sexta-feira, 19 de março de 2010

A capacidade em números

"Eu não tenho inimigos, apenas concorrentes que gostariam de ter o que tenho, fazer o que faço, ser como eu sou, mas não podem. E por isso me odeiam tanto que tentam denegrir minha imagem. Eu apenas lamento. Pois ainda não fiz um terço do que sou capaz.”
Estava, essa frase toda cheia de estilo e malandragem, escrita num desses perfis da rede mundial de computadores, um perfil desconhecido por mim, diga-se de passagem, e admirei-me com a sagacidade de uma pessoa a deixar registrados todos esses instantes bonitos e lindos na vida de alguém.
Fico muito feliz de saber que não sou o único no mundo com essas idéias toscas de vida e ideais próprios a fazer germinar por dentro a auto-estima e nos jogar pra frente assim que um probleminha qualquer se coloque em nossa frente. E é justamente isso que faço...
Não me deixo mais levar por um erro do destino que se reflete na minha vida. Porque, na verdade, não fui eu quem errei. Foi um outro alguém, talvez aquele que escreva o roteiro todo, e isso vai se juntando com outros poréns do momento e acaba por se enterrar naquilo que eu pretendia fazer dando fim às minhas boas intenções para com o meu próprio futuro, já desenhado, e agora rabiscado.
Mas então, que que eu posso fazer?
Chorar?
Jamais...
Eu ainda nem fiz um terço do que sou capaz e todo mundo já está batendo palmas e mais palmas por um degrau que foi alcançado. Agradeço todas as palmas com o orgulho estufando meu peito, pois sei da batalha, tanto física quanto emocional, que passei pra atingir esse grande objetivo, mas também não deixo que meus pés saiam do chão, uma vez que a vida sabe levantar e derrubar um homem num piscar de olhos.
Ainda há muita batalha por se vencer, a guerra apenas começou. Sei que minha companhia vai vencendo o inimigo devagar, minando suas forças, usando da tática para sagrar-se vitoriosa num fim impossível, mas agora o que devemos fazer é justamente aquilo que sempre digo quando o confronto aproxima-se. Concentração total, comidas leves, e foco no objetivo...
Sem graças, nem desalinhos, volto ao correto e reafirmo que ainda não fiz nem um sétimo do que posso fazer.
E as virgens soltam seus gritinhos, os homens deixam cair seus queixos como se quisessem, sem sucesso, duvidar da minha capacidade, e os pais, e a família, e os amigos, todos emocionados com meu discurso aqui em cima desse palanque, os milhões lá embaixo me ouvindo, outros tantos milhões em suas respectivas casas, alguns mais distantes do pólo metropolitano com seus radinhos de pilha e continuo sem fim, continuo pois sei do que querem e devem ouvir nos instantes em que mais precisam de mim, no momento em que um homem, apenas um auxiliado pelo mais forte, vai declamando o amor em forma de palavras, as promessas incríveis que fazem os populares sonharem com dias melhores em algum futuro...
Não me vejo presidente ainda, mas quem sabe, né...
Afinal, ainda não fiz nem um dezesseis avos do que sou capaz.
P.V. 10:24 19/03/10

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