poucas palavras, que me fazem estranho de tudo que sempre fui, que me fazem poder esquecer o que não quero mais lembrar.
E ainda digo tudo o que não saberia, se não pudesse pensar, se não soubesse pensar, se mais ignorante fosse, sem intenção nenhuma, sem intenção nenhuma, só por querer escrever, só pra que morra a noite e chegue a madrugada me envolvendo num sono que não me pertence, me jogando em sonhos podres mais uma vez, me acordando no dia seguinte pra que a rotina tediosa da minha vida me cuspa na cara todos os pensamentos do dia anterior, vexando meu intento, entristecendo meu sorriso, enchendo de água meus olhos, matando a sede do meu rosto quando ninguém estiver por perto...
Tenho pouco a dizer.
P.V. 17:57 26/07/10

O destaque das intenções

Estranho não é aquele que entra sem ser convidado, é aquele que parte sem se despedir. E se a intenção é de bater a porta atrás de meus ouvidos enquanto o mundo se faz estranho e a chuva cai, nada mais importa do que a música que toca e o vestido estampado que foi guardado para um outro carnaval mais distante do que esse que já passou e a quarta feira de cinzas infernal que se faz um pouco mais colorida quando se trata dos motivos abordados.
Certos momentos me mostram um tanto quanto de coisas que não poderiam jamais acontecer e as verdades que digo e já disse continuam sendo da mais pura sinceridade, porém os momentos... os momentos são instantes a parte. E se o mundo não entende as palavras que escrevo, não culpo a gramática, muito menos minhas letras, culpo o destino.
Então, foi-se o sentimento que um dia estava dentro de mim, justamente no espaço de tempo em que a chuva caía sem vontade de parar, quando o mundo girou devagar, quando a parte mais estranha do dia se fez e as nuvens por cima da minha cabeça eram tão negras quanto os pensamentos que moram dentro dela.
Tenho um monte de explicações, tenho todos os argumentos que possam existir nesse mundo terreno, pode-se entender uma terça parte das minhas intenções, mas cansei de tudo isso e de toda essa perfeição que, por perfeição ser, torna-se repetitiva. Em todos os momentos que deixo meu peito ser mais livre, sempre que falo sem pensar e as palavras caem da minha boca sem vontade de voltar, em cada oportunidade que posso dizer realmente o que eu quero dizer, tudo cai em minha volta.
O mundo já não consegue mais me suportar.
Já li algumas cartas de suicídio onde algumas pessoas se despedem de tudo que já viveram e acho bonito. Na verdade, acho o mínimo que podem fazer uma vez que irão se matar e fazer sofrer todas as pessoas que a amam. Um tchau, um até logo, um até breve é o mínimo que alguém pode fazer a quem disse que sempre amou.
Pode-se ler um pouco mais do que está escrito, da forma que sempre foi convencionado, da forma que sempre fiz questão de me fazer entender, porém os ignorantes que me perdoem se as palavras não lhe soarem familiares o suficiente para que possam perceber o que sinto. Não farei esforços.

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Foi-se o momento e um rio separa as águas agora. Não tenho mais inspiração para continuar de onde parei e talvez falte-me também a vontade para fazê-lo. Quero mais paz a partir de agora.
Talvez não caia a chuva que caía naquele dia nem toque aos meus ouvidos uma dessas canções que fazem o autor corar de tanta vergonha do que vai escrevendo, porém deixo registrado o intento de fazer o que se pensa pra que no futuro eu não lembre de mim como um covarde que somente pensava e não tinha certeza alguma de tudo que lhe remetiam às vontades do bem viver.
Pasmei-me comigo mesmo. E a gramática não há de me assaltar.
Guerreiros vêm e vão, com a minha pessoa não é diferente. Passeio de galho em galho sem que pise em madeiras fracas que me possam jogar ao chão. E se cair? A floresta é grande e árvores não faltarão.
Um professor ensina, aprende quem tem boa índole.
P.V. 16:59 22/07/10

Que Deus sou eu?

Perguntas chatas que me jogam a todo instante, coisas inúteis e tediosas que enxergo em cada segundo, todo que me cerca, aquela antiga fumaça que não me deixava respirar volta mais uma vez depois que eu tive o conhecimento sobre seu fraco poder e agora me joga ao chão novamente pra me fazer provar da sujeira que se esconde por baixo dos tapetes do nosso destino e das podres escolhas que fazemos ao longo da existência.
O que fica é o medo do que possa acontecer e a falta de chances de poder voltar atrás pra sofrer de novo as mesmas dores previsíveis e estranhas que me deixariam bem mais feliz deitado no chão, sem ar, olhando de baixo toda a fumaça de ócio que sobrevoava minha cabeça, tão vazia, tão nostálgica...
Não me deixo, nem pretendo querer que me deixem, não quero mais do que os outros gostariam de ter, não sou assim tão diferente de tudo que existe, mas as palavras não conseguem descrever tudo que morre dentro de mim a cada segundo que se vai no meu relógio que também já se foi. Não gostaria de estar no meu corpo numa situação dessas, por isso fujo de mim todos os dias.
As possibilidades são todas minhas, o mundo ainda é meu, Deus não sou, me falta aquilo, não sou mais disso, nunca fui disso, e há de ser assim enquanto o ar me faltar à minha volta.
Então, já que o que digo não me suporta, já que minhas palavras não conseguem traduzir tudo o que quero dizer pra mim mesmo e fica me faltando esse não sei o que, esse lance, essa parada, qualquer coisa assim um tanto quanto boa, ou quem sabe um tanto quanto vazia a ponto de me fazer revirar os olhos pra que a visão seja colocada pra dentro, onde existem fatos e passados tão puros quanto os segredos que se escondem no fim de cada arco íris.
Queria outros sonhos, queria outras coisas, queria menos sono, mais vodka, um pouco de Tequila, queria o barulho, o som, o mundo, o amor desmedido, as pessoas, queria outros sonhos, diferentes. E estou dormindo enquanto deveria estar sonhando...
É tão estranho quanto escrever sobre toalhas novas e geladeiras abertas, mas os meus sentimentos são meus sentimentos e o mundo não poderá jamais saber o que se passa na minha cabeça, pois nem mesmo eu tenho esse poder sobre mim, quem dirá os que se dizem sabedores de coisa alguma sobre minha personalidade mutante.
Minha dieta mudou. Esse frio estranho, esse sangue salgado. Sinto saudade da Lua. Falta pouco para começar a uivar.
Cantaram um monte de coisas aos meus ouvidos nesses anos que me fizeram mudar de rumos de lados para lados, me fizeram andar tanto, correr tanto, desperdiçar suor, me fizeram perder tanto tempo, estragar meu fígado, poluir meu pulmão, me apaixonar a cada segundo, me fizeram feliz... mas está provado que 'forever' é pra sempre e quem sou eu pra discutir se depois de tantas curvas cheguei ao mesmo lugar e descobri que o mundo é muito pequeno pra minhas intenções?
Dores são dores, tanto aqui quanto lá.
Tenho pouco pra dizer.
P.V. 11:05 26/07/10

Olha, meu amor

Olha, meu amor, eu queria te falar umas coisas que estão bem guardadas dentro do meu coração, eu queria dizer dessa forma que sei que vai entender, pois das verdades que escondo, nenhuma delas ainda você ficou sabendo, nenhuma...
Certo dia desses, como hoje, ou como ontem, acordei de um sono chato e raso. Não tenho mais dúvidas sobre o poder das coisas que a mente nos faz sentir e nem tampouco faria questão de querer indagar os motivos pelos quais certas atitudes são tomadas depois que passamos pelo que o destino nos faz passar, ainda que dormindo.
Não tenho mais medo do futuro, meu amor, mas, olha, uma coisa eu te prometo: te amar, te amar, te amar. Pra sempre, como se fosse ontem o último dia da minha vida, e hoje algo parecido como uma perda de memória e cá estou te dedicando minhas possíveis últimas palavras.
Acordei do sonho como acorda um homem sem esperanças.
A vida me mostra muito mais do que eu gostaria de ver e isso dói dentro do meu coração. Já não havia mais vontades para querer continuar, borbulhavam motivos para jogar tudo ao alto, ou tudo ao chão, o mundo não girou e meus olhos encheram-se de água pela segunda vez desde que te amo.
Olha, meu amor
, esquece tudo isso que estou dizendo pois nada se compara ao presente, e do passado eu só guardo o pretérito perfeito. Mas me desculpa, o desejo de tirar de mim o que não me faz bem me obriga a martelar o teclado desenhando as letras de um dia que não gosto de lembrar, e que me fez bem de um certo modo...
Olha, meu amor, o que existe e o que não existe são coisas totalmente diferentes, porém a insegurança transita num meio termo do qual não há saída, do qual não há opções maiores a serem tomadas se não fugir.
E eu estava decidido a fugir. Fugir de todos os meus medos, de todo o seu medo, de toda a angústia e provável perda de tempo, fugir de mim e de tudo que eu possa fazer de errado que vá sangrar ainda mais o seu coração.
Queria mais, ou talvez quisesse menos. Vá saber...
Um sonho é só um sonho, mas ainda prefiro que o mundo não dê todas essas voltas em cima de mim pois fico tonto com tantos sentimentos e não estou nem um pouco disposto a abordar assuntos tão complexos em tão pouco tempo de vida. Acordei, literalmente.
Não havia outra coisa a fazer, imaginei as possibilidades.
Cheguei a conclusões...
Não há vida sem você, meu amor.
Não há instante sequer sem pensar no seu rosto, não há motivos maiores que me façam te esquecer, não há sol quando o dia está vivo pra que eu possa me espelhar, não há Lua na noite quando a escuridão toma conta de mim, não há luz, não há som, não há sorrisos sem o seu sorriso, não haveriam palavras para descrever a tristeza, a falta, a saudade não mais se chamaria saudade por não comportar o tamanho da dor que brotaria de mim, o mundo não se faria mais mundo desde que você não estivesse ao meu lado, a felicidade, o sentimento, o prazer, todas as sensações partiriam pra bem longe, lugar distante onde eu jamais poderia chegar, não há amor sem você, não há paz; não há nada quando o tudo se vai.
E dormi mais uma vez. Pois o dia havia partido, a tristeza também, era só alegria em minha volta pois você havia dito mais uma vez que me ama, e tive a noção completa do que é o amor. Amor é amar e ser amado. E isso só acontece uma vez na vida.
P.V. 16:51 22/07/10

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eterna caminhada

O indo e vindo infinito da vida já me deu um monte de coisas das quais eu teria um prazer enorme em compartilhar com a maioria das pessoas que gosta de mim, deixando de lado a parcela ínfima de seres que me odeiam, por não poderem ser tão bons quanto eu sou. Mas apesar de tudo, deixo minha veia artística tomar conta das minhas palavras e tapo-me a própria boca pra que nada saia, pra que ninguém nada ouça, e continue tudo aqui dentro de mim como um grande mistério, como o maior dos segredos de todos os homens viventes desse nosso estranho mundo.
Tenho muito ou pouco de tudo dentro de mim e admito que a maior parte do que aqui reside é mito.
Ecoa na mente alheia o meu nome e isso felicita as minhas intenções pois é da imortalidade que estou falando, mas de corpo e sangue jamais a conseguirei, que seja então na forma do sentimento, que seja então com a boa lembrança de fatos meus que eu deixei jogados em algumas das esquinas que já passei, da marca de minhas pegadas que ficaram soltas pelo chão de cada uma das curvas que já fiz, pelas gotas salgadas do meu suor que caíram em cada uma das oportunidades que pude me fazer útil...
Tenho algumas coisas que não pertencem nem mesmo a mim e, de uma forma ou de outra, tento explorar como fosse o único e último dos meus dias, tento, forte ou fraco, botar minha mente para funcionar e fazer tudo da melhor forma possível, da forma que eu consiga fazer nascer sorrisos, lágrimas de felicidade que prefiro não encarar por medo do sofrimento disfarçado, intenções tão minhas que me perco nas minhas idéias e admito serem de outros, distantes, diferentes, piores...
Nascem e morrem, a cada segundo, afinal este mesmo é o destino, provocações para com o meu peito, antes virgem do sentimento que venho sentindo, e me permito cada um dos desafios pois sei que a cada fim de música poderei lembrar do refrão principal e deixar aqui dentro de mim guardado cada uma das passagens do violão, cada acorde perfeito da canção, cada simplicidade de melodia que entrou pelos meus ouvidos sem pedir... e estarei pronto para outras músicas...
Geralmente, e digo isso por ser quase sempre, converso com Deus a respeito do que há de vir, dos erros cometidos, e como poderia assimilar e melhorar pro futuro. Louco, ouvindo o silêncio, me concluo Deus, uma vez que o dono do Universo se nega a me dar as chaves da facilidade. Sei do que faço, sei do que fiz, sei de tudo que ainda vou fazer, e Deus não precisa me indicar o caminho, pois Ele confia nos meus passos certos, Ele sabe que não vou errar na curva, e sabe também que se um obstáculo for posto em minha frente eu saberei ultrapassá-lo sem precisar olhar para trás.
A confiança que deposito em mim mesmo é maior do que a que qualquer outra pessoa poderia depositar. Ando com meus próprios pés e ultimamente tenho gostado de andar de mãos dadas.
Desisti de escrever o futuro, de planejar os meios, as formas, as funções, os caminhos, pois me lembrei que odeio a previsibilidade. E agora deixo tudo ir como vai a água, serpenteando como vai um rio, sem medo de cair numa bela cachoeira, sem medo de se perder no meio de outros riachos, aguardando ansioso por mergulhar no infinito do mar...
Continuo minha caminhada, então.
P.V. 18:55 12/07/10

Sexta feira à noite

Cai a noite lá fora e aqui desse quarto escuro não poderia ser diferente se não fosse pelo brilho único e intenso que saltava de seus olhos e me indicava os caminhos de seu corpo a serem percorridos. Já decorei cada centímetro dessa perfeição e mesmo com a luz apagada, deixava deslizar minhas mãos pelas curvas acentuadas e quentes que me convidavam para deitar.
Uma sexta feira à noite promete mais do que imaginamos...

E vem o seu rosto, vem sua boca, quero sua língua, te entrego a minha, cai o seu cabelo negro sobre os olhos e então se vai toda e qualquer luz que havia, me deixando na total penumbra obrigando ainda mais meus desejos a lhe invadirem com o tato.
E se oferece, intensa, com todo seu fervor aos meus braços num abraço eterno que se perde entre palavras desconexas que jamais conseguiremos achar significado; os músculos distendidos pedem pelo relaxamento e lhe jogo, suave, não sem antes livrar-me dos botões de uma calça inimiga, obstáculo maior das minhas melhores e piores intenções.
Eis que cai o meu queixo da mesma forma que cai também a sua roupa pelo chão do meu quarto. Ratifico que de olhos eu não preciso pra saber a extensão da beleza da melhor das minhas escolhas, da mulher que eu amo mais que qualquer outra coisa que possa existir.
Sem pressa de degustar cada pedaço do sabor que se pôs em minha frente, depositei forças primeiras na boca que viciou minha língua desde que me tornei feliz de verdade. E caio, sem chance, onde mais lhe arrepiam os sentidos, o local secreto que é só meu, o ponto que esconde sua libido e faz escorrer o mel que adoça minha vida: seu pescoço...
Terrível por assim ser, insaciável por ao seu lado estar, feliz por sermos dois numa carne só, num coração único.
Sem vontade de receber más notícias do relógio, sem querer que a noite chegue ao seu fim, afastando pra bem longe todo e qualquer sono que venha cair sobre nós, me delicio do mais puro néctar que um dia esteve ao meu alcance e não me faço de rogado quando deixo os instintos animais tomarem conta de meu corpo de homem.
É a minha mulher que está aqui. E sou seu homem.
Não há o que me tire de dentro do lugar que eu nasci para estar, não há vontade maior, não há prazer outro que se compare a este, não há nada, simplesmente nada que se compare com o que sinto quando estamos juntos, unidos, molhados, num só instante que se faz dentro do espaço do amor...
Queria muito mais do que escrever essas poucas palavras, mas a distância toma conta de mim de tal forma que me joga pela tangente quando se chega na curva do tempo e fico aqui parado esperando que o circuito volte mais uma vez e a semana corra como a maior das velocidades já vistas... todo dia tinha que ser fim de semana...
A gente só conhece o que é amor de verdade quando deita com quem se ama. Vou mais uma vez dizendo o que disse antes só pra que não escape nunca de mim, só pra que não escape nunca dela essa verdade que é do tamanho de um sentimento incansável e perfeito...
Brincando, eu me divirto. Ainda bem que resolvi entrar nesse jogo perigoso...
P.V. 12/07/10 18:15

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Elitizando um sentimento

Você foi feita para caber nos meus braços, eu nasci pra me encaixar no teu abraço, só lá me sinto bem, só lá me sinto em casa, só no teu ventre me sinto mais homem, me sinto como jamais poderia me sentir em outro corpo, você é minha mulher, você é o que de melhor já existiu dentro de mim e reflito todo esse sentimento pelos meus olhos que brilham tanto quando o pensamento paira sobre você, quando meus melhores momentos são dedicados a lembrança de um beijo teu, de um sorriso teu, de uma bobeira tua, de todas as coisas que a gente já viveu juntos. E parece tão pouco tempo, e parece tanto, tanto tempo...
Eu quis mais do que eu poderia.
Por mais que eu tenha, por mais que eu possa vir a ter, meu defeito maior continuará pulsando em minhas veias e não deixarei de te querer. Duvido que alguém te ame tanto quanto eu amo. Já não tenho mais dúvidas sobre o que mora em mim e tudo o que já foi dito, tudo o que já foi pensando; tudo que já foi planejado pode cair ao chão, tudo pode ser esquecido e refeito todos os dias, todas as ligações, todos os pronomes, de posse ou não, tudo o que a gente tenta fazer e não consegue, algumas posições, por que não?, o medo que sinto de que a saudade chegue mais rápido que o dia de te encontrar, qualquer parte do meu dia que é seu; quando me levanto antes do dia amanhecer, quando eu sei que você ainda está dormindo, meu pensamento me leva na direção dos seus sonhos e sou feliz; antes de dormir, quando sei que você ainda está acordada, meu pensamento me leva na sua direção pra você dormir bem; há muito mais. Havia muito mais a se dizer...
Peço perdão.
E quando eu acho que as coisas estão estranhas, quando eu acho que o mundo virou de cabeça pra baixo e as confusões normais da relação tomam conta de mim, você vem e senta um pouco mais perto, me dá um beijo, me olha com esses olhos que só você tem e não enxergo mais nada. Minha intenções não me deixam enxergar mais nada.
Por vezes penso que és um tanto quanto boba com toda essa insegurança que vive dentro de ti, penso que não sabe metade do poder que carregas em cada uma das mãos, em cada beijo que me dedica, em cada um dos olhos que me olha, em cada pequena atitude que me direciona.
E continua o seu sorriso no meu peito, essa saudade, o cigarro, a luz acesa... e essa noite posta sobre a mesa. Em cada canto da casa, asa partida e dor, gemido morto amor, tão longe vai, tão longe vou...
Queria músicas, queria canções perfeitas, queria milhões de possibilidades que pudessem te mostrar o que você não tem certeza, queria que tudo ficasse da forma que você deseja, mas eu não consigo, não sei frear o destino, não sei mudar o que já foi feito.
Então eu também agradeço a Deus. Que seja assim. Obrigado por você, obrigado por mim, obrigado por tudo, obrigado por esse sentimento.
A vida vai continuar no mesmo mar que sempre levou barcos e navios de sentimento para as profundezas do infinito... minhas palavras ficam por aqui, na beira da praia, admirando o tamanho da beleza de cada uma das ondas que batem de leve nas minhas letras fracas.
E me perdoe mais uma vez, se a grandeza de sua perfeição não se adequar ao pouco que posso te oferecer...
P.V. 10:11 08/07/10

À primeira vista

Num desses dias normais estava eu sentado num canto qualquer de minha querida residência, talvez não fosse em Forks, talvez, de fato, não fosse numa mesa de refeitório escolar, mas com toda a certeza, sentado o autor dessas palavras mal escritas estava.
E não me venham, os senhores da escrita, acadêmicos donos de cadeiras imortais julgar o meu dizer, nem declarar aos quatro cantos do mundo que sou um plagiador, pois terei argumentos suficientes para que possam esconder-se atrás de suas preciosas cadeirinhas não tão merecidas assim. Pois bem. Tenho dito.
Foi num quadrado eletrônico qualquer que enxerguei seu rosto pela primeira vez.
A sociedade dá muito valor à literatura e deposita nela uma grande parcela de emoção, uma vez que aqueles que têm o dom da palavra conseguem passar para o papel toda a beleza de escrever com sabedoria. Sou um mero espectador do espetáculo. Não me demoro em rodeios, e também não consigo mais fingir o sentimento. Enxerguei seu rosto pela primeira vez e nada demais aconteceu além de nada.
Porém, queridas leitoras, naquele distante domingo de Páscoa pude deixar transpassar por mim tudo o que sempre quis deixar transpassar desde que homem me tornei. Se pensam que o intuito único de um homem é amar, caem por terra com todas as suas considerações enfadonhas, porém não se deve admitir que um sentimento fique preso por toda a eternidade quando sua vontade maior é de voar do peito afora.
Karoline Durique era seu nome, pelo menos foi assim como se apresentou para mim. "Alguns me chamam de Karol, outros de Durique." E eu sorria... como nunca a tinha visto assim tão de perto antes, como uma coisa tão perfeita passa despercebida durante toda a minha vida, como pode Deus tê-la escondido de mim tanto tempo?
Não havia nada de pálido na sua tez, não havia nenhum estereótipo de modelos ou qualquer coisa como se ela houvesse pulado de páginas de revistas, não havia a fantasia que está escrita num outro papel. Havia muito mais que tudo isso que chamam de beleza.
Havia graça e perfeição, havia sorrisos e brilhos, olhos que saltavam de lados para lados como se pudesse buscar uma falsa felicidade que não sentia, havia qualquer coisa demais para mim, havia ali o que ainda não houvera em outro lugar, eu podia enxergar tudo que um dia iria acontecer, eu tinha já escrito em minha mente tudo o que eu pensava dessa menina-mulher, eu sabia cada uma de suas ações, eu tinha certeza absoluta do seu futuro do meu lado e não me venham chamar de mentiroso porque nada mais me alegra do que a certeza da felicidade e admito com todas as minhas palavras, as mais sinceras que eu encontrar, que Karoline Durique, desde aquele dia já se fazia a mulher da minha vida.
Mas não tive pressa nenhuma.
Na verdade, ainda não a tenho.
Surpreendo-me, ainda, todos os dias em que estamos juntos com o tamanho de sua beleza, ainda me deixo levar por todo esse brilho, ainda tremo de emoção antes dela chegar, ainda sinto todas as saudades possíveis e impossíveis quando ela está ausente, morreria quantas vezes fossem necessárias só pra que pudesse ser feliz e não vejo isso como uma fase. Vai ser pra sempre.
Vai ser pra sempre, sempre.
P.V. 10:30 08/07/10

Inspirações avulsas

Volta ao padrão de antes, o amor que um dia eu imaginei para mim, o sentimento mais verdadeiro que um dia olhos virgens como os meus viram em folhas rabiscadas e ficou guardado dentro da minha memória inútil. Se aquilo tudo, se o sangue, se o medo do fim, se a coragem, se a devoção faz do sentimento a coisa mais simples do mundo, não entendo, do fundo do meu coração, como as pessoas conseguem complicar o desejo.
Mas não é só desejo. É bem mais que isso.
Não precisaria de seus beijos, de seus abraços, de seus olhos que brilham, não precisaria de nenhuma de suas palavras, ou de seus sorrisos, não precisaria de absolutamente nada, a não ser que seja feliz. O que existe é só o que existe, por isso fico satisfeito, mesmo distante. Se mora dentro de mim um desejo gritante e se esse desejo solta a voz quando estamos juntos, é coisa da carne, calor do momento, e não tem relação tão grande com o que sente quem ama de verdade.
Fui mal educado com o sentimento. Julguei mal todas as pessoas para quem dediquei meu sentimento pensando que estava sendo sincero.
Fecho os olhos, penso duas ou três vezes em coisas distintas e me vem ela à cabeça, ando, um ou seis passos, e penso nela, meu dia começa, meu dia termina, nada mais me deixa tão feliz do que saber que ela está na minha mente, as pessoas passam por mim, algumas notam que estou ainda apaixonado, umas outras pessoas não entendem muito bem e acham que sou só um bobo estranho, meu sorriso não mente, eu amo, amo de verdade, mais do que qualquer outra pessoa no mundo conseguiria amar; e me ponho à prova, me dedico à ausência, não deixo meu coração mandar totalmente em mim, freio minhas intenções, jogo pra longe o celular, mudo a direção dos olhos quando ela chega perto, quero ser quem sempre fui, mas quero ser dela também, não me reconheço nas minhas palavras, só enxergo Karoline Durique em tudo que faço, meu mundo está virado de cabeça pra baixo depois que ela apareceu, o mundo inteiro não tem mais lógica, a vida não tem mais senso, o que faço ou deixo de fazer não me interessa mais, a vida longe dela é uma rotina de peso incrível, tudo se repete, tudo não se transforma, tudo é igual, as ruas estão um tanto quanto mais cinzas e minha cor se resume a ela.
Preciso de um anel, preciso de uma aliança no seu dedo.
Minhas promessas geralmente se cumprem.
Já havia lhe dito, naquele distante dia, como fosse há anos, que se fosse de sua vontade, se fosse mesmo de seu desejo, a qualquer instante, a qualquer momento, eu colocaria uma aliança no seu dedo, e sorria, e virava o rosto, nunca acreditou nas minhas intenções. Boba. Boba e burra.
Ficava rodando de bar em bar, mas sempre soube que o copo que eu procurava estava bem perto. Nunca tive pressa, acredito no destino e no futuro de tudo que está guardado pra mim. Meus planos do passado são verdade agora, e meus planos de agora serão verdade daqui a algum tempo. Meus planos do futuro são todos ao lado dela.
Karoline Durique
é o nome dela.
P.V. 08:59 06/07/10

domingo, 4 de julho de 2010

Eclipse

Já disse numa outra oportunidade que não queria mais saber de saudade, disse das amizades, disse do que existe além da amizade, disse até do amor, se não me engano. A realidade maior de tudo é que sem ela não há paz, não há beleza, é só tristeza e essa melancolia eterna que não sai de mim.
Vou aos meus goles de café plagiando o poeta pois do sentimento maior que pode existir não há nada melhor do que se inspirar em quem trabalha de forma mais inteligente, e admito aqui, nesse espaço, nesse momento, um dos meus defeitos, um erro grande e gritante, minha burrice. Há quem trabalhe de uma maneira tal que não agrida coração algum, há, diferentes de mim, que façam aquilo que o destino lhes indica e vão passando seus momentos de felicidade ao lado de quem realmente interessa e se o número se mostra no plural, também não exisitiria pessoa no mundo para criticar, muito menos eu, mero telespectador de todo o drama.
Saí de casa com intenções de sangue. Vi pouco. O espelho da tela do cinema reflete coisas estranhas e faz nascerem palavras nos meus dedos... tudo escorre, tudo morre, tudo fica mais claro quando a noite chega e aquela Lua pela metade sorri pra mim no alto do céu negro.
Fui com o que tenho.
Não poderia deixar de fazer as coisas que faço, por mais que me neguem em algumas ocasiões e voltem atrás instantes depois. Minha felicidade fica explícita, meu sentimento se aflora, uma multidão que me cerca é só uma multidão que me cerca e já não tenho medo algum de que o mundo saiba.
Nasce no alto do painel que se coloca sobre minha cabeça um eclipse e não consigo mais enxergar coisa alguma que não seja quem está aqui do meu lado.
E se há mais de uma pessoa ao meu lado, posso escrever um filme e ficar rico...
Ela também é Bella... talvez ainda mais bela...
Certas dores me fazem amanhecer num clima tenso de tédio e imersão no ócio, mas minhas palavras fazem viver novamente o que se fazia dormente, minhas palavras me mostram bem mais do que eu poderia ver num desses eclipses noturnos, minhas palavras por si só me ensinam que a maior beleza desse fenômeno natural é a natureza do fenômeno.
A Lua nunca precisou se pôr na frente do Sol pra ser perfeita...
São as escolhas que fazem um homem. E grandes escolhas fazem grandes homens.
O povo se preocupa muito com o modismo, o povo se preocupa com o certo e só abre asas para quem merece voar aos olhos aceitáveis, o povo, por povo ser, populares sem razão, só querem que o bem esteja sobre o mal, de uma forma ou de outra, mas no fundo não entendem o significado de ‘mal’ e as razões por ele ser como é.
Eu, a cada dia que passa, me sinto mais do lado oposto ao que agrada ao povo. Porém, sei das minhas razões, sei dos meus motivos, sei de um monte de coisa que ninguém um dia saberá e assim deve ser.
Foi-se o tempo em que o romantismo se fazia presente, os antigos projetos de amor que um dia se concretizariam...
Hoje em dia, o que atrai as multidões são casos isolados entre mortais, lobisomens e vampiros.
Minha carne e meus ossos não se rendem, nem poderiam fingir.
Fico por aqui.
P.V. 09:10 04/07/10