Disseram os mais sábios, esses que se dizem conhecedores
de alguma sabedoria, que as carnes que nos envolvem jamais poderão se comparar
à carne que nos alimenta.
Tolos.
Vai preta, passa esse bronzeador no corpo como fosse o último
dos óleos a existir e como fosse a pele tua, a melhor das peles para se
acariciar, saboreia essa lata quente de cerveja em tuas mãos, cada vez mais aquecida
pelo calor que desce dos céus desse Sol que há tanto tempo não nos felicitava
dessa maneira; queima esse corpo moreno ainda mais para que tenhamos certeza que
tua melanina é doce como mel de menina; doura esses pelos, colore essa
vastidão, pinta de amarelo o que se opõe ao marrom, traz o glacê do creme que
se espalha em ti e dá vontade de se espalhar pelo chão até atingir a todos, até
que todos estejam numa só cor, perdidos no mar de areia abundante que é esse
paraíso que chamamos lar, pinta teu corpo em quantas cores quiseres, preta,
pois o mar é teu, o sol é teu, o céu é teu, és tudo teu e de mais ninguém...
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