sábado, 24 de outubro de 2009

Nosso eclipse

Meu pai sempre me disse que na vida de um homem, uma preta linda há de entrar e fazer tudo mudar. E eu que sempre fui apaixonado pelas mulatas maravilhosas de meu tempo, tenho que admitir, por mais doloroso que seja, que a minha preta linda existe e está lendo isso agora. Não é nada demais, não atendo ao seu pedido que reclamava em meus ouvidos que não tinha mais palavras para seus olhos, não escrevo por encomenda, não escrevo sem sentir, só vou dizendo por aqui o que já transborda dentro de mim, ainda mais depois de lembrar alguns dos melhores momentos que já passei, e foram com você, amor...
Existem pessoas do lado de fora de nossa relação que podem até pensar que o que acontece é bem maior do que possa se imaginar. Acho que são todos invejosos e querem só arrumar uma desculpa pra abrir a boca e falar da vida dos outros. O que nós temos é o que nós temos e não dividiria com ninguém, deixe que digam, que pensem, que falem. Mas só eu sei que você é minha preta e nada mais importa, além disso.
Só porque quando eu sinto saudade de te abraçar, eu falo pra todo mundo que quero você aqui e você vem. E não é só pra me ver. É pra trazer um copo de caldo de cana pra mim também, porque eu estava com desejo de beber caldo de cana, um desejo tão grande quanto de ver seu sorriso mais uma vez.
E te perdôo pela ignorância de ter trazido um copo de caldo de cana quente...
Todos os adjetivos pejorativos que jogo em ti são só pra disfarçar o sentimento que se esconde por trás de cada palavra. Tento iludir meu pensamento pra não fazer sofrer um coração precoce que sempre foi dedicado a você desde
um desses carnavais perdidos em nossa memória.
Veja que o pensamento que tanto falo me faz lembrar mesmo de coisas das quais não tinha ainda analisado por completo e compreendo agora a intensidade de tais atitudes.
Burlar a convenção, desejar a mulher do irmão, querer o que não se pode, fazer o que não se deve, tudo aconteceu em perdição à sua atenção, ao seu viver, à vontade que me devorava, o tal perigo que me excitou. A preta nem era minha, mas o destino dizia que seria...
Mas hoje você já se faz distante, me liga de vezes em vezes com a voz alterada, não é mais aquela felicidade de antes, as horas de conversa já não passam de alguns minutos soltos no tempo que não nos pertence mais; sua alegria é uma nova alegria ao lado de outro que desconheço. E lhe digo que sou triste por isso...
Mas, amor, é tudo mentira. São só palavras pra te mostrar um sincero ciúme. É difícil de entender, mas o meu ciúme por você é de posse. Você é minha, e está aí passando uma temporada nos braços de outro. Sei que se sente feliz e isso somente já enobrece exageradamente as minhas intenções.
O que te faz bem reflete em mim a total e perfeita felicidade.
Se existe amizade com amor, eu lhe digo que entre nós existe um amor com amizade. Amo tudo o que você representa em mim, tudo o que me tornei depois que te conheci, e se suas lágrimas caem enquanto lê o que te digo, são só gotas de alegria e jamais de tristeza.
Se você nasceu de noite foi pra provar que seria, sim, a minha preta linda. Mas depois que você nasceu, o dia também nasceu e trouxe a certeza que depois da saudade vem o reencontro. Estou sempre te esperando, amor...
Você é minha Lua, e eu, seu Sol. Vivemos em mundos diferentes, mas a gente continua se esbarrando de vez em quando. Todo mundo precisa de nós e nós precisamos de todo mundo, mas além de todos, nós precisamos um do outro.
Quero que você se ponha em minha frente, quero que tudo se apague durante nosso amor, quero que todos só tenham olhos pra nós, parados encarando o céu que se faz diferente de repente...
Nós somos o eclipse que escurece e ilumina o céu, meu amor...

P.V. 11:20 24/10/09

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Apresentando Bello

E nem era só a chuva que caía levantando aquele saudoso cheiro de terra molhada; não eram os poucos pingos que conseguiam nos molhar de leve pra arrepiar o corpo; nem era a alta árvore que nos abrigava enquanto a noite tomava conta de tudo que estava em nossa volta; também não era a conspiração daquele vento que soprava tão forte, só pra que pudessemos nos abraçar mais chamando o calor. Era mais. Era bem mais que isso.
Só porque a Lua se escondia por trás de alguma nuvem, já no infinito do céu, temendo ver o que se desenrolava aqui no chão; só porque o prazer daquele momento era bem maior do que qualquer outra responsabilidade que houvesse para se realizar; só pelo medo saudável que um criador impõe na sua criatura pra que este não quebre as regras desenvolvidas na criação. A Lua, a faculdade e seu pai também ajudaram a fazer minha noite mais feliz.
Direi aos seus ouvidos somente as verdades que puderem sair da minha boca. À sua boca, nada direi, pois nosso talento substitui as palavras.
Existem bons beijos, beijos ótimos, e o nosso beijo. Sempre me disseram que a perfeição não existe, mas admito agora, enquanto minha caneta escorrega pelo papel, que a última noite me deixou com sérias dúvidas.
Ainda posso sentir seu gosto e seu corpo se fechar os olhos. Sem ver enxergo bem mais.
Era tão simples sentir seus lábios pela primeira vez que não pensei duas vezes em sair de casa pra chegar em você. Foram passos longos, medidos, todos dedicados a sua beleza exagerada.
E a simplicidade tornou-se tão complexa quando estávamos juntos pela primeira vez... mas meus desejos nunca conheceram qualquer tipo de razão e roubei de ti o que agora se faz meu.
Só vou lhe pedindo, encarecidamente, que saiba da fraqueza de meu sentimento, que me mastigue devagar, que me devore com fome, mas me deixe ao menos os ossos, que me beije sempre que quiser, que me use como seu, que me xingue, que me bata, que me ria seu sorriso tão lindo e único como eu jamais havia visto, que me chame; que me grite, por favor, pois de onde eu estiver, irei ao seu encontro, meu amor...
Antes que a Lua volte outra vez lembrarei do seu rosto e esse brilho nos olhos tão apertadinhos que me piscam sem saber.
Já sinto saudades de você...
P.V. 13:02 30/09/09

Uma velha edição pra um velho ditado


Avise ao império que seu presidente voltou.
Sei que um rei é o destinado a governar um império, mas essa colocação não me cabe ainda, pois não sou ditador nem faço regras. Nasci nesse meio e sou presidente, estou aqui pra
quebrar as regras.
Foi-me dado um título de grande importância e farei de tudo pra que nosso nome esteja sempre no alto, justamente no topo da cadeia alimentar, lá onde sempre deveria estar. Pois avise mais uma vez ao império que
seu presidente voltou.
Não perguntes a minha pessoa desde quando estive fora, não indague sobre possibilidades de uma fuga precoce, não se importe com detalhes que não fazem diferença, apenas avise ao império que
seu presidente voltou.
Não vá se escondendo dentro de casa, pois o refúgio do lar é inútil à minha vontade que sempre se fez plena em meu pleno coração. Estarei de olho em tudo que se move, em tudo que anda ou corre, pois no meu império tenho total controle e poder de ir e vir sobre o território que me pertence desde que estou de volta.
Avise o império que seu presidente voltou agora com mais força do que antes depois que o mar de lama atravessou sua vida de forma tão brusca a levar tudo que se encontrava em seu caminho, amores, tristezas, derrotas, alegrias, poderes falsos, amigos lentos, mulheres lindas... essa onda é a onda que representa o novo pensamento de um um novo modo de administração. Avise aos quatro cantos do império que seu presidente voltou e dessa vez ficará para toda a eternidade do infinito que separa os corações apaixonados.
Frente ao impossível, esse presidente que vos fala, tentará, pois na qualidade de líder, assume a posição de homem de frente nessa batalha que travamos desde que tenhamos a intenção de adentrar no campo minado da vida.
A pederastia do império é notável e única.
Venho afirmando só o que me importa, só o que importa aos meus vassalos, jogo o jogo jogado, com sorrisos de blefe estampados no meu rosto falso e mentiroso aos olhos de quem me crê. A batalha tem seu início assim que meus inimigos, todos, aceitarem a derrota previsível em suas vidas.
Entrarão pra perder, entrarei pra vencer.
Cairá por terra todo esse clamor de quererem dominar o que sempre foi meu, pois uma posse é dada a quem lhe merece por direito e capacidade assim como o presidente que vos fala. Acreditem no poder e estarão sempre erguidos na confiança depositada em minhas palavras e minhas atitudes no momento de defesa de nossa herança tão sagrada.
Tenho total certeza e absoluta razão em dizer, que quando tudo terminar, olharão para trás, mesmo vendo o sangue derramado, mesmo chorando as tristezas dos amigos perdidos, mesmo com a dor estampada em seus corações, olharão para trás e verão que sim, valeu a pena todo o esforço de uma vida em busca de um objetivo comum.
E se me virem ao chão, camuflado de vermelho, em meio ao sangue de meus inimigos, deixem-me lá. Pois ainda terei sede pra saciar minha vontade nesse solo molhado de rubra paixão.
Elas são todas iguais, sempre perderão a batalha para seu presidente.
E não deixe que temam, avisem ao império que seu presidente está de volta.
O poder da conquista está conosco.
P.V. 18:17 21/10/09

A contradição de Fênix

Eu até sei que se for de minha vontade consigo o que tanto quero, tudo que ainda fico olhando e admirando, sonhando se um dia eu poderia ser feliz com tamanha beleza ao lado meu. Sei que se for de minha vontade eu posso levantar e ir atrás disso que me deixaria um pouco mais feliz do que sou agora só pra saciar essa vontade ou esse desejo que me acomete... coisas de tesão mesmo.
Mas fico por aqui, sem nem saber porque...
Vou imaginar então.
Por vezes nessa minha vida eu já pensei em mudar totalmente o rumo que minhas idéias tomavam em determinado período específico da história. Alguns eventos me fazem pensar mais do que antes e então tomo atitudes drásticas das quais me arrependo ou não num futuro bem próximo. E isso já se tornou uma constante, o que me irrita demais. Tudo que se repete me irrita.
Tenho um álbum de figurinhas incompleto. Mas, a partir desse momento, depois que minha mãe chegar em casa com pacotinhos e eu abrí-los, as figurinhas que já estiverem lá coladas serão jogadas na lata do lixo. Só ficarão por aqui as figurinhas que ainda não estiverem seu devido local no meu álbum. E acrescento, algumas das figurinhas que já estiverem coladas, ainda tem alguma significação e conteúdo pra oferecer ao meu álbum, por isso, essas ainda poderão ser aceitas até que o melhor delas seja extraído em favor da revista.
Entendam como o puro sentido das palavras, minhas dissertações estão totalmente fora do que se costumou chamar ironia ou duplo sentido.
É, de fato, uma atitude drástica, não se pode negar...
Cansei de toda a falta de beleza, de toda imperfeição, de toda falta de assunto, de toda a baboseira diária de ferramentas eletrônicas e modernas, cansei de quantidade sem qualidade, mas não cansei de quantidade, estou farto de falsas promessas e mentiras exageradas que meu sentimento vive gritando aos sete cantos do destino, já chega do que passou, já chega do que é fácil, já chega de pensar em querer de novo o que não me dava plenitude total de felicidade.
O amigo Platão deixou seu legado e sabia o que dizer ao afirmar que a verdade estava no diálogo. É justamente na conversa que se esconde o que mais se procura. Cansei de andar sem rumo e adentrar nas intimidades alheias sem ao menos saber o nome de quem já estou dentro. Afirmo aqui que o prazer momentâneo não se compara com a eterna felicidade por mais que me traga sim alguma alegria e contentamento. O prazer momentâneo é de momento, mas deixa registradas histórias que viverão pra sempre no infinito da nossa imortalidade. A eterna felicidade é a eterna felicidade.
Mas, apesar de tudo, ainda sei que acordarei amanhã da mesma maneira que acordei ontem. Foi só uma coisa de beleza exagerada e pueril que se pôs em minha frente e me faz lembrar que tudo me pertence, mas não me desequilibra. É engraçado saber que a contradição é a mais bela das idéias que posso ter, pois me vem agora à mente que algumas figurinhas já coladas em meu álbum me desequilibrariam tanto de uma forma que jamais outra figurinha ainda mais colorida e cara poderia.
Essa drasticidade de minhas prováveis atitudes me faz nascer de novo como a Fênix que brota das cinzas de sua própria morte, enterrada em suas derrotas e tristezas acumuladas nas falsas alegrias que viveu enquanto batiam ainda suas asas...
Quando batiam a asa, eu já pensava em renascer...
P.V. 20:49 19/10/09

sábado, 17 de outubro de 2009

Bastidores

Veja que não vale mesmo a pena se deixar levar por algo que não te dará futuro algum. Entendi uma vez, em minha curta vida, que um Cara lá em cima dita as regras e nos dá o tempo que é tão precioso, maior tesouro que podemos ganhar, e esse tempo corre tão rápido que nada é mais importante que ele, pois em seu fim nada mais restará a não ser o pó de nossas entranhas apodrecidas enterradas em algum buraco ao lado de outras entranhas apodrecidas das pessoas que jamais conhecemos e nem conheceremos, afinal, ao cruzar a linha da morte, mortos estaremos.
E se deixamos correr esse tempo ao lado de quem não tem valor algum em nossos corações, então que merda estamos fazendo de nossas vidas? Sabia que tudo era bem simples, mas não tinha oportunidade de colocar o que penso no papel, talvez pela idéia do primeiro parágrafo, talvez pela provável idéia do próximo parágrafo, mas quem sabe as letras e as palavras não digam nada e somente as atitudes drásticas que temos que tomar em algumas ocasiões sejam as mais claras formas de se expressar quando a necessidade nos obriga a levantar a cabeça e encarar nossos desafios...?
E ainda pensam que sofro por amor? Tenho minhas teses todas formadas com relação ao sentimento vermelho que nos faz tão felizes e tão tristes ao mesmo tempo. Claro que sei separar as boas das más intenções que vão sendo lançadas aos milhões em cima de mim, mas se for pra escolher, prefiro a neutralidade. Time que está ganhando até pode ser mexido pra aumentar o placar, porém a mínima diferença a favor também nos dá a vitória. Fui em busca do que era meu e consegui trazer de volta pra casa, debaixo do braço, os louros do sucesso. E ainda tenho tempo de ensinar a quem me segue...
Há quem me negue a verdade quando digo também das variedades amorosas perdidas por aí. Sou desses que não acredito na exclusividade do amor e, talvez, até já tenha gritado isso no ouvido de 'alguéns'. Sei que aquele mesmo Cara lá de cima que nos dá o poder do tempo, também nos dá o poder de transmitir alegria e felicidade a quem nos rodeia, a quem precisa tanto. E nasci eu, todo prosa com minhas palavras fofinhas e beijos quentes. Se nessa esquina eu tenho amor pra dar, na próxima eu também tenho, e se virar aquela rua, vou ter mais amor pra entregar, pois sei que brotará um sorriso em cada esquina, um sentimento exagerado de felicidade em cada esquina, serão três esquinas bem mais felizes agora do que antes de eu ter passado. E Deus fica feliz por isso, eu acho...
São segredos revelados, coisas dessas que todos sabem, todos tem total noção de que aconteçam, mas talvez esforcem-se por não querer acreditar na crueza perfeita de algo que sempre disseram ser sagrado. E esses jovens de hoje em dia, tão jovens quanto eu ou mais, são a mais pura forma de amor que eu venho dissertando há tanto tempo, esses jovens perdidos nos bailes, esses jovens perdidos nas micaretas, nas escolas públicas e particulares, perdidos nas praias, alguns nos empregos, esses jovens, tão meus amigos, são o reflexo do espelho que se põe em frente ao quadro da pederastia perfeita que é o amor do século XXI. Não sei quem pintou, não sei quem deu início ao movimento, mas admito que compraria ingressos pra admirar essa exposição, a qual espero sinceramente que jamais chegue ao fim.
Fica tão chato quando acendemos uma lanterna em cima de todos os cantos escuros que ainda se escondiam no infinito de nossas mentes que já cheguei a conjeturar sobre a totalidade da sabedoria de tudo isso. E fiquei feliz porque cada dia que nasce ou morre, é notório que tudo é tanta coisa que jamais conseguirei entender o universo do amor, ou das mulheres, ou mesmo o meu.
Era uma situação bem assim, cantada numa música, interpretada muito bem por mim nas noites mais alcoólatras que podem me aconchegar no travesseiro da Lua, amante maior das minhas palavras, inspiração mais forte dos meus casos de amor. O rapaz, transvestido em uma personagem que desconheço, um moço simples de puro coração ou uma donzela virgem e recatada que sempre viveu em busca do seu grande amor, aquele que pisa num sentimento dedicado a lhe amar. Justamente o que a gente vê todos os dias, nessas esquinas que eu passo...
Cantava, tinha uma profissão, era num cabaré, com homens bêbados e febris, platéia difícil, trabalho difícil, uma verdadeira batalha onde se perdia ainda mais a vontade de viver quando o amor de sua vida ia partindo pra longe sem que pudesse ficar uma explicação ao menos. Os sensíveis possuem olhos dos quais rolam lágrimas sempre que uma emoção mais forte lhes acomete e só isso resta quando as paredes são a única companhia de uma noite, quando o camarim lhe diz que mesmo com a dor no peito você deverá subir as escadas do palco e cantar o que deve cantar. Chorou até ficar com dó de si. São opções de saída que se encontram quando se abre uma garrafa de Gim, um copo, um gelo e sua garganta. Parece que tudo se perde, tudo se esquece naquele momento e podemos então dar sequência aos fatos que sucedem ao sofrimento. Mas tudo é passageiro, menos o oitavo... Roupas, brilhos, intenções, palavras soltas num ar cheio do perfume exagerado e então sobe-se no palco pra gritar a dor que deveras sente. Quando tudo se pensa estar correndo da forma mais correta que se espera, eis que aquele que é dono da sua penitência, aquele que lhe enfia a faca dentro do peito a todo instante, aquele que tu amas com toda a intensidade, aquele que jurara viver toda a vida está la sentado em uma das mesas do cabaré a caçoar de sua apresentação. Chora?? Corre...
E entra em casa só pra ter certeza que não mais irá ver o rosto de quem mais lhe machucou em toda a vida. Sabemos de cor que a dor física não se compara à dor do sentimento e ainda assim somos doentes por querer apanhar sempre da vida. Mas joga-se tudo fora, queimam-se as lembranças, exorciza-se o demônio que entraste em tua vida sem que desse a permissão. O primeiro passo para a libertação é esticar a perna. E assim será.
Volta e canta, canta mais alto que antes! Todo o cabaré lhe aplaude de pé quando chega ao fim. E corre pra dentro de casa de novo, dessa vez com um sorriso no rosto por saber que a escada dessa vez só tem degraus pra cima, aquela que descia já não está lá dentro, foi exorcizada pelo sentimento maior que vive dentro de cada coração; a vontade de ser feliz é maior do que a de ser triste.
E canta de novo, canta mais, cante como sempre cantou! Jamais cantou tão lindo assim, os homens lá pedindo bis, bêbados e febris a se rasgar por ti...
Corre?? Chora...
P.V. 10:29 17/10/09

Ausência de razão??

“Vou rasgar dinheiro, tacar fogo nele, só pra variar...”

Pois eu ia bem tranqüilo sem qualquer tipo de pudor quando me surgiu um maluco. Incrédulo, perguntei: “Tu é maluco?” E o maluco: “Claro que não!!”
Mastigava um pedaço de papel rosa e tentava fazer bolas assoprando com a boca. E ria loucamente olhando para mim enquanto procurava as letras do último livro que lera perdidas nos fios de cabelo de sua axila esquerda. Sentou com a mão por baixo das nádegas pois queria sentir um tal formigamento agradável após prender a corrente sanguínea. Disse-me que ia cantar um bolero pois já começava a ver em meu rosto um previsível tédio que lhe irritava e foi gritando um hit de Cláudia Leitte; qualquer coisa como o que mais se queria era beijar na boca e algumas bolhas de sabão. Como soltei gargalhadas depois de sua apresentação com direito a coreografias pré-ensaiadas, tomou um pouco mais de coragem e surpreendeu-me ao subir no alto de uma árvore gemendo falsos miados e pedindo que um bombeiro lhe salvasse dizendo que em troca devolveria o nariz roubado de Michael Jackson; um resgate justo. Eram altas horas da noite e concluiu, são, que a essa hora o corpo de bombeiros não funciona e seus funcionários estavam dormindo; desceu da copa da árvore e foi catando pelo chão as últimas novidades que sua vida havia lhe proporcionado. Não achava nada e me pediu para que lhe ajudasse em tal empreitada. Viu ali o nascimento de uma sobrinha, acariciou-lhe o rosto; achou mais perto de seu pé o último jogo do Botafogo e a provável derrota, xingou alguns palavrões; por fim achou o que mais lhe agradou, as Olímpiadas Rio 2016; mas, logo ficou decepcionado ao lembrar que por ser no Rio, somente seriam esportes aquáticos. O rapaz já não sabia mais a direção de sua vida e me olhava com olhos tão questionadores que por um momento senti medo do que poderia estar escondido atrás de suas intenções. De súbito, gritou em minha direção:
__ Foi tu que desvirginou minha filha, seu maldito!
__ Claro que não. Nem conheço sua filha...
E acalmou-se pedindo-me desculpas. Foi só um súbito acesso de estranheza em sua mente por ter visto perdido no chão o cabaço da menina. Ouviu o som da chuva e correu por buscar seu bronzeador, mas antes que pudesse dar partida nas pernas lembrei-lhe que a noite já era dona do lugar e o Sol não poderia lhe queimar a pele. Resolvi abrir meu guarda-chuva e ele disse que minha antena parabólica estava invertida do lado errado. Sacou seu MP22 do bolso, conectou um cabo USB no meu guarda-chuva e sentiu-se feliz dizendo que, mesmo com a antena invertida, o sinal era muito bom. Foi me dizendo da vida dura que sempre levou, por onde andou, esse preconceito bobo que as pessoas têm, essa inveja exagerada de quem possui um pouco mais de inteligência, e chorava em meus ombros como uma criança, rogava pragas das mais cruéis em todos aqueles que já riram de sua cara e ele não sabia porque. Acalmei-lhe dizendo que em algumas ocasiões as pessoas também riam da minha cara e ele começou a me chamar de idiota porque riam de mim. Ficou feliz e isso já me deixava satisfeito.
Queria comprar um presente pra mim e abriu sua carteira, mas as notas estavam todas cortadas ao meio; explicou-me que tinha notas de 10 reais, mas queria gastar só 5, e rasgava ao meio pra conseguir êxito em sua empreitada. Nem sabia muito bem o que me dar de presente, mas já me considerava um pai por tê-lo acolhido tão bem assim no meio da noite. Disse-lhe que nada era preciso, apenas a amizade de uma pessoa tão especial me fazia feliz. Ao chamá-lo de especial encheu o peito de cólera, ódio e rancor e saiu correndo xingando-me dos nomes mais terríveis que existem no vocabulário dos palavrões. Fiquei lá em pé admirando aquela cena tão imprevisível, acendi um cigarro e pensei para mim:
__ Um rapaz tão bom... e ainda cheguei a pensar que era louco...
P.V. 09:42 17/10/09

Asa de Pomba

Penso que talvez fosse melhor me retirar por alguns dias num templo budista, ou num internato de seminaristas, quem sabe um monastério, viajar para as altas montanhas do Himalaia, passar noites sentado em cima de tumbas em cemitérios dando mais valor ao significado do silêncio e a paz interior que todo homem persegue. Devemos pelo menos uma vez na vida parar e pensar sobre tudo que vem acontecendo, agradecer aos céus por toda a dádiva enviada, todo o prazer que ainda há de nascer e isso só se faz no infinito de um só, sozinho, isolado, longe de todo o barulho que promete acometer nossos ouvidos alguns dias depois.
A semana que antecede a festa do amor é cheia de dúvidas e todas essas interrogações podem cansar minha beleza. Por isso me resguardo de toda maldade que há no mundo pra que o coração esteja totalmente livre de qualquer tipo de ódio e rancor. Um coração livre e desimpedido é um coração que será bem recebido aos braços daquelas que estarão lá me esperando, soltas e serelepes...
Há muitas tarefas a serem realizadas e os contatos já estão sendo feitos com o intuito de levar alegria aos corações dos membros dessa tão formosa união que já começa a enxergar motivos para crescer. Não que a dupla titular de presidente e vice não esteja dando conta do recado. O fato é que a maior quantidade de conhecedores das histórias pode perpetuar ainda mais o nome da instituição no futuro. Tenho minhas intenções de fazer filhos, procriar, elevar ao máximo a prole e ficaria muito feliz se meus meninos soubessem de toda a devassidão que fiz enquanto jovem, quero ver o brilho nos olhos de meu moleque dizendo que seria um orgulho ser assim quando crescesse. Já me emociono desde já...
Mas admito que sozinho ou acompanhado, partirei rumo à felicidade nesse domingo glorioso que está pra chegar. E deixo estar, pendente em minas mãos, o suco das uvas amassadas pelos pés das mais belas camponesas de Portugal, da Itália ou aqui da favela mesmo. Vou virando minha garrafa no sentimento egoísta de não dividir com nin
guém a não ser eu mesmo. E se for de minha vontade correrei desvairado e louco com a felicidade plena sufocando-me os pulmões. Se for de minha vontade perderei a língua no maior número de bocas possível, as que estiverem perto ou longe. Se for de minha vontade, gritarei que amo sem pudores aquelas que jamais vi em toda a vida só pra corresponder às expecitativas do meu coração tão inútil dentro do peito.
Vejo com bons olhos uma pomba branca que vem batendo suas longas asas, como fossem asas de águia, simbolizando a paz do amor nessa festa da carne. Essa pomba está disfarçada só pra nos passar a clareza que deveria já estar exposta em nossos olhos, mas não me iludo; acredito em mim e nos companheiros sem que as palavras ou canções influenciem em nossas decisões. Na verdade nem conhecemos o que irão cantar, estaremos de costas pro palco, olhos fixos no que mais importa ao nosso sentimento.
Que a esperança esteja ao lado dos amigos no próximo domingo assim que os portões se abrirem lá no templo maior da paixão. E se vierem feias, aceitaremos. Se vierem gordas, aceitaremos. Afirmo pelos meus amigos que aceitaremos, nem que tenhamos que esgotar o estoque de tequilas do evento embriagando nossa mente e cegando nos olhos.
Aguardo ansioso o Sol nascer por trás das nuvens no domingo que vem pois justamente no momento em que ele morrer, a Lua será a parteira que me dará a luz.
P.V. 10:02 14/10/09

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Xavier de Elite

Era lá a festa dos jovens, essas crianças sem futuro que só querem sair de casa pra escutar algum barulho bem alto onde venda muita cerveja e o povo fique se mexendo no ritmo de qualquer coisa que toque nas caixas de som. Mas eu também sou dessa trupe que sai de casa quando não se tem o que fazer.
E cheguei lá pois diziam-me aos ouvidos durante muito tempo que quem é da Elite, vai pra Elite. Só por isso que fui, sem nenhum tipo de convencimento nas minhas palavras. Mas o que está guardado é nosso, e sempre soube dividir. “Tem uma galerinha legal te esperando, toma banho e vem pra cá...!”
Cheguei lá quando a noite já se fazia dona do dia e a Lua tentava, em vão, se esconder no céu com vergonha do que eu poderia fazer durante a madrugada que nem teve êxito em se aproximar. Eram meninas e meninos todos reunidos com um só propósito e eu com muita sede a fim de encerrar o estoque de cerveja que lá vendia.
Conheci essa menina que ainda desconheço por inteiro, mas com certeza tem alguns dos problemas sérios que também tenho. Talvez seja ainda pior que eu, mas não tenho noção se os remédios que ela toma têm as tarjas tão negras quanto os meus. É Xavier, menina simpática e dada as novas amizades. Tanto quanto eu.
E sua amiga Dayane, musa maior e inspiração básica do mais ilustre funkeiro de todos os tempos. Mc Marcinho compôs aquela famosa música depois de desfrutar dos sabores que a menina esconde por baixo daquele pano. Disse ele: “Dayaneee, orgulho e lazer, estamos à vontade, somos mais você.”
E ela chorava de alegria ao ser presenteada com tal canção tão bela e especial, e Xavier também se emocionava com a cena linda que se desenrolava ali perto de nós. Dayane orgulho e lazer estava tão feliz com aquele momento especial que chegou a se transportar de lugar admitindo que já não se encontrava mais em Bangu, e sim em Campo Grande, no famoso templo do amor Luso Brasileiro. Rodou o Luso inteiro procurando Xavier. Só não achou porque ela estava no Bangu Atlético Clube ouvindo o som pesado da Elite Festival.
E viam-se casais por todos os lados, a pederastia solta rolando em cantos escuros e alguns mais claros como a vontade mandasse nos corpos quentes que passavam por nós. Xavier, e seus desejos juvenis, não ficou de lado e tratou de procurar seu cabeludo dando moral e força a outra canção de outro Rei, dessa vez Roberto Carlos. Como quem já sentisse a premonição de um futuro certo de acontecer, cantarolou aos ouvidos do rapaz que não se sabia ser Emo, ou Homo: “Se um outro cabeludo aparecer na minha rua....” O olho do rapaz estava bem pequeno e esse é o erro dos homens desse nosso tempo. Abram os olhos, amigos!
E arrotava de uma forma tão bonita, a menina Xavier, que despertou em mim uma frustração grande por nunca ter tido uma namorada que soubesse emitir sons assim tão de um jeito sexy. Quem sabe um dia eu consiga...
Era hora de partir depois de todo o alvoroço que a noite ia proporcionando, mas como a donzela Xavier reside muito mal ao pé do morro do Inferno, porque o céu passa longe daquele lugar, tive que acompanhá-la em seu transporte, sentados lado a lado como um pai carrega sua filha de volta ao lar. Mas admito que se tivesse uma filha assim, seria um pai pecador.
E ia falando obscenidades tais como lamber coisas alheias, e um forró muito badalado que acontecia perto de casa com um concurso de quem ralava mais coxa na madrugada; prometeu que ganhava e eu não duvidava. Meu destino se completava e a van me expeliu pra fora pela sua porta deixando Xavier partir sozinha em seu destino rumo ao buraco quente que mora. Já era momento de dormir pois dali a pouco tempo o trabalho me chamaria para curtir a responsabilidade depois da diversão.

A Elite dá bons frutos...
P.V. 21:38 15/10/09

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tequileiro maldito

O homem vai seguindo seu rumo no mar de gente com suas roupas todas iguais. Ele se destaca. É único, é diferente. Traz nas mãos o poder da felicidade, o líquido sagrado que pode revolucionar as vidas presentes no local. Vou beber tequila e não quero saber do chão que se abre embaixo dos meus pés. Ele vende a maior alegria da festa, ele vende o que ninguém sabe de onde vem.
Isso é bem verdade, pois a Tequila é um líquido sagrado que vem dos confins do MéChico, país tão longínquo que nem no mapa está. O negócio é tão bem considerado pois um estudo comprovou uma simpatia que apaixona os homens. A mulher que pega sua menstruação e dá para o homem beber faz com que ele seja pra sempre seu. Justamente por isso o nome de MéChico. Mas aquele México que vemos embaixo dos EUA é uma outra parada que não tem nada a ver com a Tequila que nós bebemos. Eu poderia até dissertar sobre um provável local onde seja feita a Tequila, mas tal qual a maconha que vem desses países latinos e toda a guerrilha que se esconde por trás dos segredos de seu local de plantação, muita gente já foi morta por tentar adivinhar de quais alambiques vinham a Tequila. O que importa realmente é bebê-la sem responsabilidade alguma, jogar pra dentro da garganta o limão, o sal, a cachaça e sair correndo.
Outro dia estava eu a prosar com o amigo vendedor, rei maior de todas as festas que já tive o prazer de estar. Minha mente estava preparada para o pior, minha mente podre que já arquitetara muito bem todo o plano maldito que estava por nascer em alguns segundos. Admito com as letras todas aqui nesse espaço que me foi reservado pela vida, que sou terrível, que não presto mesmo, que a educação dada pela minha família jamais foi utilizada depois que ponho os pés pra fora de casa.
Disse ao tequileiro que sua Tequila não estava lá muito boa. Depois de ter bebido a primeira, pedi pra que me servisse mais uma a fim de comprovar a veracidade de tal hipótese. Serviu-me a segunda e tive uma outra impressão, ainda pior. Pedi a terceira só por modo de comprovação científica e o mesmo me serviu com um olhar duvidoso sobre seu produto. Já estava mais do que feliz de ter tomado 3 tequilas, uma atrás da outra, fato raro nessa minha vida curta. Pus em prática o plano traçado durante a semana no meu QG UCMlístico (meu quarto).
Afirmei-lhe com todas as palavras que conseguiram sair de minha boca que sua Tequila estava extremamente batizada. E foi:
“Amigo Tequileiro, você sabe muito bem da minha felicidade quando lhe vejo vindo em minha direção com sua bela bandeja que brilha à luz do Sol, com essa sua garrafa perfeita, maior amante que eu posso ter, e vem gritando que possui o melhor dos líquidos em mãos, esse que vem dos confins do cú do mundo, casa do caralho, ou quaisquer outros membros que lá caibam. Veja bem, meu querido, tu sabes muito bem que sou dos seus melhores fregueses e jamais trairia sua confiança embriagando minha mente com outra garrafa que não fosse a sua. Mas lhe digo nesse momento que no dia de hoje, depois de beber da sua Tequila, senti algo diferente em meu paladar tão bem apurado após anos de drinks e afins. Peço-lhe encarecidamente, e não digo isso em nome da sua boa vontade, digo isso em prol dos amigos que ainda vão provar de sua bebida no dia de hoje, antes de entrar no templo sagrado do amor que terá seus portões imperiais abertos dentro de instantes; me dê essa garrafa e deixe que eu despreze o líquido que se encontra dentro dela em alguma lixeira pra que ninguém mais possa ingerir tal desgraça que só fará mal aos estômagos que deixarem isso entrar.”
Óbvio que ele disse que não ia me dar porra de garrafa nenhuma, que eu estava bêbado e não tinha nem noção do que estava dizendo. E disse mais que se eu continuasse com aquele falatório em seus ouvidos impedindo que ele realizasse seu trabalho, ia me dar umas porradas pra eu deixar de ser chato. Fiquei com medo e pedi só que deixasse eu tirar uma foto com a garrafa pra guardar de recordação. Bonzinho, ele deixou.
Allanzinho bateu a foto e eu saí correndo com a garrafa sumindo no meio da multidão, na poeira do amor que só o álcool faz brotar do chão quando se tem uma intenção pura e nobre. Tequileiro maldito....

P.V. 16:43 13/10/09

Na sala de aula


E ela veio toda tímida e estranha pedindo um auxílio com a matéria da faculdade como se eu fosse o salvador de sua pátria. E nem me conhecia. Era um pretexto e eu já sabia.
Por muito tempo tive esse problema de não saber o que fazer quando me mandavam os mais claros sinais que pudessem mandar. Bobo e ingênuo (como ainda sou) ficava perdido no meio de todas aquelas palavras desconexas que me eram enviadas, olhares sem intenção, desejos que se perdiam no ar antes de me atingirem.
Mas fiquei esperto com o tempo e entendi todo o drama que dela vazava...
E aquela morena, tão linda, tão perfeita, aquela que mais chamara minha atenção entre todas as que estavam por perto, essa tão inalcançável aos meus curtos braços, justamente a que me queria.
Geralmente fico feliz quando algo parecido com isso acontece comigo. Nessa oportunidade simplesmente não conseguia acreditar no que imaginavam meus olhos, no que via minha mente. Mas que seja, se é assim, deixo estar.
E diziam as línguas afiadas que era noiva; havia outro homem em sua vida, um de terno esperando num altar com os olhos cheios de lágrimas por saber que terá em suas mãos a morena mais linda que já nasceu. Doeu-me o coração ao saber de tal terrível notícia assim sem ao menos um precedente que pudesse amenizar meu sofrer.
Existem situações onde não se pode nada esperar, do contrário se perde muito quando a verdade vem à tona. Mas se ela era compromissada, o problema era na cabeça de seu homem, não na minha.
O relacionamento alheio sempre me atraiu com tanta força a ponto de me ver fazendo coisas das quais não se espera que um jovem em sã consciência faça. Terríveis mulheres comprometidas que se põem em minha vida assim tão do nada que me perco no chão que não mais existe depois que a paixão toma conta de mim e do solo que pisava.
Precisava ter aquela preta pra mim, saciar meu desejo, matar minha vontade, tomá-la em meus braços para sempre e não soltar jamais. Estava louco, tão louco quanto jamais estive.
Um remédio para curar minha dor que já se começava a se arrastar sobre meu corpo era o que eu precisava. Um de tarja branca já fora testado e não fizera efeito algum. Esse mais forte poderia me anestesiar pra sempre e era assim que eu queria justamente. Fui como um viciado, dependente dessa maldição que se pôs em minha vida humilde até o dado momento. Se me oferecesse qualquer coisa eu aceitaria.
Mas era sua boca o que eu mais desejava.
A timidez daquela preta se perdia em seu desejo tão devasso quanto o meu. A traição queimava dentro dela tanto quanto batia meu coração quando os olhos estampados em meu rosto avistavam sua figura ao longe, com seu andar perfeito, seus cachos castanhos, seus olhos tão meus...
E quer uma ajuda com a matéria da faculdade? Pois que assim seja...
Foi a melhor aula que já tive, a classe gritava de amor pelo professor que fazia a didática como fosse a grande experiência que sempre teve em sua vida, o ensino ia sendo passado tão bem que a vontade era de continuar dentro da sala mesmo depois que o sinal batesse, testes surpresa, dinâmicas em dupla, ditados, provas práticas, tudo que se possa imaginar foi feito. Aprovei com louvor minha melhor aluna que ainda desperta nesse professor a saudade saudável de um tempo que ainda pode voltar.
Hoje ela já subiu e desceu daquele altar onde um rapaz melhor que eu a aguardava com os olhos cheios de lágrimas...
Outros dias virão, outras aulas também...
P.V. 16:24 13/10/09

Dedicated to the one I love

Nós somos terríveis, bem piores do que possam imaginar as coitadas, pobres vítimas que têm o prazer e felicidade de serem as escolhidas para o amor bandido e desmedido que jogaremos sem dó nem piedade em cima de seus corações tão carentes. E se nos chamam de terríveis, cachorros, canalhas e cafajestes sempre têm razão, pois somos justamente o que falta em suas respectivas vidas tão pacatas e solitárias. O sujo amor é melhor. Sempre foi melhor.
Estava meio cansado de toda aquela repetição, porém as férias perfeitas que tive da pederastia diária me transformaram para melhor. Estou ainda pior que antes no atual presente.
Serão bem felizes essas que esbarrarem em mim pelas ruas em que eu estiver desfilando; farão questão de se encostar mais uma vez porque os corpos quentes se chamam. E que fechem os olhos para a indiferença sabendo botar em prática os ensinamentos de Deus sobre a divisão do bem que possuem. “Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também.”
Desci lá do céu pra aterrisar aqui atropelando quem teve a coragem de se colocar na minha frente com seus falsos amores e exageradas promessas. Somente eu posso falsificar o sentimento e prometer com exagero.
E elas ainda tremem as pernas e deixam secar as bocas mesmo com os tantos anos já passados, mas sem esquecer do amor vivido, tão grande em seus corações, tão miserável nos nossos. Já não conseguem mais esconder o que se faz claro depois de todos os tombos que levamos com a vida cretina que nos foi entregue. A gente já sabe tudo antes que elas abram a boca...
Meu pai que me ensina tudo nessa vida, e nada do que ele já fez se compara com o que venho fazendo nessa caminhada louca e pederasta desde que as coisas tornaram-se fáceis ao meu paladar, depois que Deus me deu o dom da palavra e a impossibilidade já não se escreve mais em meu dicionário.
Aquele medo de me machucar já não me incomoda pois sei que não farei mais ninguém sofrer. Tenho nenhum e todo o tempo do mundo reservado a levar felicidade a quem me quer e não poderia querer enxergar qualquer tipo de pessimismo nessa situação de destaque e poder. A responsabilidade é grande e a satisfação também.
Amor só posso sentir por uma. Mas grito no ouvido de todas só pra estimular a retribuição do sentimento por mais insincera que seja essa intenção.
Só sinto amor por uma, mas amo todas...
P.V. 22:05 28/09/09

O papa que me aguarde

E se não fosse a paixão, quem sabe hoje em dia eu seria do bicho. Nada mais importante ou especial do que estar apaixonado ainda foi criado, justamente por esse motivo tão banal que transito descalço nessas vias de fato e de sentimento.
Fazer a paixão é praticar um milagre por isso me vejo no direito de obter a beatificação e santificação após tantas obras já realizadas nessa curta vida que ainda vou levando. E elas são tão felizes pois nada cobro pelos serviços prestados...
Levar alegria a um coração (por mais duro que seja) é tarefa das mais difíceis e defendo a tese de que deveria ser mais valorizada essa função, além de haver um reconhecimento maior com relação ao bem que está sendo feito à humanidade. O trabalho de um conquistador é árduo, sujo, algumas vezes humilhante e também prazeroso, porém sempre recompensador. O sorriso estampado no rosto daquela que diz te amar não tem preço. É a mesma sensação que causa um agradecimento daquele que teve a vida salva por um médico. Eu sou um doutor do amor.
Disse-me uma fulana, algum tempo atrás:
“Pois posso me deitar com a mente tranqüila depois de exatos 3 anos, 2 meses e 14 dias sem a presença de um homem, sem a sinceridade das lindas palavras que me diz, sem o amor único que me oferece e jura jamais oferecer a qualquer outra. Eu acredito em você, meu amor. Pois brilham seus olhos quando me dirige sua prosa. Leio os textos que escreve e todos eles mostram nossa história. Sinto que me amas como jamais amou alguém. E perco os sentidos quando estou ao seu lado, não me reconheço quando me toma em seus braços, vôo sem sair do chão quando me beija a boca. Acho que não te mereço. Acho que devo me retirar mais uma vez. Talvez você devesse guardar todo esse sentimento para quem realmente pudesse lhe oferecer o mesmo de volta. Me beije mais uma vez e me faça mulher novamente pois nunca me esquecerei de ti, nem dessa noite perfeita.”
Foi a mais inteligente de todas.
Era só a conquista que me interessava? Pois digo que não... queria levar felicidade ao seu coração, queria que se sentisse linda pelo menos uma vez antes que o destino lhe arrancasse a vontade de viver, queria que tivesse o que contar entre as amigas por mais que elas insistissem em não acreditar.
Minhas missões sempre terminam em sucesso, por mais que alguns percalços atrapalhem o processo em poucas ocasiões.
E continuem aproveitando queridas, pois ainda não cobro pelos serviços prestados...
P.V. 13:13 19/09/09

Meu ego e eu

Vai que um vestido ingênuo que ainda nem sei a cor me chama pra passear num desses domingos lindos vésperas de feriados e eu aqui ocupado com a vida que me deixa tão estressado a ponto de não dar atenção ao prazer que bate em minha porta todos os dias, quem sabe a cada instante desse momento eterno que é minha juventude. Mas porra, a vida num vai acabar se eu sair um dia sem destino, se eu sair de casa bêbado com vontade de arrancar roupas que queiram se botar em meu caminho rumo ao prazer que é dono de mim desde que descobri as delícias do gozo.
Que se fodam
as idéas contrárias às minhas e esses pensamentos velhos de que a noite não é uma criança e devemos saber utilizar da forma mais útil os momentos que temos ainda. Não! Vamos viver da forma errada, vamos ser desonestos com o sentimento que é nosso. Ainda sou dono de mim e do que sinto, não quero ninguém me dizendo o que fazer nem hoje nem amanhã.
E esse vinho que morre na minha garganta depois de viver no meu copo não aumenta nem diminui mnha expectativa de felicidade. Ele só exalta o que ainda tenho de bom por dentro. Tudo que restou foi a cor. E nem sei qual será a cor...
Mas é só um evento ou aquele divisor de águas que sempre vim falando e prosando nos ouvidos dos irmãos que me seguem cegos e loucos?

"Vai lá amigo Paulo e mostra pra ela tudo que está aí dentro de ti escondido e reservado nessa noite dos infernos que vai se mostrando aos poucos enquanto o copo já esvaziou tantas vezes, enquanto o trabalho já foi observado tantas vezes, enquanto o amor vai tomando conta do que já não tem mais nome e tudo que nos resta é a paixão sincera.
Vai lá amigo Paulo e seja você mesmo mais uma vez nessa estrada sem fim, sabendo de antemão que ser você mesmo é o que mais bota medo em todas as que tentam cruzar seu caminho. Vai lá amigo Paulo e bote pra fora ou bote pra dentro, faça como quiser pois da escuridão tu és familiar, da embriaguez tu és pai, da vadiagem tu és irmão. Vai lá amigo Paulo e não leve o relógio pois o tempo não lhe interessa nessa noite interminável onde só tu e mais ninguém saberás o que dela ocorreu.
Vais esconder a verdade do mundo?"
O mundo que se exploda e que meu copo seja mais uma vez enchido até que seque essa maldita garrafa verde e linda da qual guardarei com orgulho o miolo que nem lembro mais o nome. Quero viver como fosse a última, sem ligar pro pensamento alheio, quero me deliciar de tanta carne e tesão que vai extrapolando os limites de uma razão que jamais quis conhecer.
Já saí?
Ainda não. Nem estou com pressa. Que me aguardem lá.
O mundo me aguarda.
E se chegar e não for bem recepcionado, darei meia volta e seguirei rumos diferentes dos quais com certeza tirarei bem mais proveito daquele que se pôs primeiramente em minha direção. Não sou homem de uma noite só, não sou homem de uma palavra só,
não sou homem dessa mulher.
Meu vinho é minha melhor companhia, minha garrafa é minha amante fiel, meu copo é o irmão que nunca que tive, minhas palavras são as melhores confidentes que posso ter, minha vida sou eu e mais ninguém.
Ando extremamente feliz comigo.
E se for diferente, começarei a correr...
P.V. 11/10/09 ??

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quem dá mais


E vejam só em que buraco maldito fui me meter justamente pelo motivo banal de colocar minha cabeça em um travesseiro para deitar ao som de qualquer droga de música alta o suficiente pra que meus ouvidos não ouvissem possíveis chamados com relação ao nome meu. Era só uma vontade de dormir e acordei assim, imensamente preocupado com o destino da vida e tudo que se faz certo até o presente momento, mas que por enquanto já vai se desfazendo em minha mente.
Mas se Deus é o todo poderoso, já nem sei mais o que pensar.
Estavam todos lá, reunidos ou não, mas eu ouvia papos tortos pelas esquinas dos Ministérios que se espalham por todo aquele espaço criado pelo velhinho que nunca morre, Niemeyer. Por falar nisso, que maldição, esse velhinho hein... tá sempre com um pé lá e nunca leva o outro, todo mundo tem dúvidas se ele ainda está vivo, tá sempre morrendo mas nunca morre. Isso é propaganda enganosa. Mas é um bom e inteligente homem, que fique por aqui mesmo.
Então como eu ia dizendo, pois as idéias atrapalham meu pensamento, ouvia aquele murmurinho sobre tudo que desconhecia até o momento. Era Jesus, Sarney, Deus, Alá... uma turminha bem original...
Quis ir chegando pra poder ouvir melhor a conversa que se desenrolava por ali pois minha curiosidade já matou dezenas de gatos. Um balaio de gatos como bem dizia o Seu Oscar, herói da repartição da vida.
Dizia Deus em tom de notável convencimento aos ouvidos de Sarney:
“Pois veja bem, seu Sarney, meu filho está aí pro que der e vier, e não se sinta mal em realizar os pedidos que venho lhe fazendo. Não sou homem de jogar nada na cara de ninguém, mas por muitas vezes já lhe vi aqui da Terra ajoelhado em frente a sua cama com as mãos estendidas aos céus pedindo desesperadamente que eu lhe ajudasse a fazer com que os homens da lei e do judiciário não cassassem seu tão querido mandato. Pois isso não deve influenciar sua decisão, filho. Jesus está aí e já não sei mais o que fazer, já não quer mais cortar aquele cabelo, a barba já não faz há alguns anos e o resto do céu começa a dizer mal dele. Não quero ficar mal falado entre os anjos que são bem fofoqueiros lá em cima. Justamente por isso que desci de tão longe pra poder lhe fazer esse humilde pedido. Não sei se sabes, mas até outro dia meu filho estava carregando cruz nas costas. Não é esse futuro que eu quero pra ele, não botei filho no mundo pra isso. Se o senhor puder arrumar uma vaguinha pra ele aí numa dessas cadeiras que sempre abrem-se no Senado eu ficaria muito feliz, e seu lugar no paraíso talvez estivesse praticamente assegurado...”
Barbaridade, rapaz... fiquei realmente perturbado com essa cena louca. Pensei um pouco mais sobre o que tinha ouvido e quase caí pra trás. Mas me reconstituí e abri mais uma vez os olhos.

Estava lá agora a falar nos ouvidos de Sarney, Alá, o deus dos muçulmanos:
“Pois veja bem, seu Sarney, já vou direto ao assunto pois não gosto de toda essa enrolação como diz aí o velhinho do cabelo branco que estava a prosar em seu ouvido instantes atrás. Tô com sete virgens pro senhor lá no céu. Mas geral já tá ligado que o esquema pra desenrolar essas sete virgens é se matando em meu nome, jogando aviãozinho nos prédios, estourando bombinhas nos mercados públicos, mas tem que deixar um videozinho no youtube antes pra todo mundo ficar sabendo que eu que sou o fodão que faz a galera se matar. Pois bem, não quero o mesmo destino desses babacas pro senhor. Mas quero sim que tenha essas sete virgens, pois sei que ainda dá no coro e se não der, tem um pacote de Maradona do Amor lhe esperando com 74 comprimidos do azul mais forte que possa existir lá junto das virgens. Vou lhe dar o papo: meu filho mais novo Mohammed Mohammed Moha-Mmed está desempregado há algum tempo e se sobrar alguma vaguinha por aí na Câmara, ou no Senado, ou no escritório do senhor, a gente ia ficar bem feliz. Ele não tem experiência não, mas já leu o Alcorão algumas vezes, se isso ajudar...”
E a droga da música que tocava acabou, e acordei.
Foi provado que no silêncio se ouve bem mais do que se queira ouvir, no escuro se enxerga bem mais do que é a verdade, nos sonhos se vê coisas das quais não se pode acreditar...
Agora pra ser sincero, quem conseguiu a vaga eu nem sei mais. Mas as propostas eram sim, bem tentadoras.
P.V. 18:19 07/10/09

A verdade nua e crua

E só disseram verdades, tanto nuas, quanto cruas, durante o tempo em que rodou o filme naquela tela imensa que minha companheira nunca tinha visto, devido ao fato de ter sido criada num lugar um pouco distante da civilização.
E disseram tudo que já sabia, mas precisava da confirmação dita na boca dos astros do cinema, esses que não conheço ainda, mas faria questão de apertar as mãos por terem interpretado tão bem um texto do qual me orgulharia de ter escrito. Mas já que não fui eu, parabenizo o fulano que não conheço.
Somos homens sem culpa de estarmos no nosso lugar, mas fazemos tudo na plena consciência do poder que carregamos em nossas mãos. E não queremos saber do que diz o futuro, do que se esconde em nossos passados, não queremos saber de nada com relação ao tempo, simplesmente queremos o que está aí e será aproveitado da melhor maneira possível, da maneira que se possa retirar mais proveito. E se são mulheres que temos, são mulheres que vamos aproveitar.
E existem regras pra isso. Mas os pobres coitados, que também carregam um pênis entre as pernas, que não sabem como agir na conquista de uma mulher perdem-se na vida sem destino, ficam jogados por aí sem idéia do que possa vir a acontecer. Então que vejam esse filme e aprendam um pouco mais sobre como ser feliz na vida a dois. O que já não faço muita questão de saber, muito pelo fato de eu cursar a faculdade de Letras, então me confundo sempre com os números e já não sei identificar uma relação a dois e parto para outros números bem mais altos que a dualidade, se é que isso existe.
E disse um amigo, companheiro, falador, inteligente, e quase um ídolo aos olhos meus. E não me venham com críticas feministas de baixo galão, pois não possuem argumentos suficientes para debater com a verdade nua e crua que vamos dizendo durante nossa vida para agradar-lhes sempre. É justamente sobre isso que eu vou escrevendo. Sobre o mais puro amor que possa existir, aquele que se diz mesmo sem ter nascido.
Não concordam comigo e nem sempre irão concordar.
As mulheres são dependentes dos homens, mas jamais irão admitir isso, pois sofrem de um mal tremendo chamado MEDO. Elas temem serem colocadas em um nível mais baixo que as tornem submissas. Mas burras, já estão lá mesmo antes de tentarem subir de posição, pois elas não entendem nada de amor, elas precisam desesperadamente ser melhores e isso somente já basta para que passamos partir rumo a felicidade eterna que é nosso poder que lhes faz tanto mal.
E elas só querem chamar atenção com seus vestidos curtos e incríveis decotes, rebolando as bundas quando fazem questão de passar por mim sem saber que eu sei o que elas pensam em suas respectivas vazias cabeças. Quando o pensamento é nulo, é fácil adivinhá-lo.
Pois afirmo mais uma vez que toda essa complexidade que a dita elite feminina tenta nos passar é falsa e mal forjada para quem tiver o mínimo de capacidade mental. Se dizer ‘não’ siginifica ‘sim’ e dizer ‘sim’ significa ‘não’, não vejo nenhuma relevância nessa vontade estranha que as mulheres têm de querer contradizer e confundir quem tenta lhes ouvir. Tanto o sim quanto o não são inúteis na boca de uma fêmea pois a vontade será sempre do macho dominante.
E é justamente dessa forma que elas gostam de ser tratadas. Não digo que as mulheres queiram ser os capachos dos homens, mas elas preferem não ter todo o controle da situação, por mais que digam o contrário e estejam achando que não sei que o que estou escrevendo nesse momento.
Pois conheço o universo feminino melhor que muita gente e somente a palavra certa no momento certo podem provar que toda a teoria se perde quando a prática toma conta do lugar. E que tentem me contradizer, que gritem horrores em meus ouvidos, que me xinguem e até me batam, pois o ibope só aumenta e terei mais oportunidades de adentrar nessa caverna inexprimível que é o universo cor de rosa.
Uma canção ao som baixo à luz de velas e um olhar sincero não fazem nascer mais amor nos corações dos homens dessa atual sociedade, nem nas mulheres. Queremos saciar o tesão, queremos mais sexo oral, queremos bundas e olhos verdes, queremos peitos grandes pulando em mini blusas que ficam dançando nos corpinhos novos das mais quentes mulheres que ainda não conhecemos.
E se derrubam lágrimas, soltamos gargalhadas, pois sabemos que é o que devemos fazer. Um pranto de mulher sempre é um falso pranto. A diferença é que nós sabemos. E elas nunca saberão que nós sabemos. A não ser aquelas com as quais nos casaremos. Mas o papo de casório não merece adentar aqui nesse ínterim, pois seria um pecado muito grande estragar as sábias palavras que já foram ditas com algo tão banal como o matrimônio.
Hoje em dia um tapa dói e pode nos levar a sermos presos. Mas, de fato, é o que elas mais gostam. Pode se dizer até mesmo que a parte física da coisa esteja envolvida, mas sobre o que digo é mais pessoal do que esbofetear.
Uma dor de leve apaixona da forma maior que possa existir. Uma ausência por pouco tempo desperta a saudade em todos os corações.
Há de nascer no peito de todo homem algo chamado amor em alguma parte da vida, mas nada para se desesperar muito. Já temos total controle sobre esse sentimento e não nos deixaremos levar pelo impulso do momento sobre quaisquer tipo de paixonites que possam nos acometer. Ergueremos nossas cabeças, cuspiremos no chão e xingaremos nossa sogra pra partir rumo à próxima conquista assim que aquela que dizia nos amar se for pra muito longe nos deixando tristes e solitários nesse frio e cruel mundo. Não há de ser nada.
Um outro dia chegará e quando já estivermos velhos e cansados de toda essa baboseira, nos perguntarão o nome daquela que nos deixou assim. Mas o rapaz lá bem disse: “Melhor uma extraordinária do que uma ordinária.” E passemos por cima de qualquer crítica mais uma vez porque aquele poder ainda continuará em nossas mãos.
A conquista diária em várias mulheres só sofrerá a alteração no número de fêmeas. Mas o trabalho ainda será o mesmo, se não maior. Conquistar a mesma mulher todos os dias e continuar no comando das ordens e rumos da relação extenua o nosso viver e cansa as intenções de querer permanecer na mesma pressão de antes. Talvez seja essa a razão de tantos divórcios hoje em dia.
Mas não será nada demais e quando nosso triste dia de se juntar para sempre com uma mulher chegar, saberemos pular a cerca da forma mais correta.
Tenho dito, e adeus.
P.V. 17:44 07/10/09

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Rainha

Você sempre me avisou:
“Amor larga isso tudo e vamos viver...”

Mas é um pedido um tanto quanto exagerado e admito que não será atendido.
Você apareceu outro dia e já me vem com todas essas inquisições, todos esses erros bobos e infantis, toda essa palhaçada de perseguição, um incrível senso de maldade pra me deixar com raiva, palavras e perguntas inadequadas ao momento, gorduras excessivas e tudo mais que me estressa ao máximo. Por isso não quero, por isso não vou, por isso que fico aqui.
E existe um amor bem maior que me aguarda e espera de mim muito menos do que você vai querendo. Não trocaria o que amo pelo que me ama jamais. Já vá sabendo dessas verdades pois sei que a dor há de chegar em ti, mas minhas palavras já foram muito bem medidas antes de tudo ter seu falso início, antes do nada acontecer.
E era só uma música tocando no rádio e um telefonema que não me pertencia pra que tudo voltasse numa escala menor, é verdade, porém intensa a ponto de me fazer lembrar. Posso esquecer em um segundo, mas me lembro durante horas do que já aconteceu e me deixaria tão feliz se acontecesse mais uma vez, ou mais algumas vezes.
Lembrar dos momentos felizes que foram nossos é uma das melhores coisas a se fazer nessas tardes recheadas de responsabilidades fúteis e sem futuro. Queria me alimentar desse amor e nada mais importaria na minha mente a não ser fazer nascer mais uma vez o que estava tão morto.
E vá sozinha, vá com quem quiser, mas não irá comigo.
Pois estou aqui e aqui permanecerei até que venha a nova doença, até que a próxima epidemia seja forte o suficiente pra que me levante e faça as asas que se escondem por baixo da minha pele levantarem-se a bater forte levando-me para bem longe de tudo que rodeia minha vida pacata e tediosa perto de tudo que já vai se repetindo intensamente.
Queria só mais uma vez. E nem vou pedir pois sei do mal que vem caminhando em minha direção assim que minha voz se colocar à disposição de quem não me pertence. É um destino sem volta, o destino da dor. Ia lá afundando sem dó nem piedade, não podendo enxergar qualquer corda que jogassem pra mim. E dizem por aí que o pior cego é aquele que não pretende ver. Era eu, cego pela vontade... e toda vontade é atendida como a minha foi. E o arrependimento, maldito, me jogou ao chão fazendo a saudade, que também fica sempre deitada, me abraçar num sono eterno que ainda dura até os dias de hoje, até os segundos atuais, infelizmente.
Mas eu não vou mesmo largar isso tudo pra viver qualquer coisa que se assemelhe ao que já vivi antes, sei de cor o inferno que era meu paraíso aparente, sei das lágrimas derramadas, sei dos sorrisos forjados, sei de tudo. E por aqui não há mais sofrimento, só alegria. Sinceras mentiras que me fazem crescer a cada dia rumo ao que ainda não conheço, mas que me gritam aos ouvidos ser muito bom. E se nesse caminho, se nessa caminhada você vier ao meu encontro, cumprimentarei seus olhos com meus olhos, talvez beije sua boca com minha boca, quem sabe troque palavras com seus ouvidos, e será sua vez de tentar enxergar qualquer corda que não tentarão te jogar, pois continuarei andando como andava antes.
Mas o futuro é louco, meu amor...
Um dia eu volto e te faço a mais feliz do mundo.
P.V. 14:40 05/10/09