domingo, 21 de março de 2010

Minha pequeníssima Eva I

Pois então não me deixo conter pela ansiedade de escrever sobre os momentos de paixão, sobre as alegrias vividas, sobre tudo que vi e senti; sento-me agora nessa cadeira fria pra lembrar os instantes quentes que o último domingo me proporcionou. Então já que tudo se faz recente, acredito eu que, mesmo com todo o álcool que percorreu minhas veias, ainda conseguirei lembrar de muito do que fiz e do que fizeram comigo.
Não havia mais nada para pensar a não ser tentar, desesperadamente, encontrar um alguém que pudesse me seguir, acompanhar meus passos rumo à felicidade, uma vez que o amigo vice-presidente da tal grande União se fazia ausente nessa ocasião. Porém admito com todas as palavras que falhei nessa missão e me perdôo, da mesma forma que também isento de culpa aquele que sempre esteve ao meu lado em todas as oportunidades de felicidade e tristeza.
Até peço permissão a quem tanto me lê e se vê nesse momento mais interessado nos fatos cabais e banais de uma noite ao léu, mas ratifico agora o poder de uma amizade e tudo que representa a esse pobre presidente que lhes fala. O irmão que não é filho de meus pais faz uma falta tremenda em qualquer evento e, na micareta, não poderia ser diferente.
Fui lá então, já que não havia mais como fugir do meu destino, e muito menos a intenção de querer fugir desse destino. Troquei minha roupa habitual pela armadura sagrada do abadá, que dessa vez viera em fortes tons de amarelo alaranjado, como fosse uma dessas frutas que dão suco e caem aos pés das árvores depois que se verificam suas respectivas podridões. Saberemos mais tarde da procedência da polpa que estava em mim...
Esse transporte que nos leva aos lugares nos quais queremos estar são de uma perfeição tão grande que já ia me emocionando antes mesmo de a peleja ter começado. Claro que o sentimento sempre esteve a frente das minhas palavras e atitudes, mas o simples fato de estar ali presente no meio dos populares, enquanto entram e saem outras pessoas totalmente diferentes, com suas respectivas roupas sem a cor da minha, sem o sorriso que estampava meu rosto, sem a alegria futura que ia cair sobre mim, com seus cansaços do dia exaustivo de trabalho e tudo mais que se verifica em pessoas que não estão na micareta no dia da micareta. Andam de lados para lados, preocupados em acordar cedo no dia seguinte, em preparar coisas fúteis em suas casas, alguns até são perdoados pois sequer sabem o que é uma micareta ou qual artista estará lá cantando em cima daquele caminhão intenso e louco...
Pois bem. Antes mesmo que o destino se desse aos nossos pés, caí daquele ônibus malfadado e perfeito pra alimentar a sede, saciar a fome do sangue, o poder que estava lá dentro de uma daquelas garrafas sujas jogados no estoque de Seu João do Boteco de Fefy’s House. Já se faz conhecido da maioria das pessoas e ainda faço total questão de exaltar-lhe a categoria, de lhe gritar o nome quando ignorantes proclamam sobre suas respectivas bebidas que podem ser melhores que aquela que sempre adquiro antes dos eventos que participo. Nem os reais, nem os euros, nem as libras, nenhum valor é suficiente para pagar o que me oferece dentro de uma garrafa de um litro repleta do sangue de Jesus que vai goela minha abaixo alertando, assombrando, iluminando, dando alegria de sobra, para que saia depois de meu corpo, pra que atinja quem quiser que esteja ao meu redor, o poder desse sangue que me move, e custa apenas cinco dólares brasileiros...
Saí de lá correndo em direção ao fervo, em direção ao mundo que me esperava de braços abertos para mais uma parte da saga de alegria que esse terceiro mês do ano, portador do aniversário presidencial, me reservara. Faz tempo que não dialogo sobre os portões do templo do amor, e hoje ponho-me a dizer o que não se pode esconder por muito.
Abriram-se com a minha chegada, pois nada deve acontecer antes que o amor exato do sentimento que carrego embaixo dos braços adentre o recinto. Chamaram-me presidente e atendi; chamaram-me líder e atendi; chamaram-me rei e entendi. Os portões de um templo caem para que eu passe com meus pés molhados transbordando toda raça e emoção. Um templo já não se faz mais necessário uma vez que o lar de um rei há de ser o castelo. Abram-se, então, os portões do meu castelo e estendam sobre esse chão de lama um tapete vermelho digno de um homem acima dos mortais que não se contenta em sujar os sagrados pés...
Ok...

Um comentário:

Leilinha disse...

O Tapete vermelho foi estendido ao Rei, para que ele possa caminhar levando a felicidade e o amor e o desespero aos seus súditos!!!
Desespero, pq todos podem vê-lo, mas só os mais especiais podem tocá-lo e sentir o amor que exala de sua pele...

Abram caminho para o Rei, abram caminho para o Rei!