segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Silenciando pensamentos

Mente aberta, cabeça fechada.

Quando a noite chega e as afirmações querem nos mostrar alguns pontos de interrogação, eu me jogo ao chão, eu me escondo em medo pra não dar asas à imaginação, eu retiro meu time de campo com receio da derrota, eu vou pro quarto, eu ligo a TV, eu leio palavras e me ausento. Porém se a noite for dessas escuras e quentes, se a noite for de Lua cheia, de estrelas penduradas no alto do céu em forma de brilhos intensos a iluminar nosso caminho, se houver a dúvida alheia para com nossa precisa sinceridade, se houver barulhos extremos e aparições satânicas em esquinas de amizade isentas de fêmeas, aí senhores, aí eu ganho o mundo, aí eu boto a fé pra pista, eu recordo os tempos de juventude e me reconheço.
Sim, não me julgue estranho, não me diga mentiras exageradas, não bote drogas no meu sangue, eu me reconheço pois esse que o espelho me mostra todas as manhãs não é o verdadeiro reflexo do que sempre fui, esse que acorda tarde e dorme cedo não é o homem das atitudes drásticas de um tempo saudoso, esse que se ausenta em temor não faz páreo para o que se joga sem medo em piscinas vazias...
Um bando de meninas a discutir e querer confusão, um bando de calcinhas jogadas ao chão e acharão que eu fugirei? Que o mar do meu quintal seja testemunha das verdades que aqui eu digo, que o mundo inteiro ouça o que eu tenho pra dizer, senhores, pois das minhas vontades discurso eu, ainda que sem público fiel, ainda que nostálgico das grandes palestras de antes, porém com o mesmo sangue nos olhos ao jogar em sonsas caras os argumentos todos que eu levo no bolso direito, mesmo bolso do cigarro que se transforma na fumaça limpa da minha falta de energia.
Tô um pouco cansado dessa mesmice, to muito me lixando pro que vão pensar, to nem aí pras lágrimas escorridas... quem trabalha e paga as contas sou eu, quem tem capacidade de mutação diária e a faz só pra agradar a uma maioria é esse dono das palavras, sou eu que carrego o barco e ainda assim sou obrigado a ficar a ver navios?
O barco vai virar, senhores.
Esse calor vai gritar, essa certeza vai tornar-se coisa parecida com outras mentiras ditas muitas vezes a nos atordoar a mente, essa cerveja vai virar água, e dessa água eu não vou mais beber pois dessa água eu já bebi. O milagre de Jesus vai se ver nas minhas mãos, o copo de vinho no teu caminho não vai se transformar em nada, a taça ainda não quebrou mas está por ser rachada de todo esse ódio; toda essa gordura excedente vai pro lixo, o que tu conseguiu adquirir durante anos, agora faz questão de retirar sem dó nem piedade, um aborto de si, uma traição...
Ahh sim, uma traição.
Quiseram os homens da vida me coroar com dádivas dos céus e confrontar meu destino com outros deuses, alguns sem noção alguma, sem nexo de verdades e essas coisas, mas eu vou por cima das especulações, vou me redefinindo cada dia que passa, vou mais uma vez botando minha fé pra pista sempre que o confronto se der, e sei que não perco. Meu time continuará em campo, além dos 11 jogando, há todos os reservas com os quais ainda posso contar; o futuro não há de me desmentir.
Vou indo.

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