domingo, 4 de julho de 2010

Eclipse

Já disse numa outra oportunidade que não queria mais saber de saudade, disse das amizades, disse do que existe além da amizade, disse até do amor, se não me engano. A realidade maior de tudo é que sem ela não há paz, não há beleza, é só tristeza e essa melancolia eterna que não sai de mim.
Vou aos meus goles de café plagiando o poeta pois do sentimento maior que pode existir não há nada melhor do que se inspirar em quem trabalha de forma mais inteligente, e admito aqui, nesse espaço, nesse momento, um dos meus defeitos, um erro grande e gritante, minha burrice. Há quem trabalhe de uma maneira tal que não agrida coração algum, há, diferentes de mim, que façam aquilo que o destino lhes indica e vão passando seus momentos de felicidade ao lado de quem realmente interessa e se o número se mostra no plural, também não exisitiria pessoa no mundo para criticar, muito menos eu, mero telespectador de todo o drama.
Saí de casa com intenções de sangue. Vi pouco. O espelho da tela do cinema reflete coisas estranhas e faz nascerem palavras nos meus dedos... tudo escorre, tudo morre, tudo fica mais claro quando a noite chega e aquela Lua pela metade sorri pra mim no alto do céu negro.
Fui com o que tenho.
Não poderia deixar de fazer as coisas que faço, por mais que me neguem em algumas ocasiões e voltem atrás instantes depois. Minha felicidade fica explícita, meu sentimento se aflora, uma multidão que me cerca é só uma multidão que me cerca e já não tenho medo algum de que o mundo saiba.
Nasce no alto do painel que se coloca sobre minha cabeça um eclipse e não consigo mais enxergar coisa alguma que não seja quem está aqui do meu lado.
E se há mais de uma pessoa ao meu lado, posso escrever um filme e ficar rico...
Ela também é Bella... talvez ainda mais bela...
Certas dores me fazem amanhecer num clima tenso de tédio e imersão no ócio, mas minhas palavras fazem viver novamente o que se fazia dormente, minhas palavras me mostram bem mais do que eu poderia ver num desses eclipses noturnos, minhas palavras por si só me ensinam que a maior beleza desse fenômeno natural é a natureza do fenômeno.
A Lua nunca precisou se pôr na frente do Sol pra ser perfeita...
São as escolhas que fazem um homem. E grandes escolhas fazem grandes homens.
O povo se preocupa muito com o modismo, o povo se preocupa com o certo e só abre asas para quem merece voar aos olhos aceitáveis, o povo, por povo ser, populares sem razão, só querem que o bem esteja sobre o mal, de uma forma ou de outra, mas no fundo não entendem o significado de ‘mal’ e as razões por ele ser como é.
Eu, a cada dia que passa, me sinto mais do lado oposto ao que agrada ao povo. Porém, sei das minhas razões, sei dos meus motivos, sei de um monte de coisa que ninguém um dia saberá e assim deve ser.
Foi-se o tempo em que o romantismo se fazia presente, os antigos projetos de amor que um dia se concretizariam...
Hoje em dia, o que atrai as multidões são casos isolados entre mortais, lobisomens e vampiros.
Minha carne e meus ossos não se rendem, nem poderiam fingir.
Fico por aqui.
P.V. 09:10 04/07/10

Um comentário:

Andressa Rocha disse...

"A Lua nunca precisou se pôr na frente do Sol pra ser perfeita..."
Nem preciso dizer muito pra mostrar o quanto gostei desse trecho. Simplesmente perfeito. Até já copiei, rs! Seus pots como sempre perfeito e dignos de elogios.
Bj, Paulinho.