quarta-feira, 20 de maio de 2009

Aconteceu no dia das mães...

Histórias possuidoras de começo, meio e fim são muito previsíveis, mas nem por isso perdem a mágica do enredo apaixonante no qual são baseadas. Eu, com a imprevisibilidade que Deus me deu, procuro desenhar na mente os fatos que pretendo realizar, porém as experiências me mostram o quão falho eu posso ser ao tentar adivinhar o futuro próximo. Mas a felicidade é jogada em mim quando as dezenas sorteadas são aquelas que minha voz gritou primeiro.
O dia das mães nunca foi tão feliz.
Temos muito o que pensar, um pouco mais a dizer, e uma infinidade de coisas a fazer, no entanto o tempo e as obrigações mostram-se inimigos do amor de sangue que é nossa característica principal. Já tinha minhas intenções certeiras quando me encaminhei para o local, mas não imaginava que seria tão perfeito como foi. A conversa é necessária, porém melhor uso da boca se faz quando duas se juntam. E meu pensamento não era outro, senão beijá-la enquanto as palavras se embaralhavam no ar vindas de todos os lados.
Momentos propícios devem ser aproveitados e, como sempre, aguardei a hora certa pra que pulasse em cima de minha presa. Uma tigresa era minha presa.
Lindas mulheres passam pela minha vida, mas poucas brilham como a de ontem brilhou. Por mais que o Sol mostrasse força no céu, nada ofuscava mais meus olhos que o sorriso estático na minha frente. E me esquentava também. O Sol pode emanar calor, mas não possui o fogo que o toque dela me proporcionou.
Finjo não me interessar para atrair, mas dessa vez não consegui ser falso pois minhas atitudes mostravam o contrário. Um ano inteiro havia passado desde que a vontade fora despertada dentro de mim e já não sabia mais o que fazer senão beijá-la e jamais deixar de beijá-la.
A gente se aproxima, se encosta, se encara e foge. E tudo faz parte do jogo da sedução que aumenta meu desejo, o desejo que ferve dentro dela. Mas não consigo esperar, então faço da vontade uma realidade e me entrego aos seus lábios. Me entrego pois não pertenço a mais ninguém, não pertenço a mais nada. É só o dia, a luz, o Sol, eu e ela, e o beijo. E parece que nada mais interessa, nem o copo de cerveja pendente na mão, nem as pessoas que passam na rua, nem o ciúme que pode ser sentido. Nada, naquele momento, era mais importante do que sentir a sua língua dentro da minha boca enquanto minha mão descobria seu corpo em cada centímetro de perfeição que ele podia me apresentar.
E tudo se torna eterno quando se conhece a melhor parte de alguém, quando se experimenta a melhor parte de alguém. Essa melhor parte ainda há de me trazer bem mais do que já trouxe. Pois o ritmo de nós dois mostrou que o desperdício é evidente, que há muito tempo já deveríamos ter nos entregue ao desejo. Senti seus lábios, seu corpo, sua língua, seu toque. Senti um sentimento antigo e um desejo novo. A paixão não tem mais fim...
P.V. 09:28 11/05/09

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