Ô, Curisco, Maria Bonita mandou te chamar...
Passei, num desses outros dias diferente do de hoje quando cai uma chuva torrencial a esfriar em demasia minhas partes íntimas, muito propriamente diferente do calor anormal que sentia naquela ocasião, pelo beco, aliás em frente ao beco que abrigou uma paixão momentânea num , não sei qual, dos dias da festa da carne, quando ainda não tinha por completo o sentimento verdadeiro que é a realidade de um homem e algumas poucas e únicas histórias eram escritas em nome do que podemos, hoje, chamar de futuro.
Passei em frente e me deliciei com o passado.
O que o homem preserva é aquilo que mais interessa quando queremos nos lembrar do que não mais nos pertence, e os olhos enchem-se de um líquido estranho que costumam chamar lágrima, mas na minha humilde opinião é água benta, a purificar a pele e o brilho sadio dos olhos quando resolvem, sorrateiros, derramar pelo corpo, toda a saudade que momentos únicos na vida de um homem podem trazer algumas gotas de felicidade.
E só lhes chamo gotas pelo ordinário fato de me querer ser humilde, uma vez que o mar de felicidade, ainda que morto foste, seria bem mais adequado ao que tento discursar nessas tardes nebulosas do mês de abril.
Quiçá, tal qual outros meses que já me foram, esse que vivo é independentemente inadvertido e especial pois não faz coisa alguma além de coroar o dia dos transeuntes, como eu, a lembrar somente, e por somente lembrar adentrar em outros mundos passados, tipo o que fora dito há pouco sobre becos e talvez ruas sem saída, enquanto carros iluminavam o resto de pudor que ainda se encontrava preservado depois que as altas horas tornaram-se baixas perto de tudo que vínhamos fazendo.
Por ser garoto à época, por garoto ainda ser, tenho frescas em minha mente, todas as memórias de história que já m permiti viver.
E os ignorantes do meu tempo, a entornarem seus respectivos copos goela abaixo tentando em vão alçar algum tipo de coragem pra tornar a noite um pouco mais especial, quando a verdade está por baixo dos panos da covardia, no instante exato em que o homem descobre que a atitude é o único ponto que pode nos levar a acordar no dia seguinte tentando recordar algum evento especial na noite anterior deixando de lado qualquer tipo de dor de cabeça proveniente de possíveis ressacas ou enxaquecas por nada ter conseguido, por nada ter feito, por ter só alçado coragem sem sucesso.
Longos rios correm para o mar, como canta a música, e nunca haverá de ser diferente na vida que nós estamos acostumados a viver, pois as histórias nos levam de encontro a outros livros, nossas crônicas diárias esbarram a cada momento em coletâneas variadas de todas as outras pessoas que permanecem ao nosso redor, somos todos uma mistura exagerada dos fragmentos de tudo que já fizemos, sedentos por fazer mais e mais, e crescer sem fim, desesperados pelo infinito... e no infinito do meu tédio, eu encontro o passado, e venho escrever...
Só pra imortalizar no papel o que minha mente nunca irá deixar morrer.
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