domingo, 2 de janeiro de 2011

Tô deixando você

Tô deixando você/ Tô deixando essas coisas/ Que me sufocam/ O amor sem amor/ A emoção sem valor/ E o sabor das mentiras amargas na boca/ Tô deixando você/ O que eu quero dá vida é bem mais que o costume/ De viver com alguém sem prazer sem ciúme/ De viver por viver nessa monotonia/ Tô deixando você/ Se eu não posso te amar posso ser teu amigo/ Sem brigar com você faço as pazes comigo/ E te vendo de longe/ Eu te vejo melhor/ Adeus/ É a palavra que a gente tem medo de usar/ Eu não vou te dizer que não vou mais voltar/ Só estou te dizendo que tô indo embora/ Adeus/ Até breve, até nunca ou até daqui a pouco/ Desta vez eu me acerto ou então fico louco/ Desta vez eu te esqueço ou te assumo de vez...


Ainda bem que existe outro dia, e outros risos, e outros sonhos, e outras coisas... Francamente desconheço o autor, não gostaria de atribuir a mim a genialidade da frase escrita acima, porém aquilo que atrai a verdade e interesse dos meus olhos é levado em conta, e já que o local me permite, me deixo levar pelo momento e a inspiração da vida se reflete nas minhas palavras.
O poeta disse que está te deixando, mas pelo que sei ouvir, ele também afirma com toda sua entonação que não está dizendo que não irá mais voltar, só está dizendo que está indo embora. Dado o fato de ser homem, o que canta a tal canção, sabe-se de cor que está implícita nessa música uma mentira. Quem vai embora não volta, e se volta, não é mais bem vindo, e se não for bem vindo quando lhe der vontade de voltar, é bem feito.
Tenho minhas próprias dores assim como o cantor solitário, assim como sua musa que vai sofrendo mais que ele, tenho minhas próprias dores, reafirmo. Ninguém deve se espelhar naquilo que não faz bem, mas o ócio é mais forte que a razão, então não se culpem, nem me culpem, pois o que não há não existe e o que não existe não há de fazer-lhe qualquer mal.
Pensei uma ou duas vezes naquilo tudo que estava me rodeando; em momento algum eu julguei culpados ou tentei depositar frações de injustiça sobre as pessoas que faziam parte da relação. Tenho minhas próprias opiniões sobre infantilidades e mulheres rejeitadas, nada que se aplique nesse ínterim, mas a ironia ainda é minha melhor aliada, por isso gasto minhas letras no papel branco sujando de preto a paz com a violência da escrita...
Deus sempre me dá morros pra escalar, mas dessa vez Ele me deu uma montanha. Se pensam que fiquei triste com o Senhor, enganam-se, pois do desafio mais me enamoro e fico satisfeito sempre que me tiram do sério com fatos tão grandes quanto a minha capacidade. A evolução pede a dificuldade...
Pairei sobre algumas nuvens escuras de chuva e deixei que a água fria caísse sobre meu corpo tentando absorver aquela antiga paixão pelo inesperado que retirava todo o calor do momento dando lugar ao que não tinha sabor, ao que não tinha paladar, ao que não tinha cheiro, e só por essa ausência de tantos sentidos fazia toda a significância dentro do que se almeja em felicidade...
Teimei comigo mesmo que era de ser pra sempre, burlei algumas regras, deixei que meu coração falasse mais alto que todas as razões idiotas de quem me cerca e se alegra por atitudes impensadas que poderiam trazer dor a quem me ama... uma vez cafajeste, nunca mais...
O presidente precisava trabalhar como sempre trabalhou, o presidente deveria manter o aspecto de importância que a sociedade que o cercava idolatrava e fazia como exemplo... Porém a chuva caiu forte sobre mim..
E não vi felicidade alguma.
Vi somente a frieza da água que me fez acordar do sonho eterno e despertar para a realidade enquanto tocava a música, detentora do título desta triste crônica que acabo de escrever...
P.V. 22:10 17/12/10

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