domingo, 3 de abril de 2011

O boyzinho que tentava impressionar

Então a vida me mostrou alguns obstáculos. Não obstante, intenso como sempre fui, atento como estou nos últimos tempos, corajoso como jamais antes, dei a volta, pulei o muro, mergulhei no escuro. Descobri que lá na Califórnia, ou aqui no mundo, é diferente, irmão, e se te chamo de irmão, você faça o favor de aceitar, de querer simplesmente ser assim chamado, pois se filhos de Deus somos, irmãos seremos, então. E já adentro em outras localidades assim que a cerveja do meu copo rubro-negro vai se esvaziando; gritando e informando aos leitores que meu líquido, antes negro e quente, tornou-se, nesse momento, amarelo e extremamente gelado, para a alegria daqueles que admiram a literatura embriagada que exponho nos meus momentos sádicos e tensos. Lulu me disse que a vida passa lentamente, disse que a gente vai tão de repente que nem sequer sente. Bobo. Já está se contradizendo, uma coisa que passa lentamente, a gente jamais, em hipótese alguma poderia não sentir. Vai contra os motivos e leis da física. Mas o que eu tenho a dizer não é sobre esses fragmentos da canção, a verdade que quero dissertar é outra, a intenção que eu tenho de poder gritar vai se declarar em alguns instantes, assim que outro gole maravilhoso adentrar pela minha garganta, sedenta pela libido, tese fundamental para outros tempos, conversas de outros bares, outras camas, mais especificamente. Eu vou além desse sonho. Garota, eu vou pra Califórnia, viver a vida entre as ondas, vou ser best seller das letras, vou ser membro da Academia, quero desenvolver meus músculos, quero ser o primeiro na ocasião em que as palmas começarem a bater, quero meu nome elevado ao mais alto patamar da verdade, quero o glamour, quero meu nome na história, eternizado em poucas verdades que ninguém jamais entenderá, quero só a extensão do que vai ocorrendo nesse momento. É tão estranho se sentir dessa forma que o mundo nunca poderá entender o que se passa na cabeça de um homem presidente, da mesma maneira que um deus rei nunca foi visto sangrar, a não ser no momento em que Leônidas atirou sua lança certeira, a ponto de não matar, somente sangrar o boi, como diria meu saudoso avô. Por falar nisso, sabe o que o ovinho falou pro ovão? Oooh vô! Minhas músicas tocam sem parar na minha mente, toda a guitarra extrema que vai passando nos meus ouvidos me dão a inspiração perdida, os fatos do dia comprovam o amarelo gelado da minha cerveja, nada me molha mais do que as gotas que escorrem como lágrimas do meu copo, e por me lembrar de lágrimas o telefone toca. Estranho. No começo de tudo, era nada. Mas agora a canção já vai tocando os clássicos da minha juventude. O ovo que frita ao óleo quente no fim da música Eduardo e Mônica é, de fato, a melhor parte da letra. Mas, de qualquer forma, ainda tem o mérito de receber o título dessa estranha crônica narrada aos goles profundos, no fim da tarde, início de uma noite chuvosa e triste pela ausência da Lua. Lulu ainda continua no comando das minhas intenções com sua mochila nas costas e o desejo de conhecer as águas sinistras da Califórnia, sinônimo básico do que é o mundo: um território pronto para ser explorado. P.V. 19:01 03/04/11

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