quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A memória de uma alegria

O sacrifício, em certas ocasiões, pode ser uma dádiva que desce dos céus. Claro que um cansaço qualquer que seja não traz assim tanta alegria, mas o que pensamos e as conseqüências dos atos praticados são sim, um presente do qual fizemos questão de pedir. Continuaria com as dores a me torturar pelo tempo que fosse só pra usufruir um pouco mais de tudo de bom que acontecia. Sei que são fatos que não se repetem a todo moomento e justamente por isso que a intenção de aproveitar cada instante era tão grande.
Mas tudo acaba uma hora e não foi diferente dessa vez. Tanto quanto em outras oportunidades, saí feliz, saí radiante e martelando em minha cabeça tudo de bom que fiz pra que possa ser perpetuado durante alguns meses na cabeça de quem almeja um lugar no topo como o que eu gosto de ocupar. Nem todos conseguem, é verdade. Inclusive eu, me demorei um tanto pra alcançar essa tal felicidade que brota de dentro toda vez que a escuridão é iluminada por luzes que não sei de onde vem, toda vez que o som fala mais alto que minha própria voz, toda vez que a imobilidade fica frágil e passa a não existir simplesmente pelo motivo banal de que o que se mexe é mais interessante do que aquilo que parado está.

Deixo-me estar acabado pelo tempo mais extenso que possa sentir pra que sempre me lembre do motivo pelo qual estou nessa situação. O prazer da dor é observado quando paramos e encaramos as circunstâncias que envolvem aquilo que faz doer. A memória de uma alegria é algo inexplicável, talvez ainda mais forte que a própria alegria vivida, visto que no momento do ato não tínhamos a exata noção do que acontecia. Lembrar depois e sagrar-se glorioso por ter obtido êxito traz mais felicidade do que se espera.

Foi bom. Foi muito bom.

Fazia tempo que não me sentia livre de tal forma, e sentir isso depois de tanto é algo comparável ao nascer do sol depois de meses de madrugadas infinitas. Solto estava de uma forma tão bela que nada do que acontecia em volta parecia me incomodar. Nada é tão forte quanto a liberdade que voa pelos meus braços, confundidos com asas brancas a brincarem de bater no meio de toda uma multidão que sente o mesmo que eu, com intensidade menor, é verdade, justamente pelo fato de meus exageros serem tão notórios.Um exagero de alegria.

Estarei exageradamente ansioso pra que um dia como esse se repita.

P.V. 07:21 24/12/08

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