sábado, 28 de março de 2009

O dia seguinte

Desejo o dia seguinte também. Não à altura de uma hipocrisia o julgando ser melhor pois seria loucura afirmar qualquer coisa que a isso se assemelhe; porém não nego o quão feliz fico ao acordar sem responsabilidades e poder enxergar por dentro o orgulho de ter cumprido a missão. Desejo muito o dia seguinte, tanto quanto algo que não saberia explicar; o que me deixa em transe pois tudo que não consigo definir torna-se incrível.
O dia seguinte já começa com o som alto pois a madrugada grita como quem pede socorro. É justamente quando o fim se aproxima que os ânimos se agitam ainda mais e o amor se inflama para dar lugar a uma precoce saudade. Mas ainda assim, com o cansaço evidente exposto em nosso corpo, continuamos galgando conquistas e abrindo espaços no meio da multidão pois esse é o intuito básico que nos levou ao tal local.
Ao lembrar essas situações dói-me por dentro uma previsível nostalgia típica dos que têm amores eternos. Amo, não engano e admito que não vivo sem. E o dia seguinte é a cereja do bolo que hei de comer sozinho. O topo, o pedestal, a coroa que levarei sem medo do peso quando carregar. Considerem-me o rei quando, deitado em meu trono, eu ordenar a vocês mortais que me adorem, em um sonho qualquer que tenha invadido o meu descansar. E não temam a mim pois do amor vim, e amor darei.
E a tal manhã seguinte tem que demorar pra chegar; quanto mais cansaço, melhor exercício para a mente. Faço todo o possível pra que a noite não acabe e dure só por uma eternidade. Abro os olhos com força total e não os deixo mais cair procurando as mais incríveis aventuras que são meu enérgico natural. Preciso dessa manhã seguinte tanto quanto o ar que respiro, justamente por isso abri mão até da responsabilidade que pagou meu passaporte. Vai se esvaindo a noite e meu pensamento foca na absurda quantidade de inspiração que consegui obter em tão pouco tempo; tudo que vou esquecer na manhã seguinte.
Ir embora é algo que me deixa triste, mas a necessidade fala mais alto em meus ouvidos e sou, então, obrigado a partir pela madrugada adentro.
Nada que me incomode, o fato de perambular pela escuridão sentindo o peito cheio de orgulho pelo bom trabalho realizado. Se for olhar pelo lado certo, era essa realmente a minha vontade desde o primeiro momento. E lá estou eu, sereno calado, curtindo o cansaço do meu corpo que caminha a passos curtos, descompassados, sem direção correta. Deixo-me levar por mim mesmo rumo ao lar pois é lá que poderei curtir minha manhã seguinte.
O sono não é tão forte quanto a excitação. Permaneço acordado me contando as incríveis histórias que aconteceram comigo naquele dia. E ouço tão atentamente... Não quero perder nenhum detalhe e, certas vezes, chego a duvidar se aquilo era verdade mesmo ou só coisas incríveis, fruto de uma fértil imaginação. Como uma criança ouvindo contos de fadas da mãe, adormeço pra não precisar acordar tão cedo.
Justamente essa alegria que tanto aguardava. Dormir feliz sem precisar acordar. Sei que o meu despertar será necessário, mas se pudermos adiá-lo por um pouco mais de tempo será ótimo. Uma certeza incerta, é bem verdade, mas esqueçamos as dificuldades e coloquemo-nos com esperanças no peito.
Acordei. Mas nem quis me levantar. Só pelo simples motivo de que havia dezenas de bocas a me beijar, outras dezenas a me recusar, outras a me encarar de longe com o gosto da vontade evidente. O peso de tudo isso em cima de mim adormeceu meus olhos mais uma vez. O mundo inteiro acordado e eu dormindo. Esfregaria na cara de todos o quanto isso me faz bem, quanta alegria sinto em não precisar de nada pra ser feliz, não procurar motivos pra ser o que sou. Todos os encontros e reencontros da noite passada ainda gritam sussurros em meus ouvidos na manhã seguinte. Plano solene e soberano deitado em meu leito de vida olhando tudo do melhor ângulo horizontal que poderia existir. Não tente se igualar a mim pois seria impossível, visto que as condições trabalhistas em nosso país não permitem que todos faltem aos seus respectivos empregos em plena segunda-feira, um dia de branco, como dia diria minha velha mãe.
O dia seguinte é tão desejado por mim que começo a querê-lo ainda mais que o dia principal. Talvez a incrível repetição de dizeres, exclamações, palavras, textos, sonhos e tudo mais sobre o tal dia tenha murchado um pouco o amor exclusivo que sentia por ele. Ainda amo o dia da Micareta, não posso negar, mas admito que também tenho um caso fora da relação. Um pouco de batata frita no meu arroz com feijão. O dia seguinte, amante...
Como viver sem esse dia? Sem o dia seguinte não há vida, não há prosseguimento, nem esperanças de alguma evidente melhora. Há quem pregue que devemos viver somente o presente, dar atenção total ao que acontece agora e deixar de lado o passado e também o futuro. Mas o dia seguinte é o futuro, então conclui-se que não sou adepto dessa teoria.
A cada palavra que escrevo sinto aproximar-me ainda mais do que tanto desejo: o dia seguinte, sucessor da perfeição.
P.V. 08:26 14/03/09

segunda-feira, 23 de março de 2009

Apenas mais uma de amor

Na verdade eu nem queria dizer mais nada sobre esse dia tão maravilhoso que está por vir em minha vida, essa vida que se repete da forma mais linda que poderia se repetir. Mas os fatos me lembram que a felicidade me aguarda, os fatos me provam a cada segundo que a alegria está próxima de mim, a euforia do amor está chegando cada vez mais perto pra me toar em seus braços, flutuar pelo ar solto e leve nas bocas das mais lindas mulheres.
Mas é só o amor mesmo que me faz levantar da cama todos os dias antes que o galo comece a cantar, entrar dentro de uma locomotiva cheia de pessoas das quais não conheço seguindo o mesmo caminho que eu, suar durante 12 horas seguidas com um sorriso sincero no rosto fazendo felizes as pessoas que me cercam durante esse tempo; só o amor tem essa força. Eu amo o amor.
O amor tem sua igreja, assim como o futebol tem a sua, o Maracanã, assim como o estudo tem a sua, a escola... A igreja do amor é a micareta. E lá se encontram todas as tribos, todos os amantes do amor, todos aqueles que só querem ser felizes por um instante de alegria, aqueles que procuram extravasar o sentimento que tem por dentro, aqueles que querem mostrar ao mundo, pelo menos uma vez que também são pessoas que merecem ter algo pra se contar daqui a algum tempo. Sou um felizardo por ter nascido na época da micareta. Está chegando o tempo de nós orarmos mais uma vez naquele templo do prazer.
Vou tranquilo, como todos já sabem. Mentira! Digo agora, pela primeira vez, a forma esclarecida como vou pra aquele lugar que me provoca arrepios.
Vou com meu coração sendo atropelado pelos batimentos que me sufocam o peito; vou abençoando o motorista pra que nada de errado aconteça no caminho de nossa trajetória rumo ao local, se algo tiver que acontecer que aconteça na volta; vou bendizendo meus amigos, meus inimigos, meus desconhecidos, minha família, vou pensando coisas boas de todo mundo pra que também pensem coisas boas de mim; vou nervoso e agoniado pra chegar logo, pra pisar no chão e poder me mexer pois ali sentado naquela van, eu poderia estar já dançando e cantando dada a excitação enorme que toma conta de minha pessoa; respiro mal, penso mal, me sinto mal, até que consigo sair daquele carro estafante.
Quando piso meus humildes pés no chão, quero sair correndo em direção ao tumulto, quero beber minha garrafa de vinho com a delicadeza de um cachorro sedento. É uma eternidade até que consigamos enfim chegar lá onde todos usam a mesma cor, onde todos são iguais perante Deus, onde todos têm um só objetivo. Somente então neste momento eu posso relaxar, perder-me com meus pensamentos na fumaça que sobe de lados desconhecidos, analisar todo o movimento que está ao meu redor, ver como eu sou feliz por estar ali, pensar em quem não me fez bem durante toda a vida e dizer pra mim mesmo que não preciso de porra nenhuma pra viver.
Aí então temos que entrar. Nada mais justo, visto que pagamos pelo ingresso, não é mesmo?
O que acontece lá dentro, só sabe quem está lá dentro...
P.V. 12:48 23/03/09

quinta-feira, 19 de março de 2009

Se quiser, venha buscar

Lindas mulheres fazem parte da minha ainda curta vida. Nenhuma delas supre a minha necessidade de querer somente uma. Talvez nunca exista alguém que possa deixar-me feliz o suficiente a ponto de andar solenemente pelas ruas e não entortar o pescoço quando um belo par de pernas ou seios cruzar meu caminho. Sou sincero o bastante a ponto de dizer que não sou o único da espécie que pensa assim. Tenho a certeza absoluta de estar ouvindo mentiras e conselhos mal dados quando me dizem que isso é coisa da juventude, que uma hora eu vou crescer e precisar de alguém pra estar do meu lado, que a vida é passageira e tudo há de mudar. Tolos... vivem infelizes suas medíocres vidas de solidão eterna ao lado de um alguém cada vez mais estranho dentro da própria casa. Não quero essa vida pra mim, obrigado.
Até estou exagerando um pouco em minhas palavras e certas vezes chego a me contradizer. Não tenho necessidade de querer somente uma. Tenho uma vontade, só. Tenho um trabalho muito grande em fazerem se apaixonar por mim todos os dias, essas cegas que me seguem. Se a quantidade diminuísse pra uma única unidade, teria menos trabalho e felicidade maior. Admito também que não trocaria várias por uma só se a alegria for igual. Pra trocar seis por meia dúzia prefiro ficar com seis mesmo.
É um desabafo do fundo do meu coração para todos e todas que me julgam como sendo uma pessoa que não tem sentimentos dentro da alma. Vejam meu lado e tentem entender que sou carente. Preciso de palavras sinceras de elevação de auto estima todos os dias. Palavras diferentes. Preciso de beijos sinceros de amor todos os dias. Beijos diferentes. Preciso de declarações apaixonadas todos os dias. Declarações diferentes. Só elas podem me dar o que tanto quero.
E também tem aquela velha história de que não nasci pra ser diferente do que sou agora. O povo tá cansado de saber que não sei o que é compromisso. E se não sabem eu vos digo. As lágrimas derramadas no rosto de quem me ama quando a culpa é minha, mata-me por dentro, destroi o que em mim ainda existia. Sou terrivelmente apedrejado pelo pecado de ter feito sofrer alguém que não merecia. Com a intenção ou não, as coisas não saem conforme o planejado e acabam em tristeza pra ambos os lados. Por esse motivo prefiro a poligamia evidente.
E também por alguns privilégios que a posição nos permite.
Não sou de explanar situações ou conflitos internos que tenham me acometido, mas isso que aconteceu foi de extrema relevância no cenário pessoal de minha vida mundana. Foi um dos privilégios que tanto amo.
Não tinha nada mais a se fazer do que simplesmente dançar na rua enquanto o som gritava às suas costas. Admirar a passagem dos transeuntes, trabalhadores em busca da alegria, jovens sem destino tentando encontrar felicidade, duas décadas de história a lhe cruzar o caminho em uma esquina quase movimentada. Fui chamado. Não ouvi. Ouviram por mim. Voltei.
O que tenho nas mãos pertence a mim mas se ela me pede eu entrego. Venha até aqui e receberá. Nunca antes uma delas se recusou a vir até mim quando minha voz ordenava. Chegou. Cumprimentos normais em pessoas normais. Mas o que tenho em minhas mãos já não mais a interessa? E o que queria comigo então quando me chamaste, quando me tiraste de meu caminho, quando interrompeste meu destino, ó formosa criatura dos cabelos cor de jambo, olhos cor de jambo, boca doce como o jambo? O que você acha de procurar um pretexto pra se olhar de perto, um pretexto que ainda não tinha um propósito claro e justo, uma simples vontade na qual deveria se acreditar pra que, talvez, se tornasse um fato? Acho estranho. Quando torna-se eterno o silêncio, eu o escandalizo com um beijo. Quando torna-se gritante tua fala, calo-te com um beijo. Não lembro qual das opções foi a usada, porém do beijo eu lembro. Quente, molhado, demorado e quente. Tinha mãos sambando no pós carnaval, o que já despertou em mim aquilo que o propósito primeiro deveria despertar. Acorda-me os sentidos, uma morena dessas antes mesmo de o evento começar. Voltarei sempre com a poligamia evidente que é a característica principal do meu eu egocêntrico.
Levarei duas garrafas da próxima vez.
P.V. 17:46 19/03/09

terça-feira, 17 de março de 2009

O passado me persegue

Já veio martelando em minha mente de novo essa coisa que não me larga nunca. Estranho demais o sentimento que não morre dentro de alguém. Mas já fiquei velho o bastante pra saber a quantidade de tristeza que um amor não correspondido pode me causar. Já estou com a experiência avançada, com o coração maltratado o suficiente pra entender que não aguentaria mais alguma coisa desse tipo. Calejei meu sentimento pra fugir alucinadamente de tudo que me faça mal, esfriei-me por dentro, empedrei meu coração, só por causa dela. Por tudo que sofri por ela. A rima do pronome, eterna dona de mim.
Consegue o homem viver uma vida sem a que tanto amou. Será mesmo que só existe uma pra cada um, e depois que esta passa, nada mais acontece? Será que perdi minha chance de ser feliz e não sei? Será que eu era mesmo feliz?
Tenho toda a certeza do mundo que sou muito mais feliz hoje em dia, sei que tudo que faço é de minha vontade, e que também não preciso dar satisfações de minha vida a ninguém. Bato minhas asas pra qualquer direção com quem quiser pois hoje sou livre pra voar, sou solto, leve e livre. Não estaria bem acompanhado ao lado dela, da mesma maneira que não estava naquele tempo. A combinação nem sempre é tão eficaz quando se enxerga mal o que se encara. Certas vezes, os fatos falam mais alto que a intenção; justamente com esse momentos que devemos tomar as decisões mais importantes. Eu sou assim. Devo continuar assim.
Mas os sonhos, as idéias, a ausência de um amor, tudo me lembra o que tanto quero esquecer. Sei que a cada vez que isso me vem à cabeça, a intensidade torna-se menor, talvez pelo fato de a distância e o tempo influenciarem, ou talvez seja pela vontade alheia que se bate contra minha pessoa sempre que a paixão me envolve.
Já foi tempo em que eu dizia que deveria tomar meus remédios pra que a memória dela não brotasse em mim. Ainda continuo assim, admito. Mas a verdade que difere desse momento é que hoje em dia o espaço de tempo entre os medicamentos é maior que antes...
Um amor pra vida toda que se desfez como água que corre pelos rios que ainda não conheço. Mas águas passadas talvez voltem, e espero que isso seja mentira. Um sentimento confuso que não sei explicar, por isso dou voltas com as palavras que já não sabem mais o que fazer no papel.
Alguns dias do mês são terríveis pra mim quando lembro das situações que passamos juntos. Alguns dias marcaram incrivelmente minha vida, podem ser descritos nesse momento como se tivessem acontecido a poucos minutos. Faço questão de guardar aquilo de bom que aconteceu comigo, porém as coisas tristes cismam em me perseguir, a acordar-me nos meus sonos, a invadir meus pensamentos diários. Como tento fujir de tudo isso!
Mas não consigo, então faço como sempre faço. Deixo estar, deixo-me levar pelos pensamentos, me transporto pra perto dela sempre que ela vem aqui lembrar de mim, lembrar que eu ainda existo. Só isso posso fazer, nada mais.
Não é sempre que me perco e começo a dizer coisas das quais não gosto de pensar, mas hoje foi diferente e até me desculpo se cheguei a entristecer o dia de alguém com minhas palavras melancólicas. Mas eu sou assim em algumas ocasiões da vida. Enganou-se quem julga-me sempre feliz. Sou um feliz apaixonado pelo passado. Por isso quero sempre viver o amanhã, só pra lembrar de hoje...
P.V. 13:24 17/03/09

quarta-feira, 11 de março de 2009

Vem na moral


E aí, mulher..humildade com a UCM
Vem na moral
Senão a gente sacode
só procedê
a qualquer hora, estamos aê
é só marcar pra se ver
Presta atenção
Tu poder ser até gatinha,
na nossa mão
Tu vai latir, chorar e miar
É zoação, nosso churrasco é só curtição
Todos os membros, doidão
Com fé em Baco
Thiago mora lá na VP, só tem relíquia
Paulinho mora qui em SC
Em Realengo, o Harry tá muito boladão, ele só quer avião
E o Adauto, com ele a chapa esquenta, mora no Sapo lá junto com as fedorentas..Lekinho é ação, no Campinho, na Moita ou no Espigão
É um tremendo Ratão
Faltando um
O seu nome é Felippe, vem na moral, mora aqui em Big Field
Diz como é pra ter dinheiro, kátia e mulher
É só chegar e ter fé..


Todos podem notar a evidente criatividade que pulsava em nossas veias UCMlísticas quando, num desses dias de outono, inverno, verão ou primavera colocamos no papel a música que ditava o destino de cada membro assim como o amor existente em cada coração que seria dado às vítimas de nossa lábia, pura e cega. Felippe com todo o seu clamor pela arte da lírica pôde, em um dia inspirado, nos presentear com tal canção que embalou muitas viagens de trem de nossa antiga trupe escolar. Esse presidente que vos fala, ao receber em mãos a tal música, viu nela um diamante a ser lapidado e com sua borracha mágica foi eliminando o que não prestava e adicionando aquilo que faria da letra, algo parecido com uma epopéia de nossos tempos. Assim ficou. Linda e bela canção que chega ao ponto da imortalidade.
Pedimos somente a humildade que a classe de fêmeas deve ter conosco. Sabem vocês que as mulheres andam muito desrespeitosas para com os homens e se não sabem, eu vos digo. Sempre quiseram ser reconhecidas pelo seu valor durante séculos e mais séculos sofrendo com as discriminações e preconceitos evidentes que faziam parte de nossa antiga tática de conquista. E agora quando finalmente conseguem um espaço no mundo, querem montar nas costas cansadas de quem sempre esteve lá pra amar e cuidar. Cretinas, venham com humildade com a UCM porque senão a gente sacode.
Mas não é um sacode que leva ao sacolejar, balançar de um lado para outro enquanto cabelos voam, e beiços se mexem. Digo aqui sobre o sacode que elas gostam, mesmo sem admitir. Aquela pegada quente e forte que homens brabos, membros da UCM desenvolveram pra poder castigar (ou não) as que não quiserem seguir o ritual da rataria. Pra castigar as que não quiserem seguir o procedê (procedimento).
E a qualquer hora estamos prontos pro que der e vier. Jamais corremos da Raia, somente do Celulari... Somos batizados em líquido da libido feminina e não temos medo do que pode vir pelo caminho, encaramos tudo e todas com a força de Deus Baco pois ele nos ensinou a não desperdiçar as chances que a vida nos oferece. Bem disse Ele que, no deserto, urubu é caviar; em tempo de seca, as vacas magras são gordas; disse também que a gente pode morrer de fome amanhã porque não comeu ninguém hoje. Então vamos nos servir e nos deliciar do banquete que temos pela frente sem receio de encarar o que nos espera.
É só marcar pra se ver. Na verdade, não é pra se ver, mas a censura não permitiria...
E mais, prestem atenção. E se forem loiras, prestem mais ainda. Não somos de escolher cores, pesos tipos, raças, credos, religiões, nacionalidades, nem belezas. Mesmo você sendo gatinha, ou qualquer outro animal que ande, rasteje, trepe ou não, vai ter que fazer o que nós quisermos pois ainda temos o poder de persuasão que é nossa marca principal. Os membros dessa famosa União sempre fazem o que querem com quem querem. Vão ter que latir, se assim quisermos. Vão ter que miar, se assim quisermos. Chorarão em todas as nossas partidas, mas esse não é nosso intuito, acreditem. Só queremos levar o amor aos corações que necessitam.
Ahh, mas deixa pra lá... é tudo zoação. Só precisava de uma palavra que rimasse com o próximo verso...
Nosso churrasco é só curtição com os membros todos doidões. Com o perdão do erro de concordância, mas é minha licença poética e tenho direito ao que eu quiser, pois sou presidente, e aqui no Brasil já virou mania os presidentes falarem errado. Estejam convidadas ao famoso churrascão da UCM, realizado todos os meses em uma residência diferente pra que as nossas mães possam ter um descanso.
Com fé em Baco, nosso grande Deus, nosso Pai que nos abençoa sempre, vamos dizendo onde cada membro se aloja pra que sempre que uma novinha tenha o interesse, ela possa saber onde procurar.
Thiago, o Preto Safado, mora lá na VPBM (Vila da Penha Bombadão Mix), um lugar conhecido pelas relíquias que foram escondidas nos idos de 1500, quando exploradores portugueses desembarcaram em nosso litoral com o intuito de obter todo o ouro que aqui tivéssemos.
Paulinho mora em Senador Camará. Paulinho sou eu, como todos sabem e se não sabem eu vos digo. Um homem que não nasceu, foi simplesmente jogado dos céus como uma dádiva, como uma chuva de alegria a banhar o que era seco, como o Sol que atinge e clareia a escuridão da noite, como a Lua que mostra os caminhos e eleva as marés, como a primavera que colore as árvores todos os anos, como a beleza da mais pura forma de vida que um dia já esteve sobre essa Terra que pisamos. Eu sou a última bolacha do pacote, o último refrigerante do deserto, o monstro do armário, a mosca que pousou em sua sopa, eu nasci há 10 mil anos atrás, eu vi Cristo ser crucificado, o amor nascer e ser assassinado. Mas não se preocupem pois não vou pro inferno; não iria tão longe...
Ainda na área da zona oeste, vemos em Realengo o rapaz alegre Harry, que por só ter pegado uma menina (e era linda) chegamos à conclusão que este estava nessa vida de penúria pois era muito exigente para com as belezas alheias, o que prova que não se encaixava muito bem nos princípios UCMlísiticos, como já foi dito aqui.
Chegando no nosso amigo que foi convertido para a religiosidade pura e santa de Deus, podemos dizer o que quisermos hoje pois nessa época ainda era safadão, putão, prostitutão e tudo mais que se possa pensar sobre alguém que seja um rato sujo dos esgotos mais estapafúrdios de Maceió, ou São Paulo. Adauto que mora na comunidade carente do Sapo, com sua incrível habilidade de pôr os apelidos mais terríveis nas pessoas (desde Cambaxirra do norte à Cara de pia) costumava chamar as mulheres que nada queriam com ele de Fedorentas. Pra poder praticar a rima em nossa canção, colocamos a chapa quente do local perigoso em que se encontrava a sua casa pra lembrar de suas meninas renegadas.
Alexsander, mais conhecido como Lekinho 171 era pura ação quando se embriagava e não media esforços pra arrastar as meninas para todo e qualquer lugar que estivesse mais próximo da rataria praticada. Por morar na estrada do Campinho, conhecia todos os caminhos que levavam à pederastia do local. Os becos, as brechas, os matagais intermináveis daquela eterna roça, todos eram do conhecimento do nosso ex-presidente. E quando o dinheiro pulava de seu bolso, ele não deixava o instinto UCMlísitico e fazia uma graça com a menina que estivesse o acompanhando. Pagava um belo motel, desses que quase nunca se vê, 5 ou 6 estrelas. Ele sempre ia no Espigão. Mas não pode passar o Riocard no Espigão não, Lekinho!
O último, mas não menos importante, na verdade a musa inspiradora de toda essa União, aquele que nos deu a criatividade, aquele que nos coloca pra cima, aquele no qual podemos descontar todos os nossos sofrimentos, aquele que podemos bagunçar todos os dias e seu sorriso lateral continua estampado no rosto. Felippinho Chapa Quente, vulgo Fefy. Sempre com suas filosofias de vida que motivavam os mais fracos e desesperançosos, trouxe à tona uma ideologia que jamais sairia de moda. Disse ele: Pra ter dinheiro, Cachaça e mulheres, temos que chegar com fé. Abençoado tu és, querido Felippe poeta...
P.V. 14:27 11/03/09

segunda-feira, 9 de março de 2009

O reflexo do brilho do céu


Tem certeza que foi realmente um sonho, ou simplesmente seus olhos que estavam fechados imaginando as coisas que tanto quis fazer? Digo pra você que costumo acordar pra poder sonhar; dormindo, as imagens que vêm na minha cabeça podem não ser do meu agrado e, eterno exigente que sou, prefiro escolher aquilo que penso. Num desses dias que nada mais importante do que nada fazer havia, deitei pra passar o tempo. Então sonhei...
Tão lindo como algo lindo (tome como exemplo aquilo que mais gostar) era o pôr do Sol. Um Sol que se vai é tão triste e feliz ao mesmo tempo que inspira-me ao limite. Saber que algo tão perfeito está nos deixando, trazendo o escuro, nos tirando a vida, partindo sem rumo para bem longe de nós é realmente triste. Mas a espera pela sua volta e essa certeza de que na manhã seguinte lá estará ele mais uma vez, reaviva por dentro o sentimento de esperança que é tudo que nos resta no fim da tarde.
Esperar pelo Sol nos dá idéias de fazer algo que seja no mínimo interessante. Mas sozinho, nada se faz, nada se produz. Olhar o Sol se esvair pelo horizonte deitando soberando no fundo do oceano ali naquela praia deserta que tinha como companheiras as árvores e, quem sabe, montanhas que atrás de mim cresciam sempre que as encarava, tornava tudo tão perfeito quanto monótono... Minguei como o Sol; e sentei.
Toda história de amor, se é que assim pode ser chamada, nos surpreende e joga situações inesperadas na nossa frente. Como quero que tudo seja assim incrível como num sonho que não sei sonhar, criei logo alguém que me acompanhasse naquela aventura. Não poderia passar a noite inteira sozinho esperando um Sol que só voltaria na manhã seguinte.
Veio você, Rayanne... Será que realmente escolhi você no meu pensamento, será que foi algo aleatório, será que era isso mesmo que eu queria?? Ou simplesmente o dono do destino quis assim, e assim foi? Sempre me canso com tantas perguntas e resolvi deixar de lado tantos questionamentos pra recepcionar quem havia chegado de repente:
__Querida, querida, de onde vens, e por que vens?
__Venho do fundo seu coração, perdida no meio do seu coração, livre e solta pra sair do seu coração e pular em sua mente.
__Mas de minha mente você já veio parar aqui?
__Foi justamente no momento que em mim você pensou... precisaste de mim, e aqui estou. Tomas o que é teu.
__Preciso de ti, quero a ti, e aqui sozinhos estamos, no meio da praia deserta, de frente pro mar vazio, encarando a noite que chega de mansinho...
__Pois então beija-me a boca, sente meu corpo, me leve pra onde você for. Sou sua, e quero que também seja meu.
Quem vê, não enxerga a praia pois a escuridão já tomou conta de tudo que nos cercava. E, sinceramente, nada mais importava do que o simples fato de existir o tato e o paladar. O resto era detalhe. Enxergar não mais fazia diferença quando no escuro, beijávamo-nos, e sentíamos o prazer de um simples toque. Se a intenção era de querer fazer chegar a manhã seguinte com mais pressa, nesse momento já queria que a noite fosse interminável, uma eterna escuridão a iluminar nosso prazer. Precisava agora mais da Lua que do Sol. Todos sabem do amor antigo que tenho pela Lua; e se não sabem eu vos digo:
Vê-des tu, Lua, que o amor me atingiu nesse momento e sua força há de me seguir enquanto forte bater o meu coração. Sempre te tive ao meu lado, não será agora que me abandonarás. Vem comigo durante toda a noite e não se vá enquanto a satisfação total tomar conta de nossos corpos. Sou todo teu, mas agora entrego-me a ela. Não sintas tu, ciúmes desta que me acompanha. O astro maior que brilha no céu és tu, porém brilham meus olhos aqui na Terra quando encaro Rayanne. Tente entender o que te peço; reine no espaço, mas empreste por um instante a coroa pra quem me dá prazer.
Acho que me fiz entender. Consegui convencer a Lua que tanto já me ajudou em toda a vida... Nada mais atrapalhava, então me joguei em seu amor que já parecia ser tão eterno naquele segundo. O tempo já não fazia mais questão de correr pois estávamos sozinhos. Ninguém tinha pressa de nada. Tínhamos a benção de todos os que por nós olhavam. Tanto a Lua que era nossa companheira e o Sol que prometera voltar logo mais. Quis sua boca, quis seu corpo, quis sua roupa no chão. Tudo tive, e não me contive. Queria mais. Sempre quero mais...
Hoje só acredito no pulsar das minhas veias. Essas que me indicam o tamanho do prazer que sinto. Elas pareciam querer saltar da carne quando o amor gritou em nome de qualquer paixão que houvesse no mundo. Tudo parecia tão perfeito, tudo parecia ser eterno. Nossos corpos pareciam somente um. Só um corpo que não parava de se mexer. Saí de ti... deitei-me ao teu lado e vi o que ninguém jamais viu.
Vi um espetáculo no céu. Chorava a Lua.
Chorava a Lua com a tristeza de alguém que perde o grande amor, como alguém que sente que aquilo que tanto ama já não mais lhe pertence, vi na Lua a face da morte, do desespero, da tristeza por saber que eu pertencia a outra. No show que desenrolava-se no céu, vi as estrelas que amparavam sua mãe a chorar por não ter mais alguém que a consolasse, alguém que lhe amasse tanto quanto antes. Precipitavam-se sobre nós uma fina chuva, fria ou quente, que eram as tristes lágrimas de uma Lua solitária.
Tudo quanto é exagerado, me interessa, me leva a escrever, me desperta.
Dormi, e meu sonho acordado terminou.
Quem saberá o que depois aconteceu...? Talvez não importe tanto, visto que a melhor parte foi viviva naquela branca areia que envolveu nossos corpos enquanto a alegria fora perfeita. Parece que aqui embaixo também existe brilho de Lua.
P.V. 12:23 09/03/09

quinta-feira, 5 de março de 2009

Nascido


Foi num desses dias normais onde nada acontece
que o inevitável deixou de se prevenir.
O mundo silenciou os sons numa única prece,
rasgando barreiras com um choro, vim parar por aqui.

Não me orgulho de nada do que não tenha feito
pois o momento é agora e um segundo é demais.
Executo ações da maneira mais fácil, do meu jeito
que não entenderão, jamais, os mortais.

Sei que o destino é livre e segue sozinho
num mar de receios profundo como o horizonte.
Mas vivo meu mundo como vive um passarinho
colhendo segredos sem ter quem me conte.

Seguindo no trem infinito e cruel da ilusão
que tanto fazemos questão de nos esconder,
Acho-me dono e rei de um vagão
do qual tudo fiz para lhe merecer.

A sinceridade nunca fora tão bem revelada
como, por mim, vem sendo nesses últimos anos.
A falsa alegria nas esquinas está sendo dada
num disfarce novo colorido de enganos.

Mas o hoje é presente e ontem é passado
pra lembrar de um futuro que irá repetir.
Todas as lágrimas velhas que eu tinha chorado
são chuvas caídas que não vemos aqui.

Um rosto feliz estampando juventude
que inveja os homens julgados de bem.
Essa definição que me trouxe a virtude
de saber dividir com quem menos tem.

O amor que em mim se excede
em outros talvez esteja faltando.
Por isso que entrego a quem pede
e meu coração já pertence a um bando.

P.V. 17:21 05/02/09

Ótimos pães: padaria. Ótimos ratos

E como a vida dá voltas, conclui-se que ela volte sempre ao mesmo lugar. Não tomemos esse fato isolado como algo ruim, vamos sempre olhar o que nos interessa pois assim seremos mais felizes do que quando éramos pessimistas. Já que tudo é redundante, o que de bom aconteceu, de novo acontecerá. Já fico feliz com essa notícia, mas ainda é pouco pra que arrepiem-se os pêlos de meu corpo marcando a emoção do grande prazer que sempre busco. Então o correto é viver tudo de novo e aperfeiçoar porque se for completamente igual, talvez não agrade tanto quanto antes.
Hoje já falta menos de um mês pra que a tal alegria exagerada que me persegue de tempos em tempos ocorra de novo. Será um tanto quanto parecido, mas de uma forma diferente, pro estado perplexo de meus caros leitores. Eu vou alegre do mesmo jeito, alto do mesmo jeito, dono de mim, com minhas vontades acima de toda razão que já pôde fazer parte do ser. Mas isso ainda é pouco. Preciso de algo mais pra poder marcar minha passagem, preciso fazer mais do que fiz antes, preciso provar a mim mesmo a capacidade que me faz ser do nível que sempre pretendi. Preciso passar por essa fase sem deixar rastro de frustração.
E quando penso sobre coisas dessa magnitude, já deixo-me levar por um erro que vem se repetindo, mas por outro lado, talvez nem seja mais considerado um equívoco tão grande, com o passar dos anos e a maduridade que adquiri. Um erro que se repete já torna-se um acerto, simplesmente pelo motivo de que não se tem mais o que fazer. Meu considerado equívoco é o de fantasiar sobre tudo o que pode acontecer. Uma coisa que pode acontecer é só uma coisa que pode vir a acontecer. Por mais que nada seja certo, perco-me com meus pensamentos a viajar profundamente nas coisas mais impossíveis e mais incertas que alegrariam-me e muito. Não deve ser uma coisa assim tão terrível ficar conjeturando sobre uma utópica felicidade que se deseja. Então por isso continuo.
E dessa vez estou cada vez mais atrevido.
Perigos realmente sérios podem abater-se sobre minha pessoa nesse tal dia que tanto aguardamos. Claro que minhas palavras são, como sempre, irônicas e desmedidas, a tal ponto de mostrar a todos que quando digo sobre perigo, não menciono qualquer coisa que bote em risco minha saúde. Até porque a festa é de alegria e não de tristeza. O que boto no papel é a maldade que encontra-se estampada em meu pensamento nesse momento. Já pensei em terríveis coisas, mas acho que isso supera tudo o que antes já foi imaginado. Mas não farei nada que me prejudique ou prejudique aqueles que me cercam, muito menos sem a falsa autorização que devo receber. Os cantos escuros falarão por si só, sem boca pra me entregar.
Como a separação das trevas e do dia, selarão por fora uma amizade eterna a perigar sobre o que os desejos da carne conseguem mais alto gritar. E não tenham medo. Pois nenhum escuro esconderá a verdade, nenhuma boca se calará perante a sinceridade, ninguém optará por vontade de querer passar por cima do que é certo. Agindo errado chegamos em lugares que não estamos acostumados e aventuras novas sempre me excitam. O perigo ainda me excita. E meu tesão anda alto...
Sempre me responsabilizei pela dor alheia, mas não será dessa vez que terei tempo de amparar qualquer gota de lágrima que tenha caído no rosto próximo. Sinto informar, mas estarei ocupado chupando línguas. E línguas conhecidas, talvez o próprio motivo da queda da tal lágrima sorrateira. Mas como disse antes, estou tomado pelo poder de uma fraca carne que nunca teve força como a de vontade que tanto quis ter em minha vida.
Espero o que está por vir, tranqüilo e calmo, bebendo meu café quente, imaginando as possibilidades, sempre querendo mais. A quantidade me atrai, tanto quanto sua marca de biquine. Ela vai me levar a locais que tanto quero conhecer. Mas só hei de entrar com permissão, aviso de antemão pra não causar crise.
Tracei o destino e não farei curvas em meu caminho.
Digam a todos que estou de volta.
Digam a todos que seu presidente voltou.
P.V. 16:18 05/03/09

Um dia ele chega lá

Estão curtindo um silêncio que não quer mais se calar. O que fazer? Indecisão.
Ainda não tem a malícia do saber que somente os únicos conseguiram desenvolver, mesmo com a avançada idade e aparente beleza. Talvez estivesse a esperar uma pizza. Ou talvez fosse uma palavra. Ninguém, a não ser o mesmo, pode dizer o que se passava durante o ócio eterno de um silêncio a dois. Situação realmente constrangedora, essa. Primeiros encontros são terríveis para a timidez.
Lembro dos meus tempos em que era um tímido e jovem garoto. Péssimos tempos aqueles...Mas como tudo passa, a vergonha também se foi e cá estou, todo prosa com minhas soltas palavras sempre disposto a encarar esses desafios terríveis que ainda fazem minhas pernas tremerem, só que por outro motivo. Até digo que sentia um certo prazer no que vivia antigamente, mas não nego que a atualidade me mostra bastante mais felicidade.
Sou safado por natureza e não posso mais negar esse meu intento. É de fato uma grande bagunça, o coração de alguém que já não consegue mais se entregar por completo e usa disso pra se dar bem nas saídas do amor. Uma saída de amor é muito importante como todos sabem. E se não sabem, eu vos digo.
Tudo que entra, necessariamente tem que sair. E no amor não poderia ser diferente. Sempre que adentramos em uma relação que envolve um tanto quanto de intimidade, o coração bate mais forte, o sentimento começa a mudar, rotinas são transformadas e dizem que estamos, então apaixonados. Estamos é verbo que se encontra no plural, coisa que não se aplica a minha primeira pessoa. Deixaria bater seu coração, enquanto apanha o meu? Claro que não. Também nem quero que aconteça o contrário, pois não é de minha feição machucar minhas meninas. Mas infelizmente eu me perco dentro delas e continuo lá por um tempo tal que chega a fazer mal em certos momentos. Nos momentos em que minha voz encontra-se distante e sem vida, quando minhas graças já não tem mais o intuito de fazer rir, quando os beijos já não mais apaixonam como antes, quando minha vontade é menor do que se esperaria, nesses momentos a dor toma conta de uma paixão que não deveria existir. E isso é triste, infelizmente.
Mas todos os grandes poderes continuam trazendo grandes responsabilidades. E eu, poderoso, assumo.
Se pudesse entraria na mente daquele jovem que em minha frente encontrava-se. Não por querer ser ele ou qualquer coisa parecida. Só pra que a menina pudesse desfrutar de um pouco mais de alegria, só pra que aquela linda jovem pudesse por um segundo sentir-se amada, por mais que fosse de uma forma falsa. Pois sabem todos que a falsidade já não faz mais parte do amor. E nem existe qualquer tristeza em tê-la ao lado. Pois se não sabem, eu vos digo. Enquanto o amor estiver sendo pregado, enquanto o amor estiver sendo sentido, enquanto o amor estiver sendo visto em um brilho de olhar, um beijo quente, um riso solto, tudo continuará lindo. E por baixo de todo aquele pano, nada é mais forte do que o que lá se encontra. Não consigo enxergar amor ali, mas vejo a felicidade plena de fazer alguém feliz. Isso é lindo e me deixa satisfeito. Goze ela, e não eu. Gozemos ambos e dá-se a perfeição.
O amigo continuou lá calado, sem ter como chegar a lugar algum. Pois sentado estava, sentado permaneceu. Até que algo pôde trazer à tona uma nova aventura que, enfim, colocaria uma alegria naquela mesa. Chegou a pizza. E a pizza parecia deliciosa, dada a fome que eu sentia no momento. Mas o importante não é o alimento que se encontrava, e sim o ócio que levitava. Foi lindo, uma emoção muito grande. Algo que talvez jamais irá se repetir. Senti orgulho do tal rapaz. Vi ali uma esperança de paz que poderia dominar seu ser pra sempre. Ele foi incisivo com sua fina voz quando encarou os olhos claros da menina que bocejava quando viu movimento em sua frente pela primeira vez. Disse ele:
“Me passa o Ketchup?”
E eu subi pra minha aula.
P.V. 20:28 03/03/09