terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A carga roubada

Olha meu senhor, devo ser sincero, devo dizer-lhe sem mais delongas que esse carro deve parar, e parado deverá ficar até que eu, autoridade da lei federal, regido pelo santo nome de Lula, meu papai, possa analisar, investigar da melhor forma para a boa trama da continuidade de calma vida da sociedade, o interior desse automóvel.
Vejo aqui dentro do seu carro que transporta mulheres.
E vejo que são mulheres de diferentes tamanhos, diferentes cores e raças, diferentes credos e intenções, algumas bem vestidas outras em maltrapilhos.
Pergunto-me nesse momento, indago a mim mesmo por que será que homem de tanta inclinação social como tu aparentas ser, vai carregando dentro de seu carro particular uma carga tão valiosa assim sem que tenhas em seu encalço uma segurança mínima necessária ao prejuízo que terias se assaltado fosses.
Gaguejas, homem?
Fale direito!
Não sabes responder, não é...
Pois bem, tudo isso é muito estranho, tudo isso é muito suspeito ao meu faro perfeito e maravilhoso de policial das rodovias federais desse meu Brasil,por mais que tenha sido nomeado ainda ontem à funcionário federal, mais especificamente da União, de um hospital carioca administrado pelo ministério da saúde; mas tudo bem, era só a imaginação fértil de uma louca que me pôs a escrever nesse calor. Continuemos a investigação.
Óh.. um momento, um momento.
Toca meu celular dentro do meu bolso, fique aí, não se mova enquanto eu dialogo com essa pessoa que quer falar-me algo de extrema importância.
__ Sim, diga querido Allanzinho, como vai? E a família, tudo certo? As mulheres, os amores, as traições... Uma emergência!? Sim... entendo, entendo. Obrigado. Adeus. Até a próxima micareta. Abraços.
Maldito sejas, homem de Deus ou do Diabo! Tu traficas mulheres e ainda por cima roubaste do caminhão UCMlístico de meu irmão Allanzinho, justamente no momento em que ele, numa santa vocação para a pederastia, adentrava em um mundo repleto de orgias, logo no instante em que ele ia ser o maior fornecedor de carne para a festa e tu, miserável infame, levaste todas as suas fêmeas para libertá-las, quem sabe levá-las para a Igreja, ovelhas desgarradas sendo agarradas mais uma vez por um pastor de meia tigela gritando salmos e palavras sagradas, cretino...
Estás preso em nome da lei exercida por mim e dedicada pelo meu paizinho Lula que tem sido muito bom para comigo cedendo vagas no funcionalismo público e pagando os honorários de minha graduação.
Deita no chão e beija o asfalto para que eu possa algemar-te e levar-te para a delegacia mais próxima enquanto devolvo essas beldades para meu amigo Allanzinho, de onde nunca deveriam ter saído. Mas não sem antes aproveitar um pouco de tudo o que elas podem fazer...
Ninguém é de ferro, muito menos os homens da lei desse país.

E podem bater palmas. Se não quiserem, podem dar tapas no rosto da pessoa ao lado que o barulho é o mesmo.

Obrigado pela atenção.
P.V. 17:41 23/02/10

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Minha preta

A não ser que isso seja um problema pra você, quero unir minha carne com a tua mais uma vez.
Não há mais espaço pra que outros prazeres tomem conta do meu corpo, não há mais medo de me envolver com seus olhos que me sorriem em todos os momentos que estamos juntos, não há mais bocas para serem beijadas uma vez que o teu corpo me oferece bem mais do que um encontro de lábios, não há nada mais importante do lado de fora dessa sala a não ser ver seu corpo deitado, queimado de Sol, e sua beleza exagerada que se põe em frente a mim como um banquete do qual eu posso me servir conforme minha vontade quiser.
E se tu és assim comigo, também não farei questão de saber da veracidade de tuas palavras quando estás com outro homem. E nem sequer passa pela minha cabeça o interesse de imaginar-te com outro.
Só ao meu lado, mesmo distante de mim, quando se faz minha ou quando está nos braços de outro, minha intenção é te querer, seja em qualquer situação que estivermos, seja qual for o grau de responsabilidade que nos envolva naquele instante, tanto faz para mim perder ou não o emprego, tanto faz pra mim se vai faltar o leite em casa desde que se faça seu agora, na sua boca, ou fora dela...
Já sinto saudade de tudo que você representa, e se isso lhe parece como um exagero de sentimentalidade, perdoe minha falta de rigidez no coração, porém quando lhe digo, quando lhe grito minhas atitudes infantis para com aquelas que não chegam aos seus pés e tu me chamas ‘cretino’, sempre é a verdade sobre como consigo controlar minhas emoções e deixar rolar no rosto delas as lágrimas que rolariam no meu.
E com você não deveria ser diferente, uma vez que tu mesmo me dizes sobre essa minha vontade enorme de querer tua carne, de morder o que deveria ser acariciado, de só usar e depois pôr pra reciclar visando o próximo uso. Mas se enganas, minha preta...
Vai além do que tu poderias compreender e do que eu, com minha humilde, porém sensata razão, acredito.
E não me despeço, não dirigirei agora a última cena da nossa interpretação pois sei que ainda há muito para acontecer. Não costumo descartar as promessas incríveis que faço, justamente pela incredulidade enorme que elas mostram. Quando grito de leve no teu ouvindo dizendo que vou te levar embora desse lugar, que tu nunca mais precisarás trabalhar na vida, quando lhe falo que um anel irá adentrar no teu dedo e não precisarás nunca mais se preocupar com coisa alguma a não ser estar ao meu lado em qualquer parte desse mundo que eu queira visitar, não acreditas... e faz muito bem.
Mas como seria lindo se fosse mesmo verdade.
Não prometo nada parecido com isso a ninguém, porque ninguém me inspira tanto a querer fazer quaisquer tipo de coisas parecidas com isso. Mas é você, minha preta...
Algo parecido com perfeição está em você e me atrai tanto que meus olhos passaram a ser seus desde o momento primeiro que lhe vi, ou talvez do momento primeiro que lhe toquei...
Julgue como quiser as minhas intenções, se primeiras, se terceiras...
Já não faz muita diferença, uma vez que não acreditas muito no que digo.
O saldo positivo talvez seja que essa crônica vai ganhar um título.
P.V. 18:38 21/02/10

As palavras não são amigas

Amiga, se ame sempre ... você nunca vai precisar tanto de alguém quanto de si. As pessoas chegarão porque querem chegar e permanecerão porque gostam de estar. Então não se importe com os garotos ou amigos falsos que vão te "infernizar" e tirar teu sono, apenas veja, você tem eu de verdadeira... garotos, tem uma porrada e quando algum prestar você vai sentir mesmo!

Eu não queria, juro que não queria, estava calado em meu canto refletindo as verdades e as mentiras que estavam sendo jogadas em minha face por meio dessas mal escritas palavras em páginas eternas de pessoas alheias, quando me veio uma vontade enorme e maior do que minhas próprias razões me atirando contra as letras pra mostrar ao mundo uma coisa que não se pode mais esconder.
São cegas, estão cegas, é cega, está cega.
Mas eu nada tenho a ver com isso, na verdade, até fico feliz de saber da ignorância alheia, talvez de um provável e previsível sofrimento, conseqüência única e exclusiva dos erros cultivados nesse curto espaço de tempo.
Foi-se o amor, foi-se a paixão, foi-se qualquer coisa que podia, um dia, ter me tirado de casa pra colocar os pés na rua em busca de um último sorriso, quem sabe, de uma nova anedota dedicada aos meus ouvidos, uma palavra impensada, um beijo ou talvez nada.
Hoje em dia são só algumas palavras que ficam por aí pra lembrar todo o sentimento que sempre esteve escondido de nossas vistas. As amigas ficam lhe dizendo tantas e tantas só pra que diminua a dor no seu coração, só lhe dizem o que querem dizer; elas são ainda piores que aquela para quem dizem tantas besteiras.
Se soubessem de verdade como é simples amar, como é simples se envolver com uma pessoa sem escrúpulos, como é fácil dominar o sentimento e fazer dele somente mais uma passagem na vida, não ficariam perdendo seus respectivos tempos (muito inúteis, por sinal) escrevendo essas frases mal escritas com algumas frases até mesmo já decoradas por sua mente infértil amolando minha paciência que ainda se deixa levar por ler em algumas das tardes mais entediosas que o destino pode me oferecer.
O que fica, o que acontece, o que não se pode mais negar de forma alguma é que o mundo é redondo, e se quisermos que ele seja chato, ele será.
Não me incomodo com mais nada, simplesmente sofro por quem está sofrendo e não sabe o que fazer pra que a dor chegue ao fim.
O pior de tudo são as palavras que leio, as palavras de suporte que, infelizmente, se fazem tão absurdas e recheadas de hipocrisia que enojam minha vontade de continuar esrevendo.
Tudo é tão incrível que já não vou mais me importar com as lágrimas que descerem pelo seu rosto quando a vida disser aos meus ouvidos que tu tens que estar ao meu lado e eu mostrar argumentos suficientes para o contrário. Tudo que há e tudo que se faz é culpa única e exclusiva de algo chamado falta de experiência...
E falsas amizades que se acham verdadeiras...
P.V. 14:37 21/02/10

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Retalhos de cetim do meu carnaval - I

Serão palavras, pois, o que estará sendo escrito agora aqui nesse momento quando tudo ainda se faz bem fresco e arejado na minha mente, enquanto tudo ainda se faz meu e de mais ninguém. Mas não durará muito até que o conhecimento alheio tome conta do que antes era só de propriedade de minha pessoa. Pois o saudável tem saúde e deve ser espalhado...
Foi um homem, talvez de Deus, talvez do Diabo, que inventou a maior das festas da carne. Carnaval já lhe chamam para que não possamos esquecer do que se tratam esses quatro dias intensos que o ano nos reserva, geralmente no mês de fevereiro, o mais curto e lembrado. Pois afirmo mais uma vez, que talvez do céu, talvez do inferno, justamente pela antítese de idéias que se misturam durante as celebrações da libido onde passam andando ou correndo, meninas com roupas tão impecáveis que poderia, eu, olhar durante toda uma eternidade a procurar qualquer tipo de defeito e não obtiveria sucesso em tal empreitada, mas também saberão que é somente uma desculpa para que possa olhar cada vez mais com esses olhos de desejo que o dono do Céu ou do Inferno me deram. E também há a felicidade que é de Deus, há a putaria que é do Diabo; há o amor de verão que é de Deus, há o sexo do carnaval que é do Diabo; há as anjinhas que passam por mim que são de Deus, há as capetinhas que passam por mim que são do Diabo... Eles que briguem, que eu continuo por aqui admirando.
Pois então, uma vez que já foram alertados todos os senhores leitores a respeito dos caminhos diferentes que podemos ser levados enquanto fantasiosos egos falam em nossos ombros nos indicando os rumos a tomar, vamos logo adentrar no ínterim que mais interessa ao senhor da crônica que está sendo escrita.
Há, lá pelos lados inconfundíveis do vilarejo de Campo Grande, uma antiga festa do sentimento, onde os idosos são exaltados em sua mais plena forma, por serem quem são, por terem feito tudo que já fizeram, por um agradecimento mútuo, tanto deles para conosco, quanto de nós para com eles. A ala de geriatria de um hospital é das mais belas coisas que a falta de saúde pode proporcionar a um homem em formação, ou além dela. Pois deixo de lado todas essas informações despretensiosas e jogadas ao vento para alimentar a fome de quem sente vontade de comer palavras e parto logo para os interesses reais do que não se pode ficar calado e grita sem que as vozes saiam da boca.
Todos os senhores de idade que lá estão, somente lá estão com um intuito. Não queria explanar sobre esse fato justamente em rede mundial, mas sinto-me obrigado por mim mesmo a divulgar as verdades que acomentem a sociedade em geral e aqueles que me cercam também estão incluídos nesse grupo. Pois ficam lá, todos os velhinhos safados aguardando que o bloco comece a andar pois o público, fiel e devoto de todos os idosos sempre querendo vê-los participando do coreto, joga para o alto comprimidos azuis, pílulas do sexo, Maradonas do Amor, fazendo com que os idosos deixem de lado suas respectivas bengalas, e pulem desvairados em busca dos tão queridos remédios salvadores da velhice, as próteses dentárias rolando pelo chão, a briga sadia pelo azul mais forte com o senhor do lado, intensos como aquela primeira corrida maior do espermatozóides a fecundar o óvulo são os velhos safados do bloco da Geriatria a catar do chão tantos comprimidos quanto suas mãos trêmulas possam carregar. E o bloco vai andando...

Retalhos de cetim do meu carnaval - II

E eu que nada tenho a ver com isso, ia me chegando devagar, sem pressa de correr, medindo meus passos curtos rumo ao local do sentimento antigo. A máquina trabalhadora de nossa cidade carioca ia voltando pra casa descendo a ladeira do amor enquanto eu ia subindo em busca da 'paixão primeira' que faz um homem nascer, crescer e morrer satisfeito. O fluxo não me via, o fluxo ia contra mim, o fluxo desvia de minhas intenções pois sabiam todos que eu fazia parte de uma nova geração onde o amor é a única coisa que interessa, ainda mais em tempos de Carnaval como este que vamos passando. E se passa, o bloco também há de passar...
E por mencionar o fato dos trabalhadores, ali por meados da caminhada, justamente quando já me aproximava com mais força do som que vinha do fundo da montanha deitada aos pés do vale de Campo Grande, apareceram-me algumas senhoritas de duvidosa índole, com roupas minúsculas, portadoras de prováveis doenças venéreas e coisas do tipo, a abordar outros trabalhadores dentro de carros que, por vezes, de fato, paravam para escutar o que tinham a lhes dizer, as tais meninas. Pois que eu ia andando, observando e cantando, quando me surge essa coisinha...:
“E não vá por aí, ó rapaz da blusa preta das falsas trevas, da calça cinza dos meus olhos quando te enxergam e dos chinelos brancos como o véu que cairá sobre meu rosto quando nos unirmos em matrimônio. Vá por aqui, adentre aqui em meu humilde local destinado ao amor momentâneo em troca de míseros trocados, talvez para que eu alimente, honestamente, meus filhos; talvez para que eu me drogue e bote um fim na minha vida dedicada a prostituição, sem sombra de dúvida para a dor que sempre me acometeu como também para um certo prazer que sempre senti. Vá por aqui, venha por aqui, deixe que eu te indique o caminho do meu bloco. Não se acanhe, não se amedronte, me dê sua mão caso ela fraqueje... sou tua essa noite e só vou cobrar 10 conto pra fazer boquete, dar o cú e buceta... e aí, topa?”
Surpreendi-me... surpreendi-me...
Um adendo em vazio é dedicado às palavras sensatas da culta puta que me abordara.
Pois então adientemos o passo para que a festa tenha logo seu início, mas não sem antes mencionar o fato das meninas poderosas que estavam lá comigo admirando meu andar, minha capacidade de articular frases jamais ditas com tanta graça que lhes fazem saltitar como lebres loucas, ou quem sabe como gazelas famintas, talvez como piriquitas doentes...

Ok... uma lebre, uma gazela e uma piriquita...
Talvez não se lembrasse, talvez não quisera se lembrar. Até admito que a segunda opção se enquadre mais no reflexo do rosto daquele rapaz tão humilde e intenso para com seus clientes, perdido em uma esquina da festa, largado com seu querido carro recheado de líquidos que dão a alegria. Lembrar do rosto de Leila e seus olhos azuis esverdeados poderia ser para ele uma das maiores dores que um homem pode sentir em vida, e até mesmo em morte. Pois quando o amor toma conta da pessoa não há nada que o faça acabar a não ser uma ponte bem alta ou um tiro certeiro. O senhor camelô, vendedor de cervejas e vinhos, me disse que não se lembrava muito bem de nossas feições, mas logo após o dinheiro do produto estar em suas mãos, fez total questão de tratar-nos como antigos amigos, que éramos mesmo.
E apaixonou-se mais uma vez, mesmo sem lembrar da primeira. Essa Leila apaixona, faz esquecer, apaixona de novo. E ponho em questão a tese famosa que costumam divulgar pelos quatro cantos do mundo de que um mesmo raio não há de cair num só lugar duas vezes. Pois digo aqui nesse momento que no ano que vem, se adentrarmos mais uma vez no tal bloco, com a permissão de Deus, tenho certeza que mais uma paixão fulminante tomará conta do corpo daquele humilde vendedor de cervejas quentes...
Foi-se o autor de tais palavras embora, deixando a saudade de mais um ano no local prometendo estar lá em outras ocasiões sem cura de saber em quais estados de caráter, de espírito, de mente...
Pois o dia era somente o que estava por nascer uma vez que a madrugada dava sinais de adentrar em minha vida naquela sexta feira abençoada pelos deuses da felicidade. Era momento de acalentar meu corpo no leito do descanso, nos braços mórbidos de Morfeu pra que as Luas seguintes pudessem dar-me a glória necessária a todo homem que busca a aventura do desconhecido.

Retalhos de cetim do meu carnaval - III

E se era somente um desfile de algo que já faz muitas décadas de idade, se arrastam multidões que já passam das casas dos milhões, se a cidade inteira fica estática observando passar aquilo que esperam o ano inteiro, se a vida derradeira de um homem se resume ao que acontece em alguns instantes de barulho, se tudo o que já foi dito e escrito sobre o que acontece fica eternizado nos alfarrábios dos confins da história, se o mundo admira, se as pessoas admiram, se todos pulam enlouquecidos atrás de um trio elétrico gigante suficiente para fazer o som chegar ao mais distante ouvido da larga avenida, se tudo é muito naquele lugar e os homens misturam-se com as mulheres almejando algum tipo de relacionamento intenso de Carnaval, e conseguem êxito ou não, se tudo isso é tão importante pra tantas pessoas, minha felicidade foi só poder olhar o sorriso de Durique mais uma vez... e o bloco ia passando...
Se Deus, sempre intenso em suas surpresas, confeccionou, em sua fábrica de perfeições, algo melhor que Durique, espero que Ele mantenha lá guardado para todo o sempre. Deve ter em mente a saúde de meu coração cada dia mais fraco para com belezas exageradas e olhares sem destino, e sorrisos perdidos, e corpos que evoluem tão depressa que minha libido não consegue mais acompanhar.
Não há nada para se esconder quando tudo que existe é a verdade de uma ilusão sadia para o sentimento crescer forte e vigoroso no futuro exato de quando a sinceridade de um amor brotará do chão ou do peito mostrando aos olhos alheios algo tão grande que jamais puderam ver. E quando enxergarem, eu poderei largar tudo o que me estiver cercando, poderei abandonar qualquer sensação de amor que esteja tomando conta de mim na ocasião, qualquer laço, qualquer coisa mesmo, pra adentrar nesse circo louco de selvagerias e realizar quaisquer pedidos que a dona da lona tenha.
Durique, dona do circo, e seu bloco de sentimento foi passando e eu não vi Bolas Pretas algumas no caminho que percorremos lado a lado. Também não faria questão de ver...
Os olhos, tanto o esquerdo quanto o direito, só tinham idéias fixas (e sempre quero livrar-me das idéias fixas) de admirar o Carnaval unificado que ia desfilando ao meu lado. Perdiam-se por lá também, uns outros homens tão idiotas quanto eu, que cegavam-se, emudavam-se, rendiam homenagens mil ao sentirem-se atraídos pela magnitude da beleza de Durique ao passar soberana com seu andar de rainha no meio da multidão.
Os vestígios de vida amorosa ainda restam em meu coração, por isso perco meu tempo catando letras em homenagem à mais linda mulher que já esteve ao meu lado. E não me sinto triste por isso. Há de ser feito um apelo nacional, por mais que as mulheres leitoras que estiverem nesse momento conferindo meu conteúdo de carnaval não concordem com tal explanação, de se elevar ao cargo simples de Rainha do Cordão, a Bela Durique no alto de seus poucos anos, ainda desconhecidos por mim. Há de ser colocada no mais alto degrau da fama, admirada pelos milhões de foliões sedentos pela carne da festa, há de ser elevada ao local de onde jamais deveria sair a não ser para correr lindos e verdes campos ao meu lado, quem sabe com o som nervoso da banda que tocava lá naquele lugar que estávamos, lugar que eu estava como fosse uma simples desculpa para que pudesse vê-la outra vez depois de muito tempo longe...
Mas amor de carnaval só dura enquanto há carnaval. Meu coração nunca será dela, tinha em mente outros compromissos menos melosos e românticos do que minha imaginação, até mesmo porque esse é o intuito da celebração que dura apenas quatro dias no ano... parti, sem olhar pra trás, sem nomes no coração, sem dores nem tristezas, mas não sem antes me despedir daquela que inspira minhas melhores palavras, talvez as mais
sinceras...

Retalhos de cetim do meu carnaval - IV

Andei de encontro à Lua, sempre solícita em meu caminho, sempre atendendo meus pedidos mais desinteressantes ao seu sentimento, sempre sofrendo sem que eu veja, a não ser nas oportunidades em que caíam sobre mim algumas de suas lágrimas de prata... não queria mais nenhum tipo de dor no seu coração, porém a fraqueza de uma possível solidão me fez buscar aquilo que há muito se fazia ausente dentro e fora de mim. Corri, parei de andar, só pra ver se chegava mais rápido. E cheguei...
Não há nada do que reclamar quando a situação está do seu lado, quando as palavras inspiradas saltam de sua boca em direção ao ouvido mais próximo, quando as vontades alheias se espelham nas suas e a vida mostra que só no Carnaval esse tipo de coisa pode acontecer. Uma casa recheada de pessoas desconhecidas é somente uma casa recheada de pessoas desconhecidas. A não ser que, em algum momento da crônica, se mencione o fato de que uma certa pele morena queimada de Sol cruze os caminhos de um andarilho em busca da próxima aventura.
Foi-se o tempo em que o sentimento da carne tomava conta do meu corpo não me deixando ser levado por amores antigos e nostálgicos. Hoje em dia estou tão fraco para a força que me pego entre bocas antes mesmo das palavras serem ditas, justamente quando as palavras estão sendo ditas, até depois que quaisquer palavras são ditas. Tudo corre, tudo anda, a vida passa e a música fica cada vez mais alta... justamente pra que num segundo após ela fique mais baixa e obrigue aqueles que me cercavam a partir rumo aos seus outros destinos, da mesma maneira que eu cheguei até ali e fazia daquela localidade só mais uma de minhas paradas, como um marinheiro que deixa um amor em cada porto...
Não me demoro em despedidas, não tenho esse interesse de querer cultivar sentimentos que possam não nascer, não faço questão de deixar muita saudade em quem me quer bem, mas dessa vez não pude deixar de realizar atos incomuns às minhas intenções.
Não vou mais medindo forças ao que me é jogado, ainda mais em tempos tão lindos de Carnaval. Aceito tudo com esse meu sorriso no rosto. Se a noite quer acabar, não ficarei triste com o Sol nascendo no fundo do mar. Se já cansou de beijar-me na boca e decide, a partir de agora, conhecer outras partes de meu corpo com a língua, também não vou me opor. Estamos na festa da carne, deixe que tudo aconteça sem medo de acabar... e quando acabar deixe que todos saibam do que foi feito e do que não aconteceu, envolva meu nome, grite minhas ações, lembre de todos os movimentos, eternize minha vida em ouvidos alheios. Tô aqui é pra isso...
Verdade mesmo é que minha intenção maior dizia que eu deveria dormir abraçado à areia do mar beijando de leve as estrelas do céu, talvez provocando um ciúme previsível na Mãe Lua, mas, infelizmente, não foi dessa forma que sucedeu, contudo o sorriso no meu rosto não se ausentou, uma vez que soube por mim mesmo, que outras tantas oportunidades nasceriam pra que esse leito de amor pudesse ser atendido.
Mas um único local inebria de enjôos minha vontade e corri em direção ao próximo evento que me aguardava...
Uma manhã de Sol é um dia lindo que nasce e de luto pela madrugada que morrera. Mas minha intenção, mais uma vez, se fez diferente porque nem sequer acordei; já estava, e continuei de pé desde a última noite, intensa e inesquecível aos meus olhos, a minha boca, ao meu corpo, a tudo que ainda tento representar para mim mesmo fazendo crescer nessa que estiver mais próxima de mim, quem sabe o amor da minha vida, quem sabe o copo de cerveja.
Passei pela vida deixando alguns rastros de dor no coração alheio, mas não sem antes plantar diversas sementes de felicidade naquele mesmo antro de tristeza incontida. Sei que não tenho coragem de me arrepender de qualquer coisa da qual faça parte, sei que minhas atitudes não são medidas, nem saberia calcular as conseqüências de cada ato já praticado, mas com certeza a intenção deve ser considerada boa em todas as oportunidades que tive de me expor da forma mais gritante que um homem possa se expor. Foi por isso, e só por isso, que deixei me levar pelo sentimento e passei a cumprir promessas feitas da boca pra fora.
É um erro e não aconselho ninguém a fazer certas coisas que eu faço.
Cheguei lá só pra depois poder vir embora...
Mas o Carnaval ainda me guardava tantas alegrias...
Ano que vem, quem sabe.
P.V. 19:55 20/02/10

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ao que tudo indica

Ao que tudo indica demorei-me em demasia para admirar seus olhos à distância necessária a um beijo. Pode ser que sim e pode ser que não, mas já admito que não me levo pela tristeza, justamente pela sua alegria evidente em algumas dessas fotos que fazem verter lágrimas dos meus olhos, mas talvez não de dor e sim de felicidade por ti, ou pela ausência do sofrimento que te causo.
Ao que tudo indica és feliz e mereces todo o amor que um homem desse mundo plano e terreno pode lhe oferecer, bem mais do que eu, um dia, poderia lhe dar. Vai-se, por aí, pelos caminhos que o coração lhe indica, pois esses são mesmo os melhores caminhos a seguir e ainda mais a dois, de mãos dadas, correndo, quem sabe, por que não? Vai-se, por aqui, esvaindo minhas esperanças afundadas em naufrágio terrível depois de muito aguardar e deixar-me levar pela certeza de um momento que estaria próximo de chegar, mas jamais chegara.
Ao que tudo indica minha certeza perdeu-se no mundo de outras certezas que também achava ter e agora posso pensar duas vezes antes de sair da porta pra fora em busca de aventuras tais quais as que conseguiria ao seu lado se tivesse partido mais cedo de casa ao seu encontro, antes que esse que te abraça e te diz palavras sutis aos ouvidos. Há de ser a melhor das coisas que poderia acontecer ao seu peito acalentador de palavras erradas, e outras certas, sempre na medida perfeita para fazer um homem cair aos seus pés como tu quiseste e deveria ter feito para comigo.
Ao que tudo indica és a maior beneficiada pela minha falta de decoro com seu sentimento que poderia ter nascido e assim, agora, parte rumo ao derradeiro, quem sabe, talvez até primeiro, amor que sua juventude pôde lhe proporcionar. Pode ir com sua fé, sua inteligência apurada, seu amor verdadeiro e o futuro promissor que sempre foi característica básica de tudo que representas em mim.
Ao que tudo indica parece mesmo que eu sentarei na primeira fila do seu momento maior de felicidade, quando andares, quando passares por mim, mortal perdedor, com seu vestido branco, impecável, nuvens que passeiam dentro de uma igreja até um altar, pleno e satisfeito de lhe receber, a mão que passa agora de seu pai para um outro homem. Só posso lhe felicitar, uma vez que não seria boa idéia levantar-me e opor-me a sua união quando falasse mais alta a voz do padre indagando aos presentes se algum deles tinha algo contra esse matrimônio, seu matrimônio.
Ao que tudo indica, permanecerão somente as palavras e quem sabe a sua passagem rápida pela minha vida mesmo sem antes do nada, termos construído alguma coisa. Sei que nos sonhos estará presente fazendo tudo que sempre imaginei, tomara que só; assim, e somente assim, eu poderei fazer tudo aquilo que sempre quis e não tive oportunidade antes que tu foste de encontro aos braços de outro, diferente de mim, quem sabe melhor que eu, distante de mim.
Ao que tudo indica, tudo isso não indica muita coisa...
P.V. 19:37 18/02/10

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Decretando fins

Falaram por aí sobre algumas inverdades e toda essa falta de sinceridade chegou aos meus ouvidos porque ainda não estou tão surdo. Concordo com tudo e seria capaz de acrescentar muito mais.
Em todas as situações que ainda não foram citadas, as palavras certas foram usadas de uma forma intensa pra que os objetivos fossem alcançados e, de fato, foram. Mas se são mentiras que saem de minha boca só pra terminar bem uma frase dita, não há problema nenhum nisso. Se eu grito sobre o sofrimento alheio me escondendo atrás de uma desculpa que já se faz do conhecimento social, também não há qualquer problema nisso.
É que ela já tem um conhecimento amplo sobre possíveis pensamentos que partam de mim e fica jogando com minhas palavras sempre que pode só pra me provar que é mais esperta que eu... mas não é.
Antes de dormir só penso no que quero pensar e seu rosto não estampa mais a imagem que pinto. Te ver não é mais tão bacana quanto o ano passado e quando nosso amor acabar a gente vai pensar que ele nunca existiu. É isso e muito mais que a música canta pois sei que seria capaz de acrescentar outras coisas.
E se preocupa com os “homens da sua vida” onde, infelizmente, deve incluir minha pessoa. Quanta audácia...! misturar-me num meio poligâmico do qual não pedi para entrar e ainda agir de forma ignorante esperando um se afastar, para atacar o próximo. Até a admiro por tentar se igualar a mim, mas que pena, não conseguirá jamais...
Freio minhas atitudes de bondade e uma possível dedicação quando me deparo com toda essa falta de inteligência, com toda essa burrice excessiva, toda essa ausência de falso amor. Parece que corre da verdade por temer o pior e o pior é inevitável em ambas as mentes, tanto na minha quanto na dela.
Esse jogo todo é enjoativo e chato. Irrita minhas intenções, intensifica minhas tristezas e convicções de um tratamento do qual sempre lutei por evitar quando se trata de sentimento. Mas se assim quer, assim será.
Não há mais nada que possa ser feito a não ser alguns pequenos encontros no meio do muro do destino até que tomemos de vez rumos incertos e totalmente diferentes em nossas vidas, mas não que esteja já marcado aqui um ponto final eterno. Tudo que se faz tem um motivo e não queria ficar lembrado como aquele que disse uma coisa um dia e logo depois mudou de idéia, já que isso não faz parte do homem que sou e as teses que costumo apresentar.
Deixemos que o mundo continue girando e dando tratos ao que existe sem cura de saber por quais caminhos andarão os vossos pés que um dia pisaram o mesmo chão que eu numa caminhada conjunta para o tal destino comum.
Ficará a saudade e uma ponta de sentimento que sempre abençoou nossa união, mas nada disso pode fazer voltar o que um dia foi escrito nas estrelas e nem a força de uma vontade é maior do que a intenção de se querer ser feliz sem que a tristeza chegue e tome conta do que há e do que não há.
É assim que tem que ser, portanto vá lá sem olhar pra trás, vá sem parar nem pensar duas vezes. Talvez pudesse ver uma lágrima rolando pelos meus olhos se virasse a visão para mim mais uma vez, e isso não é o que gostaria que visse nesse momento...
P.V. 19:12 08/02/10

Cartilha para as meninas

O problema de algumas das mulheres desse nosso tempo tão moderno será aqui discutido pois já não posso mais explanar meus sentimentos e vontades ao mundo, uma vez que me apedrejam violentamente com indagações sobre o comportamento estranho que estou tendo, quando justamente me ponho a tentar ajudar a consertar um erro que se repete.
Há o que há e há o que se escondeu. Nelas tudo há e nada se esconde. E o motivo não é uma falta de vontade de se esconder; é pura e simplesmente falta de capacidade de conseguir não demonstrar um sentimento que lhes é característico, e o pior: tentar esconder a falta de capacidade de tentar esconder. Foi complexo, não adentrará nas mentes femininas, mas leiam outra vez e verão um espelho mostrando os vossos reflexos terríveis.
Também não seria capaz de dizer aqui nesse adendo que essa função se adequa a todas as mulheres existentes pois toda unanimidade é burra. Mas há de se salientar que, por uma outra saída, a burrice, nesses casos, pode ser unânime.
Foi-se o tempo
em que poderia se igualar os gêneros, tanto a ingenuidade do homem quanto da mulher, porém a mulher parou na inércia e o macho dominante continuou seu rumo em direção à evolução na arte da conquista e tudo mais que envolve paixões momentâneas.
Talvez seja uma vontade oculta de quererem passar a falsa imagem de tudo isso que venho falando, mas acredito que não. É muita coisa pra ser feita ao mesmo tempo sem que haja veracidade em tudo. Torna chato o intento...
Deveriam crer mais em tudo o que não é dito, deveriam fingir mais o que deve estar por dentro, deveriam abandonar e dar o desdém, por mais que este se fizesse falso, em algum momento o exagero mostraria uma ponta de possível verdade, deveriam esquecer as exigência entediantes que maltratam o relacionamento que nem sequer teve início, deveriam fazer o que não se pede, não fazer o que se pede, pedir o que não se deve fazer, e umas outras tantas combinações que os dois verbos são capazes, deveriam andar com uma cartilha de homens nos bolsos pra que, em cada ocasião onde o ócio tomasse conta de suas cabeças, pudessem ler e aprender a agir em quaisquer situações que estivessem, deveriam ter mais atitude, menos rancor, mais jogos de sentimento, serem mais difíceis, deveriam nos dar a felicidade de nos deixar sozinhos pra que a saudade adentrasse em nossos corações batendo de leve na porta do amor sem que acordasse o sentimento e invadisse com força e garra o sonho que estivesse sonhando, deveriam saber de coisas das quais não sabemos pra que nos contassem enquanto estivéssemos sem assunto, deveriam ter mais assunto, deveriam tantas coisas e deveriam dever nada, deveriam, quem sabe, subir em bancos de praças públicas a fazerem graças pra que pudéssemos rir e lembrar disso quando botássemos nossas cabeças no travesseiro pra dormir de noite, deveriam mentir com mais constância, com menos intensidade, sem que isso prejudicasse o relacionamento, deveriam não estar em casa quando ligássemos, não deveriam nos ligar pra dizer qualquer coisa sem sentido, deveriam vir de fábrica dessa forma pra que eu não precisasse perder um tempo da minha valiosa tarde ensinando como agir...
Agora que já está tudo claro e acertado, nada mais pode culpar a falta de sentimento dentro de mim.
E que me apaixonem, então.
P.V. 16:15 10/02/10

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um erro da natureza

Um dia, uma lagarta olhou para o alto e viu várias aves coloridas e lindas; olhou para o rio e viu também muito peixes coloridos; e se perguntou porque nascera assim tão feiosa e peluda? E se trancou em um casulo, o tempo passou e o casulo se rompeu. Quando a antiga lagarta se olhou e se viu transformada em uma linda borboleta ela pôde compreender que tudo tem seu tempo determinado...“AQUELE QUE COMEÇOU A BOA OBRA, É FIEL PARA COMPLETÁ-LA”
Mas nasceram uns senhores, que já contam aos milhões, num lugar não muito distante daqui e também resolveram agir como agiu a tal lagarta que o anúncio diz para iludir alguns dos crentes em quaisquer coisas que sejam.
Nasceram e olharam em volta para certificarem-se do lugar que estavam e viram que todos eram iguais. Tudo bem, e ficaram até mesmo satisfeitos por não sentirem-se tão mal. Foram vivendo suas respectivas vidas de uma forma tal que trouxesse alegria para todos mesmo com a incrível pobreza em que estavam situados. Mas ligaram as televisões e viram pessoas tão brancas e altas, com seus respectivos corpos chegando a lugares que eles jamais alcançariam, com cores tão pálidas que até mesmo doíam seus olhos mirrados e sem brilho.
Viram também crianças tão felizes correndo de lados para lados carregando brinquedos que eles jamais nem imaginavam que existissem e coisas tão interessantes que nem mesmo os nomes eles poderiam dizer pra que fosse, talvez, um pedido para algum deus, ou qualquer coisa em que pudessem vir a acreditar.
E viram também tanta comida nos pratos e tanta fartura. E viram também o desperdício evidente depois de todo aquele banquete que deixaram cair algumas lágrimas de dor por saber que tudo era assim tão terrível.
E viram lugares lindos, viram pessoas felizes, viram tecnologia.
E se viraram para o céu, ou para o chão e se perguntaram porque nasceram assim tão infelizes e pobres, tão miseráveis e famintos, tão sofridos?
Quando o haitiano olhou mais uma vez, viu a terra tremer e tudo cair como fosse o fim dos dias, viu as pessoas morrendo e pedindo ajuda, viu sangue, viu muita poeira levantada pelos prédios e velhas casas que já estavam agora deitadas ao chão sepultando para sempre os seus entes queridos, viu mais dor, viu mais fome, viu mais tristeza.
Viu tudo que já via antes multiplicado em números que eles não conhecem, viu o ódio, a raiva, viu algum tipo de ajuda de fora, porém inundada de interesses, viu o que jamais queria ver para nenhum povo nesse mundo terrível.
O haitiano ainda não consegue entender tanta desgraça e junta os restos do que sobrou para dar sequência à obra.
Dar sequência à obra de sua casa, de sua vida, de seu país.
P.V. 21:09 06/02/10

As rosas não falam

E veria se tivesse olhos maiores, quem sabe olhos mais bem abertos para o amor que me cerca nesses últimos espasmos de vida restantes. Saberia então, que as rosas, de fato, não falam. Malditas e lindas, somente exalam um provável odor que de ti escorre.
Mas também já não me ponho em punhos cerrados a discutir com tais espécies da flora buscando, quem sabe, um auxílio para a dor pungente que me dilacera o peito assim que tive a noção exata do que é ser deixado de lado.
Fui lá com minha imortal esperança agarrada aos fundo daquela caixa só pra conferir a veracidade de uma certeza do pranto que ainda molha com tanta força meus olhos. Não é pelo fim do verão, não é por você, não é por mim, é por tudo, talvez sejam pelas rosas, talvez seja porque ainda não tinha falado nas rosas.
Voltei ao jardim pois precisava desabafar tudo o que apertava meu peito, tudo que fazia de mim um eterno escravo da dor que é uma paixão sem retorno, desse luxo ou desse lixo que chama de sentimento a enterrar fundo no meu peito a raiz que nunca há de sair, e fui ao jardim pra isso. Mas que bobagem, pôr-me a queixar-me com as rosas, essas que não falam e apenas exalam um perfume que roubaram de ti. Já não há saída ao deixar que entre todo aquele odor maravilhoso em mim relembrando todas as nossas noites mentirosas, todas as nossas noites intensas e perfeitas abençoadas pelo brilho da Lua, mãe maior do sentimento meu e teu.
E sangram lágrimas grandes dos meus olhos mas, talvez, ao contrário do que canta o poeta, não te aconselharias a vir ver-me. Mas sonharia de uma forma delicada os meus sonhos, adentrando em tudo que te pertence, vivendo do mesmo jeito que eu o teu próprio sorriso, querendo as vontades que me fazem teu, o negro poeta que sempre foi pertencente da mais bela dama desse morro, ou quem sabe que seja de onde for, quem sabe se existes ou não, mas só por fazer cantar meu coração já se faz a mais querida.
Volto ao jardim mais uma vez, não me boto mais medo de lá voltar enquanto nesse momento já me indagam as próprias flores, aquelas que antes não falavam, aquelas mudas de planta que eram isentas de voz. Quero mais nenhum tipo de prosa com essas rosas deitadas no mar de falsidade a somente querer meu mal trazendo de volta aquele perfume esquecido de quem um dia já se fez dona do meu sentimento.
Se ela não quer voltar para mim não lamentarei o resto de meus dias perpetuando, numa canção, o nome de um amor que a vida me trouxe somente para que a tristeza tomasse conta de meu corpo. Parei por aqui com a cantoria de uma falsa alegria. Sei do meu sentimento sincero, sei da minha saudade, sei das dores mais uma vez e rejeito os nomes dos sentimentos somente por já tê-los sentido dentro de mim.
Mas que bobagem, as rosas estão falando e eu as escuto muito bem com seu perfume que inebria a minha vontade de querer ser dono da saudade, com essa minha falsa vontade de querer ser dono do meu destino e caio...!
As lágrimas rolam mais uma vez dos meus olhos e sinto-me aturdido pelo sentimento guerreiro e mais forte que eu, dentro de seus olhos fazendo-me cair de joelhos frente a tanta beleza que lhe é característica.
Vem passear comigo pelo jardim, venha ouvir o cantar triste das rosas, venha curtir do teu perfume que é o que mais se sente nesse lugar, venha sonhar dos meus sonhos e pôr fim em tudo que se fez triste.
P.V. 20:05 06/02/10

A privada entupida


“Entupiu, a privada entupiu. Aah Meu Deus...”
Não agüenta mais toda essa merda que vai caindo pela privada e sujando seus delicados pés, não agüenta mais o ar poluído de falsas idéias que adentram pela janela do seu quarto todas as noites desse verão intenso provocado pela falta de responsabilidade de todo mundo que você nem conhece, não agüenta mais as mentiras que lhe contam aos ouvidos com lágrimas sinceras nos olhos em cada dia que tu acordas cedo para encarar a vida dura e difícil que leva, não agüenta mais que palavras tais como essas lhe digam algumas verdades que, provavelmente, irão entrar por uma orelha e sair pela outra, só aumentando a falta do que fazer e a inutilidade de seu falso precioso tempo, não agüenta mais ouvir essas músicas interessantíssimas que tocam ao mesmo tempo em rádios diferentes e tu, ocupado com(o) sempre, não consegue acompanhar nem uma música sequer e fica lá largado escutando somente o patrão dizer coisas sem sentido ao seu ouvido, coisas que você já cansou de ouvir de outros patrões também sem noção nem nexo algum, não agüenta mais que discordem de ti, mesmo que argumentos não tenham e que estes, se tiverem, não sejam suficientes para mudar o pensamento que lhe é peculiar, não agüenta mais gastar seu dinheiro com coisas das quais nunca vai usar, com coisas que não lhe fazem bem, e só te trazem uma alegria temporária para que depois já venha a tristeza e tome conta do lugar almejando que tu te tornes mais uma merda que vaza da privada entupida e molhe o chão, quem sabe outros pés sensíveis?
Já se foi o tempo, e digo mais vez essa maldita falácia, em que era um luxo das pessoas poderem reclamar sobre quaisquer coisas que lhes fossem necessárias. A reclamação, desde que existe, é útil para a revolução da alma humana e da sociedade como um todo. Deve-se reclamar, deve-se querer que o mundo melhore; a impassividade e tudo que está estático não traz benefício algum para o povo e tudo continuará do mesmo jeito para sempre, e tudo não andará, não se moverá e que parem também os calendários, por que não?, uma vez que as horas num relógio serão somente mais um detalhe na vida diária do cidadão.
O problema vital de algumas pessoas é o comodismo, talvez seja o seu, talvez seja o meu. Provavelmente deve ser o meu e seu também, pois continuo aqui parado sem fazer o que poderia ser feito para melhorar minha vida; talvez nem melhorasse, mas daria continuidade ao que posso e não fazer.
É uma garrafa de cerveja pequena que me deixa estressado? Então bebo algumas e fico mais satisfeito.
O mundo não se mede por quantidades, o mundo desde que mundo é, é medido por considerações finais. O mundo somente é mundo depois que assim foi descrito e concluído; o mundo me pertence e vocês nem sabem, inocentes e bobos.
E a privada tá aqui toda entupida sujando meus pés com toda a merda da civilização atual, a privada entupiu e deixarei Deus fora disso pois não quero envolver a ação sagrada em prol de benefício meu nesse instante, por mais que isso seja uma contradição com relação a tudo que venho fazendo e pedindo.
Deixe que nossa sociedade limpe os próprios rabos e, quem sabe, tenham mais atenção em não jogar problemas na privada, pois um dia ela entope e tudo volta a inundar os seus corpos.
P.V. 19:46 06/02/10

Seu Jorge e o paralelo perdido

"Chorei... Seu Jorge e suas palavras sãs e alcoolizadas, e nós com nossas palavras insanas de aspecto normal... é onde o novo e o velho se cruzam, onde o sábio aprende e ensina ao aprendiz, onde o experiente e inexperiente adquirem conhecimentos, é onde os mais castigados pelo tempo recordam de experiências passadas e nos passam, para que nós, de menos idade, possamos entender, pensar e analisar a respeito de que tudo que um velho, bêbado, broxa que não tem vergonha de expressar a felicidade existente, mesmo com poucos dentes em sua boca, venha a dizer, pois pode ser que o seu passado possa ser um presente para o nosso futuro..."
Pois guarde para si, quem sabe para um outro evento de grande porte, suas sinceras lágrimas, querido vice presidente, detentor do segredo do sino sagrado ou qualquer outra coisa que me fuja à memória nesse instante em que transcrevo as palavras para o papel, leito perfeito de letras mal escritas.
Sabes da fama que carregas e tudo que cai de sua boca a adentrar no peito ou nos ouvidos de quem estiver disposto a ouvir-lhe e o efeito positivo que tudo pode levar à conseqüência. Pois então, assim disse o autor, grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Não tenha medo de escutar o que diz o povo e todas as interessantes dádivas que os ditados podem lhe oferecer.
E nesse momento, o que é dito somente pode ser descrito como uma tese de total filosofia de negro poeta rejeitado pela fraca socidade que não lhe conhece como deveria. Talvez os dentes que lhe caíram, talvez os mirrados olhos e rosto marcado pela idade, talvez fosse esse intenso mato branco no alto de sua cabeça misturado com um ponto de calvice, quem sabe o andar leve e devagar, sem pretensões algumas, o cancioneiro das belas melodias daquele tempo desconhecido por nossa juventude, talvez a amizade, talvez a inteligência, talvez tudo isso...
Fato concreto, mais que a areia e seu cimento, é que perderam-se nas palavras avulsas desse homem (enquanto ouvíamos atentos, o sorriso estampado em nossos rostos, um pingo de desconfiança e muita felicidade pelo momento) alguma força do destino que transformaria algo de ruim que pudesse vir a acontecer e tudo que é feito para mudar as situações. Tudo que saiu da mente, quem sabe até mesmo sem qualquer tipo de pensamento preparado, tudo de improviso até sem intenção de queimar em nossa mente as ironias e os paralelos descobertos, foi perfeitamente absorvido pra que pudesse ser descrito da melhor maneira.
Há de se levar a vida conforme queiram nossas intenções, há de se fugir quando o medo lhe grita, mas não por sentir-se covarde, mas sim para adquirir novas forças e voltar para enfrentar o que lhe faz abuso, há de se ter como noção básica a vitalidade de um querer num misto de vontades e desejos que trazem a imortalidade estampada num quadro pintado a mão por nós e mais ninguém, eternizado ao alto da mais bela parede, pendurado para todo o sempre enquanto, normais e anormais, passarão por lá e admirarão a obra realizada quando éramos ainda pertencentes desse mundo estranho.
Vai-se lá Seu Jorge e fiquemos por aqui considerando tudo que foi dito e o que ainda há de ser, pois a vida segue um rumo onde o fim é certo e imprevisível. Pois mais um dos quadros desse poeta negro foi pintado nesse momento e pendurarei em um local do qual muita gente poderá passar a reverenciar quando partir daqui para outro lugar a nos aguardar, paciente, com sua risada leve e palavras bem colocadas.
P.V. 20:40 06/02/10

A fila do amor vagabundo

E se alguém tiver o pensamento e intenção de ser a primeira desse tal dia que há de chegar, aconselho que chegue cedo ao recinto do amor, pois a paixão já começa a brotar de mim desde já, desde hoje que nem sei mesmo que dia é, mas que já vai mostrando as garras de uma violência prevista para aquele que promete ser o melhor dos eventos.
Pois diz Deus aos meus ouvidos, e confio Nele pois é o Cara, que devemos sim nos jogar de cabeça na felicidade, devemos sim adentrar nesse chão, nesse templo do amor, nesse portal da paixão excessiva, devemos, claro, ter em nossas mentes o poder do limite que é aquilo que mais circunda a visão do ‘brabo homem’ pois segura todas as más intenções e péssimas atitudes que pudessem vir a ser tomadas. Bem disse o Irmão Antônio, plagiando mais uma vez as palavras do livro sagrado. "Tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém..."
Se acaso me quiserem, sou desses homens que sempre dizem sim por uma noitada boa ou qualquer outra coisa que puderem oferecer. E também se não tiverem nada a me oferecer não sintam-se mal, pois estarei na glória, na santa paz de Deus, com todo o amor à flor de minha pele, de meu corpo, de minha boca e tudo mais o que necessitarem.
Claro que o dia do amor, o dia da festa da carne é o dia mais esperado desde que esse ano começou e minha vida se pôs somente a pensar no que eu faria, no que eu vestiria, em quais palavras usaria para que pudesse adentrar no ouvidos e na mente daquelas mulheres perfeitas que estarão lá me aguardando, pois a vida se resume somente a isso mesmo. À espera de um grande dia que vai entrar para a história de nossas curtas estadas pelo mundo.
E têm umas loucas querendo ser as primeiras como já foi citado aqui nesse nosso diálogo maravilhoso com as palavras minhas e minhas. Pois bem, dizem por aí que os portões do templo abrem em tal hora que já fora especificada por uma banca de especialistas do sentimento e fizeram até mesmo um levantamento de todas as felizes que me desejavam e a hora mais comum que costumam chegar lá no local.
E não chegaram à conclusão alguma o que pôs em dúvida a credibilidade dada a essa banca maldita que não me ajudou de forma nenhuma. Então vamos trabalhar como trabalha o funcionalismo público, essa dádiva terrível de nosso tempo, vamos trabalhar como o INSS, como o SUS, como todas essas merdas da vida. Quem chegar primeiro, leva...
E não quero brigas, não quero ninguém se estapeando e arrumando confusões por serem as primeiras a desfrutar do sabor magnífico da minha boca. Quero a paz eterna e o amor justo a quem merece. Mas fiquem tranqüilas pois saberei mentir muito bem assim que me perguntarem se foram as primeiras, saberei agradar a todas, afinal justamente esse é meu objetivo desde que me pus a trabalhar para Deus, alegrando a mente e vida de todas as que me amam.
Por falar em Deus, vamos logo adiantando os trabalhos e recebendo meu salário de sentimento pois o suor escorre de meu rosto a cada oportunidade em que adentro no sonho de alguma dessas meninas lindas que me querem.
O próximo dia está chegando e quando botarem os pés na terra sagrada do amor, saberão que o dono do recinto sou eu e mais ninguém. Pois respeitem minhas vontades e saberei respeitar as vossas virgindades.
P.V. 20:48 06/02/10

sábado, 6 de fevereiro de 2010

E foram dadas as cartas...

Mas sentaram-se na mesa e já iam logo percebendo, aqueles que tiveram a chance incrível de poder observar tal embate pós vida, que seria um duelo histórico jamais visto em toda a existência desses homens. Formaram-se as trevas no céu que cobria suas cabeças, uma branca, outra quase calva, como fosse o prenúncio de uma batalha infernal e terrível que só chegaria ao seu fim quando um dos oponentes abraçasse a morte de novo.
A vida de ambos sempre foi feita de desafios e grandes aventuras. Não havia de ser diferente depois de partir daquela para essa melhor.
Pois o primeiro comprimentou e o segundo respondeu:
__ Bom dia, Seu Oscar.
__ Bom dia se não chover, Seu Luís.
E foram dadas as cartas...
Há de se levar em conta todos os antecedentes que determinaram essa partida inesquecível. Não que seja somente a mente de um rapaz com nada para fazer e um pensamento de que deveria ser escrito esse duelo para que se eternizasse o instante, nem uma raiva entre ambos os oponentes para que se chegasse a uma conclusão sobre o melhor. Foi só um passeio de manhã num domingo desses do céu onde se esbarraram duas das celebridades do local e resolveram jogar uma partida inocente de buraco.
Por falar em buraco, já nem sabemos mais de qual forma se deu a escolha pela abertura ou fechadura da partida; sabemos sim que as cartas eram dadas e jogadas ao desdém, como blasfemassem no firmamento, como se burlassem as regras do jogo, num ritmo frenético de inteligência pura e desmedida.
Os leigos que olhavam de fora não tinham sequer noção do que estava acontecendo. Era uma sequência louca e intensa de cartas caindo na mesa, de jogos sendo arriados, de sorrisos falsos nos cantos das bocas dos oponentes como se quisessem intimidar e diminuir as esperanças de vitória do outro.
Os senhores, já com a idade avançada, por mais que não quisessem assumir, já urinando no pé, já com dificuldades para andar, problemas de visão... pareciam verdadeiros gladiadores sentados naquela mesa, guerreiros eternos donos de suas próprias e infinitas forças.
Disse Seu Oscar:
__ Ora Seu Luís, não há de ser nada se sua pessoa sofrer uma derrota para mim, já que tenho tanta experiência, já que vim dos longínquos fins do nordeste, já que sempre fui o mais brabo dos jogadores de baralho...
E respondeu Seu Luís Manoel:
__ Veja bem, meu filho, vá deixando de prosa e continue jogando pois o tempo passa e a vitória se aproxima das minhas mãos...
Mas os homens eram realmente imbatíveis. Todos ao redor ficavam com suas respectivas bocas abertas e os queixos caídos, surpresos com cada jogada realizada, cada pensamento perfeito e previsão de bote que poderia ser dado, tudo calculado metodicamente na cabeça de cada um desses senhores, reis do que faziam melhor.
Não há espaço para mais pormenores, não há mais do que dizer quando se trava a batalha dos séculos entre os dois homens mais intensos que aquele firmamento já pôde observar, entre os donos do local, assim chamados após chegar. Diz a lenda do céu que quando por lá chegou Seu Oscar, já lhe foi reservado um trono e seu único pedido foi que mandassem preparar outro em sua frente e uma mesa no meio, pois dentro em pouco já estaria subindo seu adversário maior, para que pudessem medir forças em nome do domínio total.
Pois chegou Seu Luís e disse que em cadeira mandada ele não sentava. Foi dono de tudo e respeitado por todos enquanto vivo; nada poderia mudar enquanto falecido. Com o revólver 38 na cintura, chegou dando ordens para que trouxessem um trono digno do malandro que sempre fora e que não se demorassem mais do que o tempo necessário a preparar uma bela batida de maracujá para comemorar essa nova fase que ia adentrando sem vontade de voltar atrás.
Agora já duelavam e como numa partida de pênaltis que só há gols, iam contando pontos, igualando placares e alimentando na cabeça dos espectadores que aquele jogo talvez nunca tivesse um fim onde somente um pudesse sair vencedor.
Dias se passarão, as Luas que iluminavam suas cartas subiam e desciam aos céus, encobriam-se pelas nuvens, deitavam-se com o Sol e mais outras vezes voltavam sem que os dois homens levantassem daquela mesa ou sequer tirassem os olhos da cartas que continuavam caindo com a velocidade supersônica.
Não temiam pela saúde, pois nada pior que a morte poderia acontecer. Só o cigarro de Seu Oscar e sua fumaça inebriante o alimentavam pra que a guerra pudesse ser alongada durante o tempo em que calculava chegar à vitória. Só a batida de maracujá, mexida à mão, de Seu Luís era necessário para que forças não lhe faltassem até que alcançasse o tão esperado êxito em sua empresa.
Já não se interessavam mais, os transeuntes, com os dois senhores sentados à mesa jogando, já não assistiam mais ao duelo intenso, passavam pelo local como se nada estivesse acontecendo, enquanto os jogadores travavam um verdadeiro embate mental a cada descida de cartas... Nem Deus quis entrar no assunto e dar fim ao que parecia ser maior que Ele.
Contam os donos do futuro e do destino que ainda estão por lá, Seu Oscar e Seu Luís, jogando como fosse a primeira cartada; e a mesa elevada ao supremo do céu já é vista como uma obra em movimento, uma estátua na falsa inércia, um ícone de persistência e teimosia que sempre foi característica dos dois maestros em toda a sua vida, conservados em forma de garra após a morte.
P.V. 18:44 06/02/10

Explanações a respeito do amor pela micareta

Mas, Paulo, você não enjoa dessa tal de Micareta?
Seria até mesmo uma afronta, um tipo de pergunta dessa logo nesse momento em que me ponho a saborear uma cerveja gelada, visto que o calor lá fora prova que os donos de botequins devem sim, investir mais em produtos derivados da cevada. Pois veja bem, querido, e não ache que a palavra ‘querido’ tem um tom denotador de ironia, pois estaria pensando de forma correta e não é isso que você deve pensar, ou o que eu queira que você pense. Aceite minhas explicações e só fale assim que minha boca se fechar ou que meus dedos pararem de martelar as teclas para, quem sabe, agarrar mais uma vez o copo amarelo e gelado. Respondendo: Não, não enjôo.
Me sinto abismado e interessado a saber os motivos de tal resposta eloqüente e sem fundamento...
Pois é justamente essa a diferença total entre minha pessoa e a sua, pois tu não te conformas com o que te oferecem e fica aí, bobo, se ajoalhando e implorando para que alheios formem sua vontade, pedinte maldito e sem honra. Pois se queres tu minha informação e explanação sobre o assunto que indagas, darei-te, mas não por forças tuas e sim por interesse próprio, uma vez que minha vida só é conhecida por mim a partir do momento em que os questionamentos começam a borbulhar em minha volta. Perdão... qual era sua pergunta?
Qual o motivo de não enjoar das micaretas?
Ahh, sim. Veja... não insisto em mim nem em ninguém, mas tenho um pequeno interesse em saber o que se esconde em cada uma das micaretas que ainda hão de acontecer, assim como tive muita curiosidade em saber o que ia acontecer em cada uma que já fui. Me deixaria levar pelo mar e suas águas ou então pelo calor do fogo e suas labaredas se soubesse que uma Micareta está acontecendo ao meu alcance e, ausente da mesma, estou. Saber que pessoas dançam ao som de uma música com blusas iguais e eu não faço parte dessa felicidade exagerada corrói os pensamentos que eu venha a ter, mata as minhas intenções de ter alegria, come e mastiga sem dó meu coração dedicado ao ritmo envolvente da Bahia. Queria que tu fosses comigo para explicar-lhe na prática o que minhas palavras não conseguem transmitir na teoria.
Começo a entender e analisando bem até poderia, quem sabe, acompanhá-lo mesmo em uma dessas suas excursões rumo ao mundo micareteiro.
Pois serias tu muito bem vindo, todos te abraçariam, muitas delas te beijariam nos lábios, tanto o inferior quanto o superior, algumas delas variando um pouco no inferior, outro pouco no superior, e te ofereceriam bebidas coloridas e inebriantes por preços irrisórios, te fotografariam e colocariam suas fotos de plena felicidade para que o mundo inteiro pudesse ver em páginas de sites muito acessados aqui nesse nosso país e em outros também, te colocariam uma blusa linda e bela que sempre cabe em todo mundo e em ti não seria diferente visto que tens um corpo atlético, tal qual o meu, te jogariam pro alto, te botariam pra dançar, um homem em cima de um palco diria que tu és a pessoa mais feliz do planeta por estar ali presente e tocaria várias músicas dançantes que deixariam seu corpo louco por querer requebrar até o chão e o melhor; lá pelas tantas da noite, Deus Pai Todo Poderoso despejaria sobre tua cabeça uma chuva abençoada de muita sorte e amor para que tu voltasses para casa ainda molhado com toda aquela dádiva que caía dos céus...

E quando olhei de novo pro espelho, meu reflexo não estava lá. Deixou um bilhete dizendo que foi procurar a micareta mais próxima para provar da alegria maior dessa nossa vida.

P.V. 20:18 04/02/10

O prazer maior

Existem prazeres que superam nossa capacidade de conseguir até mesmo pensar neles. Pois se não entendem, eu faço questão de explicar, uma vez que justamente essa é a missão que pratico nesse mundo terreno que piso sempre, desde vivo. Foi-se um tempo em que qualquer coisa nos deixava delirando de prazer ou então nos tornava escravos de uma mania incrível de repetir aquilo que bem nos fazia. Pois bem, a juventude, a adolescência, a criancice... abordemos, então.
Quando crianças, qualquer coisa interessante que acontecia nos dava uma alegria tão imensa que poderíamos morrer de tanto rir que nossos pais e amigos mais velhos também morreriam de rir com nossas risadas super gostosas e só a risada por si já seria um prazer imenso para nós e sempre que nada houvesse pra fazer, riríamos, como um vício que toma posse da pessoa, com o perdão do excesso de S.
Quando jovens, também tínhamos lá nossas manias que repetíamos sempre pois tudo que é bom deve ser feito em cada ocasião propícia para tal acontecimento. Se masturbação, por exemplo, era a melhor coisa que havia pra fazer, então em cada oportunidade que o banheiro estivesse vazio, adentraríamos nós, com ou sem material auxiliador de prazer mais imediato, e faríamos crescer um pouco mais de pelo em nossas respectivas mãos.
E quando adolescentes nada muda, pois contiamos fazendo aquilo que mais nos apetece, continuamos na putaria do dia a dia e a mania incrível de nos satisfazermos com o passa-tempo do momento. Adolescentes, quando éramos, fazíamos coisas muito estranhas e desinteressantes, tais como escutar músicas horríveis, vestir roupas estranhíssimas, mas que estão rolando na Malhação, gastar nosso pouco dinheiro com coisas tão supérfluas que o capital acabaria antes mesmo de conseguirmos soletrar a palavra ‘supérflua’. E discutir com os pais, que também não podemos deixar de lembrar.
Mas, caralho, falei tanto e nem sei porque, pois só queria adentrar num assunto mais sujo e interessante, porém fica aí então registrado, caso alguém, qualquer dia, tenha que fazer, seilá, um trabalho para a escola onde se procure informações a respeito das fases das vida e o que se faz em cada uma delas, já terá material disponível para copiar e colar, que é a base de nossa nova geração.
Então, resumindo mais uma vez a minha vontade de explanar o que tenho de melhor pra dizer, é que o prazer maior da vida, além de toda a putaria e pederastia e sexos loucos em elevadores, camas, praias, banheiros públicos ou em salas cirúrgicas (não me entendam mal), é beber uma cerveja e falar da vida, tanto nossa quanto alheia.
Pois essa alegria eu faço questão de dividir com o mundo, já que agora nesse momento vou eu aqui terminando de beber uma garrafa de cerveja, o que pra mim já basta para que escreva uma tonelada de inutilidades quando poderia na verdade estar somando alguma coisa interessante na minha vida ou, ou quem sabe arrecadando dinheiro para causas importantes, ou conquistando novas mulheres e afundando meu coração em dor pungente e eterna, talvez correndo e fazendo algum tipo de exercício para que minha saúde fosse bem melhor tratada, até mesmo, por que não, ajudando o pessoal do Green Peace a salvar algumas baleias encalhadas no norte da Antártida...
É... mas tudo isso me cansaria muito e o calor ta exagerado...
Melhor eu beber minha cerveja mesmo...
P.V. 20:40 04/02/10

O pensamento feminino

Foi-se um tempo em que minhas palavras inteiras, de cabo a rabo, eram dedicadas a uma só mulher e nada mais. Na verdade, em períodos diferentes da minha vida eu estive envolvido com mulheres diferentes, marcando plantões avulsos com outras só pra diferenciar um pouco o cardápio de alguém que, a partir de agora, está sendo considerado um tanto quanto ordinário.
Mas não me importo (mas quero saber) com pensamentos alheios e ficaria até mais satisfeito se tivessem essa noção clara e justa, assim como também muito fiel, do meu retrato social. Não haveria espaço para máscaras, nem fingimentos, nem falsidades, somente a ilusão retradada num reflexo digno de Picasso, ou qualquer outro pintor famoso que venha a vossas cabeças.
É justamente com o conhecimento do passado que o homem adquire motivos e forças pra que dê sequência a seu caminho rumo ao futuro. Não que seja um momento de revelar clichês e outras coisas desse tipo, mas eu vou me descobrindo cada vez mais quando vejo as coisas interessantes que já fiz num passado não muito distante.
Sei do amor, sei da paixão, já conheço algumas dores, evito a maioria desses sentimentos e continuo vivo, enquanto outras pessoas que se entregam de corpo e alma nessas loucuras estão por aí lamentando frutrações, colocando frases velhas em páginas iniciais de sites de relacionamentos, evitando novas amizades por temer um previsível ciúme de quem lhes acompanha, entre outras coisas...
Essas minhas estadias em casa me deixam muito pensativo para com os afazeres da vida e o que indagam os senhores do destino, que somos, na verdade, nós mesmos. Pronto, se já sei o que penso, pois é bem fácil de eu adivinhar, fico me questionando sobre o que passa pelas vossas cabeças, queridos leitores. Na verdade tento me iludir quando me refiro a leitores nessa maravilhosa forma do plural, como fossem tantos mesmo os que me lêem e admiram quaisquer palavras que pinguem de meus dedos. Mas o que será que pensam realmente todos, todo mundo, as pessoas que ainda vivem?
É interessantíssimo descobrir tudo isso, mas nos voltemos para o umbiguismo mais uma vez, devido ao pouco espaço de tempo que temos para assuntos tão vastos. Foi num desses pensamentos que me propus a querer entender mais do que minha mente pode e travei um desafio com minha própria pessoa disposto a ganhar de mim mesmo e, se perdesse, não faria muita diferença, visto que perder pra alguém como eu é bem normal.
Sigo meus momentos tentando decifrar o que pensam as mulheres com relação a coisas ligadas a mim. Qualquer palavra que eu lance, tento num milésimo de segundo adivinhar qual será a resposta delas, tento saber quais serão suas atitudes, tento saber o que esperam de mim quando fazem algo, tento tudo que elas tentem também só pra ficar mais à vontade com toda essa situação estranha.
E cheguei à conclusão nenhuma ou qualquer coisa parecida com tudo. Pois elas são tão previsíveis e tão imprevisíveis que não se pode entendê-las.
Naquele momento antigo em que eu dedicava minhas palavras somente a uma, eu já sentia um acréscimo de estranheza por saber uma ou outra coisa a respeito de seus pensamentos. A evolução me mostrou que estou estagnado na mesma situação e parece que ficarei assim até meu momento de morte.
São coisas bem loucas de se dizer e ainda piores de se escrever, mas depois de um copo de cerveja as pessoas criam tanta coragem...
P.V. 19:58 04/02/10

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Amizade é mais que isso

Se fossem apenas dois amigos sentados nos degraus de uma escada ao lado do prédio da escola num daqueles dias entediados e estranhos onde o conhecimento era distribuído em salas de aula em forma de teoria, enquanto do lado de fora a prática do amor se fazia bem mais interessante aos olhos nossos; não lembrariam de nós.
Se fossem apenas dois rapazes com futuros distintos, por que não, com suas idéias de sentimento provavelmente parecidas e aquelas que lhes seguiam e não concordassem com tudo que deles saísse, mas que mesmo assim continuassem desejando só pelo prazer de um momento ao lado de quem mais capacidade tinha para fazê-las sorrirem; também não lembrariam de nós.
Se fossem apenas homens quase formados, destinados ao que de melhor a vida pode oferecer sem deixar de lado um pingo de resposabilidades que a adolescência pede, e tudo mais que se pode conseguir quando se destina a querer ser feliz, independente do que viesse a acontecer com o resto do mundo que nos observava atento; ainda assim não lembrariam de nós.
E eram tudo isso, ou só isso e muito mais, como queiram entender.
A vida é real de viés, como já canta muito bem a música, mas ainda assim, digo com minha palavras tortas que a saudade de um tempo distante inebria com calor as intenções de um dia poder voltar a crer na vida como antigamente, poder levar a vida sem que ela me leve dessa forma pesada, poder entender que tudo é passageiro e o oitavo ou o nono também cabem dentro da nossa nave, saber que tudo que acontece é irreal ou fantasioso ou estranho e cabe somente a mim e a quem me acompanhava conseguir desenhar mais uma vez no papel do destino todas as imagens dos lugares que queria estar, ou das atitudes, drásticas ou não, que iria tomar.
A amizade não mostrava ao público externo todo o resto do sentimento, justamente pela falta de necessidade desse ibope. Há em cada família o amor fraterno de um pai pelo seu filho, de sua mãe pelo seu filho, e de irmãos que completam um no outro suas respectivas ausências.
Foi-se um irmão que sempre esteve ao meu lado nas horas mais normais, sem mencionar qualquer tipo de horas ruins pois isso não fazia parte da minha vida naquele tempo. Talvez, justamente após a distância dar destinos diferentes em nossos futuros, a dor tenha tido chance de abrir a porta sem ser convidada e entrar pra não sair mais.
Foi-se um irmão
meu e agora se faz um irmão de verdade, mas nada que me tire a felicidade de saber ainda de sua risada satisfeita para com tudo o que lhe agrada nessa nova fase de vida que resolveu levar.
E o mundo mais uma vez dá provas de que tudo gira e se não nos movermos, ainda assim, não continuaremos no mesmo lugar. Por mais que haja a intenção da imobilidade, o resto do firmamento e tudo que há de acontecer nos joga de lados para lados fazendo com que chacoalhemo-nos até que caiam de nossos bolsos algumas idéias incertas de planos futuros. E vendo tudo isso no chão, não há mais nada a fazer do que catar cada um dos planos e dar-lhes sequência.
Vai-se lá meu irmão, pelo lado que te apeteces que eu vou por aqui também por onde mais me agrada, porém não retiro jamais do meu coração a imagem, antiga porém sincera, da força de uma amizade que será perpetuada durante gerações.
P.V. 13:23 04/02/10

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Maria

Maria é a piranha que eu mais amo.
Não há mais dúvidas sobre sua índole depois que me apareceu grávida, as lágrimas nos olhos, emocionada afirmando que formaria família ao meu lado. Por um instante, também corei de felicidade, mas logo lembrei que era estéril e ela não sabe.
A única Maria que ficou grávida sem que seu marido tivesse lhe inserido os tão fofinhos espermatozóides foi a mãe de Jesus e essa, sim, pode ser perdoada até porque não gostaríamos de comprar briga com o Espírito Santo, Deus Grandioso, verdadeiro pai cuja paternidade fora comprovada após um arcaico exame de DNA realizado no famoso programa de época “O Programa do Camelinho”, visto que o Ratinho nasceria dois milênios depois.
Mas voltando ao papo da Maria piranha, os amigos já tinham até me dito que ela fazia programa no Campo de Santana, apelidada pelos mais íntimos de Rainha Cutia, aquela que já perdeu o rabo... Como pode uma coisa dessas, logo a mulher que eu mais amo, logo aquela que me deixa mais louco e insensato a fazer as coisas mais estranhas tais como entregar meu Credicard em sua mão, logo ela que sempre fez certas coisas na cama que eu considerava serem coisas de mulheres mundanas, mas que me dizia que jamais tinha feito e era só pra me agradar, pra que eu não tivesse necessidade procurar outra na rua...
Aahh Maria...
Meu amor por ti vai além do que pode ser descrito e você dando para outros homens como se eu não valesse nada, como se meu sentimento fosse um pedaço de lixo que se joga fora como aquela sandália linda e cara que lhe presenteei para que pudesse andar bela e soberana pela favela, mas você enjoou dela e simplesmete jogou fora.
E eu que discutia com meus amigos por você, em consideração ao amor que cegava meus olhos sempre que diziam do tamanho da sua saia, da intensidade de seu decote, do rebolado extremo e grande simpatia e gentileza para com os outros machos da espécie. Maria, você me decepciona imensamente com esse teste de gravidez na mão afirmando que sou o pai de seu filho...
Maria, me responda o motivo, então, de todas as suas visitas à Igreja Universal?
Já não vejo porque ia tanto ao templo da oração me dizendo que iria conversar com Deus para que nosso amor durasse para sempre, e saía de casa com aquela saia abaixo dos joelhos, mas me dizia que ia sem calcinha justamente para que não marcasse na roupa e as outras irmãs, varoas da mesma igreja, não ficassem criticando o tamanho das partes íntimas de minha mulher, justa e fiel. Só se for a Deus né, porque a mim...
Agora já entendo o motivo pelo qual a Igreja encheu de repente, tantos varões que lá entravam, tantos homens buscando o perdão de Deus de repente assim, e os cultos eram intensos.
Fazia serão na Igreja, Maria?
Mas eu ainda te amo, Maria.
Vou criar esse filho como se fosse meu, pois ainda acredito que o sentimento há de prevalecer.
Afinal, foi por você que eu me apaixonei, né?
P.V. 17:29 02/02/10

A grande família divina e seus pecados

Deus, que não é nem um pouco bobo, mas escreve torto em linhas tortas, vive tomando conta da vida dos outros, querendo saber de tudo, estando em vários lugares ao mesmo tempo e nem por isso é chamado de fofoqueiro. Quem tem status tira onda, né...?
E outro dia, dormindo sentado numa dessas novas locomotivas abarrotadas de pobres trabalhadores, analisando friamente aspalavras evangélicas, cheguei a uma conclusão, uma tese de oposição sobre o que vem sendo dito por aí.
Jesus Cristo, o Salvador e Messias, barbudinho legal de Jerusalém é, na verdade, nosso irmão! Pasmem, meros vassalos da sabedoria, cretinos leitores que nunca chegaram a esse nível de conhecimento, saberão agora pois sinto vontade de dividir um pouco de minha sagacidade com os mais ignorantes. E só escreverei uma vez, portanto, se não entenderem, leiam duas ou mais...
Se Jesus é filho de Deus (como todos dizem e a Bíblia também) e todo mundo diz que Deus é o papai do céu e da gente também, conclui-se, pois, que ele é nosso irmão. Saudem, então, o novo irmão que adentra à casa nossa, que se faz pleno em sua presença, nosso novo irmão Jesus, Jêje para os mais íntimos...
Claro que meu objetivo aqui não é causar nenhum tipo de afronta para com as forças religiosas, sejam elas quais forem, de credos, crenças e raças distintas; somente estou levando ao saber alheio o intento da informação nova após uma série de estudos a culminarem fatalmente nessa nova tese e conclusão de que Jesus é nosso irmão, uma vez que Deus sempre foi considerado nosso Pai de consideração e dele, de criação.
Mas isso também já me faz lembrar de um outro assunto que talvez doa aos olhos de algumas pessoas que me lêem, talvez faça sorrir algumas outras, por mais que eu já entenda completamente a falta de espírito esportivo e absorção de ironias de todos os leitores.
Vejam, se José era esposo legítimo e fiel de Maria, e Jêje (pois já estou íntimo do meu mano) é filho dela, uma vez que já foi dito aqui que Deus é seu progenitor, algo de estranho acontece no reino de Jerusalém. Já não sei lhes dizer, caros leitores, se na época era algum tipo de novela mexicana ou qualquer coisa parecida, se já conheciam esse tipo de coisas, e o adultério divino era permitido, ou sei lá.
O pior e mais terrível é que se Deus é pai de todo mundo, como também já foi dito aqui, Ele era também pai de Maria. E, ohh Meu Deus, um Pai avô do próprio filho!?
Já não me deixo mais levar pelos pensamentos meus que se espelham nas palavras da Bíblia justamente por chegar em conclusões como esta que me deixam apovarados para com a intensa pederastia que pode haver no mundo. Não há nada que se compare a isso, já estou imensamente medroso com tudo que pode acontecer depois que os ‘ainda inocentes’ leitores analisarem essa questão assim como eu também já analisei...
Vou pensando por aqui duas ou mais vezes se posto ou não essas palavras para que todos tenham conhecimento, pois guerras podem acontecer, vidas podem ser retiradas, crenças e religiões eternas podem ruir de um instante para outro... que terrível!!
Quanto exagero, hein...
Mas e José??
E agora, José??
Nem tudo está perdido. Quando o Ricardão é Deus, o perdão está mais próximo...
P.V. 16:54 02/02/10