Cheguei em um momento tal que não posso mais esconder a insatisfação com o que vem acontecendo comigo nesses últimos tempos e é um erro que devemos corrigir, afinal todo equívoco está somente esperando o desenvolvimento do acerto. O Brasil, país do caralho que teima em querer fazer tudo da forma mais absurda que possa existir, adora fuder o povo que, calado, deve gostar de ser fudido. Que sistema mais idiota de militarização é esse que o país implantou que não serve pra nada, a não ser tirar o tempo de quem já não tem. Eles tratam o alistamento como fosse algo de suprema importância, onde quem "conseguir" entrar se dará muito bem na vida, é uma ótima opção de futuro, um emprego pra toda a vida.... sim, porque deve ser isso que estão pensando pra se fazer tanta algazarra, promover tanta dificuldade em poder conseguir um simples certificado de reservista. Sabem há quantos ANOS eu tento pegar esse maldito certificado e não consigo? Dois anos! Isso mesmo, são 730 dias, 24 meses, 17.520 horas aguardando um papel irrisório que me dê condição de arrumar um emprego; emprego este que poderia melhorar a minha vida e, conseqüentemente, aumentar a economia brasileira, por que não?
E o estresse imenso que isso causa no jovem?
As propagandas difundem o slogan: "Aliste-se no exército, venha servir à pátria!" Vai pra porra, que servir pátria o quê! É o único emprego que já vi em minha vida em que para se conseguir adentrar, deve-se sofrer ao máximo. O processo de seleção é esse, quanto mais dor, quanto mais noites sem dormir e horas aguardando no frio das madrugadas, em frente a quartéis escuros e vazios, esperando (e desejando) somente chegar alguém para tirar sua vida, não sem antes levar seus pertences tão valiosos, só assim você conseguirá a tão sonhada vaga de soldado do exército.
É um martírio. O cara, quando quer entrar para as Forças Armadas do Brasil, já é um herói antes mesmo de ir pra guerra. Somente a determinação, o esforço, o suor derramado na espera de ser chamado já é um sacrifício tamanho que o fulano merece, de fato, uma medalha. E não se resume somente a se alistar, acordar de madrugada "alguns" dias para conseguir pegar o tal papelzinho que chamam de CAM (Certificado de Alistamento Militar) e ser determinado a se apresentar em tal dia, que ainda vai demorar horrores. O tal papel deveria ser chamar CÃO, devido ao seu estado ao fim de toda a maratona militar.
Com o CAM na mão, podemos nos apresentar em paz para, enfim, sermos liberados. Porra nenhuma! Acordamos ainda outras tantas vezes na madruga pra chegar lá no quartel, onde já estão esperando, às vezes do outro dia, milhares de jovens (só homem, diga-se de passagem, o que torna o sacrifício ainda pior) e as filas começam a ser formadas. Nem em começo de mês, em frente ao Banco do Brasil a gente vê tanta fila como naquele inferno. É fila pra entregar o papel, fila pra dizer o nome, fila pra escrever o nome, fila pra ganhar um cordãozinho de barbante com um número, fila pra fazer exame de saúde, fila pra quem não vai fazer exame, fila pra quem é peixe e já vai ser liberado (queria estar nessa fila). Por falar em exame de saúde, é uma coisa um tanto quanto constrangedora manter-se em pé e pelado na frente de um monte de marmanjo com cara de sono. De dez em dez, entramos numa sala e ficamos lá encostados na parede e o médico diz, calma e pausadamente, aos berros: "Só vou dizer uma vez! Vocês são idiotas, eu trabalho aqui há 2 anos e nunca, eu disse nunca, que vocês me obedeceram. Prestem atenção no que eu vou dizer. Tirem TODA a roupa, abram os dedos das mãos e os dedos dos pés!" Só isso, simples assim. Aí sempre rola um retardado que continua de meia, ou o outro que continua de cueca. Um trauma na vida de cada jovem que passa por essa situação.
A gente sai do exame de saúde e vai fazer o exame intelectual. Nossa, a dificuldade de fazer desenhos ou contas de somar é uma coisa que me surpreende incrivelmente. Eu fiz questão de errar quase tudo porque eu não queria servir mesmo. Depois fiquei com um peso na consciência pois achei que eles deveriam querer os mais ignorantes mesmo, né? Tudo bem. Nesse dia foi só isso e a gente foi embora, não sem antes entrar em mais meia dúzia de filas pra dar o nome, entregar o cordão, pegar de volta o papelzinho...
Pra resumir bem, a gente ainda volta lá mais umas 3 vezes, e faz tudo de novo, igual a antes, o que eu acho ridículo. Depois disso eles perguntam se você vai querer servir ou não. Olha que babaquice, meu! Por que não perguntaram isso no primeiro dia que eu fui me alistar?? Idiotas! Minha resposta não podia ser outra, disse que não queria de jeito nenhum. O sargento lá ainda tentou me convencer de várias formas escrotas mas nenhuma delas colou e fui embora. O foda é que ainda tem uma galera que diz que quer sim, servir, mas quando chega na hora, o pedido é negado. Que merda, hein. Marcaram pra outro dia, uns 6 meses depois pra pegar o certificado de reservista. Fui lá há dois meses, deixei o CAM, uma foto e 5 reais. Mandaram-me voltar hoje, quando chego lá, exatamente 10:10 da manhã, o filho-da-puta vira pra mim e diz que eu terei que voltar amanhã porque eles só atendem das 8 às 10. Tem noção?? Os caras só trabalham duas horas por dia!
Esse tipo de coisa me deixa com muita raiva. Tomara que o Brasil não entre em guerra com nenhum outro país porque, do contrário, com esse tipo de processo para entrar nas forças armadas, podemos tentar imaginar como deve ser bom o treinamento dos militares, né. Sem mencionar as condições e blá blá blá..
Ainda bem que não estamos mais em regime ditatorial.E o estresse imenso que isso causa no jovem?
As propagandas difundem o slogan: "Aliste-se no exército, venha servir à pátria!" Vai pra porra, que servir pátria o quê! É o único emprego que já vi em minha vida em que para se conseguir adentrar, deve-se sofrer ao máximo. O processo de seleção é esse, quanto mais dor, quanto mais noites sem dormir e horas aguardando no frio das madrugadas, em frente a quartéis escuros e vazios, esperando (e desejando) somente chegar alguém para tirar sua vida, não sem antes levar seus pertences tão valiosos, só assim você conseguirá a tão sonhada vaga de soldado do exército.
É um martírio. O cara, quando quer entrar para as Forças Armadas do Brasil, já é um herói antes mesmo de ir pra guerra. Somente a determinação, o esforço, o suor derramado na espera de ser chamado já é um sacrifício tamanho que o fulano merece, de fato, uma medalha. E não se resume somente a se alistar, acordar de madrugada "alguns" dias para conseguir pegar o tal papelzinho que chamam de CAM (Certificado de Alistamento Militar) e ser determinado a se apresentar em tal dia, que ainda vai demorar horrores. O tal papel deveria ser chamar CÃO, devido ao seu estado ao fim de toda a maratona militar.
Com o CAM na mão, podemos nos apresentar em paz para, enfim, sermos liberados. Porra nenhuma! Acordamos ainda outras tantas vezes na madruga pra chegar lá no quartel, onde já estão esperando, às vezes do outro dia, milhares de jovens (só homem, diga-se de passagem, o que torna o sacrifício ainda pior) e as filas começam a ser formadas. Nem em começo de mês, em frente ao Banco do Brasil a gente vê tanta fila como naquele inferno. É fila pra entregar o papel, fila pra dizer o nome, fila pra escrever o nome, fila pra ganhar um cordãozinho de barbante com um número, fila pra fazer exame de saúde, fila pra quem não vai fazer exame, fila pra quem é peixe e já vai ser liberado (queria estar nessa fila). Por falar em exame de saúde, é uma coisa um tanto quanto constrangedora manter-se em pé e pelado na frente de um monte de marmanjo com cara de sono. De dez em dez, entramos numa sala e ficamos lá encostados na parede e o médico diz, calma e pausadamente, aos berros: "Só vou dizer uma vez! Vocês são idiotas, eu trabalho aqui há 2 anos e nunca, eu disse nunca, que vocês me obedeceram. Prestem atenção no que eu vou dizer. Tirem TODA a roupa, abram os dedos das mãos e os dedos dos pés!" Só isso, simples assim. Aí sempre rola um retardado que continua de meia, ou o outro que continua de cueca. Um trauma na vida de cada jovem que passa por essa situação.
A gente sai do exame de saúde e vai fazer o exame intelectual. Nossa, a dificuldade de fazer desenhos ou contas de somar é uma coisa que me surpreende incrivelmente. Eu fiz questão de errar quase tudo porque eu não queria servir mesmo. Depois fiquei com um peso na consciência pois achei que eles deveriam querer os mais ignorantes mesmo, né? Tudo bem. Nesse dia foi só isso e a gente foi embora, não sem antes entrar em mais meia dúzia de filas pra dar o nome, entregar o cordão, pegar de volta o papelzinho...
Pra resumir bem, a gente ainda volta lá mais umas 3 vezes, e faz tudo de novo, igual a antes, o que eu acho ridículo. Depois disso eles perguntam se você vai querer servir ou não. Olha que babaquice, meu! Por que não perguntaram isso no primeiro dia que eu fui me alistar?? Idiotas! Minha resposta não podia ser outra, disse que não queria de jeito nenhum. O sargento lá ainda tentou me convencer de várias formas escrotas mas nenhuma delas colou e fui embora. O foda é que ainda tem uma galera que diz que quer sim, servir, mas quando chega na hora, o pedido é negado. Que merda, hein. Marcaram pra outro dia, uns 6 meses depois pra pegar o certificado de reservista. Fui lá há dois meses, deixei o CAM, uma foto e 5 reais. Mandaram-me voltar hoje, quando chego lá, exatamente 10:10 da manhã, o filho-da-puta vira pra mim e diz que eu terei que voltar amanhã porque eles só atendem das 8 às 10. Tem noção?? Os caras só trabalham duas horas por dia!
Esse tipo de coisa me deixa com muita raiva. Tomara que o Brasil não entre em guerra com nenhum outro país porque, do contrário, com esse tipo de processo para entrar nas forças armadas, podemos tentar imaginar como deve ser bom o treinamento dos militares, né. Sem mencionar as condições e blá blá blá..
Deixe estar.
P.V. 17:40 28/07/08