Mostrava lá seu poder no intento do comércio, desde que os tempos tornaram-se tempos, desde a antiga base de troca tão fomentada na Idade Média, até que chegou aqui aos nossos olhos, até que eu pude sair de minha humilde residência no primeiro dos quatro dias de festa da carne e dirigi minha própria pessoa a um desses tradicionais blocos do amor...
Ah... sinto uma saudade do meu tempo de garoto.
O rapaz, no alto de sua idade já gasta, com seu corpo miúdo, a provável barriga feliz com todas aquelas cervejas já bebidas, admito que não me interessei por nomes, não me interessei por nada, pra ser de total sinceridade. Porém, o mundo vê, e eu também tenho olho para isso, naquela noite malfadada a sede tomou conta do meu corpo, avistei de longe o comerciante com seu devido isopor e placa onde estava registrada sua promoção de Carnaval. Meu desejo era a cerveja...
Mas o rapaz, interesseiro, indecente, safadinho eterno, avistou minha virgem amiga de longas datas, menina Leila, olhos de gavião (como me ensinaram as palavras do sábio irmão Antônio), enxergando ao longe, fuzilando de leve cada um dos moços semi nus que passavam desfilando seus corpos gordos ou bem tratados naquele frio que foi o carnaval daquele ano. Não tinha ainda percebido o amor do vendedor em toda sua beleza, não tinha ainda percebido as gotas de baba de tesão que escorriam pelo lado da boca e se misturavam solenemente com a barba mal feita (para seduzir) do moço que ia me passando as cervejas, menina Leila, admirada por mim pela sua inocência incrível quando o assunto são os homens que lhe desejam.
E não digo de palavras, não digo da boca pra fora, não se enxergam mentiras somente para que nasça um sorriso de elevado ego no rosto de menina Leila, digo pois o camelô da cerveja murmurava em meus ouvidos palavras estranhas tais quais essas que se falam no êxtase do amor. Pouco entendia, mas da linguagem do sentimento tentava decifrar a intenção.
Queria saber nomes, primeiro e segundo, origem, condição financeira, estado civil, localidade de moradia, jogou um questionário exagerado em cima de mim sobre aquela que se colocava ao longe esperando, sedenta, a cerveja que já ia esquentando nas minhas mãos.
O rapaz, interesseiro, tarado, talvez até mesmo já excitado, não se continha, não conseguia ficar parado, a todo momento abria os braços, queria que eu a chamasse, queria conversar com menina Leila a sós...
Deus me deu essa bondade no coração, Deus me deu o dom da palavra, Deus me deu a dádiva da inteligência e o poder de presidente, Deus me deu a convicção da conquista, Deus me deu a chance de juntar duas pessoas sozinhas numa noite de Carnaval, Deus me deu a opção de liberdade, Deus me deu até uma bundinha empinada... não pensei duas vezes antes de gritar menina Leila a fim de que fossem retirados de meu rosto sexy muitas risadas a partir daquele momento.
Beijou-lhe a mão.
Pensei comigo: “Que homem hoje em dia beija a mão de uma donzela...?” Menina Leila deveria estar bem feliz com a ajuda que lhe dei, do poder que coloquei em suas mãos, do novo compromisso que ia adquirir e tudo isso devido ao fato do tesão do vendedor ter sido misturado a minha intenção de sorrir. A vontade era me afastar e deixar os dois a sós, uma paixão dessas momentâneas de carnaval, tipo a festa da praia onde olhos apaixonados e quentes se cruzam, beijos se desenrolam, o sexo mostra perfeição, juras de amor são feitas, mas fica lá o sentimento, enterrado na areia daquela praia, o sentimento do carnaval fica no litoral, não sobe a serra. Porém aguardava ansioso meu querido troco, e fui ali ouvindo cada pedaço das técnicas de conquista do rapaz baixinho e gordinho.
Gritava o amor, dedicava sua vida, comentou sobre uma nova aquisição, sugeriu dotes, o rapaz tinha a sedução nas palavras, cuspia de leve em cada vocábulo que saía da sua boca, menina Leila limpava os olhos, vi emoção, vi o clímax, as bocas se aproximando, mas esquivou-se a minha amiga dos olhos claros, negou o amor, partiu sem olhar pra trás...
Perplexos, tanto eu quanto o amigo desolado, abriu-se o chão, eu permaneci em pé, um pequeno sorriso, o amigo parecia cair, estendeu a mão para que eu o ajudasse, não percebi, ele foi sozinho... voltou! Lágrimas nos olhos, não sabia o que dizer, enxergou de perto o azul apaixonante do olhar de Leilinha, estava agora pior do que antes quando a admirava de longe, queria soluções, sugeriu que eu levasse até mesmo as cervejas de graça desde que conseguisse fazê-la voltar, se eu conseguisse fazer com que um beijo fosse dado, ao léu, um beijo lindo, apaixonado, talvez...
Não consegui.
Não me esforcei, na verdade.
Já tinha as forças poucas depois de tanto rir de tudo isso.
Seguimos nosso caminho bloco adentro, menina Leila irritada, com raiva de minha humilde pessoa por ter lhe feito passar por tal constrangimento, mas no fundo, no fundo eu sei que ela também se interessou pelo rapaz das cervejas...
O próximo ano ainda prometeria mais emoções, mas deixemos estar, fiquemos por aqui.
A festa da carne nos aguarda!
P.V. 17:48 03/06/10
Ah... sinto uma saudade do meu tempo de garoto.
O rapaz, no alto de sua idade já gasta, com seu corpo miúdo, a provável barriga feliz com todas aquelas cervejas já bebidas, admito que não me interessei por nomes, não me interessei por nada, pra ser de total sinceridade. Porém, o mundo vê, e eu também tenho olho para isso, naquela noite malfadada a sede tomou conta do meu corpo, avistei de longe o comerciante com seu devido isopor e placa onde estava registrada sua promoção de Carnaval. Meu desejo era a cerveja...
Mas o rapaz, interesseiro, indecente, safadinho eterno, avistou minha virgem amiga de longas datas, menina Leila, olhos de gavião (como me ensinaram as palavras do sábio irmão Antônio), enxergando ao longe, fuzilando de leve cada um dos moços semi nus que passavam desfilando seus corpos gordos ou bem tratados naquele frio que foi o carnaval daquele ano. Não tinha ainda percebido o amor do vendedor em toda sua beleza, não tinha ainda percebido as gotas de baba de tesão que escorriam pelo lado da boca e se misturavam solenemente com a barba mal feita (para seduzir) do moço que ia me passando as cervejas, menina Leila, admirada por mim pela sua inocência incrível quando o assunto são os homens que lhe desejam.
E não digo de palavras, não digo da boca pra fora, não se enxergam mentiras somente para que nasça um sorriso de elevado ego no rosto de menina Leila, digo pois o camelô da cerveja murmurava em meus ouvidos palavras estranhas tais quais essas que se falam no êxtase do amor. Pouco entendia, mas da linguagem do sentimento tentava decifrar a intenção.
Queria saber nomes, primeiro e segundo, origem, condição financeira, estado civil, localidade de moradia, jogou um questionário exagerado em cima de mim sobre aquela que se colocava ao longe esperando, sedenta, a cerveja que já ia esquentando nas minhas mãos.
O rapaz, interesseiro, tarado, talvez até mesmo já excitado, não se continha, não conseguia ficar parado, a todo momento abria os braços, queria que eu a chamasse, queria conversar com menina Leila a sós...
Deus me deu essa bondade no coração, Deus me deu o dom da palavra, Deus me deu a dádiva da inteligência e o poder de presidente, Deus me deu a convicção da conquista, Deus me deu a chance de juntar duas pessoas sozinhas numa noite de Carnaval, Deus me deu a opção de liberdade, Deus me deu até uma bundinha empinada... não pensei duas vezes antes de gritar menina Leila a fim de que fossem retirados de meu rosto sexy muitas risadas a partir daquele momento.
Beijou-lhe a mão.
Pensei comigo: “Que homem hoje em dia beija a mão de uma donzela...?” Menina Leila deveria estar bem feliz com a ajuda que lhe dei, do poder que coloquei em suas mãos, do novo compromisso que ia adquirir e tudo isso devido ao fato do tesão do vendedor ter sido misturado a minha intenção de sorrir. A vontade era me afastar e deixar os dois a sós, uma paixão dessas momentâneas de carnaval, tipo a festa da praia onde olhos apaixonados e quentes se cruzam, beijos se desenrolam, o sexo mostra perfeição, juras de amor são feitas, mas fica lá o sentimento, enterrado na areia daquela praia, o sentimento do carnaval fica no litoral, não sobe a serra. Porém aguardava ansioso meu querido troco, e fui ali ouvindo cada pedaço das técnicas de conquista do rapaz baixinho e gordinho.
Gritava o amor, dedicava sua vida, comentou sobre uma nova aquisição, sugeriu dotes, o rapaz tinha a sedução nas palavras, cuspia de leve em cada vocábulo que saía da sua boca, menina Leila limpava os olhos, vi emoção, vi o clímax, as bocas se aproximando, mas esquivou-se a minha amiga dos olhos claros, negou o amor, partiu sem olhar pra trás...
Perplexos, tanto eu quanto o amigo desolado, abriu-se o chão, eu permaneci em pé, um pequeno sorriso, o amigo parecia cair, estendeu a mão para que eu o ajudasse, não percebi, ele foi sozinho... voltou! Lágrimas nos olhos, não sabia o que dizer, enxergou de perto o azul apaixonante do olhar de Leilinha, estava agora pior do que antes quando a admirava de longe, queria soluções, sugeriu que eu levasse até mesmo as cervejas de graça desde que conseguisse fazê-la voltar, se eu conseguisse fazer com que um beijo fosse dado, ao léu, um beijo lindo, apaixonado, talvez...
Não consegui.
Não me esforcei, na verdade.
Já tinha as forças poucas depois de tanto rir de tudo isso.
Seguimos nosso caminho bloco adentro, menina Leila irritada, com raiva de minha humilde pessoa por ter lhe feito passar por tal constrangimento, mas no fundo, no fundo eu sei que ela também se interessou pelo rapaz das cervejas...
O próximo ano ainda prometeria mais emoções, mas deixemos estar, fiquemos por aqui.
A festa da carne nos aguarda!
P.V. 17:48 03/06/10
Um comentário:
Meu Deeeeeeeeeeus....
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Me emocionei quando vi a foto e quando lembrei do amor que ele sente por mim.Quem sabe no proximo carnaval, eu me entrego a essa paixão!!!
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