segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sexta feira à noite

Cai a noite lá fora e aqui desse quarto escuro não poderia ser diferente se não fosse pelo brilho único e intenso que saltava de seus olhos e me indicava os caminhos de seu corpo a serem percorridos. Já decorei cada centímetro dessa perfeição e mesmo com a luz apagada, deixava deslizar minhas mãos pelas curvas acentuadas e quentes que me convidavam para deitar.
Uma sexta feira à noite promete mais do que imaginamos...

E vem o seu rosto, vem sua boca, quero sua língua, te entrego a minha, cai o seu cabelo negro sobre os olhos e então se vai toda e qualquer luz que havia, me deixando na total penumbra obrigando ainda mais meus desejos a lhe invadirem com o tato.
E se oferece, intensa, com todo seu fervor aos meus braços num abraço eterno que se perde entre palavras desconexas que jamais conseguiremos achar significado; os músculos distendidos pedem pelo relaxamento e lhe jogo, suave, não sem antes livrar-me dos botões de uma calça inimiga, obstáculo maior das minhas melhores e piores intenções.
Eis que cai o meu queixo da mesma forma que cai também a sua roupa pelo chão do meu quarto. Ratifico que de olhos eu não preciso pra saber a extensão da beleza da melhor das minhas escolhas, da mulher que eu amo mais que qualquer outra coisa que possa existir.
Sem pressa de degustar cada pedaço do sabor que se pôs em minha frente, depositei forças primeiras na boca que viciou minha língua desde que me tornei feliz de verdade. E caio, sem chance, onde mais lhe arrepiam os sentidos, o local secreto que é só meu, o ponto que esconde sua libido e faz escorrer o mel que adoça minha vida: seu pescoço...
Terrível por assim ser, insaciável por ao seu lado estar, feliz por sermos dois numa carne só, num coração único.
Sem vontade de receber más notícias do relógio, sem querer que a noite chegue ao seu fim, afastando pra bem longe todo e qualquer sono que venha cair sobre nós, me delicio do mais puro néctar que um dia esteve ao meu alcance e não me faço de rogado quando deixo os instintos animais tomarem conta de meu corpo de homem.
É a minha mulher que está aqui. E sou seu homem.
Não há o que me tire de dentro do lugar que eu nasci para estar, não há vontade maior, não há prazer outro que se compare a este, não há nada, simplesmente nada que se compare com o que sinto quando estamos juntos, unidos, molhados, num só instante que se faz dentro do espaço do amor...
Queria muito mais do que escrever essas poucas palavras, mas a distância toma conta de mim de tal forma que me joga pela tangente quando se chega na curva do tempo e fico aqui parado esperando que o circuito volte mais uma vez e a semana corra como a maior das velocidades já vistas... todo dia tinha que ser fim de semana...
A gente só conhece o que é amor de verdade quando deita com quem se ama. Vou mais uma vez dizendo o que disse antes só pra que não escape nunca de mim, só pra que não escape nunca dela essa verdade que é do tamanho de um sentimento incansável e perfeito...
Brincando, eu me divirto. Ainda bem que resolvi entrar nesse jogo perigoso...
P.V. 12/07/10 18:15

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