domingo, 30 de agosto de 2009

A desgraça de Fefy - parte III

Levamos Fefy para tomar alguns copos de algo quente para que ele pudesse jogar dentro do recipiente de vidro todas as suas angústias. E como eram tantas angústias, jogou em vários copos. Já estava bêbado, o amigo Fefy, e não agüentava mais olhar a cena terrível que não tinha fim. Adauto e Ratazana rolando no chão molhado ao lado do banheiro químico, e rolavam mesmo no chão molhado ao lado do banheiro químico, sem aumentar nenhuma palavra nesse ato realmente incrível para um show de rock, por mais que a madrugada já avançasse sobre a noite.
Num piscar de olhos, já havíamos perdido Felippe no meio da multidão, pois o álcool não corria somente na veia dele. Se o amigo tem uma angústia, todos nós temos também, se amigo chora, todos nós choramos também, se ele bebe, também beberemos. O fato é que já não sabíamos mais onde estava o amigo Felippe.
O autor tem dessas coisas onde a liberdade é permitida pois a prosa é louca e o bagulho é frenético e quem não gostou que troque de página ou vá ver os recados no Orkut. Juntei informações durante 4 anos para estar aqui dissertando sobre tudo o que viu, o amigo Felippe, em sua volta para casa sozinho às 4 da manhã.
Adentrei em sua cabeça para narrar tudo isso. Disse ele:
“Ai Meu Deus, o que foi que eu fiz para merecer tamanha desgraça em minha vida? Todos os meus atos de jovem, sempre que ajudei os amigos, aquelas senhoras a atravessarem as ruas mais movimentadas, nas oportunidades em que assumia a culpa dos erros do meu irmão mais jovem para minha mãe não castigá-lo, e aquelas vezes em que deixava de ficar com a menina mais bonita para que meu amigo mais próximo pudesse ser mais feliz. Eu sempre me contentei com a mais feia, Meu Deus, e agora o Senhor faz isso comigo!?
Estou triste, estou muito triste. Tão triste que já não sei que horas são, quero que o dia acabe logo, quero me deitar nesse chão e deixar a vida passar por mim, quero virar um indigente pois sem o amor daquela que povoa meus sonhos não serei nada. Nem toda a fortuna do mundo pode me trazer felicidade agora que ela está nos braços de outro, deitando e rolando na grama verde do local da festa.
Maldita mulher, desgraçada que me traz desgraça, já lhe dediquei tantas palavras e ela sempre aceitando, iludindo meu coração, me dando falsas expectativas de um sentimento que faria de mim o mais feliz dos homens. E eu, inocente, acreditei em tudo que ela me dizia. Acreditava quando dizia que nosso casamente seria na praia e as cadeiras todas brancas enquanto o vento levava seu vestido e eu via seu olho brilhar ao encarar o meu. Acreditava quando ela me dizia no telefone, altas horas da noite que precisava dormir só pra poder sonhar comigo mais uma vez. Acreditava quando ela me dizia que precisávamos nos ver menos pois a saudade faz bem ao coração e aumenta o amor. Acreditava quando me dizia que era lindo, mas ainda não tinha ficado comigo pois morria de medo de fazer sofrer o coração jovem que ainda bate dentro do meu peito.
Que idiota que sou... não percebi nada...
Já não agüento mais andar; são quase 5 horas da manhã, meu dinheiro acabou, sou obrigado a ir andando pra casa, meus pés doem, tudo é escuro e terrível demais, mas a minha tristeza supera tudo.”
Um adendo nesse momento.
Ia ele andando pela Estrada do Mendanha, ali perto do Mercado Valente, quando um desses homens que nascem em corpo masculino mas se transformam em mulher com o passar do tempo parou em seu caminho. O viadinho queria uma informação sobre o horário, depois pediu uma informação sobre uma rua, queria mais uma informação de como tinha sido o show... Felippe sempre muito solícito respondeu tudo com uma alegria enorme em seu coração por alguém estar falando com ele depois de um silêncio tão grande de reflexões em sua cabeça. O viadinho, porém, tinha outras intenções para com o nosso amigo mais ilustre. O homossexual soltou-se um pouco mais e disse das suas pederastias mais internas, mais íntimas, mais loucas. Indagou o Fefy sobre o quanto que ele cobraria se o deixasse realizar um sexo oral básico em alguma dessas ruas escuras de Campo Grande.
É momento então de fecharmos o parênteses porque depois dessa eu me retiro, me deixo levar pela desgraça enorme que caiu sobre a cabeça de fefy nessa noite inesquecível. Choraria também, mas a essa hora da noite a melhor coisa depois de ler isso tudo é sorrir.
Um tempo depois, Fefy esqueceu completamente a coisa ruim que o perseguia e pôde dar continuidade em sua vida. Mas no dia 21 de outubro de 2005, numa festa realizada em Sepetiba teve sua alegria tão querida alguns meses antes concedida. Num momento de fraqueza, conseguiu arrancar um beijo de Ratazana, debaixo de um chuveiro.
Mas só depois foi saber que ela tinha vomitado 745g de arroz e feijão devido ao álcool ingerido durante todo o dia. Mas isso fica pra uma outra história. Uma outra desgraça...
P. V. 22:13 30/08/09

Um comentário:

Leilinha disse...

creeeeeeeeeeeedOO...Tadinho do Fefy gente!! Ele é tão legal, pra ficar com uma ratazana. rsrsrsrssr
E vc heiim Paulo, fazendo o menino sofrer relembrando esse triste momento em sua vida...
Pow, ele foi andando de sepetiba até o mendanha ??! [takeoparilheim]
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