segunda-feira, 26 de julho de 2010

Atribulações noturnas

Não teria a coragem de fazer mal a alguém. Na verdade, todo o mal que é feito é resultado de uma grande equação onde o intuito primeiro é fazer o bem. As consequências dolorosas deveriam ser debitadas na conta do destino que arma pegadinhas no caminho que traçamos para chegar em qualquer lugar que seja, qualquer objetivo que queiramos atingir, qualquer bobeira dessas que a vida nos diz que precisamos ter para sermos, sei lá, mais felizes...
Fato concreto, bem mais que cimento e areia, é que as coisas estão numa imensa montanha-russa onde esse maldito sobe e desce, onde todas essas tensões diárias vão comendo aos poucos minha intenção limpa e pura, as indecisões cretinas do futuro, essa demora imensa para com as coisas que tenho vontade de realizar, todo o desdém e a falta de verdade que o mundo apresenta para a sociedade e o tal do erro que ainda não foi confirmado.
Disse, numa dessas conferências eternas comigo mesmo, monólogos tão chatos que por vezes dera-me sono, que o mundo cabia na palma da minha mão, que nada além da vontade minha poderia ser verdade, que nada nessa loucura que chamamos de vida poderia me fazer mudar o rumo do que ia acontecendo, o rumo da história que decidi escrever, nada nem ninguém...
Hoje eu vejo que estava realmente certo.
Certas vezes na vida damos muito valor a coisas que podem não nos trazer toda a felicidade que precisamos. Não sou de escrever dos momentos ruins que o destino me oferece, na verdade, nunca escrevi coisa alguma que pudesse eternizar a tristeza ou um possível sofrimento. Mas hoje, a noite se faz diferente.
Se não caem lágrimas dos meus olhos, notam-se então teimosas lágrimas...
Fico pensando em que parte do caminho eu errei, se eu que estou errado, se vejo o erro do lado de lá, se as coisas vão continuar assim pra sempre... e grita absurdos... absurdos escandalosos em meus ouvidos... estou cansado.
Sou um idiota fraco sem coragem de dizer as coisas que podem me trazer uma dor imensa, porém passageira. O mundo é mundo desde que mundo foi chamado, e nada mudou. A tendência é justamente essa... nada há de mudar. A vida que levamos agora será a mesma daqui a 20, 30 anos... Serão dores agudas dentro do meu coração, serão noites sem dormir pensando nas possibilidades, serão palavras que somem, e gritos, e outros gritos, absurdos escandalosos em meus ouvidos que me deixam ainda mais cansado do que já estou.
Explicações que são cuspidas de uma forma tão banal como se o problema fosse aquele que tentava me passar... Calei-me e ceguei-me para uma coisa da qual não tenha certeza se faria o mesmo por mim. Minhas promessas sempre se cumprem... por menores que sejam.
É impressionante como o tempo é estranho e faz as coisas permanecerem iguais, quem sabe até piores. Não gosto de comparações, não quero mais os medos antigos, não me oponho quando o errado vem a tona, encaro de frente com os punhos cerrados...
P.V. ?? ??

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