segunda-feira, 11 de março de 2013

Com açúcar

É minha a indiferença que me mata, esse seu desejo avulso que me tonteia, essa tua vontade estranha de ser o que não é, de querer o que não tem, de fazer a sua moda, sua vontade, seu vulto querer, sua mania estranha de ser, o que não é não é, o que não pode não pode, o que se faz não é certo, mas tu, tu não... tu fazes o que bem entende, tu andas com tuas próprias pernas, ignoras minha ajuda, ignoras meu querer.
E ainda assim te procura de madrugada, rolo no teu ouvido, espero que se deite; se demoras, arrumo as minhas desculpas para levantar, ir atrás de ti, outros serviços, outras formas de amar, quiçá serias tu que eu escolheria para viver ao lado meu, mas não, escolho tu para deitar ao meu lado depois que a Lua se levantou no céu...
Ainda que chovas essa noite, molho-te bem mais aqui, abrigado do relento, protegido do sereno, mergulhado de paixão...
Que roupas essas que te cobrem, que escondem de meus olhos tamanha perfeição, que curvas simétricas a lhe correr o corpo unindo-se a outras curvas desenhadas pela mão do Sol, bronze teu, cor tua, melanina que escorre da tua pele a contagiar os olhos meus, e te devoro devagar, anulando tua pressa de explodir em gozo...
Serena noite de chuviscos nos embalam pra que o dia possa fazer lembrar teu sussurro no meu ouvido, teus beijos na minha boca, tua pele cravada na minha. Se minha mão não tem a coragem de alisar seu corpo, estapeio tua cara pois da raiva que foge ao tesão, tenho pouco a dissertar, e muito mais a fazer.
Que os panos que nos cobrem mostrem à plateia do que somos feitos, que o som do nosso transar seja gritado a plenos pulmões, que o mundo entenda do que se trata sem pudores nem receios, ou que o proibido nos excite, que a excitação seja a maior, que o frio nos abandone e deixe somente esse calor que nos acomete desde a ponta dos pés até onde sua vã filosofia possa alcançar...
E me engole com tua boca, sem intenção de fim, no ritmo suave do que preciso, dessa  maneira jamais antes sentida, infernizando meus pensamentos em direção a tangente do que poderia ser considerado verdade, se antes desconfiava da perfeição, já não tenho mais dúvidas.
E nem que o medo consuma a vontade, daremos fim ao que começamos, nem que a porta se escancare em pavor deixaremos o corpo um do outro, nem que as luzes se acendam, nem que a Lua se deite, nem que a energia se vá, que a voz se perca, que o mundo desabe, que esse chão alto se abra, não saio de ti, nem quero que saia de mim, a não ser que outras posições tu queiras experimentar, na cadência mansa da libido, na velocidade certa do tesão, rumo ao ápice do momento...
E vamos dormir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amor, que delícia o texto.. voc é minha delícia, meu tesão, meu gostoso, meu tudo. Obgd pelo sexo maravilhoso. Eu te amo s2 hehe'