quinta-feira, 22 de maio de 2008

fascínio de beijar..

“Fascínio, tenho eu por falsas loiras. Eu conheço uma assim, uma dessas mulheres que um homem não esquece”.
A letra de uma música qualquer pode muito bem exprimir um sentimento prestes a explodir, mas que ainda não encontrou a porta de saída. Pura fascinação por um sorriso que diz sem usar sons, uma boca que fala sem deixar vestígios de barulho. Simplesmente existe, e isso basta. O “ser” supera o “estar” pois mesmo longe, eu sinto sua presença. A relativa distância que separa um olhar, aproxima pensamentos e faz da saudade, um sentimento perigoso.
Chega a ser engraçado o fato que provoca sensações iguais em pessoas diferentes. Que fato? O beijo.
Dissertar sobre uma paixão, cuspir as palavras no papel, encher páginas sem mencionar o beijo que foi dado é uma incrível falta de sensibilidade com os deuses da escrita, sábios da poesia e prosa. Eu não tenho medo de represálias, mas não ousaria incomodar um Deus. Então eu falo do beijo.
As palavras que saíram da minha boca eram verdadeiras. Um simples depoimento não é suficiente pra dizer metade do que a união dos lábios tenta dizer. Aparentemente envergonhados devido ao encontro inesperado, agindo como adolescentes um tanto quanto apaixonados, esperando o outro agir pra se soltar também. Não seja por isso. A vontade de sentir o seu gosto novamente é tão grande que não me importa o lugar que estamos, se na rua, na escola, no curso, na micareta... fica calada, deixa eu te beijar e me beije também. O beijo foi dado. E agora? Continua... não dê fim a esse desejo quando a música terminar. Vamos emendar na segunda, na terceira, na quarta... O verdadeiro espetáculo da noite não aconteceu em cima do trio. Foi no chão, no momento em que nossos olhos se cruzaram e eu te quis mais uma vez. A orquestra de pessoas em nossa volta correndo, pulando, gesticulando, gritando formavam o fundo musical de uma cena sem fim. As estrelas, nosso público fiel, brilhavam forte como se quisessem bater palmas ao romance que se desenrolava. A Lua, triste no céu, era a única que se virava contra nós. Derramava sobre nossos olhos, lágrimas da mais pura luz. A Lua chorava pois tinha inveja da perfeição do seu rosto, meu amor.
Agora pare de me beijar. Preciso de apenas um segundo pra te ver, te sentir, provar a mim mesmo que isso não é um sonho. Quando comprovo a veracidade dessa utopia vivida, me entrego novamente aos seus braços, à sua boca.
Não pare de me beijar dessa vez, por favor.
P.V. 21/05/08 18:15

Um comentário:

Unknown disse...

ser romântico é uma qualidade
ser uma amante é uma virtude
o texto é brilhante.
vc é simplesmente um amante romantico