sábado, 16 de agosto de 2008

mentiras duradouras

Qual o número que mais te impressiona? Toda minha vida, procurei acreditar que o 7 era meu número da sorte. Outro dia, fiquei sabendo que 7 é conta de mentiroso. Vou fazer o quê? Continuo com o 7, mesmo que me chamem de mentiroso. Abrindo o jogo aqui, nesse texto inédito, vou dizer que já se tornou normal me chamarem de mentiroso. Não pensem que me sinto feliz com isso. Talvez seja porque ainda não me conheceram por completo, não sabem, de fato, do que sou capaz.
Coisas que eu começo a ficar acostumado de ouvir é do tipo que nunca sabem se o que estou falando é uma verdade ou se estou só brincando, mais uma vez. Isso é algo que escuto toda semana, pelo menos sete vezes. Sete??
Sinceramente não ligo se não acreditam no que eu digo, até mesmo porque julgo eu, que seja das mais difíceis missões para uma pessoa analisar a verdade ou mentira que falo pois com todo o meu dom de persuasão e a fala abençoada que recebi ao beber daquela milagrosa água de chuva de janeiro a janeiro, tornei-me quase inabalável perante as discussões que explodem ao redor. Também sou feliz por poder fugir de encrencas épicas somente com as palavras bem escolhidas. Com certeza, minto. Admiti. Minto.
Mas as mentiras que correm por minha boca são da mais sincera honestidade que um homem de bem, como eu, poderia ter. Minto para favorecer o ego de quem me cerca, minto para manter por perto e conseguir dar a proteção necessária a quem gosta de mim, minto para não antecipar a dor em um coração que se aperta dentro do peito ao sentir a saudade de um beijo meu, minto com a intenção de trazer o bem para perto, minto para livrar um irmão da degola num momento difícil da vida, minto quando sinto-me pressionado a fazer algo que uma visão ou um sentimento momentâneo me dizem que o futuro reservaria tristezas se aquela decisão fosse tomada, minto quando faço uma merda e sei que encobrindo o fedor preservaria o nariz de quem tanto amo. Enfim, sinceras mentiras necessárias que qualquer um comete a toda hora. Não sou melhor nem pior que ninguém, minto também.
A diferença é que nas minhas mentiras a verdade nunca será descoberta.
Os homens passam, céus e terras passam, mares passam. Minhas mentiras ficam.
P.V. 22:18 16/08/08

3 comentários:

priscilla disse...

cara de pau!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
vc é otimo

Anônimo disse...

Tá explicado de onde saiu tanto talento, teu pai é um artista, maravilhoso por sinal, escreve tão bem quanto você.
Deu uma passada no blog dele e fiquei maravilhada.
Estilos distintos, qualidade e perfeição equivalentes. Perfeitos, pai e filho!

BeijoOs P.V., cada vez melhor, ahn!

ELI BERNARDO disse...

mentir é feio
mentir é cruel
a mentira tem gosto
amargo como fél
não minta nunca
mas se mentir
não assuma.....
.......nunca
valei pelo texto
muito bom
um abraço