sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Outros dez

Claro que não existe motivo algum para reforçar ainda mais o quanto de sentimento ainda permanece aqui dentro do meu peito num desses vigésimos quinto dias de cada um dos meses que já se foram, e dos meses que ainda virão, mas eu vou por aqui, coçando de leve as letras pra formar uma urticária de palavras belas a fim de que os olhos da minha princesa se encham de água, pra que se coração fique um pouco mais vermelho de amor, pra que sua mente e seus olhos se dediquem exclusivamente a quem mais lhe ama, pra que tudo continue na mesma paz que está.
Foi um tempo de glórias e algo parecido com muita felicidade, aqueles idos onde eu despejava tantas e tantas dedicações a somente esta mulher que me olhava de longe, enojada por dentro, raivosa por fora, falsa nas suas promessas de beijos inesquecíveis que faziam o cenário de todos os meus sonhos, dos mais puros, de beijos doces na frente da família dentro da igreja ou na tal praia de havaianas, sejam também dos mais safados, em camas, em redes, em lugares desconhecidos, em carros, com roupa ou sem roupa. Fato é que tudo isso não passou do pensamento, e não seria abuso nenhum dizer que não havia pressa pois a certeza de um futuro espelhado nos reflexos de hoje já estava desenhado na minha cabeça, ainda jovem e sem tantas responsabilidades.
Karoline Durique, com seu nome tão chamativo, sua beleza estonteante, seu sorriso apaixonante, seu corpo de deusa, suas palavras doces que deslizavam pela boca como uma cachoeira de águas claras das quais jamais consegue-se desviar o foco pela incrível perfeição, seu sentimento que não cabe em frases nem em textos, e seus olhos que ainda têm um brilho tão intenso que até mesmo o Sol vexa-se, humilde, perante tamanho poder que vive por aqui perto de mim hoje, distante de mim naquele outro tempo.
E por se fazer distante, talvez eu não a quisesse tanto. Justamente pelo motivo que diz respeito ao alcance da visão e de todos os detalhes importantes que não eram percebidos uma vez que de longe eu conseguia enxergar pouco. Vejo tudo que eu preciso hoje em dia, algumas posições me mostram até bem mais, e isso me provoca, me transforma, me faz querer cada vez mais, amar ainda mais, ser um pouco além do que eu poderia, do que ela mereceria, do que algum homem nesse mundo poderia amar uma mulher, e somente uma, diga-se de passagem. Pois um homem que tem em seus braços Karoline Durique não tem motivo algum para desejar outra pessoa, seja ela de qual raça for, características físicas de beleza, de peso, de sobre-peso, de cores de cabelo e qualquer outra coisa dessas, de poder financeiro, independência, dotes. Um beijo só de Durique e tudo se vai, o mundo perde a graça, o convite do anjo cai por terra, a vida se faz colorida e até mesmo o que não era vivo começa a sorrir.
Pensei durante algum tempo sobre tudo isso que martela a mente da minha princesa, e sei entender cada uma das dores e sofrimentos que lhe assolam, porém, por um outro lado, estendo meus braços na cruz para que preguem minhas mãos, sofreria pra que ela pudesse viver em paz, pois dos meus erros, o maior é lhe amar em excesso, e saiba que não houve, até hoje, motivos que me fizessem lhe machucar, e nem virá a acontecer qualquer uma das coisas estranhas que caminham, loucas, pela sua cabeça. E me perco nesse mar de incertezas, uma vez que nada de mim pode ser feito pra que mude esse pensamento, minhas dores são exclusivamente reflexos das dela, pois não sei o que fazer quando tudo que já está sendo feito é pra que ela fique bem e feliz, e linda como sempre... enfim.
Já se foram dez dias iguais a esse, e dizem, os que conhecem, que a nota máxima a ser dada é justamente esse mesmo dez. Pois discordo. O meu máximo será infinito, jamais se deixará findar no décimo mês, na décima vez, no décimo beijo, no décimo sorriso. Quero ainda muito mais do que tudo que já fizemos, tenho ainda muitos planos que a dona do meu circo nem sequer imagina que podem acontecer, tenho ainda muitas vistas a dividir com a rainha do meu bloco, um pôr do Sol, quem sabe, um mar insano em sem horizonte no alto de uma dessas montanhas, aqueles fins de semana de festas e muita bebida, ainda não caímos juntos, ainda não moramos juntos, ainda não fugimos juntos, ainda não fizemos um terço das loucuras que eu pretendo fazer antes de partir. Temos um apartamento para decorar, móveis para comprar, tintas para pintar, convidados para receber, uma filha para criar...
Reflete-se, e digo isso pela terceira vez, hoje em dia, assim como naqueles outros tempos, a falta da pressa. A calma é solene, pois sei que da eternidade, o melhor que conseguirei extrair é o sorriso dessa mulher no alto do pedestal que eu mesmo fiz questão de colocar.
Mais dez meses.
P.V. 16:30 25/02/11

Um comentário:

Coisas Minhas disse...

meu amor, você sabe exatamente como me fazer feliz, sorrir, e até chorarr de felicidade. Muuito obrigada por tudo, td mesmo, incluindo as coisinhas ruins que passaram por nós. Nada me completaria mais do que esse seu amor incondicional. Te amooo meu frangão lindo e absurdamente gostoso ♥