terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tequileiro maldito

O homem vai seguindo seu rumo no mar de gente com suas roupas todas iguais. Ele se destaca. É único, é diferente. Traz nas mãos o poder da felicidade, o líquido sagrado que pode revolucionar as vidas presentes no local. Vou beber tequila e não quero saber do chão que se abre embaixo dos meus pés. Ele vende a maior alegria da festa, ele vende o que ninguém sabe de onde vem.
Isso é bem verdade, pois a Tequila é um líquido sagrado que vem dos confins do MéChico, país tão longínquo que nem no mapa está. O negócio é tão bem considerado pois um estudo comprovou uma simpatia que apaixona os homens. A mulher que pega sua menstruação e dá para o homem beber faz com que ele seja pra sempre seu. Justamente por isso o nome de MéChico. Mas aquele México que vemos embaixo dos EUA é uma outra parada que não tem nada a ver com a Tequila que nós bebemos. Eu poderia até dissertar sobre um provável local onde seja feita a Tequila, mas tal qual a maconha que vem desses países latinos e toda a guerrilha que se esconde por trás dos segredos de seu local de plantação, muita gente já foi morta por tentar adivinhar de quais alambiques vinham a Tequila. O que importa realmente é bebê-la sem responsabilidade alguma, jogar pra dentro da garganta o limão, o sal, a cachaça e sair correndo.
Outro dia estava eu a prosar com o amigo vendedor, rei maior de todas as festas que já tive o prazer de estar. Minha mente estava preparada para o pior, minha mente podre que já arquitetara muito bem todo o plano maldito que estava por nascer em alguns segundos. Admito com as letras todas aqui nesse espaço que me foi reservado pela vida, que sou terrível, que não presto mesmo, que a educação dada pela minha família jamais foi utilizada depois que ponho os pés pra fora de casa.
Disse ao tequileiro que sua Tequila não estava lá muito boa. Depois de ter bebido a primeira, pedi pra que me servisse mais uma a fim de comprovar a veracidade de tal hipótese. Serviu-me a segunda e tive uma outra impressão, ainda pior. Pedi a terceira só por modo de comprovação científica e o mesmo me serviu com um olhar duvidoso sobre seu produto. Já estava mais do que feliz de ter tomado 3 tequilas, uma atrás da outra, fato raro nessa minha vida curta. Pus em prática o plano traçado durante a semana no meu QG UCMlístico (meu quarto).
Afirmei-lhe com todas as palavras que conseguiram sair de minha boca que sua Tequila estava extremamente batizada. E foi:
“Amigo Tequileiro, você sabe muito bem da minha felicidade quando lhe vejo vindo em minha direção com sua bela bandeja que brilha à luz do Sol, com essa sua garrafa perfeita, maior amante que eu posso ter, e vem gritando que possui o melhor dos líquidos em mãos, esse que vem dos confins do cú do mundo, casa do caralho, ou quaisquer outros membros que lá caibam. Veja bem, meu querido, tu sabes muito bem que sou dos seus melhores fregueses e jamais trairia sua confiança embriagando minha mente com outra garrafa que não fosse a sua. Mas lhe digo nesse momento que no dia de hoje, depois de beber da sua Tequila, senti algo diferente em meu paladar tão bem apurado após anos de drinks e afins. Peço-lhe encarecidamente, e não digo isso em nome da sua boa vontade, digo isso em prol dos amigos que ainda vão provar de sua bebida no dia de hoje, antes de entrar no templo sagrado do amor que terá seus portões imperiais abertos dentro de instantes; me dê essa garrafa e deixe que eu despreze o líquido que se encontra dentro dela em alguma lixeira pra que ninguém mais possa ingerir tal desgraça que só fará mal aos estômagos que deixarem isso entrar.”
Óbvio que ele disse que não ia me dar porra de garrafa nenhuma, que eu estava bêbado e não tinha nem noção do que estava dizendo. E disse mais que se eu continuasse com aquele falatório em seus ouvidos impedindo que ele realizasse seu trabalho, ia me dar umas porradas pra eu deixar de ser chato. Fiquei com medo e pedi só que deixasse eu tirar uma foto com a garrafa pra guardar de recordação. Bonzinho, ele deixou.
Allanzinho bateu a foto e eu saí correndo com a garrafa sumindo no meio da multidão, na poeira do amor que só o álcool faz brotar do chão quando se tem uma intenção pura e nobre. Tequileiro maldito....

P.V. 16:43 13/10/09

3 comentários:

Unknown disse...

Vc é demaisss.....
rsrsrsrsrs
Coitado do tequileiro...

Leilinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leilinha disse...

Agora eu entendi pq vc estava daquele jeito no Chiclete....
Acho que vc gostou tanto da tequila do moço que não resistiu e saiu correndo com a garrafa... Coitado do moço, roubou o ganha pão dele. Pioor de td , vc neeeem guardou um pouquinho pra mim ne ?! :/ rsrsrsrs
Só por causa disso, vou comprar logo um pé d Agave tequilana, 1kg de sal e 1 saco de limão só pra mim e não vou te dar nem um pouquinho...hauahaua
Bjos