segunda-feira, 26 de julho de 2010

O destaque das intenções

Estranho não é aquele que entra sem ser convidado, é aquele que parte sem se despedir. E se a intenção é de bater a porta atrás de meus ouvidos enquanto o mundo se faz estranho e a chuva cai, nada mais importa do que a música que toca e o vestido estampado que foi guardado para um outro carnaval mais distante do que esse que já passou e a quarta feira de cinzas infernal que se faz um pouco mais colorida quando se trata dos motivos abordados.
Certos momentos me mostram um tanto quanto de coisas que não poderiam jamais acontecer e as verdades que digo e já disse continuam sendo da mais pura sinceridade, porém os momentos... os momentos são instantes a parte. E se o mundo não entende as palavras que escrevo, não culpo a gramática, muito menos minhas letras, culpo o destino.
Então, foi-se o sentimento que um dia estava dentro de mim, justamente no espaço de tempo em que a chuva caía sem vontade de parar, quando o mundo girou devagar, quando a parte mais estranha do dia se fez e as nuvens por cima da minha cabeça eram tão negras quanto os pensamentos que moram dentro dela.
Tenho um monte de explicações, tenho todos os argumentos que possam existir nesse mundo terreno, pode-se entender uma terça parte das minhas intenções, mas cansei de tudo isso e de toda essa perfeição que, por perfeição ser, torna-se repetitiva. Em todos os momentos que deixo meu peito ser mais livre, sempre que falo sem pensar e as palavras caem da minha boca sem vontade de voltar, em cada oportunidade que posso dizer realmente o que eu quero dizer, tudo cai em minha volta.
O mundo já não consegue mais me suportar.
Já li algumas cartas de suicídio onde algumas pessoas se despedem de tudo que já viveram e acho bonito. Na verdade, acho o mínimo que podem fazer uma vez que irão se matar e fazer sofrer todas as pessoas que a amam. Um tchau, um até logo, um até breve é o mínimo que alguém pode fazer a quem disse que sempre amou.
Pode-se ler um pouco mais do que está escrito, da forma que sempre foi convencionado, da forma que sempre fiz questão de me fazer entender, porém os ignorantes que me perdoem se as palavras não lhe soarem familiares o suficiente para que possam perceber o que sinto. Não farei esforços.

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Foi-se o momento e um rio separa as águas agora. Não tenho mais inspiração para continuar de onde parei e talvez falte-me também a vontade para fazê-lo. Quero mais paz a partir de agora.
Talvez não caia a chuva que caía naquele dia nem toque aos meus ouvidos uma dessas canções que fazem o autor corar de tanta vergonha do que vai escrevendo, porém deixo registrado o intento de fazer o que se pensa pra que no futuro eu não lembre de mim como um covarde que somente pensava e não tinha certeza alguma de tudo que lhe remetiam às vontades do bem viver.
Pasmei-me comigo mesmo. E a gramática não há de me assaltar.
Guerreiros vêm e vão, com a minha pessoa não é diferente. Passeio de galho em galho sem que pise em madeiras fracas que me possam jogar ao chão. E se cair? A floresta é grande e árvores não faltarão.
Um professor ensina, aprende quem tem boa índole.
P.V. 16:59 22/07/10

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