sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Nos íntimos do sentir

Ah, o ódio fraternal que alimentamos em nossos mais íntimos desejos, em nossos mais loucos pesares, nossas matérias baseadas em palavras ou ligações perdidas e sem nexo a nos acompanhar sem mais, a nos golpear sem menos, o que se diz ou o que se ouve, nada mais é tão importante quanto o ego inflado, absurdo intento que nos atinge em quartas de frio, ou nos faz sentir saudade nas semanas distantes...
Ah, esse amor adolescente, esse excesso de promessas, essa dor pungente que nos rasga o peito transbordando nossos corações em lágrimas, afogando nossos olhos em noites terríveis de celebração, em manhãs maravilhosas de café da manhã, em amores eternos que só se fazem eternos por serem vistos como primeiros, um dia quem sabe, derradeiros.
Ah, esse fulano sem jeito, esse idiota descomunal, com suas frases de impacto, colocações  soltas risos bobos olhares de brilho tolo, como se faz isso? já não me lembro de ver um desses por aí há tempos, já não consigo mais entender de onde saíram, não absorvo a maldade que se encontra em suas intenções, não aceito o ódio fraternal que fazem tanta questão de alimentar e jogar em meus olhos...
Ah, que saudade do meu tempo, que saudade das minhas manhãs de café, que saudade eterna do que era primeiro, jamais se tornou derradeiro, muito menos eterno, quando o compromisso era só palavra no vocabulário e tudo se resumia a um medo estranho, a uma boca seca, ao tremer de minhas pernas grossas, bem torneadas, digam lá, vocês...
Ah, mas não há de ser motivo de tristeza, não há de ser motivo de preocupação, pois vamos todos juntos, vamos numa só voz rumo ao destino comum, todos remando, içando velas enormes dando força à força, soprando com o vento, mãos dadas, braços unidos, vamos pois juntos somos fortes, deixando de lado todos esses sonhos, fazendo valer nossas vontades, e se tremerem nossas pernas, que bom, se suarem nossos corpos, mais alegria, que nossas bocas sequem em favor do silêncio pra que o melhor uso da língua seja feito...
Ah, mas é tudo em prol do sentimento, do amor, do que faz bem. E o que faz bem fica pra sempre.

Um comentário:

Unknown disse...

Como sempre... muito bom!!!