domingo, 26 de abril de 2009

Na terra de Duriique

Pois então eu esperarei pelo terceiro encontro, preta. Já que o primeiro foi ao acaso e o segundo planejado, espero pra saber como será o terceiro. Mas já tiro de mim a ansiedade e deixo-me levar pelo momento sem que nada de exterior penetre pra que não me sinta novamente anestesiado com expectativas tais que possam me frustrar.

Todo mundo espera alguma coisa do terceiro encontro. É bem verdade que no normal na vida cotidiana, o terceiro encontro já prometa bem mais do que a mim fora prometido. Na terra de Durique, as coisas são um pouco diferentes do costume ao qual minha vida mundana está habituada. Lá na terra de Durique, o passaporte de entrada é caro e a burocracia impede que qualquer um entre onde não é permitido. Na terra de Durique o céu é rosa e tudo ao redor parece estar numa eterna alegria onde um só sorriso fica estampado pra representar a bela musa, rainha da terra. E eu tô chegando pra adentrar na terra de Durique, por mais que não tenha sido convidado, por mais que talvez minha presença não seja bem aceita, por mais que a fila na porta seja extensa. Burlarei as regras pra conseguir o que eu quero.
E vou aguardando com gosto o terceiro encontro. O mundo nem sente mais vontade de girar desde que uma promessa fora feita pela desejada boca de uma preta linda. Também não me importo se gira o mundo ou continua estático; nos últimos dias tenho vivido cada instante como o primeiro de todos. Como fosse a virgindade de uma paixão, saboreio os sintomas que já nem mais conhecia dado o tempo exagerado em que estive emparedado, empedrado, congelado com relação aos amores perdidos. Quando se menciona um terceiro encontro, fica explícito que um quarto poderá vir depois. E nem consegui ver logo de cara a maldade que se esconde por trás das palavras dessa última frase, o que prova coisas das quais interessariam-me mais se não soubesse. Um futuro que está se abrindo quando ando mirando o horizonte e de repente me deparo com um penhasco aos meus pés que abriga no seu leito a tal terra de Durique para onde estou agora caindo sem freio e sem vontade de freiar.
São só palavras, preta... palavras sinceras, porém ainda assim são só palavras.
Acredito piamente nas coisas que digo e tento dizer bem alto, gritando, pra que todos acreditem da mesma forma que eu. Mas nem sempre acontece dessa forma e então sou sugado para um buraco negro e fétido, ralo das paixões, lar dos amantes não-correspondidos. Já frequentei lugares assim e admito que não me agradaram. Por isso e só por isso ainda sinto o frio a cortar-me nos dias quentes, sinto as lágrimas molharem-me o rosto no momento dos sinceros sorrisos, sinto o medo de me machucar por causa do amor ou pior, machucar alguém que me ame. Mas não há problemas... Na terra de Durique não há nada disso...
P.V. 16:45 17/04/09

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