sábado, 19 de julho de 2008

quem morrer, verá

Adoro tudo que vem de cima, principalmente quando o assunto abordado é a religião. A polêmica que rola é terrível, fico até com medo de escrever certas coisas, mas como a Constituição e todas suas emendas (mais que linha velha de pipa) me protegem, eu deixo rolar o pensamento que não consegue mais se segurar. Claro que também não é verdade que estou aqui simplesmente fazendo intriga e arrumando confusão, são só imagens do que eu penso e sempre gosto de compartilhar meus pensamentos com todos que me amam. Rs..
Tenho uma idéia que talvez seja diferente da maioria das pessoas. Não acho, sinceramente, que as coisas pós morte sejam tão horríveis pra quem foi, no mínimo, legal aqui no nosso mundo. A partir disso, já entraríamos na discussão de saber se realmente existe algo depois que se morre, porém é o que prefiro acreditar, uma vez que ficaria muito puto se não tivesse mais nada depois que batesse as botas. Eu sou legal aqui na Terra, acredito que serei aceito no reino dos céus, até pela relação íntima que tenho com o Patrão lá em cima. Não sei sobre vocês, mas a gente tá sempre batendo um papo. Em caso de recusa, não vou oferecer suborno porque sei que não irá aceitar, até mesmo pra poder dar o exemplo. Tem uns sem-vergonhas aqui embaixo que estão, de fato, precisando aprender um pouco sobre esses exemplos.
E quando minha hora chegar (espero que demore muito) estarei preparado para enfrentar o que for preciso a fim de me adequar a situação que o céu irá me ofertar. Devo estar precavido para o frio com roupas quentes, e se possível comprar alguns pacotinhos de chá de coca, já que o ar lá em cima deve ser bem rarefeito. E será uma festa, com certeza, ao me verem chegar, com meu terninho a "la funeral barato", isso se não resolverem me queimar e jogar minhas cinzas sobre a sagrada grama que tem aqui perto de casa, onde o mato vai crescer como os fios dos meus cabelos. Espero que não...
Estando lá no paraíso, onde a altitude é forte, vou levar um "lero" com Pedrinho, dono da chave dos portões do céu, pra que me arranje uma boa suíte, se possível que fique sobre os ares do majestoso maracanã, assim poderei continuar a glorificar o grande Mengão todos os domingos. Por acaso, pedirei a Deus uma folga das missas vespertinas justamente por esse motivo tão importante. Tenho certeza absoluta que São Pedro entenderá meu pesar e, por mim, irá interceder nesse pedido tão nobre de minha pessoa.
E que maravilha não seria se meu falecimento se desse no mês de julho! Iria deixar um bilhete singelo sobre a cômoda de meu leito de morte, com um último pedido, aquele que não iriam me negar, por mais que achassem, no mínimo, estranho. Pediria que me vestissem de "caipira" e me enterrassem dessa maneira, com direito a dentinho preto e pintas na bochecha. Seria tão linda, a paisagem do firmamento todo enfeitado com as típicas características da festa de São João. Padim Ciço me ensinaria a dançar um forró pé de serra, ou melhor, pé de céu, e a gente lá, naquele sacolejo, pra lá e pra cá, e sempre de olho nas anjinhas, todas se querendo pra nós. Padim Ciço, coitado, já um senhor de idade, não daria conta das meninas.
E no meio de toda essa festa, sempre existe lugar pra caridade, ainda mais se tratando do local onde a celebração era realizada. Ao parar pra respirar um pouco o ar puro da atmosfera, deparo-me com uma cena que me espantou, uma cena que me remeteu a tempos passados em banheiros de lares familiares, coisas que nem mesmo vale a pena recordarmos. Num canto (se é que existe espaço pra cantos no céu) vi um casal aos amassos, uma cena de amor incondicional, pensei até mesmo no pudor que poderia causar aos olhos de todas as entidades sagradas que se encontravam no recinto. Percebi também a feiúra da menina que era amada pelo tal homem corajoso. E bota corajoso nisso. Não é de minha feição ficar admirando o amor alheio, por isso me retirei, e ao encontrar o amigo Judas, comentei sobre a visão de poucos minutos atrás. Só então fiquei sabendo que aquela era a atual namorada de São Jorge, devorador de dragões, que estava passando pelo céu, depois de uma longa temporada na Lua.
Foi quando Deus me acordou, e disse: "Filho, acorde... você está sonhando. Você ainda está bem vivo. E vai continuar por muito tempo. Quanto ao céu, deixe que cuido eu. Vou precisar de uma vassoura bem grande pra limpar toda a bagunça que fizeram aqui com esse "happy hour." E pode deixar, que eu já avisei a Jorge que pegar mulher feia dá azar. Mas ele prefere não me escutar... pura blasfêmia, não escutar conselhos de Deus... Agora acorde!!"
P.V. 19:13 19/07/08

3 comentários:

ELI BERNARDO disse...

cara, sensacional.
vc esta aos poucos criando um estilo literário impar.
e de novo te falo. tá cada vez melhor.
tá parecendo teu pai....kkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Incrível..Surreal..Engraçadíssimo
Só você paulinho!!
kkk...kkk..

Sabrina Abreu disse...

KKKKK..
Rolei d rir, já sab q s/ emprego tu num fika né?Sua criatividad é absurda, e como disse teu papai, vc esta criando um estilo literário impar...rsrs
A parte d seu Jorge pegando o drgão foi o auge da risada p/ mim..rs
MAs a part das anjinhas num sei pq eu num gostei muito...SEM VERGONHAAAAAAAA!rsrsrsrs

Te admiro cada vez mais.!
bJus*