Que na sala, que no quarto, que no banheiro e cozinha, eu
me veja, eu me encontre ao teu lado ou atrás de ti, pois nessa minha condição
de vontade, cada uma das tuas roupas eu hei de rasgar sem força, com pudor, sem
medo, e na intenção da carne, essa carne que te cobre e que me alimenta, ainda
mais essa saciedade que há de ser posta em fim, que há de ser colocada a parte
pois do que sou e do que pretendo poucos loucos um dia conhecerão...
Quiçá saberão em alguma oportunidade os puritanos dessa
minha época do que se trata o sexo selvagem e despretensioso que, por pretensão,
tem somente dar cabo na libido que rodeia esse povo maravilhoso que me segue. E
nas histórias alheias eu me encontro tão perdido que por lá ficaria pelo pouco
tempo da eternidade...
Queria eu, com meus vinte e poucos anos, adentrar em toda
essa serenidade de casos e adversidades, queria tanto poder dizer aos quatro
cantos do mundo o que já fiz, e essas intempéries que rondam minhas cabeças nos
dias mais monótonos da primavera. Em invernos outros eu já fui mais eu. Hoje
estou um pouco encabulado...
Quantas e quantas saias já não levantei com meus olhos
poderosos, quantas palavras perdidas num meio de álcool enorme que não me dava
a sensação que eu pretendia naquelas tardes recheadas de amigos, quantas noites
mal dormidas e madrugadas alucinantes, quantos carnavais? Já nem sei... quantos
natais e anos novos, milhões de sensações escondidas por baixo desse pano sujo
de lamentações.
Que no chão, que na cama, que na rede, que na areia da
praia mais deserta, eu me veja entrando e saindo da felicidade pois na alegria
se esbarra com a tristeza e com o sofrimento damos mais valor aos sorrisos
bobos, que eu me atenha a um amor somente, que eu saiba dar valor a quem esteja
do meu lado na caminhada, que eu saiba deliciar quem me delicia, que eu saiba
dedilhar quem me dedilha e que eu não me canse jamais, pois no cansaço se vê o
ócio de Satanás atentando o bom homem...
As minhas energias em ápice fazendo donzelas virarem
mulheres, o meu poder de conquista cada dia maior, minha força em realizar os
suspiros, cada um dos quesitos maravilhosos do ser moderno se espelhando em mim
e não tenham medo, não se acanhem em se chegar pois mordo sim, mas mordo
devagar... nada que não doa tanto sem que deixe guardado no fundo de sua ferida
uma saudade saudável dos momentos que passar ao meu lado, e se for, que não se
lembre de mim, pois do meu peito fraco pouco respondo, das dores que eu também
sinto pouco digo, e me dizem, sim, me dizem desleixado, relaxado para com as
pessoas, e me vejo mal, e me vêem mal, coração de pedra, quando na verdade é
mais mole do que as lágrimas que dos meus olhos escorrem na sua partida...
Guardar em potes gotas de felicidade é trabalho árduo
para quem tem pouco tempo na vida para amar, eu sou desses...
Prefiro torneiras abertas a me banhar nos lagos de
alegria que a vida pode me proporcionar por isso não deixo de lado ninguém, não
deixo de acordar todos os dias com o sorriso no rosto, reclamo às vezes mas me
lembro que a moeda sempre sobe e cai virada para o lado que mais irá me
apetecer...
Julgar-me-ão os tolos e sem opinião formada sobre seus
próprios entendimentos e saciedades de seus corpos, mas não hei de me abalar
pois a força do pensamento ultrapassa qualquer tipo de crítica proveniente de
puritanos bobos e sem brilho nos olhos pelas aventuras vividas enquanto vivos
foram.
E é isso.
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