domingo, 7 de março de 2010

Envergonhando a Lua??

Disse por ali, numa dessas caixas de som que estão ao alcance dos meus ouvidos, que uma brincadeira na rua pode até envergonhar a Lua.
Mas ora, vejam só se não é justamente o que venho dizendo há tanto tempo, desde que me dediquei a vida noturna sem medo do escuro, desde que comecei a vagar pelos cantos perdidos, pelas esquinas sem saída, pela obscuridade de alguns eventos, desde que me pus nesse caminho do qual espero não ter que sair nunca mais.
É de noite que tudo acontece
e não há mais formas diferentes do que se envolver com a pessoa desejada senão sob os raios da Lua que iluminam os detalhes mais escondidos de que se pode querer enxergar nos momentos que somente as mãos podem sentir a pele macia e perfumada de quem está preso aos seus braços.
E diz que quer comer o fruto até o fim...
Pois eu afirmo que diz bem, o senhor dono da voz bonita que conseguiu dar novos ares à minha noite de sexta feira, abandonado em casa, sem dinheiro nem amor, enquanto outros, mais felizes do que eu, se esbaldam a gastar o salário que conquistaram durante um mês inteiro de trabalho e suado sacrifício. Não sinto inveja... sei que a Lua anda envergonhada enquanto eles fazem essas coisas, e dessa vez, posso me eximir da culpa.
Claro que também há de se lembrar, e nunca é muito salientar, do meu sentimento totalmente dedicado ao brilho maior que toma conta dos céus após o Sol se deitar para descansar nas profundezas do horizonte. Vejo que lá no alto, pendurada sob as estrelas, disco prateado, mãe dos satélites, guerreira invencível, chefe maior de nossas marés e guia indiscutível do poder sobre os signos, está a Lua, terrivelmente linda com suas deformações a lhe aperfeiçoar a forma, como se quisesse buscar defeitos em si própria a fim de mostrar uma certa humildade em não ser totalmente incrível...
Há quem se transforme em lobo, há os que uivam também; contento-me em simplesmente deixar explodir por dentro a vontade de amar e ser feliz. Não que, somente na presença da Lua e sua fase cheia, eu me torne um sentimental, um amante inveterado sem rumo nem caminho, mas é, de fato, o momento em que tudo florece de forma gritante em volta de mim. Sou dono de mim mesmo e me dou sem dó nem esperanças jogado nos braços daquela que estiver mais perto de mim. E entrego meu sentimento, deixo em sua vontade o amor que existia em mim, torno-me um escravo submisso a tudo que representa aquele instante escuro onde a única luz que se pode enxergar é o brilho de algo lá no céu e os olhos felizes de quem está sentindo meu corpo.
Guerreira invencível e inigualável, ainda sente ciúmes... sei que faço mal quando me deixo levar por fraquezas da carne e até mesmo pronuncio palavras mal faladas aos ouvidos de quem precisa escutar só pra agradar em um momento, pois chora lá do alto a Lua Linda que sempre me amou e nunca me trocou por nada nesse mundo ou no seu lar do universo. Continuo envergonhando suas feições a cada evento, cada segundo em que me deixo estar na base do amor falso por um instante de felicidade malfadada e incrédula, e ela chora lágrimas perfeitas a molhar-me e queimar minha pele com sua dor impressa na chuva que eu tanto almejo...
Já é tudo parte de um grande círculo vicioso para a sua tristeza que jamais irá acabar...
P.V. 05/03/10 23:00

Um comentário:

KM disse...

A LUA Ñ TÁ NEM AÍ PRA VC, CARA..
COLOCA NA SUA CABEÇA Q ELA SÓ TEM OLHOS PARA O SOL!!! KKK