Há pessoas, e diria isso com mais entusiasmo se quisesse, tem um povo que gosta de maldizer quem luta na vida pra alcançar seus respectivos postos de poder. O mundo não é mais o mesmo desde que crescemos, desde que fizemos essa questão toda de aparecer, de se moldar, de reestruturar os erros e partir para cima dos acertos, utilizando da melhor forma o que temos de melhor, e o que temos de pior também pois vez ou outra o que não agrada um determinado número de pessoas pode ser a maior felicidade de umas e outras.
Tenho dito.
O que não agrada pode satisfazer, pelo menos, depende de como se faz.
E eu não sabia nada disso, fazia nada disso, comia nada disso.
Meu tempo de tristeza teve seu fim no instante exato em que pude ver que o pior era o começo, quando conjecturei hipóteses a respeito de tudo que estava marginalizado, quando deixei de lado essa minha mania enorme de querer o melhor e comecei comendo o angu pelos lados do prato deixando a carne, centrada, pro fim, pra hoje, pra ontem, por que não??
Aqueles que ao meu lado estavam, e o que ainda permanece, lembram de cada uma das histórias, os passos únicos que uniram o passado ao presente, a rua de matacavalos que nunca existiu pra mim, os dois prédios velhos tendentes a cair a qualquer momento, o morro que levava à estação, qualquer um dos ícones pode se igualar, mas os fatos comentados no caminho, as transações incríveis, algumas lágrimas, todas as risadas perfeitas e felizes, o que fica é o sofrimento, apenas.
E sofrimento, desde que sofrimento real seja, é aprendizado.
Foi assim mesmo, então, caí de cara na vida pra que pudesse aprender tudo que eu já via uma galera mais velha sabendo, queria estar na frente de todo mundo, queria sofrer tudo que tinha que sofrer e não desperdicei nenhuma das minhas lágrimas; sim, chorei. Mas eu ria bem mais que chorava, as tentativas mil, todas as negações, fazia rindo cada um dos meus planos de sentimento, de futuro, de profissão, de dinheiro, de qualquer coisa, de livros a carros, de viagens a apartamentos, de mulheres a mulheres.
Não tinha a menor noção do que fosse tudo isso, nunca me imaginei em situações tais quais as que eu posso viver nos dias de hoje, nunca quis mais do que isso; ou será que quis, ou será que não quis pois não entendia ainda o que seria mais do que isso? Fato concreto é que posso bem mais do que isso, minha capacidade não esgota e não se esgotará jamais, apesar de tudo que falem, por mais que me digam ser insensível, despojado, relaxado, desinteressado, convencido acima de tudo.
Tenho gênio nenhum, tenho vontade nenhuma, sou o que sou, trato bem quem me trata bem, faço dos meus dias os primeiros, jamais os últimos, tenho ainda muito o que viver e a pressa nunca foi minha aliada, o mundo inteiro me conhece, mas sei que jamais conhecerei a fundo o mundo inteiro. O superficial é tão pouco interessante...
Não sinto saudade do que eu era. Minhas dores se transformam em estresse. Minha alegria se transforma em felicidade, mas só eu sei a chave da saída, só eu sei as válvulas de escape. Promessas que se fazem hão de ser cumpridas, tenho mais nada a dizer.
Lá se foi a ingenuidade.
P.V. 12:31 16/02/11
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