domingo, 30 de agosto de 2009

A desgraça de Fefy - parte II

Mas eis que do além, de onde não vem ninguém, surge quem?
Vinha andando com seus passos gordos, rolando com sua cara redonda, maldita mulher, peste negra em carne branca de suína no tempo que a doença ainda não podia matá-la, cruel a pisar no chão molhado de grama como pisara no coração do meu amigo que sofria tanto em lembrar de seu sorriso com um pedaço de dente a faltar. E veio sem fazer barulho para tentar assustar-nos ainda mais. Peçonhenta dos infernos, essa cobra pode morder e nos fazer sangrar até a morte com suas presas...
Quando Fefy a avistou, seus olhos brilharam mais do que a Lua que reinava no céu enquanto éramos felizes naquela noite inesquecível na vida dos membros UCMlísticos. Bobo e idiota, ainda a amava. Conjecturou em sua mente toda a felicidade que poderia ter ao seu lado durante aquele momento especial em que vivia, pensou que naquela noite, enfim, seu desejo seria atendido depois de tantos pedidos feitos aos céus pelo amor de sua musa. Iria tê-la, iria possuí-la, encher sua boca de beijos para saciar de uma vez por todas o amor que extrapolava os limites do seu coração.
Mas nada do que se quer, acontece quando se é adolescente e apaixonado.
Ratazana, como uma rata de esgoto que era, adentrou para dentro de uma das tantas barracas e embebedou-se até não agüentar mais e poder deixar aguçado o seu poder de sedução que comprou em um Pai de Santo de Aruanda. Correu rapidamente a um desses banheiros químicos, lançou a poção maldita sobre o corpo, disse algumas palavras mágicas e saiu de lá pronta para o abate. Aquele que primeiro encarasse seus olhos, seria seduzido e abduzido para seu mar de pederastia e perversidade como aquela lenda que não me lembro muito bem onde uma mulher arrasta os homens para o fundo do rio com seu canto macabro.
Adauto foi o azarado que primeiro encarou seus olhos ao vê-la sair cambaleante e com o zíper aberto do banheiro. Coitado do meu amigo...
Nada mais era preciso para se fazer, para se dizer, quando ela chegou perto dele e beijou-lhe a boca com tanta vontade que nada parecia mais forte do que aquilo que se via no meio da multidão.
E Fefy...
Peço permissão para abrir aqui um parênteses devido a esse fato inédito de tamanha tristeza na vida do amigo meu que se refletiu também na minha vida e as palavras que serão expostas aqui a seguir são da mais pura verdade e sinceridade; lembrando, e vale ressaltar, que só escrevo tudo isso agora pois as letras quando se juntam e formam idéias são como um exorcismo dos nossos demônios, nossos capetas mais terríveis. Deveriam jogar meia dúzia de dicionários em cima daquela Ratazana...
Chorava copiosamente, o amigo Felippe, ao ver que a Ratazana puxava Adauto pelos cabelos a levá-lo para um canto escuro e abusar de sua boa vontade, a fazê-lo de um simples objeto sexual para devorar sua vontade extema de se satisfazer. E Adauto parecia louco de amor por essa doida endemoniada, o que só prova mais uma vez que os trabalhos do seu pai de Santo são sim bem interessantes e vale muito a pena dar uma conferida em tudo que já foi realizado por ele. Tenho o telefone, caso queiram conhecer mais profundamente...
Voltando ao parênteses aberto, via-se a pura tristeza e decepção no rosto de um homem ao ver sua mulher ficar com o amigo, sem que esse amigo tenha culpa, deve-se lembrar disso. Rogava pragas aos céus, pedia que lhe afogassem num copinho de caipirinha, queria se jogar no chão e ficar se debatendo como um louco, chamava por sua ‘mamãe’ (uma coisa bem estranha, por sinal), dizia a todo momento que estava pagando seus pecados, que havia colado chiclete na cruz, que jamais se apaixonaria de novo por alguém, e gritava mais pela sua ‘mamãe’, voltava atrás e nos abraçava dizendo que ainda amava aquela mulher linda (?)... Ficamos preocupados. Ficamos tão preocupados que o melhor remédio quando se fica preocupado é beber.

Um comentário:

Leilinha disse...

Caracaaa coitado dele heiim, pow esse Adauto ai é mto fura olho...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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