Tava na
tenda, no abismo do mundo, com minha trupe, com meu bonde nervoso.
Faltava
alguém, sempre falta.
O meu
sentimento é dos bobos
O meu
medo é ridículo
Minha
visão, fraca
Meu
intento, sucesso.
Tava no
esquema, no fundo da taba, conversando solenemente com o pajé.
Faltava
nada, só fumaça
Só índio
louco,
só Peri
Iracema Ubirajara
Saí da
taba, fui fumar na praça
Charuto
de índio não faz fumaça
Tava na
praça, no banco sentado, do lado a pele morena que me coloria
Faltava
dor, sempre faltaria
Tava
rindo à toa, ninguém disfarça
A tropa
sempre passa
O que
fica somos nós,
Sempre
ficamos.
Toda
multidão necessita, assim como um abraço no dia de carência, de um ritmo acima
do normal, toda multidão precisa seguir um fluxo constante, um caminho certo,
um destino comum, toda multidão está envolvida na fumaça branca que nos une.
E do que
adianta o medo, o mal, o bem, e forte e o fraco quando sabemos que o fim é
próximo e deitaremos todos em berço esplêndido, leito eterno, fuga desse
hospício vida em que insistimos em ficar?
Somos
nós, errantes malditos,
caminhantes
equívocos
rumo ao
destino incerto,
Delírio
beleza e deserto
seguindo
a alvura da fumaça a subir,
seguindo
o sentimento do alheio a nos inspirar,
nos
espelhando no que está por vir,
almejando
algum lugar chegar...
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