quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vendendo canetas na entrevista

Hoje estamos aqui reunidos, queridos, para que possam ver, com seus próprios olhos, a maravilha do novo mundo, um produto de alta qualidade que há de revolucionar as mentes brilhantes desse nosso tempo, a maior facilidade, maciez ao deslizar pelo papel, botando o preto no branco e fazendo brotar do rascunho as verdades e novas idéias salientes e tendenciosas por mudar a sociedade.
Trago-lhes a caneta!

O diferencial que faltava em vossas vidas, o poder maior que cabe na palma de nossas mãos abraçada eternamente pelos dedos quentes que a protegem de qualquer mal e a fazem como fosse um de nossos filhos, escorregando suave e bela pelas superfícies mais intrigantes que possamos imaginar, riscando linhas e curvas, letras e símbolos, formando, incessante, as frases que hão de ficar para a posteridade!!
Dura até acabar!
O lápis é papo do passado, a pena está ultrapassada, a passagem das idéias via oral é algo que nem sequer está documentada, o novo mundo precisava de um produto tal qual esse, a caneta, maravilha criada pelo dinamarquês Pen Silver vem para revolucionar o modo de escrita no ocidente e oriente...!
Peguem, peguem todos, demonstrações grátis, na minha mão...
Pensarão, os senhores, que o preço está muito baixo e não condiz com a qualidade do produto vendido, porém, a validade é até o ano de 2015 e juro pela minha sogra mortinha que o que vendo não é roubado; talvez, uma vez ou outra, o caminhão tenha tombado lá perto de casa, nada mais sério do que isso.
Poderia, eu, estar fazendo coisas erradas, tais quais "traficano", "corneano", "vendeno" meu corpo nas esquinas, mas não, estou aqui, oferecendo o item mais essencial na vida de quem quer crescer na carreira, na vida de quem precisa anotar seus compromissos, na vida de quem sai pra balada e precisa anotar o número da gostosa que está dando mole perto do bar, na vida de quem caminha pelas ruas e de repente tem uma inspiração avulsa e precisa escrever as idéias para não esquecer depois, pra aquele supersticioso que aposta toda semana no Rio de Prêmios e não tem uma caneta pra escrever seu nome e endereço a fim de quem possa receber o que há de ganhar, e há de ganhar com mais veemência se escrever com essa caneta que trago hoje, produto de primeira.
Primeira caneta que não traz em si os preconceitos da sociedade.
Podem usar, tanto os destros quanto os canhotos!
Quem mais vai querer, a madame aqui vai levar meia dúzia...

Chamam-me Paulo Victor, o melhor dos melhores nas entrevistas onde entrevistadores despreparados pedem para o entrevistado vender canetas, noite alta de quarta, pré jogo do Flamengo, agosto, dois mil e onze.

5 comentários:

Leilinha disse...

Adoooreeeeeii..hahahahahahhaa

Nayana disse...

Com esse eu ri! rsrsrsrs

Gostei demais!

adriana disse...

kkkkkkkkkkkkkk...muito criativo...parabéns!...adorei a parte dos entrevistadores despreparados!

Unknown disse...

Bom,

Unknown disse...

Bom,