sábado, 27 de junho de 2009

Essa criminosa

Tu sabes muito bem que tens o meu sentimento na palma da mão, mas preferes não usar do poder que possui pois tens medo do estrago que pode causar. Só teu nome já me lembra saudade e admito que agi de maneira diferente só pra tentar saciar o meu antigo desejo disfarçado sob o véu de uma formidável paixão da qual trago boas recordações. Era teu perfume que ansiava sentir novamente, era teu corpo que eu queria segurar mais uma vez, era seu sorriso que eu desejava ver como antes e sua boca... sua boca...
As reticências falam melhor que eu.
Foi simples, normal, imutável. Então tente me explicar porque, ainda agora, ao fechar os olhos, consigo ver seu rosto frente ao meu com sua beleza exagerada inundando meus pensamentos, fazendo transbordar um sentimento que somente dormia dentro do meu peito. Por que todas as poucas cenas da última noite ainda passam pela minha vista como um infinito filme a repetir sempre, porém sem um final definido? Mais que essas palavras, preciso de ações refletidas no seu coração pra te provar, com sinceridade, pela primeira vez, que não é com uma caneta que podemos escrever o final feliz.
Coragem e sacrifício são qualidades que definem um presidente.
Em algumas ocasiões, sento a admirar tudo que ainda não é, e me vem seu rosto visitar a imaginação, que já fora outrora fértil. O tempo, pai de tudo, não volta mais, então recuso-me a derrubar lágrimas de arrependimento, mas admito que se este sufocasse, faltaria-me o ar neste momento. No passado, escolhas foram feitas com a certeza do acerto. Porém, os meses correndo me indicaram o equívoco e não podia mais recorrer ao que me chamava pois não queria molhar outra vez seu rosto com o pranto consequente de minhas atitudes infantis. A vontade era de correr para os seus braços, dizer-lhe que errei, que eras tu a que eu amava de verdade, mas fazia questão de não acreditar.
Fui um fraco por dentro. Mas soube ser forte ao te deixar em paz.
Todo sono de um vulcão, por vulcão ser, um dia chega ao fim. Não me suporto ao ouvir de outras bocas o nome teu, não aguento a dor em meus olhos ao ver fotos tuas. Corri de encontro ao meu destino, burlei as regras da responsabilidade, usurpei os motivos do compromisso e te liguei. Ouvi tua voz outra vez e tudo se fez lindo. A chuva que caía forte lá fora já não mais assusta as nossas intenções; tudo se faz claro ao ver que continuas linda pois tens o Sol nos seus cabelos, a noite nos olhos e a alvura pálida e calma das nuvens matinais estampada no seu sorriso. Só teu. Só teu sorriso. Deixa ser meu...
E agora que nada mais nos atrapalha, foges do meu beijo, foges como louca desvairada e medrosa com razão. Eu lhe faço mal, amor. Um mal amor.
Ou melhor, lhe fiz.
É até um abuso de minha parte afirmar qualquer coisa desse tipo depois de tudo que já fiz com seu coração, mas até mesmo pessoas que não nos conhecem indagam sobre o beijo que me recusas com tamanha força, como se cuspisse as palavras que seu sentimento (ainda levemente apaixonado) não quer dizer: “Promoção do Beijo??”
Deixe seu orgulho de lado mais uma vez e tente enxergar que eu mudei, que estou aqui e a razão que me trouxe é você, somente você e nada mais. Tudo que acontece ao redor, todas as cores e sons, toda a escuridão, todo o frio, até mesmo a dor de uma rótula solta, nada disso se compara ao seu sorriso sincero que me diz coisas sem palavras.
Segurando sua mão posso sentir bem mais do sonha sua vã (ou não) filosofia. Sentir você na ponta dos meus dedos, por mais literais que sejam essas palavras, já me satisfaz por inteiro e faria da minha noite, a mais bem dormida de todas entre os homens apaixonados.
Sei que existe outro em sua vida, mas também sei que o sentimento em relação a este é indiferente, nada mais do que um passa-tempo dos tediosos fins de semana em lugares dos quais seu ego aproveita para elevar-se. Isso é só uma máscara, meu amor. Nada mais que uma falácia, uma ilusão, uma leve gripe que há de se curar ao administrarmos o remédio certo. Tanta ilusão quanto fui eu em sua vida há algum tempo. Mas também sei que a doença causada por mim abriu feridas em você que ainda não cicatrizaram. Nunca é tarde pra recomeçar, se ainda houver amor para um recomeço.
Então acordei.
E no meio da madrugada, estou a escrever, mesmo no escuro, mesmo com o sono. Pois sonhos bons não devem nunca ser esquecidos. Devem ser eternizados. Sonhei com você, com seu beijo, com seu sorriso. E foi tão bom. Dizia, no meu sonho, coisas que sempre quis dizer, mas nunca tive coragem.
Agora estou aqui.
A cama deitada e eu sentado, o papel na mão e uma caneta hiperativa.
Roubaste minha madrugada e não te culpo por isto. És uma criminosa por me furtar o sono e ainda não te culpo. Mas negaste-me um beijo e tornou-se vilã.
Tudo tem seu momento e ainda bem que o filme era longo.
Agora volto a dormir.
P.V. 26/06/09 ??:??

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa qto amorrr..
Essa é uma mulher de sorte...
Bjjssss!!!!