segunda-feira, 8 de março de 2010

Ó Pai IV

Há de vir pelo caminho que meus pés me levarão, uma saga de felicidade tão intensa como jamais vista durante essa minha carreira de amores e paixões, um futuro que brilha de forma tão imensa que mal posso abrir os olhos e tentar enxergar o que está me aguardando lá na frente. Justamente por esse motivo óbvio que me coloco de joelhos agora, as mãos coladas e o olhar fixo no céu a pedir ao Pai que me conceda a benção, a unção, possíveis perdões e o justo andar ao lado meu enquanto meus pés me levarem pelo tal caminho um tanto quanto desconhecido.

Ó Pai, venha comigo mais uma vez e não se sinta entediado pela repetição de que tanto lhe desejo nesses momentos em que a felicidade se faz ao meu redor, dê-me sua mão, Pai, anda comigo por esse vale de alegrias onde todas estão sedentas pelo amor do momento, onde a vida pára pra que nós possamos passar, onde tudo é mais lindo e eterno. Ó Pai, veja com meus olhos tudo que não se pode enxergar pela bondade excessiva que se verifica em ti desde sempre, entenda as coisas da forma que eu entendo pra que Tu saibas a verdade sobre esse evento, ou sobre todos os outros que irão lhe circundar o dia. Ó Pai, sinta na tua pele sagrada o poder de estar vestido com os mantos perfeitos que cabem em nós, como fossem pré fabricados para corpos tais quais os nossos, sinta a cor e a vibração de cada fibra a lhe cobrir o ventre antes despido, veja além da roupa, entenda como uma proteção divina para o frio, conjeture sobre uma possível forma de preservação do corpo, a ausência da libido, talvez. Não, Pai, não pense como a ausência da libido. Ó Pai, interceda no destino de um jeito tal que eu não possa jamais cair durante todos os momentos; guia meus passos como se guiasse a própria humanidade da qual Tu tens a obrigação de cuidar. Ó Pai, caia da nuvens, caia sobre nós com tua força, teu poder, tua presença única, caia sobre todos nós com tua unção de alegria pra que a micareta seja tão inesquecível e cheia de luz como jamais fora em toda a história dessa louca música de Axé derivada dos confins da Bahia, terra dos preguiçosos. Ó Pai, vá caminhando pelas beiras do meu coração, deixe que eu sofra um pouco com alguma paixão de instante em algum momento de extrema atividade no certame micarético, deixe que se jogue em cima de mim uma das mais lindas que por lá estiverem, mesmo que bêbada, mesmo que drogada, mesmo que pagando uma aposta, por que não? Por falar em beleza, ó Pai, esqueça todas as outras, somente uma mulher linda me satisfaz; deixe que eu faça a obra do bem alegrando o coração daquelas desprovidas de tal beleza, deixe que eu me satisfaça nos braços dessas moças de elevados quilos de gordura, essas senhoritas cujo cabelo são feitos de espessos fios nos quais diversos pentes são quebrados ao longo de um mês, essas indecentes que não tem a noção mínima de estilo e saem de suas respectivas residências com roupas das mais ridículas que possam existir. Ó Pai, vá conversando, em mais uma oportunidade, com Pedro, mas converse pouco, pois na última vez tua bondade fora tanta que a chuva caiu tão forte sobre nossos corpos que o local do evento ficou alagado a ponto de não conseguirmos sequer caminhar rumo às próximas conquistas; talvez fossem suas lágrimas de emoção a cair dos céus por ver-me lá radiante e feliz com tudo que ia acontecendo. Ó Pai, Pai meu e de todos que lá estarão presentes sendo felizes como nunca em suas respectivas vidas, adentre em mim, adentre pelo meu coração, suba por minhas artérias, veias, e dê um salto ligeiro em minhas cordas vocais, vá saindo pela minha boca em forma de palavras, as palavras mais incríveis que jamais disse em toda minha existência, deixe que o dom maravilhoso da fala, que Tu me deste, aflore de uma maneira tal que caiam de paixão aquelas que estiverem ao meu redor. Ó Pai, deixe que tempo não passe tão rápido no tal dia do evento, nos dias dos eventos, pois serão muitos. Entre num fechamento sagrado com Cronos, senhor do relógio, e retarde todos os minutos, os segundos, as horas, torne eternos aqueles instantes em que estivermos lá nos deleitando do melhor que a vida pode oferecer a um jovem como eu, prestes a adentrar na terceira década da idade...

Levanto-me agora, limpo dos joelhos a poeira do chão, alivio as mãos que antes faziam-se coladas e o olhar destinado ao céu admiram o horizonte neste momento. Deixo em tuas mãos, ó Pai, a missão de fazer-me feliz em mais essa micareta e até mesmo nos outros eventos que circundarão o dia da felicidade, assim que quaisquer portões de templos abram-se para que meu corpo invada sem vontade de sair.

Amém.

P.V. 09/03/10 10:28

2 comentários:

Marta Morena disse...

vc é simplismente "inacrebilible"rsrs adorei consegue misturar em seus textos a garnde sabedoria q tens coma grande bobeira q te posssui!! te adoro garoto!bju parabens por mais essa!

Leilinha disse...

Deus, vai nos abençoar para que a nossa micareta seja perfeita e inesquicível!!!