domingo, 19 de setembro de 2010

Family Party

Festa de família...
Não me leiam simplesmente como estão dispostas as palavras no papel, dêem um pouco mais de entonação numa vogal, é exatamente dessa forma que eu quis dizer o que acabei de escrever: Feeeeeeeeeesta de família...
Ditos loucos e insanos, talvez alguns mais estranhos do que esses, foram os que inventaram a necessidade de que pessoas de fora da família e do círculo familiar tivessem que adentrar nesse campo minado de profunda depressão e estresse excessivo.
Podem até mesmo duvidar do sentimento de uma pessoa quando a transformação previsível chega e toma conta de alguém que não tem nada a ver com o momento e se encontra completamente afogado no meio do povo, naquela muvuca que não lhe interessa nem um pouco, no meio de toda aquela gente estranha que sorri sorrisos forçados e não tem outra coisa a fazer a não ser discutir assuntos pertinentes, internos, assuntos que sua pessoa nunca, jamais, em hipótese alguma poderá entender, pois aquela tia distante que mora no nordeste, você nunca conheceu, aquele primo estranho que visita de vez em quando, você nunca há de conhecer, o pé perebento de fulana que freqüenta aquela casa você nunca há de cheirar....
E quando o assunto parte para intenções mais profundas do relacionamento a dois, a coisa fica ainda pior. Até perdoaria com razão o estresse e descontentamento fingido por trás de sorrisos falsos de quem se diz ser amigo, mas aquele que se coloca no papel de parceiro para o resto da vida sofre tanto pois a negativa num pedido tão eloqüente daria o que falar, e poderia provocar até a separação prematura.
Jamais entenderão os motivos de quem se esforça ao máximo para estar ali. Uma hora, até duas, coisa que se agüenta, não sem um grande sofrimento, mas se agüenta... agora suportar três horas sentado na mesma cadeira, ouvindo as mesmas coisas, o mesmo ritmo, as sombras que passam de lados para lados, e sorrisos que não terminam nunca, e a vida que corre lá fora...
A nostalgia não deveria me atingir mais...
de fato, não me atinge.
Chega a ser engraçado, todo mundo deve ter passado por isso uma vez ou outra na vida, o ritmo que vai e vem é igual tanto aqui quanto nos outros lados do mundo, uma festa de família, assim como o próprio nome já diz, é uma festa destinada à família. Minha bela pessoa, linda por dentro e por fora que desperta desejo em muita gente, deixando de lado minha humildade extraordinária, não faz parte de outra família a não ser a minha. Evito até mesmo as festas que rolam por aqui, quem dirá as que rolam por lá...
Mas a gente tenta colocar o braço até onde a mão não alcança, o resultado é o estiramento do músculo. Ouço o que não se deve dizer, a raiva consome minha mente, penso o que não se deve pensar, e lembro... como lembro...
Se tem uma coisa nesse mundo que eu sei fazer bem é recordar os bons momentos que a vida já me ofertou e cheguei à conclusão que em todos eles não houve uma festa de família sequer que pudesse ser enquadrada como “bom momento”.
Não que se veja tristeza, não que se separem brigas, não que a paz não seja querida naquele local, o que tenho a dizer é que existe algo chamado pessoas certas nos lugares certos, nos momentos certos...
Meu lugar certo é outro... sempre foi outro...
P.V. 17:23 19/09/10

Um comentário:

Joyce Sz. disse...
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