Como fosse apenas uma comemoração entre amigos do aniversário de duas pessoas que, coincidentemente, nasceram no mesmo dia, algo a mais teve que dar novos ares à noite que prometia bem mais que somente uma Lua no alto do céu.
Não que eu tenha intenções maiores do que somente aquele beijo a se repetir, porém nunca fui dono dos meus sentimentos e não seria agora que essa situação mudaria. Há de se levar em conta tudo o que já foi vivido, as poucas histórias que podem ser contadas, e um dia, um único dia onde duas bocas se colaram sem nenhuma responsabilidade, com nenhum comprometimento, ao léu, ao desdém, inesquecível para mim.
E se envergonha a dona do melhor dos beijos...
Será mesmo que se envergonha ou é só uma falsa modéstia a correr-lhe pelo corpo por saber, de fato, que possui esse poder de fazer nascer nos homens a saudade de uma segunda vez ao seu lado.
A noite de hoje ainda não teve seu fim, é bem provável que nesse momento, a inspiração de minhas palavras ainda esteja lá presente ao evento do qual participei, porém as palavras insistem em querer sair de meus dedos para o papel enquanto posso me lembrar do gosto de sua boca, interminável paixão que eu troco pela posse de um simples óculos...
Há desculpas e razões melhores para se conseguir um beijo, mas foi só isso que eu consegui pensar naquele instante, seja talvez pelo álcool que já corria pelas minhas veias, seja talvez pela beleza daquela mulher que estava na minha frente, não sei...
Dezesseis anos é muito para um corpo como o dela; dezesseis anos é muito pouco para a mulher que ela é.
E se não concordarem comigo, não terei nada a questionar, uma vez que a recusa dos outros reduz a concorrência para mim. Se for do destino, poderia muito bem cumprir com as palavras ditas durante a tarde, as mesmas palavras que provocaram estranheza em seu pensamento.
Duvidam de uma provável paixão que possa partir de mim, e fiquei receoso enquanto descia a rua em direção à casa, na volta da festa, deixando borbulhar dentro do meu peito uma vontade inenarrável de voltar e conseguir mais um beijo seu, talvez uma outra despedida sem cura de saber a próxima oportunidade em que poderei ter a chance de sentir outra vez a perfeição de sua boca.
E se pensam que a vontade e o desejo é somente a partir de uma única parte de seu corpo, enganam-se. Há muito mais a se dizer e pensar a respeito dessa menina mulher do que imaginam as vãs filosofias de todos que nos cercam.
Blenda vai e Blenda vem com seu nome exótico, seu corpo esculpido às mãos dos melhores anjos que Deus pôde dar vida, com suas palavras bem colocadas e sem medo do que possam pensar aqueles que as escutam, com seu rosto de menina, seu jeito de mulher, seu beijo de devassa, sua voz que chama a quem estiver mais próximo, com suas histórias de dor, suas aventuras de alegria, seus medos das loucuras e tudo mais que pode se esconder por baixo do pano que cobre suas intenções.
Minha função é meramente guardar um óculos, e faço isso com o maior dos prazeres pois sei que em cada oportunidade em que encarar seu pertence poderei lembrar com felicidade de tudo que ela representa pra mim...
E fico por aqui, com sono nos olhos, felicidade na mente, e saudade na boca.
P.V. 22:42 20/03/10
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