Há, aí nesse mar de perdição que são meus pensamentos, umas outras explicações pro assunto, há o que dizem, há também o que não dizem mas me fazem entender, há muito mais do que sonham saber aqueles que acham me conhecer por completo, mas fico por aqui, com a culpa depositada somente nos tais arcos da Lapa.
Desconhecidos até então, pra ser de total sinceridade.
Poucas vezes na curta vida que vou vivendo, me pus na forma de um desses homens que aproveitam da vida apenas o que ela lhe oferece de melhor sem levar em conta os percalços, os erros, os problemas, as pedras no caminho, enfim. Muitas responsabilidades que se jogam nos meus ombros no dia de hoje são matéria simples e pura da vontade que se fez minha ontem. O amanhã ainda há de ser escrito e a mão que balança a caneta continua sendo minha. Penso pouco pra sofrer menos.
Fora um boêmio.
Deus sabe das minhas vontades e não me deixa mentir. Sou desses que não é amigado da verdade, mas infelizmente não se deixa levar por uma mentira. Se minha intenção pede, sou obrigado a dizer o que penso, seja lá o que for, seja lá a quem for. Era Quincas, guerreiro cru, amigo do mundo, quase um herói pra mim, ou quem sabe um anti-herói, coisa que me agrada ainda mais.
Deixam-se levar então. Eram alguns degraus, retratos da vida que se quer levar.
Lia-se saudade, lia-se malandragem, lia-se boemia, viam-se os arcos...
A luz não é suficiente, nada é suficiente, talvez nem o brilho enorme dos meus olhos pudesse ser suficiente para que tudo aquilo fosse visto num só relance, numa só passada de vista, num desses flashes que a vida nos proporciona e faz tudo valer mais a pena, faz o pensamento mudar como água pro vinho, outras vezes como o vinho pra água, enfim, qualquer revolução deixa cicatriz, dessa vez não poderia ser diferente.
Não temi. Apenas sorri.
A sociedade é fraca, a sociedade se acostuma muito fácil com o que me iludi eternamente. Talvez eu que seja o fraco. Um fraco feliz, admito.
Precisava de mais do que já tenho, ainda preciso de mais do que eu já tenho, o amanhã vai me provar que hoje não significou nada, o mundo me mostra a todo momento que eu devo ser mais do que sou, que eu posso ser mais do que sou, que as histórias que eram contadas não podem deixar de ser contadas, que os amigos que eu tenho também não acreditariam no meu enterro, me levariam pra passear, mesmo morto, mesmo duro, mesmo gelado de tristeza de não viver no meu habitat natural...
Vejo mudanças.
Quincas me mostrou.
Os arcos da Lapa me provaram.
P.V. 01:10 08/06/10
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