domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma surpresa

Foi naquele momento pioneiro da minha vida que passei pela situação da qual jamais hei de esquecer. Outras tardes, outros dias vieram depois, da mesma maneira que também ocorreram antes, melhores ou piores, talvez alguns deles ainda estejam definhando em minha memória, mas isso que digo aqui agora permanece bem vivo e se debatendo. Julgo assim por querer sempre manter o exagero nas minhas palavras; normais como outras quaisquer. Vezes primeiras, jamais esqueceremos.
Pois bem. Minha pessoa, que em busca de novas aventuras adentrou em um mar ainda desconhecido, apenas murmurado pelos cantos amigos pouco confiáveis, foi sem muita fé, com pouca esperança, doses bem medidas de medo e a cara lavada de álcool, como de costume.
Era a mais pura alegria tudo que se dizia, tudo que se cantava, o jeito de chegar, a velha condução que sempre dava no mesmo lugar. Lembro-me como fosse ontem. Tarde que não hei de me esquecer jamais. Acompanhado cheguei, acompanhado me fui.
Deixemos de lado começos e fins e partamos para o desenvolvimento da coisa. Aquilo que mais importa de verdade.
Caminhões com caixas de som gigantes são das melhores invenções que o Deus Todo-Poderoso pôde inventar (por mais que tudo o que aconteça em volta desse mesmo caminhão seja obra do Danado Do Diabo). Havia um caminhão lá, jogado ao marasmo, solto no meio de toda aquela gente, gritando por todos os lados o axé fucking music from Bahia.
Estava eu lá, andando solene e destemido, acreditando ter o poder todo em minhas próprias mãos. Que bobo eu fui.
De repente, o inesperado!
Momento de clímax, tirem as crianças da frente do computador, evitará traumas permanentes.

Eu vi. Sei que vi pois olhos eu já os tinha naquela ocasião. Correndo desvairada, vinha em minha direção alguma coisa realmente fantástica com duas pernas e dois braços. Logo percebi que era uma mulher! Tinha sido inventada. Uma coisa bela daquela maneira não poderia sair à mesma forma que outras. Era um verdadeiro espetáculo. Um harém reunido em uma só mulher. Continuava a correr pra mim. Seus olhos miravam e fuzilavam os meus com total verocidade a ponto de me fazer querer desviar, porém o álcool presente nas veias fazia de mim só um servo a obedecer apenas. O ritmo da corrida era grande mas em minha vista, aquela deusa vinha devagar, lenta, sem pressa de me possuir, tal qual as rainhas planam soberanas ao passar pelos seus súditos. As coxas que a traziam pareciam brilhar com o Sol que jazia alto no céu e jogava sua luz (fraca perto dela) a fazer ricochetear em mim e cegar-me de leve. Um pequeno e bobo short jeans envolvia aquilo que vinha pra mim a longas passadas. Minha visão teimou em querer falhar quando subi mais um pouco e notei o que estava por me esperar. Torneada barriga, rasgado abdômen, cor do jambo, bronze de praia, piercing como cereja do bolo, gotículas de suor a dançar naquela pista inalcançável que fazia nascer em mim uma sede absurdamente misturada com algo parecido com vontade de remexer. Cambaliei, mas não caí. Prefiro não mencionar o tamanho do decote por sérios motivos de saúde e a vertigem seqüencial que adquiri depois desse dia. Pulemos os peitos que também pulavam. O rosto... algo parecido com uma pintura à base das mais raras tintas, pincéis de ouro, embranquecendo de leve a já alva tez que era típica de algum anjo dos céus que talvez tenha perdido suas asas e caído aqui perto de mim e agora corria na minha direção. Qual não era minha alegria por ter noção de que aquilo era verdade...
As coisas que me falavam desse tipo de festa eram realmente verdadeiras. As mulheres de fato pulam em cima de nós. Altas, magras, baixas, gordas, feias e lindas. Que maravilha que é a vida. Senti até mesmo mais amor pelo próximo, uma compaixão para com os necessitados, uma vontade louca de fazer o bem só pelo fato de também estar recebendo; e recebendo muito além do que merecia. Será que não merecia?

E ela continuava a vir em minha direção com um fogo muito grande nos olhos que despertava em mim pensamentos dos mais pederastas que já possam ter imaginado. Meu coração começou então a bater mais forte com a ansiedade de tudo que estava pra acontecer, já conseguia até mesmo sentir o gosto de sua boca, sua pele macia a esfregar-se loucamente em mim e me apertar com toda a força. Ou talvez fosse mais carinhosa e chegasse de leve, tocasse o meu rosto olhando dentro de meus olhos e como num passe de mágica encostasse seus lábios nos meus e aqueles famosos sinos tocariam ao longe fazendo despertar um amor que seria pra toda a vida. Conseguia até mesmo ver nossos filhos correndo pela casa brincando enquanto nós, marido e mulher, fiéis e sinceros em nossa eterna paixão, de mãos dadas sentados no sofá a conversar com a amada sogra. Que cenas lindas a colorir minha mente.
Por falar em colorir, com a aproximação de minha musa, pude ver algo vermelho em sua mão. Não liguei, nem dei muita atenção pra esse fato, só queria ser feliz e aproveitar ao máximo a alegria que aquele momento me proporcionaria. Joguei meus lábios para frente, inclinando minha cabeça num famoso e querido biquinho pra melhor receber o seu beijo de boas vindas que já esperava ser na boca, visto o quanto seus olhos de tarada dissimulada* me desejavam. Então ela chegou. E abriu um sorriso que fez meus olhos arderem de tanto brilho. Eu lá com meus olhos miudinhos e meu biquinho esticado e aquele deusa na minha frente a me encarar faminta de desejo. Então ela levantou a mão e pude ver aquilo que reparara de longe, mas não tinha dado a devida atenção momentos antes. Vi, mas ainda não tinha identificado. Mas qual seria a importância daquilo não é mesmo? Parti pra cima dela pra conseguir o meu primeiro beijo com a mulher que criaria meus filhos, mas ela fez uma cara de nojo, apertou um papel vermelho sobre minha testa e saiu correndo ainda mais desvairada do que quando vinha. Chegou-se junto de algumas meninas que a acompanhavam, e ficaram apontando pra mim e rindo escandalosamente. Fiquei embasbacado, e nem sei mesmo se essa palavra existe!
Continuei ali olhando as meninas rindo quando uma delas partiu em direção de outro cara e fez a mesma coisa que a primeira fizera comigo.

Caros amigos, qual não foi minha surpresa ao retirar de minha testa o tal adesivo vermelho que continha uma frase em letras garrafais, com pontos de exclamação dos mais gritantes, e essa cor vermelha, de sangue, e não de paixão como eu imaginara.
Estava escrito com todas essas letras: NUM VÔ!!!!
Triste, não??
P.V. 11:18 11/01/09

2 comentários:

leilinha disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Bem feito, galã!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
bjinhus

Sabrina Abreu disse...

hUHauhauAHuahuah...
BEm a tUa cara mesmo...
KKkKKkKKk

comédiia puraaa!rs*