segunda-feira, 26 de julho de 2010

Que Deus sou eu?

Perguntas chatas que me jogam a todo instante, coisas inúteis e tediosas que enxergo em cada segundo, todo que me cerca, aquela antiga fumaça que não me deixava respirar volta mais uma vez depois que eu tive o conhecimento sobre seu fraco poder e agora me joga ao chão novamente pra me fazer provar da sujeira que se esconde por baixo dos tapetes do nosso destino e das podres escolhas que fazemos ao longo da existência.
O que fica é o medo do que possa acontecer e a falta de chances de poder voltar atrás pra sofrer de novo as mesmas dores previsíveis e estranhas que me deixariam bem mais feliz deitado no chão, sem ar, olhando de baixo toda a fumaça de ócio que sobrevoava minha cabeça, tão vazia, tão nostálgica...
Não me deixo, nem pretendo querer que me deixem, não quero mais do que os outros gostariam de ter, não sou assim tão diferente de tudo que existe, mas as palavras não conseguem descrever tudo que morre dentro de mim a cada segundo que se vai no meu relógio que também já se foi. Não gostaria de estar no meu corpo numa situação dessas, por isso fujo de mim todos os dias.
As possibilidades são todas minhas, o mundo ainda é meu, Deus não sou, me falta aquilo, não sou mais disso, nunca fui disso, e há de ser assim enquanto o ar me faltar à minha volta.
Então, já que o que digo não me suporta, já que minhas palavras não conseguem traduzir tudo o que quero dizer pra mim mesmo e fica me faltando esse não sei o que, esse lance, essa parada, qualquer coisa assim um tanto quanto boa, ou quem sabe um tanto quanto vazia a ponto de me fazer revirar os olhos pra que a visão seja colocada pra dentro, onde existem fatos e passados tão puros quanto os segredos que se escondem no fim de cada arco íris.
Queria outros sonhos, queria outras coisas, queria menos sono, mais vodka, um pouco de Tequila, queria o barulho, o som, o mundo, o amor desmedido, as pessoas, queria outros sonhos, diferentes. E estou dormindo enquanto deveria estar sonhando...
É tão estranho quanto escrever sobre toalhas novas e geladeiras abertas, mas os meus sentimentos são meus sentimentos e o mundo não poderá jamais saber o que se passa na minha cabeça, pois nem mesmo eu tenho esse poder sobre mim, quem dirá os que se dizem sabedores de coisa alguma sobre minha personalidade mutante.
Minha dieta mudou. Esse frio estranho, esse sangue salgado. Sinto saudade da Lua. Falta pouco para começar a uivar.
Cantaram um monte de coisas aos meus ouvidos nesses anos que me fizeram mudar de rumos de lados para lados, me fizeram andar tanto, correr tanto, desperdiçar suor, me fizeram perder tanto tempo, estragar meu fígado, poluir meu pulmão, me apaixonar a cada segundo, me fizeram feliz... mas está provado que 'forever' é pra sempre e quem sou eu pra discutir se depois de tantas curvas cheguei ao mesmo lugar e descobri que o mundo é muito pequeno pra minhas intenções?
Dores são dores, tanto aqui quanto lá.
Tenho pouco pra dizer.
P.V. 11:05 26/07/10

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