sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Uma história avulsa

Pois foi lá com todo seu entusiasmo.
Diziam dele o que poderiam dizer de qualquer outro jovem sonhador no auge de sua forma psicológica e física; diziam mal.
Nunca lhe entrou por um ouvido e saiu pelo outro aquilo que faziam questão que ele escutasse. Na verdade, absorver o dito era quase que uma religião pro rapaz, uma vez que o nome ecoado na boca alheia faz bem pois mantém acesa a memória de quem busca imortalidade.
Porém, quem mal diz, pode bem querer.
Não deveria ser diferente se não fosse gritado pelas palavras de quem entende do assunto, uma vez que o assunto era a mente feminina. Pressa nenhuma em poder adquirir todo o desejo que lhe passava pelo corpo nas horas vagas em que o rosto de sua princesa lhe vinha à mente, nas horas mortas do dia, ainda no antigo trabalho, antiga escravidão, em que o ócio das tardes cansadas lhe obrigava a rabiscar inúmeros papéis dedicando um amor platônico à dona de um circo do qual ele jamais foi convidado a admirar as peripécias que se desenrolavam por debaixo daquela lona. Onde não há pressa, há calma.
Fosse ou não fosse escrito em uma dessas estrelas que teimam em perpassar o céu pelas noites mais escuras, ou um tipo de palpite do destino deixando a entender que a razão estava do lado mais forte da corda, o rapaz aceitou que seu coração falasse mais alto que todas as outras vontades mundanas características da idade pouca, deixou de lado a maior parte das coisas que mais lhe apetecia por algo tão maior que, tempos depois, viu que, por tão grande ser, não caberia dentro da sua realidade. Atirou-se na piscina, ainda cheia, água cristalina, saciar o calor era o que mais importava e bebia aos goles a felicidade de viver a dois, as palavras que se repetem, caminhar de mãos dadas era mais interessante que correr sozinho... Será?
Já tenho minhas dúvidas hoje em dia... já vou me entregando enquanto indago o narrador, ou o autor, dirão os mais céticos que eu indago ao leitor...
Há momentos em cada vida que passa por esse mundo, e digo isso com autoridade de sabedor, em que a felicidade se mostra de uma tal maneira que cada ação tomada é tida com a maior das certezas que pode haver, cada palavra gemida é dita com a maior convicção que o mundo nos empresta, tudo que acontece, as flores que caem, pétalas perdidas como a outra canção, qualquer elemento que circunda o sentimento tem para si um quê de verdade que vai além do motivo banal de crítica futura e acusação de falsidade. O rapaz viveu esse momento como nunca viverá outra vez quando homem for.Teria para si algumas dezenas de argumentos que provariam o contrário, teria guardadas nos bolsos ou na boca algumas afirmações que doeriam nos ouvidos de quem gosta de mal dizer depois de bem querer, teria e acredito que ainda tem, motivos suficientes pra fazer nascer outros sorrisos tais quais aqueles que viu e se encantou tempos atrás. Ninguém escolhe o futuro, aquilo que será só pode ser se houver oportunidade, ninguém decide o que pode conseguir, aquilo que vier só depende do que está por vir, ninguém manda no meu coração, muito menos eu, pra gritar uma verdade jamais antes dita.
Tinha por lá, assim como tenho por aqui algumas teses a serem abordadas a fim de que se contenha uma explicação no mínimo razoável para que os futuros filhos entendam a métrica da separação e as vontades alheias e conflituosas que chegaram à conclusão da dor necessária. Que lhe deem um banho de culpa. Mas o isentem da falsidade, da mentira, e da rápida desistência.
O brilho primeiro que fez nascer o sentimento mais forte é o mesmo brilho que se vê hoje. As lágrimas que descem fazem seus olhos parecem diamantes brutos, tristes, cansados, mas o brilho de vida é o mesmo do início. Nada pode se comparar a isso, tanto eu sei, quanto sabe o rapaz.
Disse lá uma outra vez, tempos atrás, do medo que passava por aqui conjecturando possibilidades de dor, mas de jeito algum passava pela sua cabeça que a dor lhe atingiria, e sim que apertaria o peito do lado oposto. Razão ainda maior para sentir medo. E certas coisas que são ditas, certas ações que o destino nos dedica a fazer, nos obrigam a querer fazer, são tão duras com as pessoas que amamos que, por um segundo ou outro, pensa-se na possibilidade de estar mesmo tudo na sua certa órbita, se tudo está realmente de acordo com a intenção que foi escolhida, se o mundo, mundo sendo, consegue entender a nossa vontade e o nosso desejo daquele instante que vai se repetindo tantas vezes dentro da cabeça que parece jamais querer sair. Daí surge a dor.
Quem lhe ama, quem tu amas, com o perdão da gramática, percebe o algo diferente, a fraca intenção; o pensamento é a porta de trás do homem, e os olhos estão escancarados deixando os vizinhos verem toda a confusão que acontece nessa casa, antes bendita, agora mal quista.
Ninguém nasceu pra esperar ninguém. As regras ditadas pela vida vão sendo seguidas por quem sabe viver e dobram-se ruas até a morte, mas numa dessas esquinas o passado pode mostrar um velho caminho percorrido com novos passos.
Entrego na mão de quem sabe.
Eu não esqueço de rezar todos os dias pra isso.
P.V. 18:50 30/12/10

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Hipócrita sentimental

''Bom... a letra da música é linda... mas quando der escute-a, ok?
Hoje é o último dia do ano... tudo bem que esse texto já foi rascunhado há algumas semanas, mas num está exatamente igual!rs*
Putz.. mais um ano termina... passa rápido né?
Mas pensa comigo, são 365 dias vividos! Coisa pra caramba, né?
O carinha lá de cima me proporcionou mil formas de viver esse ano... um dos “ocorridos” foi você! rs
Sim! Eu achei que foi muito bom tudo que aconteceu, até terminar com você valeu a pena... não daríamos certo...
Desejo que você seja mais filósofo consigo mesmo, eu admiro tua inteligência mas você deposita todo seu conhecimento num blog e nem cogita a possibilidade de usar para si!
Falamos sobre as mudanças e o sofrimento, mudar é a lei natural da vida e o sofrimento é necessário, o que faz essas duas coisas serem diferentes são a forma com a qual encaramos... não tenha medo de encará-las...
Aiai... esses dias, disse para um amigo que tava todo triste, que o sentimento mais saboroso de viver é a paixão... sim me apaixonei, infelizmente não amei ainda, mas a minha primeira paixão foi muito bacana, embora tenha durado bem pouco!rs*
Você tem sede pela vida e acho muito bonito isso, mas não vá com tanta sede ao pote!
Não vejo motivos para criticar a forma que as pessoas encaram a vida... não critico a sua, só quero que você tenha novos horizontes sempre!
Seja você mesmo, abandone estereótipos preconcebidos, livre-se de preocupações e receios, adoce a boca de quem pronunciar o seu nome; se apaixone, mas não diga um “eu te amo” se não deseja ver lágrimas que não te pertencem caírem!
Enfim... o texto não ficou como desejava que fosse porque já é tarde e eu tô caindo ao teclado de tanto sono... mas quero te desejar tudo de melhor viu? Alcance seus objetivos, você é capaz e sabe disso! Continue a cativar quem passa por você, você tem esse poder!rs*
FELIZ 2009!
Beijos

Adorei o email... O que te mandei num tem nem 1/3 do que eu realmente queria escrever, mas compreenda, já eram quase 4 da manhã!rs* É verdade, você fez parte da minha felicidade... as pessoas não compreendem porque digo que te desejo o melhor bem do mundo e que você encontre uma pessoa bacana e que te complete verdadeiramente... sabe porque elas não compreendem? Porque quem sabe nunca gostaram de verdade... Quando falo de gostar de verdade, eu não falo de sentimentos de namorados, digo de todos eles reunidos... por mais hipócrita que parecesse, sempre disse:"acima de tudo ele é meu amigo"... sim... acima de tudo você foi meu amigo! E você, nos meses que conviveu comigo pôde perceber o quanto uma amizade é importante pra mim...Não... não sou tudo isso que você disse... mas agradeço por cada elogio (massageia o ego...rs*) enfim...como disse uma vez para você num comentário do blog, sou apenas um grãozinho de areia... Sabe como as pérolas mais valiosas se formam? Tudo começa c/ um simples grão de areia... quem sabe um dia eu viro uma pérola, mas para isso preciso aprender muitooooo! Você me fez feliz enquanto estava comigo e sempre falo de você com carinho e ainda brinco dizendo: "meu 1° namoro foi um namoro relâmpagO" Sei que o que mais importa na vida não é o tempo como as coisas duram e sim a intensidade como acontecem! Em tão pouco tempo eu virei outra Sabrina... Aprendi a ler mais, apreciar bons escritores e boas músicas (mais que antes), aprendi a fazer do papel e da caneta meus confidentes, aprendi também a ler blogs e tomar coragem para criar o meu em 2009.! Em um "namoro relâmpago" eu aprendi a ser menos possessiva, afinal não somos donos de ninguém, a gostar, a dar o melhor de nós mesmos... quem sabe eu sempre soube tudo isso, mas aprendi a colocá-los em prática! Que venha 2009, que traga novos amores, novos sonhos, novas esperanças e SIMM novos sofrimentos (não os mais dolorosos e sim os que ensinam mais).
Adoro você demasiadamente, renove-se, inove-se... não veja a paixão como um sofrimento e sim como a melhor sensação de leveza... Não veja os sofrimentos e as desilusões da vida como coisas ruins q você pode se desvencilhar sempre, veja como coisas ruins SIM, mas que ensinam muito! Conte comigo sempre também, viu?''

ass: Sabrina Abreu


De alguma forma, o mundo deve estar obrigando que as pessoas amem enlouquecidamente para sempre, e que esse amor eterno seja duradouro até o dia em que a terra nos comer, de alguma forma nosso sentimento não poderá jamais mudar, nossas intenções não poderão jamais se modificar, e se por um acaso, esse dito amor, pois dito fora, e várias vezes, acabar, ou minar, cairá sobre nossas cabeças um dilúvio de ódio e maldições...
A culpa é minha?
Eu que sou incompetente por meu amor ter sido diminuído?
Tô cansado de pessoas que só sabem enxergar o lado ruim das coisas, estou farto de prestar atenção naquilo que vai me fazer sofrer, estou extremamente inclinado a não querer nada mais do que me oferecerem, a piscina que eu mergulhar e não contiver água passará despercebida pelos meus olhos. Um filho da puta que nem eu não deveria merecer mais do que desprezo e distância mesmo. Passo por essa vida e só deixo desgosto?
Tenho apenas 21 anos, o passado me mostra que sou bom, o futuro dirá ainda melhor de mim. O que pensam, ou o que você pensa, a partir de agora, diferente de antes, não fará mais diferença alguma.

P.V. 22:53 27/12/10

Moedas

Abre-se sob meus pés um lago de oportunidades a partir desse instante, desse exato momento em que minha voz começa a gritar, em que meus dedos estão loucos e insanos catando poucas letras nesse teclado de Nostradamus, agora que o mundo sorri para mim outra vez e vou me auto medicando a fim de que a dor não me persiga em quaisquer estradas escuras que eu teime em caminhar rumo a tal felicidade perdida, rumo à felicidade eterna que sempre fora minha, rumo ao passado que é o futuro, rumo a esse presente que é uma dádiva, e a vida volta a ser minha.
Foi-se por lá tudo que não tinha a ver comigo e as incríveis palhaçadas que a vida me proporcionava não fazem mais parte da minha cabeça, muito menos conseguem manipular minha mente rumo ao sentimento que sempre foi dedicado a uma única mulher. O mundo me dá respostas sem que eu faça perguntas.
Falei para mim mesmo o quanto a esperança poderia me oferecer se eu soubesse deixá-la no fundo da caixa e retirá-la somente para que a alegria plena pudesse ser absorvida. Os erros foram muitos e não havia forma de enlouquecer ainda mais a consciência, uma vez que tudo ao redor provava somente a verdade de uma falácia, de uma anedota, de uma piada de mal gosto e mal aplicada em péssimo tempo.
Fui feliz em saber o momento certo, em não adquirir o sofrimento e ter em mente que tudo que se diz e se ouve é reflexo da dor alheia que há de vir uma hora ou outra.
Deixem que esse presidente administre as devidas medicações nos horários certos, e que Deus me dê força pra trabalhar e bancar as contas daqueles que promovem os eventos que hão de me tirar do fundo do poço, bem sabendo que este está bem distante de meu corpo saudável.
Retiro graças de mim mesmo pra que evapore no ar a verdade de que os meses se passaram, somente uma mulher conseguiu me fazer feliz e não despertar desejo em nenhuma outra, mas ainda assim a maldição crônica lançada sobre minha pessoa prevaleceu outra vez e as lágrimas molham o chão por onde andas sem saber para quais destinos o mundo lhe levará.
Queria dizer bem menos do que ando falando, mas não tenho forças para adquirir, quando a intenção de possibilidades que me cercam e vão voando intensas por minha cabeça, batendo umas nas outras como moscas loucas, é tão grande a ponto de me iludir como tempos atrás, da mesma maneira que eu via prenúncios de eternidade nos gramados lisos e molhados do chão barrento e insano daquela terra que ainda é minha, daquele certame que há de se repetir no vigésimo terceiro dia do próximo mês, primeiro do próximo ano, as atrações a serem confirmadas e toda aquela devassidão, loucuras em forma de meninas e histórias, principalmente as histórias, pois meninas, qualquer esquina abriga, o amor, o sentimento mais verdadeiro que existe é aquele que dá e passa, pois deixa somente alegria e felicidade, não traz qualquer dor ou lágrima, qualquer sofrimento pois o tempo é curto demais pra que a verdade seja exposta...
Preciso, desculpem, jogar sempre a moeda pro alto e escolher o lado que mais me alegra...
Continuarei sempre assim, sempre que algo feliz morre pra dar lugar à tristeza.
E a moeda cai no chão me mostrando que, na verdade, a tristeza morre pra dar lugar à felicidade...
Mas são outras ilusões, só ilusões...
P.V. 21:59 17/12/10

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Abordando atitudes

Falar daquilo que ao homem mais interessa não é tão difícil, na verdade, essa máxima beira os cantos do ridículo. Porém, o que não me deixa parado é o que me faz mover, então faço questão de explanar ao resto das pessoas que vivem na penumbra, assim como eu me encontro nesse instante, sobre os loucos instantes do meu estado de felicidade e tudo que sempre me fez sorrir um pouco mais nos momentos de alegria extrema, pontos esses que me fizeram até acreditar na perfeição da vida e nunca mais tirar isso da cabeça, provocando inveja em muitas pessoas que me cercam e não conseguiram, ainda, atingir essa verdade.
Tenho dito e não me retorno ao que me propus pois aquilo que não dói ao homem não tem utilidade, afinal, a dor, assim sendo, é o aprendizado, porém a dor crônica é patologia clínica e sofrimento vital não está nos planos de quem almeja ser feliz. Queria de uma vez por todas, me livrar do que não me faz bem, porém para exorcizar a meia dúzia de demônios que ainda cismam em rondar meus dias, preciso da atitude drástica e do poder que sempre me acompanharam nos tempos em que a vida se fazia mais fácil, ou menos difícil. Vou com fé, ainda que Deus não aprove as decisões.
Vou correr pois o caminhar já se mostra muito lento, uma vez que a vida vai mostrando seu fim e eu não quero ficar perdido no meio do caminho, sem alcançar aquilo que mais desejo, vou fazer dos meus dias os primeiros, deixarei as pegadas pra que entendam onde pisei, não quero mais esconder o jogo, quero sentar lado a lado com o futuro e jogar cada uma das partidas, me deliciando com suas derrotas previsíveis.
O diabo me mordeu outra vez, e dessa vez a dentada do Cão foi mais forte.
Não quero saber de delícias do paraíso, não quero saber de verdades da vida, não quero saber de vacinas que curam a doença, não quero conversas que duram muito tempo, não quero discussões sobre o que se repete, quero outras repetições, ainda mais intensas que o calor e o suor que há de cair, quero a definição, os que se espelham, o medo e a inveja, a verdade, aquilo tudo que eu sempre quis ser, um terço de mim já sou eu, e quero um pouco mais pra ser completo.
Parei nessa rua que eu desconheço o fim, sequer sei se tem saída, não faço a mínima idéia se me levará a algum local mais interessante do que estou agora. Porém a aventura vale a pena, e tentar nunca doeu, ainda que a dor seja um pouco querida nesse momento.
Parei outra vez porque estou cansado. Não caminho mais, só corro. E com muita pressa de chegar.
Porém o pensamento precisa do oxigênio, então sento, descanso, analiso mais uma vez as possibilidades e vejo que o destino é certo, não há curvas acentuadas, não há fragmentos de medos na pista, não hei de derrapar, não hei de bater, não quero mais os postes que atrasavam a viagem, ficaria feliz com grandes engarrafamentos de amor, é bem verdade, mas assim que chegasse o grande trânsito, iria de moto e rasgaria o sentimento pelos corredores perigosos que matam todos os dias nas grandes capitais da paixão.
Tenho poucos paralelos para dizer nesse momento, guardo meus louros da vitória para ocasiões mais propícias, a intenção do saber é só o que resta e o desfecho do caso há de gritar por palavras intensas, sinceras e bem escritas.
O mundo é nosso, meu amor.
Vamos dar as mãos e gritar por socorro.
Toda ajuda é útil.
Pra que se esforçar, se há quem se esforce por nós?
P.V. 16:07 09/12/10

Back to black?

O mundo está se desfazendo, e a aventura está apenas começando, eis aqui uma nova era, o que antes não fora agora há de ser, essa era não representa o pretérito do verbo, e sim o futuro da ação em forma de substantivo.
Quis um pouco mais do que me fora ofertado, este presidente que escreve palavras soltas voltou com um pouco mais de animação para o mundo quando se decidiu pelo bem, quando entendeu que não existe sentimento nenhum a não ser o seu, eu minhas pessoas, primeiras e terceiras, intensas por igual, dizem por mim, e dizem por ele, estranhos que se confundem nas esquinas mal vistas da minha cabeça tão jovem, tão ingênua, tão virgem, podre por natureza.
Então é isso, tenho muito pouco pra fazer, porém as obrigações me deixam a par da verdade e escrevo sem ler aquilo que me vem às mãos, sedentas e calorosas nesse quarto frio que me foi doado assim que nasci. Queria explanar as podridões do governo, queria explanar as verdades dos que não são amigos, queria adentrar nos desejos da carne que não se calam, queria burlar as leis, pisar na grama, apertar campainhas, entrar na escola com cachaça na mochila, queria deixar de pagar as contas, queria dar calotes no Leão, queria um pouco menos de gordura localizada, queria muito mais sexo oral, queria todo mundo sorrindo ao mesmo tempo depois que eu parasse de falar, queria a vida como era antigamente, enfim.
E o que me resta é isso, é relembrar, é mostrar ao mundo do que se faz um homem, de quantas histórias são necessárias pra se escrever um livro, de que serve um livro quando a única utilidade do corpo são os olhos, então lemos.
Claro que ninguém em sã consciência conseguiria acreditar no que tenho a dizer, nas estapafúrdias insanas bobeiras do meu coração, das coisas que já fiz, das vidas ocultas que já vivi.
Mas minha memória me lembra que minhas palavras são para mim, que ninguém melhor do que eu para conseguir entender o que digo, pra fazer valer todas as boas intenções de relembrar o que de bom já fiz, pra acreditar num futuro diferente, pra ouvir os conselhos de quem não sabe nada da vida, pra provar que os inteligentes nunca tiveram razão, pra entender o que é razão quando não se sente com o coração, pra realizar que o coração não serve de nada desde que não seja reparado.
Escrevo para mim, somente, escrevo para que eu possa saber do que houve, uma vez que vou ficando velho, uma vez que a terra começa a comer parte de mim, de poucos em poucos, arrastando minha saúde para o chão, lugar de onde vim, destino certo do meu corpo, os olhos molhados de tristeza em volta do meu caixão vermelho e preto, e eu, solene e calmo, com meu abadá colorido, no céu, ao lado de Pedrinho, amigo inseparável do firmamento, colorido também, cochichando ao meu ouvido a resposta que sempre quis ouvir, após eu ter feito a ele a maior das dúvidas do homem, desde que homem é:
__ Meu filho, pode ficar tranqüilo, há mais micaretas entre o céu e a terra do que imagina sua vã filosofia...
E vou voltando ao escuro da noite, vou voltando pois de lá não deveria ter saído, e volto feliz, a vida me leva pois já cansei de carregá-la nas costas...
P.V. 15:55 09/12/10

Alea jacta est


- Ela é tão livre que um dia será presa.
- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingênua.
- Então por que a prisão?
- Porque a liberdade ofende...

Não que sua liberdade ofenda quem quer que passe por ti e te encare, o brilho dos olhos já comentado e tão admirado, e inveje toda essa leveza de andar, essa paz de corpo e alma, esse sorriso que evidencia a felicidade esquecida mas sempre reencontrada em cada esquina virada, não que sua liberdade seja tema simples de simpósio, de discussão em bares e mesas, de intenções contrárias a este que vos fala, de chopps gelados e loiros também, mas sim de saudosismo, de nostalgia, de querer bem, a liberdade que tantos desejam, uma liberdade ingênua, perfeita, tão sua...
Que seja um pouco menos, que minhas palavras não estejam a altura da inspiração, que eu me recolha então a minha insignificância fingida pois sei que vive dentro de teu peito meu nome ainda ecoando nas paredes de teu coração, assim como aqui sempre viveu e sempre viverá todo o sentimento dedicado, todas as verdades sinceras e desculpas compradas, a cumplicidade da paixão.
Alea jacta est... bem disse o imperador Julio Cesar, contrariando ordens, perdido num mar de indecisões, convicto de seu destino, deixando pra trás os princípios, a mais pura forma de liberdade que possa existir.
E vejo em teus olhos mais uma vez, vejo que Alea jacta est em cada passo, em cada ação, cada palavra, o mundo lhe pertence mais do que nunca, a verdade anda sobre verdes campos de paz eterna e nada parece abalar essa convicção plena, então fico mais feliz.
A simples existência de certas pessoas já trazem um tanto bem grande de felicidade ao coração de quem sente, e comigo não poderia ser diferente.
Quero um monte de coisas que não conseguiria alcançar sozinho, preciso, loucamente, de alguém ao meu lado nos momentos mais difíceis que a vida me jogar nos peitos; tenho dúzias de pessoas assim comigo e não me agradam nenhuma delas. Vá entender os caprichos e desejos do presidente.
Amizade é sentimento mais forte que amor, assim disse o poeta sem nome. Não sei muito bem o que dizer sobre esse tipo de coisa, pois vivo dividido entre nomenclaturas que não me mostram nada; são gestos, palavras, sorrisos e olhares que me ganham, e não vou colocar pesos na balança pra que caia de lados para lados aquilo que mais me faz feliz.
Então desejo a liberdade eterna a quem a tem. E você a tem, meu bem.
Fico no meu canto, ainda admirando sua liberdade que não me ofende, mas me inspira, sua liberdade que instiga o pensamento, que inveja os que tem bom coração mas se fazem acorrentados pelo destino estranho, porém o final é feliz pra quem saber recomeçar. Recomeçar, sem voltar a estaca zero.
E tenho dito.
P.V. 15:19 09/12/10


Alea Jacta Est - " A sorte está lançada " - Frase atribuída ao estadista romano Julio Cesar (100-44 a.C.) que a teria proferido quando, contrariando determinações do Senado, atravessou o rio Rubicão __ divisa da Itália com a Gália Cisplatina.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Incredible


Incrível é como as pessoas conseguem confiar umas nas outras, incrível é o silêncio que se faz enquanto se dorme e nada do que acontece ao redor consegue ser enxergado, incrível é como um calor se transforma em frio com o poder da tecnologia e pingos de suor só são derramados pois a natureza humana é mais forte que a ciência, incrível é o que não se pode crer e até agora eu não tinha chegado a essa crente conclusão, incrível mesmo é o amor que pula da boca e não se contém em permanecer no coração, incrível é dizer que o amor mora no coração, órgão repleto de sangue e artérias, incrível é ver e não sentir, incrível é não ver e sentir, incrível é o que sei fazer, incrível é a minha vida que se renova em cada esquina, incrível é a raiva materna quando uma de suas crias é tomada pelo prazer carnal que o mundo sabe oferecer, incrível sou eu, incrível é esse presidente que vos fala, incrível é a paixão que arrebata corações e joga pessoas ao chão e logo é esquecida, tão depressa como chegara, tão esquecível quanto o almoço de ontem, incrível é o resto do dia quando o calor vem nos abalar pra fazer relembrar o que aconteceu, incríveis são as festas de família e as pessoas chatas, incríveis são as perguntas que se repetem, incrível é o mundo que nos rodeia e amassa carros à nossa volta sem sequer pedir desculpa, incrível é a mão, é o mato, é o medo, é o modo e as mulheres, incrível sou eu, incrível sou eu, incrível sou eu, incrível é esse jeito que a vida nos trata e de repente, do reflexo da lágrima que cai, se enxerga um brilho de sorriso e se dá mais uma vez a perdida felicidade, incrível é saber que não se depende de ninguém pra viver e a vida pode ser linda também se houver um fingimento de dependência, incrível é o meu salário, incríveis são as coisas que eu deixo de fazer com meu salário, incríveis são as coisas que eu estou fazendo com meu salário, incrível e gostoso é o café que eu bebo, incríveis são as pessoas que criticam os bebedores de café inclusive nos dias de grande calor, incrível é esse calor...!
Incrível sou eu, incrível sou eu, incrível sou eu, incrível é o que eu vou fazer.
P.V. 17:03 08/12/10

O amor próprio

Eu prefiro dançar a noite inteira do que discutir a relação por horas, eu prefiro sentar minha bunda num barzinho e jogar conversa fora com os amigos do que bater boca sobre assuntos que se repetem. A inspiração alheia é o que faz da vida um pouco menos desinteressante, ainda que o reflexo de um outro espelho não vá ditar as regras do que se pensa ser a realidade de um futuro, mas o que se quer é o que se vê, e agora, algo mais insano vai passando pelas veias do meu coração.
O presidente anda ocupado.
O presidente anda estressado, e deveria estar correndo pra fugir do estresse.
O presidente vai falar.
Parem as novelas, as músicas dos rádios cortadas pela metade, o som estrondoso das trombetas federais gritam... e minha imagem cansada, porém esperançosa, aparece na mente de quem bem me conhece.
“Tive alguns contratempos nos instantes mais cruciais que a vida me ofertou, andei de lados para lados sem saber quais caminhos tomar definitivamente, caminhei solene e cambaleante sobre aquele chão saudoso que sempre foi meu principal habitat e traz lembranças dolorosamente lindas à minha cabeça; os que me entendem, sabem do que digo, compartilharam os momentos ao meu lado, sorriram o mesmo sorriso que eu. Sofri um pouco pra que o costume tomasse conta de mim e me transformasse no que eu nunca tive vontade de ser, pra que me jogasse num mundo já conhecido e mal gostado do passado, enfrentei a mim mesmo, que é algo bem maior que todos os batalhões já formados em guerra pela vida afora, e não cheguei a alcançar a paz tão desejada. Fiquei triste.
Ainda me vêem triste, me julgam triste, me indagam a tristeza. Não tenho respostas pra afirmar nada, não consigo mais colocar meus pés no chão e fixá-los pra que esse vento consiga me derrubar, vou balançando ainda de lados para lados e é um medo tão grande de cair que insisto em ficar parado, as atitudes drásticas que formaram meu ser e me jogaram pra cima estão escondidas, enterradas, afogadas, distantes de mim e nem sequer sei como recuperá-las.
Este presidente que vos fala tem alguns problemas para resolver.
O espelho alheio só comprova teses formadas, não indica ações a serem tomadas.
Quem não planeja o futuro, se perde no caminho.
Quem mal planeja o futuro, pode chegar ao destino errado pelo caminho certo.
Talvez se perder seja mais interessante,
presidente aventureiro.
Burlei algumas regras, fiz coisas que não deveria ter feito e sequer me culpei por esses equívocos. Continuei andando e dando minhas palestras, cada dia mais pobres, continuei andando e cantando meus sambas, cada dia menos românticos, continuei andando e escrevendo minhas palavras, cada dia mais monossilábicas, então parei.
E não consigo sequer ficar parado, pois o mesmo vento vem pra tentar me derrubar.
Este presidente mostra que a batalha é tensa, que o mundo pede um pouco mais de atenção, que a verdade é bem maior que a razão, que a razão é bem mais importante que a imaginação, que o amor vence a razão e a verdade de uma só vez, porém o amor próprio sequer deve ser mencionado.
O amor próprio é imbatível, e eu ando muito vulnerável."

E fez-se o silêncio.
P.V. 12:24 08/12/10