É mesmo assim, todo dia o cara acorda disposto a conquistar o mundo, desencosta sem pressa a cabeça do travesseiro e vê a claridade do quarto desencorajar sua vontade; descansa outra vez no leito macio. Pensa por uma ou quatro vezes sobre suas missões diárias, repensa o querer, briga com o instinto, com o objetivo, se deixa estar estático em prol da preguiça que lhe consome, em prol da falta de ânimo que lhe engole, o sedentarismo maldito que lhe cerca e lhe faz refém...
E me vêm as lembranças,
as lambanças
cresce a pança
nessa vida mansa
morro sem esperança, eterna dança...
Mas não tenho atitude pra mudar, vejo que o placar vai se mostrando favorável a mim, vejo que a alegria me acerta em todos os momentos que me ponho a querê-la , enxergo no fim do tudo um mar de possibilidades, moedas a voar, essa minha mania de otimismo, de querer realizar tudo amanhã, tudo depois de amanhã, supondo que terei sucesso na minha empreitada futura, esquecendo que o hoje é tão valioso, tão importante quanto quaisquer dias tediosos que venham pela frente.
É um ciclo sem vergonha, uma roda gigante a girar sobre mim, um infinito tenso e chato que vai me colocando a par dos meus pecados capitais, meus melhores erros...
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