Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram...
Mas foi só porque eu estava em casa e não me fazia presente lá no templo maior do futebol, no palco principal dessa cidade maravilhosa que a primeira frase da crônica se coloca assim plagiando homens de Deus.
Mas não seja nada, creiamos que o melhor foi esse e partamos logo em busca das verdades ocultas nesse meu coração que de segundos em segundos varia jorrando sangue em cores vermelhas e pretas. Não pela vontade absurda de ser rubro negro de corpo e alma, mas já sim pela osmose do amor que passa de gerações e adentra em nosso peito quando vemos aquela torcida pulando ao tom dos gols que nos levaram ao ponto mais alto, local que sempre nos foi de posse.
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram...
Mas só por uma vontade boba de um medo alheio que passa por mim, pela hierarquiedade que ainda me faz pertencente de um bando de pessoas que me quer bem mesmo contra a vontade minha.
Eu estaria lá com todo o orgulho de ser rubro-negro, gritando a plenos pulmões todo o sentimento que pulsa em minhas veias, mesmo que não pudesse entrar num primeiro momento, mas ainda assim com a força de vontade explícita marcada em meus olhos, toda essa vontade que é típica daqueles que vestem o manto sagrado. Tudo isso passaria de mãos em mãos até chegar em mim e, se preciso fosse, pularia aqueles muros, jogaria ao chão os homens da lei, tomaria ingressos que não eram de quem realmente ama o time, faria mundos e universos caírem aos meus pés só pra realizar o desejo maior de ver o Flamengo campeão.
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram...
Infelizmente, mas nem tanto.
Aqui de minha residência, com minha cerveja no copo, os pés em cima do sofá, aos gritos de incentivo que, se todos calassem por um instante, chegariam aos ouvidos de nossos heróis, meu pai sentado a esquerda de mim Todo poderoso, a televisão ligada, o som alto, ainda assim olhos não viram e ouvidos não ouviram.
Seria uma outra experiência, uma ainda mais bela do que todas as que culminaram em me acertar durante toda a vida que se fez minha desde que me propus a caminhar calado e escandaloso rumo às felicidades que poderiam abater-se sobre a pessoa que chamam de presidente.
É um pecado de qualquer forma, é uma falta de educação, uma falta de decoro até; mas nada se compara ao que viram aqueles olhos, nada se compara ao que ouviram aqueles ouvidos, tão invejados pelos meus. Foram felizes, eu fui feliz, mas não também.
Que seja, não há nada do que se reclamar, além do fato de se exaltar uma glória, uma conquista como essa que há de entrar nos alfarrábios da história, mais uma estrela em nosso peito suado, mais uma vitória para contagiar as crianças e os jovens, futuro dessa nação imponente que não mede esforços para fazer nascer nos rostos de milhões o sorriso de satisfação ao saber que o melhor lhes pertence.
Flamengo tem o poder de levar a alegria, tem o poder de levar a tristeza.
Os jogadores fizeram a opção melhor.
Comemoremos, tanto os que viram e ouviram, tanto eu também, por que não?
P.V. 13:40 07/12/09
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Um comentário:
eu não me sinto culpado
eu sou culpado, e sou feliz por isso, por fazer sempre o que acho melhor por vc......eu sou foda cabeção......kkkkkkkkkkk
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