segunda-feira, 18 de agosto de 2008

um dia especial

Mais um desses dias estranhos de inverno que começam frios, tornam-se quentes e gelados outra vez. As idéias prontas na cabeça de alguém que sairá com seu destino traçado, atitude inadiável, vontade antiga. O trem cheio é obstáculo pequeno a ser superado. Assim como na vida, os problemas nos apertam nos vagões quando entramos, mas com o tempo e o passar das estações, os espaços vão aumentando e podemos, enfim, respirar aliviados. Desço quando a locomotiva do amor manda. Estação derradeira, Santa Cruz. Possível imaginar o que existe depois do fim? Depois do fim da linha existe o nada pronto para ser construído, um vazio a gritar por socorro aguardando, ansioso, que cheguemos e façamos acontecer o que ainda não é.
Salto... um pulo sem volta, o marco cravado em dois corações prontos para serem unidos. O andar é leve, comum, normal como o de outros encontros, porém aquele chão não poderia imaginar as intenções que o detentor dos pés que o pisavam possuía. Boas, intenções boas. Subi com calma as escadarias, medindo com destreza cirúrgica cada passada. Sabia que não estava atrasado, não queria me cansar.
Andar sozinho pelas ruas pensando é um passatempo interessante. O caos a me cercar numa tentativa inútil de intimidar é uma falácia de medo que se perde tão facilmente quanto a chegada do próximo pensamento na minha cabeça. Cego, surdo e falante, continuo, andarilho interminável, rumo ao meu destino escolhido, minha dádiva vital, o presente que sempre quis ganhar. Meninos maus não costumam ganhar bons presentes.
Chego... frustração. Um engano, apenas um desencontro de caminhos opostos e logo tudo se dá do modo correto de ser. Incrível como a cada chegada a emoção permanece alta, no ritmo crescente apesar da repetição das situações, a grande alegria ocupando o lugar de um provável tédio precoce. Beijos, abraços, cumprimentos. É a paixão encoberta por um disfarce de seriedade que não dura muito com o rolar dos minutos.
Absorvendo informações por osmose, aprendemos que exercícios físicos fazem bem à saúde, por isso andamos. Até depararmo-nos com um templo sagrado da religião, grandioso, imponente, bem situado no alto de um monte a olhar por todo o vale que se deita a seus pés há tantos anos. Essa igreja não importa muito. Prefiro a praça que fica ao lado, onde passamos as tardes mais interessantes da estação. Tudo em seu tempo. Primeiro a praça, depois a igreja.
Mobilizo uma campanha de reforma das praças cariocas com a intenção de alocar novas árvores mais bem recheadas de largas folhas a fim de me proteger dos temíveis raios ultra-violeta, além da evidente necessidade de alcochoamento (??) dos atuais duros bancos a esmagar músculos glúteos que nossos progenitores tão bem cuidaram na distante infância com litros de Hipogloss e quilos do talquinho mais cheiroso.
Sentamos... muito fácil se perder em conversas totalmente diferentes, assuntos tão banais e desimportantes que tornam-se necessários ao costume de escutar a simplicidade da vida alheia. Prefiro não falar por optar pelo uso alternativo da boca, essa mais gostosa forma de oralidade. Confuso no meio de tantos movimentos, encontro-me tonto e disperso das idéias principais que o dia prometia.
Lembrei... a certeza de uma resposta pode tirar a graça de uma espera, contudo a forma de uma questão pode transformar o resultado da previsível afirmativa. Toda uma história poderia ser desenrolada a fim de enfeitar a festa e tornar épico esse momento inesquecível. Mas inspiração tão completa quanto um olhar apaixonado está ainda para ser criada e tive que antecipar o que não podia mais se calar.
__Vamos namorar, eu e tu?
__Vamos...
P.V. 00:48 19/08/08

Um comentário:

Sabrina Abreu disse...

inháááááá...ki buniitO.!
como sempre falo:"Meu namorado é um poeta...rs*)
TE amo cada vez +, sei q parece repetitivo, mas é a + pura verdade!
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Amo tu p/ chuchu até o cÉu.!

BJus*