Então...
O fato concreto e absoluto é que a falta de decoro para com esse presidente que vos fala vai chegando aos ápices do limite da boa vontade e do bem querer. Nada contra o que não me agrada, nada contra doenças e afins, nada contra o resto que não concorda com o pensamento meu, porém os impropérios da vida vão assolando com muita força minha paciência, e esta já não se agüenta mais.
Disse o poeta que a vida se faz nos mínimos detalhes. Vou vivendo os grandes momentos, então.
Pois as coisas pequenas já ficaram para trás, o que me irrita agora são casos grandes, ocasiões fantásticas, estresses absurdos e incríveis.
Pago minha contas e ainda sofro.
Trabalho da melhor forma possível e ainda sou convidado a sentar na sala da chefe.
Vou vivendo a esmo, falando a esmo, agindo a esmo.
Pois se me disponho a deixar de lado o capital que aliviaria a pressão, se recuso a labuta da qual me fiz tão feliz quando a adquiri, a mesma que vai pagando os meus sonhos devagar, se me dispus a servir, somente, no dia especial que acontece todo ano, se me coloco como chofer, burro de carga, transporte alternativo, ônibus escolar... se eu uso da minha força, uso das minhas amizades, uso do que tenho e não tenho... se eu gasto aquilo que não me pertence e tento fazer tudo isso sem que percebas, ainda assim sou mal dito, sou mal julgado, sou lido como infiel e mentiroso. No fim das contas, posso debitar três discussões das quais nenhuma delas eu poderia ser culpado, a não ser quarta, mas para minha sorte o dia acabou e não houve tempo suficiente para mais reclamações.
Mas um dia morre justamente para dar lugar a outro.
E nada há de mudar.
O pior momento na vida de um homem é quando ele chega a terrível conclusão de que pior do que está não fica, e melhor do que está também não. A vida se estagna, paralisa-se, finda, morre, e tudo tende a ser o mesmo para sempre, pois promessas não curam mais as palavras que já foram ditas, mentiras já não se fazem mais como verdades pois a voz engana quem pensa estar enganando, o futuro nada mais promete a não ser dúvidas e mais dúvidas se, de fato, é justo dividir tudo com quem nada entende.
E se eu divido minha alegria do futebol, minha cerveja do domingo, minha blusa que é o manto sagrado, meus sorrisos soltos pela rua, minha felicidade, se eu me ponho a cozinhar a mais gostosa comida já ingerida, se eu decoro um prato, se o carinho é dado, se o amor é passado, se o sentimento é visto, se as pessoas na rua se identificam, nada disso é mais ou menos do que a minha obrigação...
Mas o que eu ganho é um pouco mais de vozes altas no meu ouvido, outros estresses tais quais aqueles de ontem e de anteontem, e da semana que já morreu, e dos que virão amanhã e depois de amanhã. E são perguntas tão óbvias, atitudes tão bobas, pensamentos tão infantis que uma vez ou outra paro para refletir se vale mesmo a pena toda a dedicação que é dada até o exato momento da primeira frase que indica o próximo estresse.
A irritação não tem fim.
Minha paciência, sim.
P.V. 00:46 21/02/11
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