Ok, crianças. Vamos dar continuidade aos fatos que me atingem em cheio, me deixam todo bobo e com essa vontade enorme de contar ao mundo inteiro como eu sou feliz em poder ouvir toda essa baboseira cotidiana que se repete. Queria ser muitos a estar em todos os cantos, não faltariam histórias interessantes pra escrever. Mesmo sendo um, já julgo viver muitas coisas, imagina possuindo várias faces. Caímos numa ironia, mas tudo bem...
Eu, universitário, um mero acadêmico que busca um futuro melhor nesse nosso Brasil brasileiro de janeiro a janeiro, ainda não tive a oportunidade de começar a dirigir meu possante, por isso sou obrigado a me locomover utilizando o transporte público carioca. Como isso não funciona, nem nunca funcionou, a alternativa é justamente o transporte...?? Alternativo, muito bem. Um ponto para quem acertou. E todo dia, estressante e seguidamente, encontro-me dentro desses automóveis maravilhosos no caminho do lar.
O problema, ou talvez a alegria, é que sempre tem algo de engraçado acontecendo dentro desse templo móvel de cultura e saber a rastejar pelo esburacado asfalto das estradas públicas. Dessa vez, não tive a oportunidade de entrar no ponto final, peguei o papo já pela metade, mas com uma incrível atenção pude, meticulosamente, analisar cada perfil, cada conversa, cada palavra pronunciada pelos queridos amigos passageiros que disputavam as risadas mais altas dentro do carro. O mestre regente da ópera dos vagabundos, o cobrador, auxiliado primordialmente pelo querido motorista que, pasmem, estava dirigindo de costas pois o papo dos bancos parecia mais interessante que o caminhão a cruzar seu caminho na próxima curva [IRONIC MODE ON].
O rapaz era novo. Descrever aquele estilo é realmente difícil. Sou novo nesse papo de escritor e jamais me igualaria aos reis da palavra que conseguem de forma brilhante passar toda uma imagem completa do que ocorre, mas eu sempre tento. Deus, às vezes, com seu poder supremo, abençoa muitas pessoas com a beleza. Certas vezes, quando já cansado do árduo trabalho de confeccionar a gente, deixa-se dominar por uma indelicadeza e fabrica seres abomináveis como o personagem incrível mais conhecido como “Lindão”, apelido dado pelo folclórico cobrador “Marreta”.
Marreta é normal, mas o Lindão, Deus que me perdoe, foi castigado quando nasceu. Tipo esses que pegam fogo e tentam apagar à paulada. Um cara de baixa estatura, barba de gente velha em pessoa nova, mal feita, magro, alguns brincos de penduricalhos em cada orelha, com o cabelo cortado só pela metade, muito grande em cima e raspado dos lados, como fosse um Emo misturado com funkeiro e ainda um pouco de sertanejo no apertar das calças e na blusa de botões sem mangas. Uma coisa realmente estranha de se ver. Ainda mais de se ouvir.
Nosso amigo Marreta estava acompanhado de algo que julgo ser um homem, até mesmo pelo que meus olhos viam, mas que, infelizmente, tinha o apelido de Shirley, com Y. E esse era o primeiro alvo de Lindão, que parecia estar embriagado de algo mais forte que álcool, talvez algum tarja preta ou coisa parecida. Segue agora, as palavras traduzidas e transcritas do personagem principal de nossa história:
__ Qual é, cobrador... tu tá aí do lado de Shirley por quê? Manda Shirley sentar aqui comigo, hoje eu tô muito carente. Hoje eu fui no médico e ele me mandou comer coisas mais saudáveis, cobrador. Ele disse que eu tenho que comer mais frutas. Eu disse que quero comer a mulher-banana.
Marreta, o cobrador sacana, não podia deixar passar uma dessas e começou com os disparos de preconceito para com as pessoas que querem uma simples banana em algum lugar do corpo. Lindão parecia querer na boca, ou não. Não satisfeito em dizer o que disse, Lindão continuou:
__ Aquele doutor é um viado, num sabe de porra nenhuma. Eu tô muito forte, isso sim. Tu sabe o que eu disse pra ele, Shirley? Eu mandei assim: o muro de Berlim eu saltei sem dar impulso, campeão de judô, derrotei virei de bruços, depois eu fiz a barba do mais forte samurai, e dei tanta pernada que até hoje o homem cai!!!!!
Depois dessa, eu me perdi no meio dos risos que ecoavam pela Van, mas continuei forte e consciente na luta por obter as informações relevantes que o querido feio nos dizia. Sem esquecer que o motorista, malabarista da pista conseguia rir, olhar pra trás, zoar o Lindão e ainda dirigir, uma coisa realmente incrível. Lindão continuou seu discurso poético:
__ Eu trabalhei muito hoje, mas é porque eu sou guerreiro. Tenho que pagar as pensões dos filhos que eu arrumei. Não fiz filho? Tenho que pagar. Na hora de fazer é bom, mas na hora de pagar que é foda, mas eu não ligo não. Agora eu tô com uma mulherzinha aí. Mas ela me dá muito trabalho. Agora quando eu chegar em casa, vou apanhar, tenho certeza. Olha aqui, cobrador, como que tá minhas costas, toda arranhada. Aquela mulher é demais, cara. Mas ela é feia demais também. A primeira vez que eu peguei aquela mulher ali no forró do Abel, eu disse pra ela “Deus te ama, mas ninguém te come...”. Foi a primeira surra que ela me deu, depois dessa, eu me apaixonei e estamos juntos até hoje.
Tenho que dar mais uma pausa porque a cada tirada dessa, a Van até caía prum lado com o motorista babando de rir em cima do volante. Lindão estava dando um show de criatividade com todo seu poder de humor a alegrar a noite de todos os trabalhadores e guerreiros que ali estavam, cansados do dia exaustivo que ocorrera e com o pensamento no seguinte que seria ainda pior. Continuou, nosso herói:
__ Mas quando eu pego meu salário, a primeira coisa que eu faço é ir no baile curtir meu funkzinho de responsa, tá ligado Juju (era o apelido criado por Lindão para o motorista). Lá no baile todo mundo me respeita. Até as novinhas me respeitam. Quer saber qual é das novinhas? É assim ó: “Minha intenção é boa, de malandra ela só finge, não tem coisa melhor do que uma novinha virgem.” É o que eu sempre canto pra elas, Juju. E elas gostam. Arrasto várias mulheres lá pra trás do Brizolão, só no ritmo do funk. Essas palavras de amor no ouvidinho delas e pronto, precisa de mais nada. Vai aprendendo.
E assim como Lindão adentrou em nossas vidas, de um salto ele partiu em um ponto perdido no meio da favela, sem avisar nem pedir para parar, aproveitou a descida de uma passageira e seguiu seu caminho rumo a mais uma surra de sua mulher. Vá com Deus, querido Lindão. Seja feliz, apanhe com gosto. Nada melhor na vida de um homem do que trabalhar o dia todo e saber que ao chegar em casa terá a sua surra o esperando.
P.V. 23:48 23/08/08
Eu, universitário, um mero acadêmico que busca um futuro melhor nesse nosso Brasil brasileiro de janeiro a janeiro, ainda não tive a oportunidade de começar a dirigir meu possante, por isso sou obrigado a me locomover utilizando o transporte público carioca. Como isso não funciona, nem nunca funcionou, a alternativa é justamente o transporte...?? Alternativo, muito bem. Um ponto para quem acertou. E todo dia, estressante e seguidamente, encontro-me dentro desses automóveis maravilhosos no caminho do lar.
O problema, ou talvez a alegria, é que sempre tem algo de engraçado acontecendo dentro desse templo móvel de cultura e saber a rastejar pelo esburacado asfalto das estradas públicas. Dessa vez, não tive a oportunidade de entrar no ponto final, peguei o papo já pela metade, mas com uma incrível atenção pude, meticulosamente, analisar cada perfil, cada conversa, cada palavra pronunciada pelos queridos amigos passageiros que disputavam as risadas mais altas dentro do carro. O mestre regente da ópera dos vagabundos, o cobrador, auxiliado primordialmente pelo querido motorista que, pasmem, estava dirigindo de costas pois o papo dos bancos parecia mais interessante que o caminhão a cruzar seu caminho na próxima curva [IRONIC MODE ON].
O rapaz era novo. Descrever aquele estilo é realmente difícil. Sou novo nesse papo de escritor e jamais me igualaria aos reis da palavra que conseguem de forma brilhante passar toda uma imagem completa do que ocorre, mas eu sempre tento. Deus, às vezes, com seu poder supremo, abençoa muitas pessoas com a beleza. Certas vezes, quando já cansado do árduo trabalho de confeccionar a gente, deixa-se dominar por uma indelicadeza e fabrica seres abomináveis como o personagem incrível mais conhecido como “Lindão”, apelido dado pelo folclórico cobrador “Marreta”.
Marreta é normal, mas o Lindão, Deus que me perdoe, foi castigado quando nasceu. Tipo esses que pegam fogo e tentam apagar à paulada. Um cara de baixa estatura, barba de gente velha em pessoa nova, mal feita, magro, alguns brincos de penduricalhos em cada orelha, com o cabelo cortado só pela metade, muito grande em cima e raspado dos lados, como fosse um Emo misturado com funkeiro e ainda um pouco de sertanejo no apertar das calças e na blusa de botões sem mangas. Uma coisa realmente estranha de se ver. Ainda mais de se ouvir.
Nosso amigo Marreta estava acompanhado de algo que julgo ser um homem, até mesmo pelo que meus olhos viam, mas que, infelizmente, tinha o apelido de Shirley, com Y. E esse era o primeiro alvo de Lindão, que parecia estar embriagado de algo mais forte que álcool, talvez algum tarja preta ou coisa parecida. Segue agora, as palavras traduzidas e transcritas do personagem principal de nossa história:
__ Qual é, cobrador... tu tá aí do lado de Shirley por quê? Manda Shirley sentar aqui comigo, hoje eu tô muito carente. Hoje eu fui no médico e ele me mandou comer coisas mais saudáveis, cobrador. Ele disse que eu tenho que comer mais frutas. Eu disse que quero comer a mulher-banana.
Marreta, o cobrador sacana, não podia deixar passar uma dessas e começou com os disparos de preconceito para com as pessoas que querem uma simples banana em algum lugar do corpo. Lindão parecia querer na boca, ou não. Não satisfeito em dizer o que disse, Lindão continuou:
__ Aquele doutor é um viado, num sabe de porra nenhuma. Eu tô muito forte, isso sim. Tu sabe o que eu disse pra ele, Shirley? Eu mandei assim: o muro de Berlim eu saltei sem dar impulso, campeão de judô, derrotei virei de bruços, depois eu fiz a barba do mais forte samurai, e dei tanta pernada que até hoje o homem cai!!!!!
Depois dessa, eu me perdi no meio dos risos que ecoavam pela Van, mas continuei forte e consciente na luta por obter as informações relevantes que o querido feio nos dizia. Sem esquecer que o motorista, malabarista da pista conseguia rir, olhar pra trás, zoar o Lindão e ainda dirigir, uma coisa realmente incrível. Lindão continuou seu discurso poético:
__ Eu trabalhei muito hoje, mas é porque eu sou guerreiro. Tenho que pagar as pensões dos filhos que eu arrumei. Não fiz filho? Tenho que pagar. Na hora de fazer é bom, mas na hora de pagar que é foda, mas eu não ligo não. Agora eu tô com uma mulherzinha aí. Mas ela me dá muito trabalho. Agora quando eu chegar em casa, vou apanhar, tenho certeza. Olha aqui, cobrador, como que tá minhas costas, toda arranhada. Aquela mulher é demais, cara. Mas ela é feia demais também. A primeira vez que eu peguei aquela mulher ali no forró do Abel, eu disse pra ela “Deus te ama, mas ninguém te come...”. Foi a primeira surra que ela me deu, depois dessa, eu me apaixonei e estamos juntos até hoje.
Tenho que dar mais uma pausa porque a cada tirada dessa, a Van até caía prum lado com o motorista babando de rir em cima do volante. Lindão estava dando um show de criatividade com todo seu poder de humor a alegrar a noite de todos os trabalhadores e guerreiros que ali estavam, cansados do dia exaustivo que ocorrera e com o pensamento no seguinte que seria ainda pior. Continuou, nosso herói:
__ Mas quando eu pego meu salário, a primeira coisa que eu faço é ir no baile curtir meu funkzinho de responsa, tá ligado Juju (era o apelido criado por Lindão para o motorista). Lá no baile todo mundo me respeita. Até as novinhas me respeitam. Quer saber qual é das novinhas? É assim ó: “Minha intenção é boa, de malandra ela só finge, não tem coisa melhor do que uma novinha virgem.” É o que eu sempre canto pra elas, Juju. E elas gostam. Arrasto várias mulheres lá pra trás do Brizolão, só no ritmo do funk. Essas palavras de amor no ouvidinho delas e pronto, precisa de mais nada. Vai aprendendo.
E assim como Lindão adentrou em nossas vidas, de um salto ele partiu em um ponto perdido no meio da favela, sem avisar nem pedir para parar, aproveitou a descida de uma passageira e seguiu seu caminho rumo a mais uma surra de sua mulher. Vá com Deus, querido Lindão. Seja feliz, apanhe com gosto. Nada melhor na vida de um homem do que trabalhar o dia todo e saber que ao chegar em casa terá a sua surra o esperando.
P.V. 23:48 23/08/08
2 comentários:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ainda preciso comentar mais alguma coisa ????????????????????
genteeeee o cara é feio e se acha o gostoso,aff e ainda apanha da mulher cruuuuuuuuuzes
rsrsrsrs
Adorei...
KKKKKKKKKKKKKKKK
Essse cara é foda!!!!!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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