Disseram, pelos cantos dessa nossa terra ainda desconhecida onde brotam preciosidades tão interessantes quanto esta que me inspira na manhã da segunda, que eu não teria mais colocações quando me viesse a vontade de martelar letras avulsas no teclado em homenagem simples a quem diz que me ama e eu respondo de volta em concordância ao que se ouve. Enganam-se...
Fosse ou não fosse o bobo desejo de estar junto a ti para o resto dos meus dias, e até mesmo a contradição que essa frase tem em certos momentos do nosso sentimento, e eu deixaria pra trás a bobeira do desejo só pra descontrair o futuro... Porém essa noite posta sobre a mesa, o amarelo do copo tão longe vai, tão longe vou, na velocidade em que tocava a música, na velocidade em que o tempo passou.
A verdade nunca deixou de estar presente. Desde o instante que tudo teve seu início não foi fácil lidar com o que estava por vir, mas do destino eu sempre soube o que esperar...
Que a definição mais perfeita desta aliança que está no meu dedo é o infinito __ comece por aqui e vá girando seus olhos pelo dourado que brilha, vá girando e volte ao ponto que começou e verás que o começo já se misturou ao eterno, verás que o sentimento está implícito no anel que trago... jaz em mim, agora, a eternidade do que sempre existiu, a prova mais básica do amor que sentimos.
Não há mais espaço para olhar pra trás, não há mais forças negativas nem erros que nos façam baixar a cabeça ao nosso futuro, meu amor; o que estamos vivendo agora vai além do que a juventude nos ensinou, somos novos adultos, novas pessoas, um casal formado e calejado pelo tempo que nos moldou, vamos em busca do que é nosso, da nossa responsabilidade de sermos felizes. A discordância deve inexistir entre nós desde o momento em que discordarmos de alguma coisa...
Na ausência do meu corpo, quando a distância se fizer aliada do tempo, vai saber dentro de ti que eu faço morada no seu peito; meu mais antigo endereço. Vou estar ao seu lado desde sempre até após a chama se apagar. Não há fogo que dure para sempre mas a intensidade há de ser a maior enquanto estivermos fôlego para isso...
Dedico todas as minhas forças pra te fazer feliz, pra arrancar um sorriso do seu rosto, deixo de lado todas as minhas vaidades pra te colocar no pedestal de onde nunca deveria ter saído, minha rainha do bloco, minha preta linda...
No embalo das nossas noites a gente embala nosso amor, a gente faz a festa onde estivermos e qualquer alegria se transforma na melhor das felicidades só porque o tempo se faz nosso, só porque eu te amo e sempre vou te amar.
A nossa música, a nossa vida, a nossa casa, tudo tem que ser eternizado em palavras, em fotografias, tatuado no nosso coração pra nunca mais dizerem que isso não vai pra frente, que nosso amor não é de verdade; nunca mais o mundo estará contra nós, nunca mais a inveja alheia se fará presente no nosso cotidiano, vamos pra dentro dos nossos sonhos sem medo de fim, sem receio de dores, só com o intuito lindo de viver pra sempre juntos, como fosse um beijo eterno, um enlace de braços num abraço perfeito, meu e seu, nós dois, até que a morte nos separe.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
A maldade alheia
Oi pra você que me olha, que me vê, mas não me enxerga; oi pra você que me tenta mas não me entende, que me ama que me odeia, que me arranha e que mal diz de mim, oi pra você homem ou mulher, bem ordinariamente menino ou menina, oi pra você que passa a maior parte do tempo conjecturando falsos favores em troca de vantagens; oi pra você que tá infeliz na sua miserável vida e vai tentando estragar o caminho alheio com pensamentos negativos; oi pra você que me inveja, pra você que não faz por onde ser alguém melhor no mundo.
Mas assim não está ruim não.
Vou correr por cima dos seus corpos como corre uma maratonista em busca do ouro que jamais alcançou, vou atropelar suas más intenções como quem atropela o assassino de seu filho, vou arrasar a inveja deixando-a ainda maior perante a humildade que eu trouxe de casa, mas vou sem modéstia, pois pessoas assim não merecem lidar com um sentimento tão nobre como a modéstia. A ignorância não permite esse entendimento.
O vermelho que brilha voltará a brilhar e não é nenhum risco avulso que lhe tira a beleza muito menos a vitória suada que conquistei com o meu trabalho. O amor que está ali estacionado diz muito mais a respeito de uma pessoa do que a maldade que possa ser feita no objeto em si. O auto recolhimento em vossa significância seria uma ótima atitude a ser tomada.
E nos ossos do meu ofício, onde busco melhores posições, onde deixo minha camisa suada em favor da labuta que escolhi, me vejo cercado de olhos demoníacos cheios de rancor e ciúmes para com qualquer tipo de invisíveis regalias que possam achar que me são oferecidas. Quiçá quem me mal diz fizesse uma pequena porcentagem do que eu faço e seríamos todos tão mais felizes, todos tão mais descansados; quem sabe assim não doeriam minhas costas, meus braços, meu pescoço, minha mente fatigada de tanto exercício... podres.
E meu cantar não é tão triste quanto o seu, contrariando o que diria o poeta já partido, e justamente por isso me odeias, pois boto em palavras muito mais do que sente o meu coração, explano minhas ideias sem medo do que há de ser respondido, meus argumentos engolem os seus de uma maneira tal que jamais poderá compreender o que está sendo dito aqui... mas ainda assim tem o resquício do vocabulário humano para cochichar nas esquinas e nos cantos em detrimento deste vos fala.
Minha sedução não... não seduzo mais ninguém. Mas já fui bom nisso. Nem mesmo minhas mentiras sinceras escaparam da maldita língua alheia, do fervor de raiva que nasce dentro de algumas pessoas. Quando discursava segredos de liquidificador nos ouvidos de algumas pequenas, havia lá no outro ouvido alguém cuspindo impropérios sobre mim, destruindo todo o castelo de sentimentos que eu estava arquitetando para um futuro talvez próximo... ou não.
E há os que me devem, pobres coitados, míseros meninos sem amor ou coração que possa abrigá-lo, ridículos por assim serem nessa caminhada lenta rumo a quase nada na vida, e por deverem se acham no direito de prejudicar e desgostar de mim. Difícil até de comentar.
Mas eu tenho fé, eu acredito que o Cara lá de cima está olhando por quem faz o bem. E espero também, sem leviandade, que Ele olhe pelos que estão aqui nesse mundo fazendo maldades com as pessoas de bem.
O amor há de ser a lei, o amor sobre o mal.
Mas assim não está ruim não.
Vou correr por cima dos seus corpos como corre uma maratonista em busca do ouro que jamais alcançou, vou atropelar suas más intenções como quem atropela o assassino de seu filho, vou arrasar a inveja deixando-a ainda maior perante a humildade que eu trouxe de casa, mas vou sem modéstia, pois pessoas assim não merecem lidar com um sentimento tão nobre como a modéstia. A ignorância não permite esse entendimento.
O vermelho que brilha voltará a brilhar e não é nenhum risco avulso que lhe tira a beleza muito menos a vitória suada que conquistei com o meu trabalho. O amor que está ali estacionado diz muito mais a respeito de uma pessoa do que a maldade que possa ser feita no objeto em si. O auto recolhimento em vossa significância seria uma ótima atitude a ser tomada.
E nos ossos do meu ofício, onde busco melhores posições, onde deixo minha camisa suada em favor da labuta que escolhi, me vejo cercado de olhos demoníacos cheios de rancor e ciúmes para com qualquer tipo de invisíveis regalias que possam achar que me são oferecidas. Quiçá quem me mal diz fizesse uma pequena porcentagem do que eu faço e seríamos todos tão mais felizes, todos tão mais descansados; quem sabe assim não doeriam minhas costas, meus braços, meu pescoço, minha mente fatigada de tanto exercício... podres.
E meu cantar não é tão triste quanto o seu, contrariando o que diria o poeta já partido, e justamente por isso me odeias, pois boto em palavras muito mais do que sente o meu coração, explano minhas ideias sem medo do que há de ser respondido, meus argumentos engolem os seus de uma maneira tal que jamais poderá compreender o que está sendo dito aqui... mas ainda assim tem o resquício do vocabulário humano para cochichar nas esquinas e nos cantos em detrimento deste vos fala.
Minha sedução não... não seduzo mais ninguém. Mas já fui bom nisso. Nem mesmo minhas mentiras sinceras escaparam da maldita língua alheia, do fervor de raiva que nasce dentro de algumas pessoas. Quando discursava segredos de liquidificador nos ouvidos de algumas pequenas, havia lá no outro ouvido alguém cuspindo impropérios sobre mim, destruindo todo o castelo de sentimentos que eu estava arquitetando para um futuro talvez próximo... ou não.
E há os que me devem, pobres coitados, míseros meninos sem amor ou coração que possa abrigá-lo, ridículos por assim serem nessa caminhada lenta rumo a quase nada na vida, e por deverem se acham no direito de prejudicar e desgostar de mim. Difícil até de comentar.
Mas eu tenho fé, eu acredito que o Cara lá de cima está olhando por quem faz o bem. E espero também, sem leviandade, que Ele olhe pelos que estão aqui nesse mundo fazendo maldades com as pessoas de bem.
O amor há de ser a lei, o amor sobre o mal.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Ó Deus
Toda a glória e toda a honra, e desde já estou insatisfeito por não poder fazer caber em palavras o que de Ti é de posse, ó Deus, ó Pai, como diria esse vulgo escritor nos tempos de pedidos avulsos e tão ordinários quanto a minha vaidade podia me descrever. Toda a glória a Deus porque não tem ninguém que seja mais importante do que Ele, toda a honra pra Deus porque é Nele que a gente vai quando a corda aperta no pescoço, quando os problemas se acumulam, ou que seja mesmo um só problema visto como grande demais para encararmos sozinhos com a força que temos, dada também pelo Cara...
Não é certo isso de não agradecer as coisas que temos, não é certo só recorrermos a Deus quando precisamos, mas, falhos, somos dessa maneira, e falo por mim acreditando que também falo por quem me lê.
Mas na diferenças em que fomos feitos à Sua semelhança estamos aqui, sempre equivocados e buscando acertar, na ignorância alheia de que Tu és malvado caçando nossos pecados a fim de nos punir. Tolos.
Meu amigo, Deus é bom. Deus é bom e não tá aí pra te condenar, Deus tá aí pra te perdoar, a justiça divina não falha lá no céu, mas cá embaixo, parceiro, o que se faz, uma hora há de se pagar, então mira tua consciência no bem, ajuda aquele que tá do lado, ainda que ele não precise, pois o que tu plantas hoje, pode vir a colher amanhã, ou não... até porque o interesseiro também é pecador.
Sei da minha vida e dos meus passos, pois os meus passos são guiados pelo Altíssimo. Digo essas palavras bíblicas e tudo mais sem jamais ter aberto o livro sagrado, digo pra alterar os sinônimos, digo porque acredito no que acredito e não no que tentarem me obrigar a acreditar. Minha fé vai além de qualquer religião imposta pelas sociedades...
Batizado na Igreja, não pela minha vontade, e muito menos contra a mesma; uma criança sem ideais e opinião formada, jogada no branco puro e ingênuo pra ter sua cabeça molhada pela água benta que o padre orou. Fiquei feliz? Fiquei triste? Qual a diferença?
Quantos e quantos assassinos, ladrões, safados perdidos pelo mundo também não já foram batizados, e o que isso muda? Nada, parceiro. O que estamos vendo nos dias de hoje não é uma realidade nua e crua da vida, e sim a fantasia transportada do passado para a atualidade. Nada mudou, nem mudará. Desde sempre fizeram da Igreja, e diga lá você quaisquer Igrejas que sejam, um comércio, uma troca de favores... e esses pastores corruptos, e esses padres corruptos, e essas batinas sujas, e a força que a carne imprime sobre os desejos do ser humano que, erroneamente, escolheu a carreira em celibato...
Nada mudará, como jamais mudou.
Mas na minha fé no que vem de cima, eu tenho a esperança de que eu posso mudar. E não entendam como sendo pouco se isso acontecer. Mudamos o mundo quando mudamos nosso mundo. O plural faz parte da transformação se todos pensarmos juntos.
"Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade!"
Aproveito mais essa oportunidade, já que aqui estamos, para agradecer então por tudo e por nada. Pois os milagres se repetem a todo momento; o chão que eu piso, e o ar que eu respiro, a comida que tenho, a roupa que me veste, a família unida, o amor incondicional, o trabalho que me sustenta, o que é isso além de tudo? Ou além de nada mais que o normal? Pra mim, sim, normal... pra tantos outros um luxo que jamais poderão viver. Agradeço, agradeço, agradeço a Deus por me permitir tudo isso, por me deixar viver, por me dar a saúde que tanto busco.
E que Ele abençoe vocês na caminhada.
TamoJunto.
Não é certo isso de não agradecer as coisas que temos, não é certo só recorrermos a Deus quando precisamos, mas, falhos, somos dessa maneira, e falo por mim acreditando que também falo por quem me lê.
Mas na diferenças em que fomos feitos à Sua semelhança estamos aqui, sempre equivocados e buscando acertar, na ignorância alheia de que Tu és malvado caçando nossos pecados a fim de nos punir. Tolos.
Meu amigo, Deus é bom. Deus é bom e não tá aí pra te condenar, Deus tá aí pra te perdoar, a justiça divina não falha lá no céu, mas cá embaixo, parceiro, o que se faz, uma hora há de se pagar, então mira tua consciência no bem, ajuda aquele que tá do lado, ainda que ele não precise, pois o que tu plantas hoje, pode vir a colher amanhã, ou não... até porque o interesseiro também é pecador.
Sei da minha vida e dos meus passos, pois os meus passos são guiados pelo Altíssimo. Digo essas palavras bíblicas e tudo mais sem jamais ter aberto o livro sagrado, digo pra alterar os sinônimos, digo porque acredito no que acredito e não no que tentarem me obrigar a acreditar. Minha fé vai além de qualquer religião imposta pelas sociedades...
Batizado na Igreja, não pela minha vontade, e muito menos contra a mesma; uma criança sem ideais e opinião formada, jogada no branco puro e ingênuo pra ter sua cabeça molhada pela água benta que o padre orou. Fiquei feliz? Fiquei triste? Qual a diferença?
Quantos e quantos assassinos, ladrões, safados perdidos pelo mundo também não já foram batizados, e o que isso muda? Nada, parceiro. O que estamos vendo nos dias de hoje não é uma realidade nua e crua da vida, e sim a fantasia transportada do passado para a atualidade. Nada mudou, nem mudará. Desde sempre fizeram da Igreja, e diga lá você quaisquer Igrejas que sejam, um comércio, uma troca de favores... e esses pastores corruptos, e esses padres corruptos, e essas batinas sujas, e a força que a carne imprime sobre os desejos do ser humano que, erroneamente, escolheu a carreira em celibato...
Nada mudará, como jamais mudou.
Mas na minha fé no que vem de cima, eu tenho a esperança de que eu posso mudar. E não entendam como sendo pouco se isso acontecer. Mudamos o mundo quando mudamos nosso mundo. O plural faz parte da transformação se todos pensarmos juntos.
"Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade!"
Aproveito mais essa oportunidade, já que aqui estamos, para agradecer então por tudo e por nada. Pois os milagres se repetem a todo momento; o chão que eu piso, e o ar que eu respiro, a comida que tenho, a roupa que me veste, a família unida, o amor incondicional, o trabalho que me sustenta, o que é isso além de tudo? Ou além de nada mais que o normal? Pra mim, sim, normal... pra tantos outros um luxo que jamais poderão viver. Agradeço, agradeço, agradeço a Deus por me permitir tudo isso, por me deixar viver, por me dar a saúde que tanto busco.
E que Ele abençoe vocês na caminhada.
TamoJunto.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
A dose certa
"Tomou um susto que lhe abriu a boca..."
Deitou sereno na ausência da paz de seus deuses, sem afronta ou desafio ao divino dos céus; silenciou sua cabeça no travesseiro como se todas as vidas fossem somente dele; calou-se perante o mundo quando a dor tomava conta de seu corpo e fez do grito apertado no peito o maior desafio já enfrentado. O que sentia era paixão.
Mas esse homem não nasceu parar sofrer.
Teve todas as oportunidades criadas por si próprio, galgou os maiores patamares entre os que lhe cercavam e, talvez, a inveja alheia tenha sido uma das razões pra que tenha chegado a esse ponto. Não se reconhecia mais. O noturno escuro do seu quarto não cabia mais em sua mente, fez parecer fácil o que vinha sentindo mas por dentro sabia que a dor lhe rompia as entranhas como a mais afiada lâmina do arrependimento. Aquele sangue que dele escorria era invisível aos olhos normais dos mortais que estavam à sua volta, mas nele, fazia uma cachoeira do mais vermelho líquido, como fosse um desses milagres onde o Messias transforma água em vinho... viu suas lágrimas tornarem-se sangue.
Não dormiu.
E nem poderia.
Quem há de dormir, quem há de descansar os pensamentos, quando o que mais lhe aturdia está vivo em seu coração, quem há de conseguir espairecer o cansaço do dia quando a imagem do amor lhe dói por dentro, que Platão, que romances, que músicas em lentos ritmos, que noites chuvosas?, tudo em que se possa entristecer estava ali, estava pregado em seus olhos como se quisessem forçá-lo a derramar outras lágrimas vis, outras dores diferentes, outros remorsos por ser quem era...
"Mas a vida é real de viés."
Ainda na madrugada fria, levantou-se e tornou a andar. Disse o homem que vocês devem conhecer: Levanta-te e anda. Não o fez. A fim de contrariar e assimilar seu exagero, não só andou como correu.
Correu pelo mundo como sempre fizera nos tempos de garoto, aqueles que não são assim tão idos, são bem próximos, tempos em que com um braço esticado ainda podem ser tocados; correu pelas ruas e durante a chuva rala que caía sorriu sozinho, chutou as poças d'água com a alegria da criança que sempre fez morada dentro dele, brincou com as luzes da cidade, virou copos, conquistou amores, se deixou levar pela noite, se jogou e não quis ter fim... as reticências dizem muito mais do que se pensa ou do que se pretende pensar. Quisera ele, o homem que não dormia e agora acordara pra vida, deixar de lado o pensamento que o atordoava, e amou as reticências... descomprometeu-se com os pontos finais, com o relógio, com o celular, com essa fútil responsabilidade que se criou nos dias de hoje, não se interessava mais por atrasos indevidos, por conversas jogadas fora, por suposições e muito menos para o passado.
Viu que era sim, o passado, a solução dos embróglios pessoais. Resolveu retornar a ele, sendo o mesmo e sendo diferente, sendo novo e sendo velho, sem restrições ou censuras, na base do que lhe fosse conveniente, viu o sorriso do seu rosto refletir no rosto de quem era feliz ao seu lado, viu o prazer que sabia dar sendo explícito na vontade de quem o recebia, viu a gratidão, viu a paixão outra vez, essa paixão que não faz mal, que só faz bem, a paixão que o fez deitar a cabeça no travesseiro de novo e conseguir dormir em paz...
A diferença entre o veneno e a cura está na dosagem...
Deitou sereno na ausência da paz de seus deuses, sem afronta ou desafio ao divino dos céus; silenciou sua cabeça no travesseiro como se todas as vidas fossem somente dele; calou-se perante o mundo quando a dor tomava conta de seu corpo e fez do grito apertado no peito o maior desafio já enfrentado. O que sentia era paixão.
Mas esse homem não nasceu parar sofrer.
Teve todas as oportunidades criadas por si próprio, galgou os maiores patamares entre os que lhe cercavam e, talvez, a inveja alheia tenha sido uma das razões pra que tenha chegado a esse ponto. Não se reconhecia mais. O noturno escuro do seu quarto não cabia mais em sua mente, fez parecer fácil o que vinha sentindo mas por dentro sabia que a dor lhe rompia as entranhas como a mais afiada lâmina do arrependimento. Aquele sangue que dele escorria era invisível aos olhos normais dos mortais que estavam à sua volta, mas nele, fazia uma cachoeira do mais vermelho líquido, como fosse um desses milagres onde o Messias transforma água em vinho... viu suas lágrimas tornarem-se sangue.
Não dormiu.
E nem poderia.
Quem há de dormir, quem há de descansar os pensamentos, quando o que mais lhe aturdia está vivo em seu coração, quem há de conseguir espairecer o cansaço do dia quando a imagem do amor lhe dói por dentro, que Platão, que romances, que músicas em lentos ritmos, que noites chuvosas?, tudo em que se possa entristecer estava ali, estava pregado em seus olhos como se quisessem forçá-lo a derramar outras lágrimas vis, outras dores diferentes, outros remorsos por ser quem era...
"Mas a vida é real de viés."
Ainda na madrugada fria, levantou-se e tornou a andar. Disse o homem que vocês devem conhecer: Levanta-te e anda. Não o fez. A fim de contrariar e assimilar seu exagero, não só andou como correu.
Correu pelo mundo como sempre fizera nos tempos de garoto, aqueles que não são assim tão idos, são bem próximos, tempos em que com um braço esticado ainda podem ser tocados; correu pelas ruas e durante a chuva rala que caía sorriu sozinho, chutou as poças d'água com a alegria da criança que sempre fez morada dentro dele, brincou com as luzes da cidade, virou copos, conquistou amores, se deixou levar pela noite, se jogou e não quis ter fim... as reticências dizem muito mais do que se pensa ou do que se pretende pensar. Quisera ele, o homem que não dormia e agora acordara pra vida, deixar de lado o pensamento que o atordoava, e amou as reticências... descomprometeu-se com os pontos finais, com o relógio, com o celular, com essa fútil responsabilidade que se criou nos dias de hoje, não se interessava mais por atrasos indevidos, por conversas jogadas fora, por suposições e muito menos para o passado.
Viu que era sim, o passado, a solução dos embróglios pessoais. Resolveu retornar a ele, sendo o mesmo e sendo diferente, sendo novo e sendo velho, sem restrições ou censuras, na base do que lhe fosse conveniente, viu o sorriso do seu rosto refletir no rosto de quem era feliz ao seu lado, viu o prazer que sabia dar sendo explícito na vontade de quem o recebia, viu a gratidão, viu a paixão outra vez, essa paixão que não faz mal, que só faz bem, a paixão que o fez deitar a cabeça no travesseiro de novo e conseguir dormir em paz...
A diferença entre o veneno e a cura está na dosagem...
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Benção e maldição
Fui ali, sem mais nem menos, por meio daquelas matas virgens, tão virgens quanto era minha Iracema, minha deusa da América, minha mãe do teu Ceará, eu, que galguei tantas conquistas aqui desde meu Rio até o rio onde ela estava, banhando-se solenemente e sem pressa, como fosse aquele o primeiro de seus dias, admirado eu, achando que fosse o meu último...
Bate em mim esse saudosismo inútil que me faz enxergar outra vez, como fora outrora, o sofrimento de amar, a dor da paixão... como são melancólicos os apaixonados, os platônicos, os jovens desse meu tempo que se derretem em falso sentimento jurando juras, mentindo para si próprios como se nada mais existisse senão o próximo que se faz distante...
Aah, sinto falta e asco, sinto dor e alegria, é a maldição de uma benção, e também a benção dessa maldição...
Vida que segue pra vocês, vida que segue pra mim.
Pois já não estou mais dominante de mim como o era antes. Meus percalços atuais me mostraram uma fase meio nebulosa frente a tudo que me é oferecido e levanto uma montanha de fé pra encarar os problemas que se encontram com minhas possíveis soluções. Continuo otimista.
Não sou descrente de que eu mereça o que vou vivendo nem creio muito no fato do destino óbvio que se faz ocorrer. Sou desses que fica em cima do muro quando coisas ruins sucedem, e também partilho da ideia de abrir uma cerveja pra comemorar as boas.
Meus segundos são marcados por pensamentos mais cruéis do que eu poderia imaginar num passado bem próximo. O que eu imaginava ontem já não se faz mais presente no dia de hoje e isso pra mim, jogando alto a moeda da vida, não pode ser encarado como um ponto negativo. Faz entender que eu preciso me reciclar, que eu preciso de muito mais do que estava fazendo, que eu preciso me levantar todos os dias e me superar em quilômetros de estradas, em toneladas de histórias, em imensuráveis litros de suor pra conseguir êxito na passagem que ainda não foi escrita...
Meus personagens são todos fictícios e me atormentam em pesadelos, porém tenho chances de virar o jogo a favor de mim compreendendo que as promessas feitas ao que me guia poderiam ser quebradas. Não vejo opções, e não vejo por não me esforçar em querer ver, diferentes desta pra que eu tenha minhas palavras de volta no papel, pra que eu permaneça vivo na cabeça de quem me lembrar, pra que eu acorde todos os dias com o sentimento de vida impresso na minha mente, de acordo com tudo que eu vinha fazendo no tempo de outrora..
Continuo pedindo a benção em detrimento da maldição, e amaldiçoando quem for contra quem me abençoa...
Bate em mim esse saudosismo inútil que me faz enxergar outra vez, como fora outrora, o sofrimento de amar, a dor da paixão... como são melancólicos os apaixonados, os platônicos, os jovens desse meu tempo que se derretem em falso sentimento jurando juras, mentindo para si próprios como se nada mais existisse senão o próximo que se faz distante...
Aah, sinto falta e asco, sinto dor e alegria, é a maldição de uma benção, e também a benção dessa maldição...
Vida que segue pra vocês, vida que segue pra mim.
Pois já não estou mais dominante de mim como o era antes. Meus percalços atuais me mostraram uma fase meio nebulosa frente a tudo que me é oferecido e levanto uma montanha de fé pra encarar os problemas que se encontram com minhas possíveis soluções. Continuo otimista.
Não sou descrente de que eu mereça o que vou vivendo nem creio muito no fato do destino óbvio que se faz ocorrer. Sou desses que fica em cima do muro quando coisas ruins sucedem, e também partilho da ideia de abrir uma cerveja pra comemorar as boas.
Meus segundos são marcados por pensamentos mais cruéis do que eu poderia imaginar num passado bem próximo. O que eu imaginava ontem já não se faz mais presente no dia de hoje e isso pra mim, jogando alto a moeda da vida, não pode ser encarado como um ponto negativo. Faz entender que eu preciso me reciclar, que eu preciso de muito mais do que estava fazendo, que eu preciso me levantar todos os dias e me superar em quilômetros de estradas, em toneladas de histórias, em imensuráveis litros de suor pra conseguir êxito na passagem que ainda não foi escrita...
Meus personagens são todos fictícios e me atormentam em pesadelos, porém tenho chances de virar o jogo a favor de mim compreendendo que as promessas feitas ao que me guia poderiam ser quebradas. Não vejo opções, e não vejo por não me esforçar em querer ver, diferentes desta pra que eu tenha minhas palavras de volta no papel, pra que eu permaneça vivo na cabeça de quem me lembrar, pra que eu acorde todos os dias com o sentimento de vida impresso na minha mente, de acordo com tudo que eu vinha fazendo no tempo de outrora..
Continuo pedindo a benção em detrimento da maldição, e amaldiçoando quem for contra quem me abençoa...
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