O mundo somente ainda não é bastante para saciar meu desejo por fatos que, a cada dia que morre, parece tornar-se mais exigente e problemático. "As coisas não precisam de você; quem disse que eu tinha que precisar?" Não estou no Leblon, alto ou baixo, mas a Tijuca com seus calorosos prédios e frias vizinhanças também me inspira a escrever qualquer coisa semelhante à letra da música citada. Preciso de muito pouco pra atingir o máximo de felicidade que alguém pode obter e é recíproco quando me entristeço. Mas sem lugar para as palavras do mal, afirmo sempre o amor e tudo mais que se passa pela minha cabeça quando me ponho a dissertar sobre as peripécias que o pensamento me traz à tona.
Sou dessa vida e me fascino com o lugar em que sempre me encontro. Aqui onde tudo relembra o passado, imagino como deviam ser simples as coisas de antigamente quando nada era tão importante e as mutações, lentas. Morro de inveja dos que, já mortos, puderam sentir o gosto dessa vivência única, nos detalhes mínimos de outrora.
Ainda posso identificar muito do que já não existe, em rápidas passadas pelas ruas estreitas que já acolheram o amor entre jovens, as lutas por terras, as traições, as faltas do que fazer, as festas típicas, os hábitos de um tempo não muito distante.
Quero os velhos casarões e os costumes que neles residiam, quero a simplicidade do amor de outrora, quero as charretes que desfilavam entre os arvoredos que reinavam na época, quero a troca de olhares que se dava no meio dos bailes noturnos ou no fim da missa ao sair da igreja, quero a natureza despida de todos os pecados que ainda estavam por nascer, quero os casamentos arranjados e a noiva chorando ao ser obrigada a deitar com um desconhecido, quero de volta o quente café e sua explosão na economia, quero bebê-lo à tarde quando já se vai a luz e a cor presente na xícara é tudo que há de me rodear, quero o adultério com a mais bela escrava pra fugir da falsidade de um matrimônio forçado, quero as distâncias infinitas que separavam as vidas para sempre, quero o amor correspondido em eternas letras lidas em voz alta pra fazer arder ainda mais o coração, quero deitar nos campos e poder contar as estrelas repetidas vezes todas as noites de verão, quero a nudez explícita de todos os sexos unida à censura terrível que guiava as famílias de nome.
Quero a saudade desse tempo, quero viver o meu amor nos dias de hoje que se repetem ao reflexo do que já foi, quero o fim de toda a censura tanto quanto queriam os que naquele ido tempo também reclamavam, quero a paz eterna de se poder esconder do mundo dentro do que o homem moderno trouxe e essas parafernálias cada vez menores que fazem o mundo também menor, quero sentir esse outro adultério cheio de indecências que se jogam ainda mais facilmente nos dias de hoje, tanto na Tijuca ou em qualquer outro lugar que abrigue o meu excesso de amor que guardo pra aquela que será a escolhida, quero os casarões e suas ausências de teto, seus pisos de terra batida onde se reúnem os amantes da festa noturna e o amor esclarecido de uma forma diferente da de antes, quero o barulho e o silêncio, quero a noite e o dia, quero os beijos e os abraços, tudo que foi e ainda é.
Paralelos sempre se esbarram.
Quero tantas coisas e tenho muito mais que isso.
Tenho o mundo nas minhas mãos e vou brincando de Deus até o dia que me for permitido.
O poder está comigo.
P.V. 19:41 27/06/09
Sou dessa vida e me fascino com o lugar em que sempre me encontro. Aqui onde tudo relembra o passado, imagino como deviam ser simples as coisas de antigamente quando nada era tão importante e as mutações, lentas. Morro de inveja dos que, já mortos, puderam sentir o gosto dessa vivência única, nos detalhes mínimos de outrora.
Ainda posso identificar muito do que já não existe, em rápidas passadas pelas ruas estreitas que já acolheram o amor entre jovens, as lutas por terras, as traições, as faltas do que fazer, as festas típicas, os hábitos de um tempo não muito distante.
Quero os velhos casarões e os costumes que neles residiam, quero a simplicidade do amor de outrora, quero as charretes que desfilavam entre os arvoredos que reinavam na época, quero a troca de olhares que se dava no meio dos bailes noturnos ou no fim da missa ao sair da igreja, quero a natureza despida de todos os pecados que ainda estavam por nascer, quero os casamentos arranjados e a noiva chorando ao ser obrigada a deitar com um desconhecido, quero de volta o quente café e sua explosão na economia, quero bebê-lo à tarde quando já se vai a luz e a cor presente na xícara é tudo que há de me rodear, quero o adultério com a mais bela escrava pra fugir da falsidade de um matrimônio forçado, quero as distâncias infinitas que separavam as vidas para sempre, quero o amor correspondido em eternas letras lidas em voz alta pra fazer arder ainda mais o coração, quero deitar nos campos e poder contar as estrelas repetidas vezes todas as noites de verão, quero a nudez explícita de todos os sexos unida à censura terrível que guiava as famílias de nome.
Quero a saudade desse tempo, quero viver o meu amor nos dias de hoje que se repetem ao reflexo do que já foi, quero o fim de toda a censura tanto quanto queriam os que naquele ido tempo também reclamavam, quero a paz eterna de se poder esconder do mundo dentro do que o homem moderno trouxe e essas parafernálias cada vez menores que fazem o mundo também menor, quero sentir esse outro adultério cheio de indecências que se jogam ainda mais facilmente nos dias de hoje, tanto na Tijuca ou em qualquer outro lugar que abrigue o meu excesso de amor que guardo pra aquela que será a escolhida, quero os casarões e suas ausências de teto, seus pisos de terra batida onde se reúnem os amantes da festa noturna e o amor esclarecido de uma forma diferente da de antes, quero o barulho e o silêncio, quero a noite e o dia, quero os beijos e os abraços, tudo que foi e ainda é.
Paralelos sempre se esbarram.
Quero tantas coisas e tenho muito mais que isso.
Tenho o mundo nas minhas mãos e vou brincando de Deus até o dia que me for permitido.
O poder está comigo.
P.V. 19:41 27/06/09